OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


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terça-feira, 8 de outubro de 2024

O CÉU ESTÁ À ESPERA

"Morte não é aniquilação. É um estado de relaxamento passivo, involuntário, provocado por acidente, doença ou tristeza. A interrupção forçosa e permanente do fluxo vital do corpo costuma ser chamada de 'morte' ou fim definitivo da vida. Na verdade, trata-se apenas de uma fase passageira - não é de modo algum o fim, apenas a passagem da esfera das coisas feias e mutáveis para o reino da felicidade infinita, das luzes multicoloridas.

Por que não aprender o método pelo qual poderá desligar a corrente vital do corpo inteiro, recorrendo à força de vontade e à meditação para libertar a alma da servidão da morte? Assim como a eletricidade não morre quando a lâmpada se queima, assim nosso eu verdadeiro não é destruído pela morte: apenas mergulha no Eu Onipresente, infinito.

Nossa percepção do mundo ocorre por intermédio dos cinco sentidos: paladar, tato, olfato, audição e visão. O paraíso é experimentado através da intuição. Por isso é necessário meditar profunda e frequentemente, uma vez que, graças a esse ato, desenvolvemos o sexto sentido, a intuição. Não somos carne; somos Espírito.

Há um céu à nossa espera e a única maneira de chegar lá é pelo aprimoramento da intuição, meditando e orando intensamente."

Paramhansa Yogananda, Karma e Reencarnação, Ed. Pensamento-Cultrix Ltda, 2009, p. 72/73.
Imagem: Pinterest.

 

terça-feira, 20 de agosto de 2024

SEMENTES

"Que sementes você veio plantar no mundo?

Qual terá sido seu trato com Deus antes de nascer?

Há uma Mente Divina que tudo abarca e que nos faz perceber conexões além da percepção racional. Às vezes sabemos o que o outro está pensando, o que vai falar; também temos premonições, tem gente que pode prever o futuro... Ou seja: passado, presente e futuro formam um eterno agora. E há uma teia que conecta todos os seres.

Então, poderíamos intuir o motivo principal do nosso nascimento.

Viemos, provavelmente, para plantar sementes de originalidade, enriquecer o mundo com pinceladas autênticas de novos sons e cores, através de nossa personalidade. A alma pulsa por meio de nossos corpos, vibrando acordes que só ela sabe e pode manifestar. Por isso não devemos ser cópias, pois o maior milagre do mundo é sermos nós mesmos. 

Pode ser que já tenhamos esquecido o motivo de termos nascido, o nosso trato com Deus. Mas ainda é tempo de redescobrirmos a nossa missão principal. 

E, com certeza, cumprir nosso destino é o maior compromisso que assumimos com o Criador.

Plante-se. A vida precisa de seus frutos." 

Fernando Mansur, Escrita Divina, A comunicação da alegria, Ed. do Autor, 2017, p. 78.
Imagem: Pinterest. 


quinta-feira, 18 de julho de 2024

BUSQUE ORIENTAÇÃO DIVINA

"Planeje sua vida, não perca tempo. Se tiver uma vida social intensa demais, não conseguirá chegar a nada. Cultive a introspecção. Afaste-se das pessoas e mergulhe profundamente dentro de si mesmo. Pergunte-se: 'Como posso ser bem-sucedido?' Reflita sobre o que quer fazer, até se perder totalmente na ideia. Pense, pense, pense e faça planos. Depois, espere um pouco; não se entregue a nada precipitadamente. Dê um passo, e pense mais um pouco. Alguma coisa dentro de você lhe dirá o que fazer. Faça-o, e pense mais um pouco. Mais orientação virá. Se aprender a se interiorizar profundamente, conectará sua consciência com a superconsciência da alma, e poderá cultivar as ideias embrionárias do sucesso com infinita força de vontade, paciência e intuição. 

Ao mesmo tempo em que tenta criar o que idealizou, peça sempre ao Pai para guiá-lo. Se o ego for cego e tiver uma voz forte, poderá sufocar a intuição e levar você pelo caminho errado. Contudo, se a intenção for agradar a Deus, esforçando-se para realizar uma coisa que valha a pena, Ele orientará seus passos para o bem, impedindo-o de errar. O modo certo de trabalhar para o sucesso é tratar de agradar a Deus, fazer o melhor possível e, então, não se preocupar mais com o caso.

Neste mundo, você tem que representar seu papel no drama divino. Mas, se se perder no enredo, a vida ficará bem complicada. Você saberá, tarde demais, que desperdiçou tempo. Então, por que não girar a roda da vida em vez de ser atropelado por ela?"

Paramahansa Yogananda, O Romance com Deus, Self-Realization Fellowship, p. 104.
Imagem: Pinterest. 
 

quinta-feira, 2 de maio de 2024

NA TRANQUILIDADE, A INTUIÇÃO FAZ NASCER A FÉ

"O termo sânscrito para é maravilhosamente expressivo. è visvas. A interpretação literal que habitualmente se dá - 'respirar facilmente; confiar; estar livre de medo' - não transmite a plenitude do significado. A palavra sânscrita svas refere-se aos movimentos da respiração, implicando nessa imagem vida e sentimento. A palavra vi transmite o significado de 'oposto; desprovido'. Quer dizer, aquele cuja respiração, vida e sentimento estão tranquilos por ter a fé que nasce da intuição; pessoas emocionalmente inquietas não a podem ter. O cultivo da tranquilidade intuitiva exige o desenvolvimento da vida interior. Ao ser suficientemente desenvolvida, a intuição produz a compreensão imediata da verdade. Você pode ter essa percepção maravilhosa. O caminho é a meditação.

Medite com paciência e persistência. Na tranquilidade que se acumula, você entrará nos domínios da intuição da alma. Ao longo das eras, os seres que alcançaram a iluminação foram os que recorreram a esse mundo interior da comunhão com Deus. Jesus disse: 'Mas tu, quando orares, entra no teu aposento e, fechando a tua porta, ora a teu Pai que está em oculto; e teu Pai, que vê secretamente, te recompensará.'² Interiorize-se no Eu, fechando a porta dos sentidos e do envolvimento deles no mundo inquieto, e Deus lhe revelará todas as Suas maravilhas.

Na comunhão interior da alma com Deus, a intuição começa a se desenvolver naturalmente. De início é necessária uma certa confiança provisória. Saiba que Deus está com você e que você é Seu filho, feito à Sua imagem. Entregue-se a Ele por amor. Gradualmente essa convicção se transformará em fé através da intuição. Fora do alcance dos sentidos e do intelecto, a intuição se manifesta na consciência tranquila como sentimento, percebido principalmente no coração. Quando esse sentimento está presente na meditação, você tem uma convicção inabalável, um nítido senso de estar na direção correta. Cada vez mais, você será capaz de reconhecer e seguir essa intuição. Isso não significa abrir mão da razão. Um raciocínio calmo e imparcial também pode levar à intuição. Use o bom senso. Mas lembre-se que o raciocínio arrogante ou emocional leva a erros e interpretações erradas.

Na dúvida e na crença, rejeite o elemento destrutivo e aplique o elemento construtivo. Avance para o reino da fé. Este é o caminho do desenvolvimento. Na tranquilidade da meditação, a consciência consegue se concentrar na verdade e apreendê-la. Neste estado a fé se desenvolve; pelo desenvolvimento da intuição você recebe a 'prova das coisas que não se veem'."

² Mateus 6:6.

Paramahansa Yogananda, Self-Realization Fellowship, p. 312/313.
Imagem: Pinterest.     

terça-feira, 30 de abril de 2024

A FÉ - PERCEPÇÃO DIRETA DA VERDADE - É SEMPRE SEGURA

"Além de produzir resultados na cura e em outras coisas, a fé também é o poder que revela o funcionamento das leis espirituais subjacentes a todos os assim chamados milagres.

'A fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que não se veem.'¹ 'Impossibilidades' esperadas se realizam pelo poder desse tipo de fé - que acredita sem ver, que acredita apesar de todas as evidências em contrário.

A fé é a própria realização. Diferentemente da crença, ela não abriga nenhum elemento destrutivo. A crença pode ser abalada ou destruída por dúvidas e evidências em contrário; mas a fé é sempre segura, pois é a percepção direta da verdade. Houve tempo em que se acreditava que o mundo fosse plano, mas com o progresso da ciência descobriu-se que era redondo, de modo que era apenas uma crença que teve de ser abandonada. Mas a fé não pode sofrer contradição, pois é a expressão desenvolvida da infalível intuição interior, que nos coloca diante da realidade até então invisíveis. Então podemos falar acertadamente de crença cega, mas não de fé cega. 

A realização da verdade da alma se expressa a nós pela intuição, e o saber daí resultante é a fé. A intuição é o ponto em que uma convicção se transforma em percepção direta da verdade dessa crença. Não é preciso intermediários, nenhuma prova a partir do testemunho dos sentidos ou da razão. 

Por exemplo: como você sabe que existe? Sabe porque sabe. Não existe dúvida. Nada no mundo o fará achar que não existe. Mesmo que estivesse paralisado e não pudesse se ver, ainda assim você sentiria ou vivenciaria sua existência através da percepção da alma.

A fé é o beabá da intuição. É o profundo sentimento de saber instalado no seu íntimo. A maioria das pessoas já teve algum tipo de pressentimento que se realizou. É a manifestação da intuição ainda sem controle, em desenvolvimento. A inteligência direcionada ao mundo externo interpreta os fenômenos; a fé direcionada ao interior interpreta, pelo contato com o númeno, as intuições da alma. Tudo pode ser trazido à luz pelo poder da fé." ... continua.

¹  Hebreus 11:1.

Paramahansa Yogananda, Jornada para a Autorrealização, Self-Realization Fellowship, p. 310/311.
Imagem: Pinterest. 

quinta-feira, 21 de abril de 2022

O VALOR DAS PRIMEIRAS APROXIMAÇÕES AO CAMINHO

"A vida dedicada ao Caminho é para poucos e, de fato, para muito poucos. Muitos são atraídos por ela como mariposas ao redor de uma vela, mas muito poucos suportam o 'calor', ou seja, o estresse, as renúncias e as disciplinas implícitas e, em particular, a incerteza da realização. Mesmo assim, a tentativa deles é útil; pois ela marca a entrada numa fase na qual, finalmente, o Caminho será procurado, encontrado e trilhado em um estágio posterior. Tais aspirantes... podem estar sofrendo de uma sensação de fracasso e derrota. Na verdade, eles não foram derrotados, nem falharam, pois o tempo deles ainda não chegou e os rigores do Caminho não são para eles... Nesses casos, os Egos fizeram o melhor possível, progresso foi feito e elos formados, que serão todos úteis e darão frutos mais tarde. 

A esperança de uma rota mais fácil é muito atraente e sua escolha não é anormal nem deve ser condenada. O mundo perde um ajudante e a Fraternidade perde um recruta, o que é lamentável, mas é melhor que a pessoa seja sincera.

Aqueles que não têm dentro de si total coragem e domínio próprio e que ainda não sentiram o chamado às alturas, não se tornarão alpinistas de sucesso. É melhor para eles ficarem em terreno plano e praticar no sopé da montanha, sendo perfeitamente correto e justificável para eles, ou na verdade, muito sábio. Mas, lembre-se, eles não alcançarão o cume da Kailasa e Daqueles que nela habitam. Que eles sigam um caminho que deve ser 'natural' e, portanto, verdadeiro e estudem psicologia, particularmente a psicologia da intuição. Mas a isso pode ser acrescentado: embora um certo grau de percepção intuitiva possa, porventura, ser desenvolvido sem treinamento e domínio da mente, eventualmente esse treinamento terá que ser realizado e aquele domínio atingido. Caso contrário, os frutos da intuição não podem ser totalmente compreendidos, nem, por essa razão, definidos e compartilhados. Em outras palavras, em sua ascensão, nenhum homem pode ignorar a mente.

Não se pode tornar proficiente em nenhuma ciência sem obedecer às regras e dominar as leis por meio de trabalho árduo. Isto é especialmente verdade para a maior de todas as ciências, a da vida mais elevada e sua realização antes da prova."

(Geoffrey Hodson - A Vida do Iniciado - Ed. Teosófica, Brasília, 2021 - p. 60/61)
Imagem: Pinterest.


terça-feira, 20 de março de 2018

A VERDADE ETERNA, A META DA IOGA (1ª PARTE)

"Todo ser humano plenamente desperto é, em sua natureza e atividade mais elevada, um buscador da verdade. A meta mais elevada do homem poderia ser descrita como a descoberta da Verdade última. Isto implica aquilo que por si só é individual e indivisível, como um átomo final ou anu e que pode ser assemelhado à luz branca, imaculada e imaculável, ou à joia plenamente transparente, o diamante.

A ideia usual de Verdade do homem está longe desta veracidade eterna, última - deífica e luminosa. Cada indivíduo pode definir o que é Verdade por si mesmo e dar a ela nomes tais como 'unidade', 'união', 'lei', 'beleza', 'o derradeiro fato singular', ou mesmo 'fogo', 'ordem', 'vontade'. A Verdade irradia todos estes conceitos, os quais lhe pertencem, mas uma combinação imaculada da essência de todos estes descreve mais aproximadamente a Verdade última.

Isto não é a verdade acerca de algo na manifestação, mas aquela misteriosa Existência ou Princípio eterno, cuja descoberta é a meta. Para alcançá-la, o iogue deve transcender inteiramente sua natureza humana e entrar na consciência de seu Eu imortal, penetrar pela ioga até além da mente abstrata - que no homem é condicionada - chegando à intuição, e ali habitar em silêncio místico em sua Busca pela Verdade última. Somente quando ele pode tocar a Existência Átmica ou Nirvânica é que ele começa a se aproximar do que foi chamado de 'a Escura Verdade Una'. Ela é escura somente para a mente humana, mas luz inefável para o Espirito humano. 

Ali, exaltado, ele está em companhia dos Adeptos, que buscam a Verdade eterna, por cuja luz Eles já se tornaram iluminados, omniscientes e com todo o saber, no que concerne aos princípios e a toda sabedoria com relação às expressões manifestadas destes princípios. O Nirvana pode então ser parcialmente descrito como a absorção no Princípio eterno, ou a identificação com a Verdade eterna. Podemos ver que isto é infinitamente acima e além de quaisquer conhecimento, compreensão e mesmo intuição a respeito da Verdade manifestada. 

O iogue talvez possa dizer que a meta é a Autoidentificação com a própria Verdade, para sempre e mais além. Isto é Maha-Paranirvana ou ser dissolvido na Existência eterna. O Jivanmukta que entra neste estado perde-se e realmente desaparece da existência manifestada pela restante do Mavantara Solar. (...)"

(Geoffrey Hodson - A Suprema Realização através da Ioga - Ed. Teosófica, Brasília, 2001 - p. 29/30)


quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

O CAMINHO DO CONHECIMENTO (2ª PARTE)

"(...) Tendo se tornado uma criancinha, prontamente lance fora tudo que pensa conhecer ou saber, tudo que é prezado pelos homens, e deixemo-lo buscar o caminho que leva da carne ao espírito. A entrada para o caminho está no coração; do coração, deve encontrar uma passagem para o cérebro, e, através do cérebro, para os mundos do pensamento e sentimento, nos quais as fundações do Templo da Luz estão lançadas. O Templo está adiante, e a partir do mundo do pensamento ele deve construir uma firme escadaria que o levará até os portões do Templo. Esta escadaria é construída pelo estudo, pela concentração de pensamento, e pela incansável busca de conhecimento. 

Esta é a maneira de encontrar e trilhar o caminho do conhecimento, construir a escadaria e chegar aos portões do Templo. Deixe-se que o estudante lance fora seus livros, seus tubos de ensaio e suas réguas para trás, pois ele deve aprender a ler nos livros da natureza, entesourar suas descobertas no tubo de ensaio de sua mente, e aferir suas descobertas na balança de sua mais alta intuição. Emancipando-se destes instrumentos superficiais, que se retire para algum lugar onde possa desfrutar de algum tempo de paz imperturbada. Uma cela de retiro, um jardim, as florestas, os campos, alguma praia recôndita, algum refúgio na montanha, qualquer um destes poderá ser suficiente para lançar-se à viagem de descoberta. Deixe-se que trilhe o caminho que todos os sábios e mestres do mundo trilharam em sua busca pela luz, luz que ora brilha através daqueles olhos, gloriosa e resplandecente. 

Que não tema a estranheza desta procura, não tema despojar-se de todos os suportes até então considerados essenciais; não tema o ridículo imposto pelos que ainda sentem-se dependentes dessas coisas, e que cegamente disfarçam sua ignorância numa ilusão de conhecimento. Para a luz que buscais, tal conhecimento é como trevas, pois todo aquele que alto pusestes em vosso apreço não possui senão a pele, a penugem, a casca, e o cerne sempre lhe foge; então eles montam sobre as cascas e a oferecem como conhecimento. Talvez haja apenas um punhado, dentre vossos homens de conhecimento, que não esteja cego pelo preconceito, que não confunda aprendizado com conhecimento. 

Tomai como guia esta voz que vos ensina agora, a voz de um anjo que conquistou a meta através destes mesmos caminhos na busca de conhecimento, e agora oferece-se àqueles que buscam uma luz maior da que brilha em universidades, pois é professor mais sábio que qualquer professor mortal pode ser; traz a luz do conhecimento espiritual para iluminar as trevas do mero aprendizado terreno, e pode conduzir o estudante até a verdadeira cátedra do conhecimento, a qual jaz no fundo de vosso Eu mais verdadeiro. Vinde, irmão humano, aceitai minha direção, e eu vos guiarei até vosso destino. (...)"

(Geoffrey Hodson - Sede Perfeitos - Canadian Theosophical Association



domingo, 29 de outubro de 2017

OS ARTISTAS DO DESTINO (PARTE FINAL)

"(...) O termo 'autorresponsabilidade' implica a necessidade de entender o significado de responsabilidade, eu e ego. Responsabilidade significa dever, compromisso, capacidade de conduta racional. Na literatura teosófica, a personalidade é frequentemente chamada de 'eu', e a individualidade, de 'ego'. Podemos diver que a refinada arte de autorresponsabilidade envolve vários aspectos:
  • possuir uma visão ou intuição daquilo que podemos nos tornar;
  • ser sensível a essa visão;
  • perceber as ferramentas do 'eu' com as quais temos que trabalhar; 
  • examinar nossas várias tendências;
  • suavizar essas tendências, de modo que as cores sutis de nossa verdadeira natureza posssam assumir forma.
 Esse processo deve pavimentar o caminho para as nossas ações, que vão se tornando cada vez mais equilibradas e cuidadosas, refletindo nosso dever ou missão de vida individual, de modo que nos tornemos conscientes e plenamente responsáveis por nossas ações.

Se tivéssemos total responsabilidade por nossas ações, não deveríamos nos encolerizar com o karma, nem nos irritar com as circunstâncias com que nos defrontamos. Existe um fenômeno que pode ser descrito como 'fenda', um hiato entre entender intelectualmente ensinamentos como o karma e de fato fundi-los em nosso ser. No livro A Voz do Silêncio (Ed. Teosófica), de Helena Petrona Blavatsky, os termos contrastantes 'aprendizagem intelectual' e 'sabedoria da alma' também se referem a esse hiato, que às vez pode parecer um abismo.

Como artistas do nosso próprio desabrochar, nossa primeira tarefa é ver o que realmente está aqui, identificar as ferramentas com que temos que trabalhar. Isso requer um exame da nossa personalidade que pode ser desconfortável. Nesse processo, os aspectos do eu pessoal que não são úteis se tornam aparentes, assim como os aspectos que não precisam ser mantidos por longo tempo." 

(Linda Oliveira - Os artistas do destino - Revista Sophia, Ano 13, nº 58 - p. 13)

sábado, 28 de outubro de 2017

OS ARTISTAS DO DESTINO (1ª PARTE)

"Frequentemente descrevemos nossa vida em termos de habilidades, realizações, carreira, família, lazer, preocupações, compromissos, etc. Nós nos tornamos especialistas em dividir o tempo em compartimentos, mas é triste ver que a atenção dispensada ao lado espiritual frequentemente está em último lugar entre as tantas áreas que compõem a jornada passageira que conhecemos como vida.

É possível abordar a vida de uma maneira mais holística, integrando nossas várias experiências e incluindo as espirituais, de modo que haja uma consistência de respostas que não seja determinada pelo 'chapéu' que por acaso estejamos usando numa determinada situação. Em outras palavras, podemos agir a partir de quem verdadeiramente somos, e não de acordo com os ditames das circunstâncias. Podemos usar a metáfora da pessoa como um artista, que pode revelar seu eu interior mais íntimo, e no entanto mais universal.

Muitas pessoas acham que não têm habilidades artísticas. Porém, cada um de nós é um artista, mesmo sem saber - um artista do nosso próprio desenvolvimento e destino. Para ser um pintor é preciso treinar e desenvolver habilidades básicas com pincéis e tintas; são necessários telas, palhetas de tinta, cavaletes para sustentar as telas. Porém, há muito mais coisas envolvidas, pois o artista tem algum tipo de visão daquilo a que dará vida na tela, cujo esboço pode ser feito de antemão. É provável que essa visão seja refinada no processo resultante. As mais sutis sensibilidades do artista precisam ser despertadas para dar à luz a criação incipiente. (...)"

(Linda Oliveira - Os artistas do destino - Revista Sophia, Ano 13, nº 58 - p. 13)

quarta-feira, 19 de julho de 2017

EXPECTATIVA NEGATIVA (PARTE FINAL)

"(...) Para evitar o efeito da projeção negativa, é útil relaxar e aquietar a mente e os sentimentos durante algum tempo antes de alguma entrevista difícil. Durante essa pausa, as tendências condicionadas são reduzidas, de modo que há menos antecipações negativas. Essa atitude de não julgamento é essencial no encontro terapêutico.

Contudo, como relaxar e permitir que a mente e as emoções  entrem em harmonia? Provavelmente é mais fácil, em vez de tentar criar um branco na mente, permanecer sossegado e visualizar uma cena unificadora que simbolize um senso interno de totalidade, como uma árvore ou uma montanha. Essa mudança de atenção na qual a pessoa se identifica com as qualidades da totalidade é chamada de 'centramento'.

No processo de mudar a própria percepção para essa experiência unificadora, a pessoa pode perceber sua mente tagarela e um padrão no qual ela continuamente se mantém em contemplação. Os terapeutas ou os pais podem agora, conscientemente, passar de um sentimento negativo para um positivo a respeito do paciente ou do filho, o que produz uma empatia intensificada e permite o livre fluxo de energia entre as pessoas. Dentro de cada um existe um potencial humano ou uma natureza denominada buddhica, em sânscrito, que está relacionada com a intuição pura. Se mantivermos isso em mente, cada troca de energias positivas pode estimular esse potencial."

(Dora Kunz e Erik Peper - A ira e seus efeitos - Revista Sophia, Ano 10, nº 39 - p. 37)

terça-feira, 17 de janeiro de 2017

O SEGREDO DOS RELACIONAMENTOS CORRETOS (PARTE FINAL)

"(...) Quando começamos a ver os pensamentos e as crenças que aceitamos não só dos outros, mas também do nosso condicionamento, da nossa experiência de vida, temos uma escolha quanto a ouvi-los ou não. Eles reverberam com a verdade que provém de um local profundo dentro de nós? Eles nos são úteis? Ou são os mesmos pensamentos e sentimentos antigos que têm povoado nossas mentes repetidamente e que continuam a criar desarmonia em nossas vidas?

Podemos escolher. A verdade tem uma qualidade diferente, e quando estamos no nosso nível mais profundo de verdade, beleza e bondade, conseguimos reconhecer essas qualidades e sua vibração particular. Aprendemos que 'a voz de Deus fala no silêncio do coração' (Madre Teresa). Conseguimos ver a verdade. 

À medida que evoluímos por meio do silêncio e das práticas meditativas, para nos tornarmos a sentinela silenciosa, podemos observar esses pensamentos e sentimentos e vê-los honestamente. Podemos então efetuar mudanças usando a vontade, nosso desejo mais elevado para manifestar a correta ação em nossas vidas, e então mudanças positivas começam a acontecer.

O Milagre de ouvir nossa intuição é que desenvolvemos a habilidade de verdadeiramente ouvir os outros, de escutar a intenção por trás das palavras, mesmo que as palavras sejam rudes e ditas em momento de ira. Verdadeiramente ouvir os outros é uma das chaves para os corretos relacionamentos. É ouvir do local onde se encontra o observador silenciosos, sem preconcepções ou julgamentos. Você doa seu coração quando verdadeiramente ouve. Você diz 'estou te ouvindo', você se conecta e os milagres acontecem. Você vê a alma do outro, quem ele verdadeiramente é. Você o vê."

(Teresa McDermott - O Segredo dos relacionamentos corretos - Revista Sophia, Ano 10, nº 40 - p. 27/28)
www.revistasophia.com.br


sábado, 31 de dezembro de 2016

TRANQUILIDADE

"Só intuímos a solução correta e só achamos a melhor saída, só encontramos o melhor remédio e a mais adequada providência, quando estamos tranquilos.

Intranquilos, tumultuamos o pensamento, obscurecemos a mente, e perdemos não somente o rumo, mas a direção do passo imediato a dar.

Intranquilos, não temos ouvidos para o Logos, não temos olhos para a Luz; fechamo-nos para Deus. Deus se mostra e não O podemos ver. Ele fala e não O escutamos.

O tesouro da tranquilidade não pode ser encontrado repentinamente. Se não temos o hábito de cultivar quietude, impossível se torna enfrentar uma situação adversa inesperada com a alma tranquila.

Observemo-nos a nós mesmos nas mais diversas situações, com o propósito de, aconteça o que acontecer, não perdermos o controle e a calma.

Fica tranquilo, e sabe EU SOU DEUS."

(Hermógenes - Deus investe em você - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1995 - p. 110)


quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

UMA CONSCIÊNCIA SUPERIOR (PARTE FINAL)

"(...) Muito da engenharia moderna depende dessa descoberta. Foi intuição - algo das profundezas do homem - e não um processo cognitivo. As intuições nascem completas, como os bebês. Sempre há alunos que lançam um olhar vazio e desesperançado sobre o professor enquanto ele tenta expor algum princípio simples, até que subitamente faz-se a luz.

Portanto, a intuição não é uma coisa rara. Todos os homens a possuem em alguma medida. Muito frequentemente o cientista ou o inventor tenta durante muito tempo e sem sucesso solucionar um problema. Depois, quando não está mais pensando sobre o assunto, a solução subitamente brilha em sua mente. O seu pensar anterior o preparou, assim como, de certa forma, o ensinamento do professor prepara as mentes de seus alunos, mas a intuição surge num lampejo. Às vezes ilumina toda a mente, como um relâmpago numa noite escura. Às vezes vem de tal profundeza de nosso ser que a consideramos algo incomum ou sobrenatural.

A universalidade dessas intuições demonstra a existência de uma mente universal. Externamente mantemos contato com um mundo universal. Certamente os sentidos de nossos corpos são limitados em seu escopo, mas nos põem direta e indiretamente em contato com tudo. Estamos realmente em associação corporal com as nuvens, o sol e todo o mundo material. Similarmente, descobrimos que nossas intuições relacionam-nos à consciência universal. 

Em nossas meditações e inspirações, frequentemente percebemos que estamos recebendo algo de uma consciência enormemente superior ao que estamos acostumados a chamar de nosso. Às vezes, é como se um grande gênio subitamente falasse conosco e, com poucas palavras, esclarecesse dificuldades de pensamento há muito existentes. Algumas pessoas estão tão conscientes disso que não consideram pessoais seus melhores pensamentos. Um grande poeta disse que estimava seus poemas não porque fossem seus, mas porque não eram."

(Ernest Wood - Instrução e intuição - Revista Sophia, Ano 9, nº 33 - p. 28)


terça-feira, 27 de dezembro de 2016

UMA CONSCIÊNCIA SUPERIOR (1ª PARTE)

"Mais cedo ou mais tarde a verdade mostra que, se podemos nos perder entre as coisas mundanas como um homem que vagueia numa floresta, podemos ainda mais facilmente nos perder entre os pensamentos. Pois, se existem mil coisas, existem milhões de pensamentos possíveis sobre elas - e quem é capaz de saber qual é o melhor pensamento, a não ser que os tenha experimentado todos? Se um náufrago como Robinson Crusoé chegasse a uma ilha desabitada e tivesse que buscar o melhor lugar para morar, poderia procurar durante toda a sua vida antes de decidir. Não é só por meio do pensamento que encontramos a verdadeira direção da vida. A intuição deve ser somada à instrução.

A humanidade aprende de duas maneiras com a instrução e a intuição, mas de fato o homem realmente só entende através da intuição. Por instrução queremos dizer o ensinamento exterior por meio da experiência. Mas os objetos no nosso campo de percepção não são compreendidos, não importa o quanto olhemos ou pensemos, até que haja um lampejo de intuição.

É comum as pessoas pensarem que sabem o que as coisas são porque as veem, mas esse não é o caso. Verdadeiramente as vemos, mas não sabemos o que elas são; a visão é sem sentido, a não ser que algo surja das profundezas da mente e diga: 'Ah, eu conheço você!' Esse processo é tão rápido com coisas familiares que a maioria das pessoas não o percebe. Imagine que você abra um livro em sânscrito ou japonês; verá inúmeros sinais sem significado, mesmo que vire a página de cabeça para baixo. Mas se você conhece a escrita, é diferente. Conhecemos a escrita de tábuas e cadeiras, árvores, montanhas e todas as coisas segundo nosso ponto de vista, e é assim que as coisas ganham significado.

Os grandes pensadores estão prontos a dar testemunho no conhecimento. Newton descobriu o princípio da gravitação assim. Ele viu uma maçã cair e se perguntou por que as coisas sempre caem. E então teve o lampejo de que as maçãs não caem realmente, embora pareçam fazê-lo. Ele compreendeu que matéria atrai matéria - a maçã e a terra corriam para se encontrar, embora a terra, com massa muito maior, efetue apenas uma parte pequena do aparente movimento. (...)"

(Ernest Wood - Instrução e intuição - Revista Sophia, Ano 9, nº 33 - p. 28)
www.revistasophia.com.br


domingo, 21 de agosto de 2016

RETA AÇÃO (PARTE FINAL)

"(...) Conhecimento sem ação é não somente absurdo, mas é puramente mental e apenas pseudoconhecimento. Ação sem verdadeiro conhecimento só pode ser a reação de uma natureza composta, não clara, da qual as várias partes carecem tanto de coesão quanto de equilíbrio.

A senda da ação para cada indivíduo está entreleçada por seu próprio karma e as complexidades desse nó complicado, no qual sua mentalidade divide-se e se enlaça. Ele tem de simultaneamente desatar esse nó - por meio do amor e do conhecimento verdadeiro - e trilhar seu caminho no mundo externo pela força de uma vontade e decisão espirituais. O verdadeiro conhecimento é o do filósofo que vê a verdade com o olho aberto da intuição. 

Existe decisão instantânea quando não há dilema ou escolha, quando a direção precisa de um ato é uma determinação espontânea que se origina no interior, quando o estudo e a avaliação apropriados de uma situação produzem no interior da pessoa um movimento harmônico, que resulta na ação particular. Existe uma força de propósito que se mantém, quando os revezes causados por objetos ou obstáculos externos não tocam absolutamente a vontade. A vontade que é pura move-se numa vereda própria, autoisolada. Os obstáculos podem retardar a ação, porque estão no mesmo plano. Mas não conseguem deter a vontade fundamental. A força jaz na resistência, na concentração de energias e direção, não na violência; no equilíbrio do perfeito autocontrole em qualquer ação que controle ou toque os outros."

(N. Sri Ram - O Interesse Humano - Ed. Teosófica, Brasília, 2015 - p. 74/75)


terça-feira, 14 de junho de 2016

A ORIGINALIDADE, SEGREDO DOS MESTRES

"Os antigos Mestres da vida
Eram profundamente identificados
Com as potências vivas do Cosmos.
Em sua profunda interioridade
Jaziam a grandeza e o poder
Da sua dinâmica atividade.
Quem compreende, hoje, em dia, esses homens?
Sábios eram eles, 
Como barqueiros que cruzam um rio
Em pleno inverno:
Cautelosos eram eles,
Como homens circundados de inimigos;
Reservados eram eles,
Como se hóspedes fossem;
Amoldáveis eram eles,
Como gelo que se derrete;
Autênticos eram eles,
Como o cerne de madeira de lei;
Amplos eram eles,
Como vales abertos;
Impenetráveis eram eles
Como águas turvas.
Impenetrável também nos parece
A sua vasta sabedoria.
Quem pode compreendê-la atualmente?
Quem pode restituir à vida
O que tão morto nos parece?
Só quem sintoniza com a alma do Infinito! 
Só quem não busca o seu próprio ego,
Mas demanda o seu Eu real,
mesmo quando tudo lhe falta.

EXPLICAÇÃO: Esta apoteose da sabedoria eterna faz lembrar os mais elevados píncaros da sapiência de Salomão, de Krishna, e do próprio Cristo. A fonte de todas as coisas grandes, que se revelam por fora, brota das profundezas da interioridade, da intuição da essência divina do homem. Estas palavras de suprema sabedoria foram escritas 6 séculos antes da Era Cristã. Não terá havido uma tremenda decadência nesses 26 séculos? Verdade é que, ainda hoje, existe, em alguns Mestres, essa sabedoria - mas quão poucos são eles! A massa profana tripudia, ignara, sobre as coisas sagradas e executa a sua dança macabra em torno do bezerro de ouro - enquanto Moisés trava o seu silencioso solilóquio com o Infinito, no impenetrável cume do Sinai.

Mas... uma pequena elite anônima preserva da extinção o fogo sagrado."

(Lao-Tse - Tao Te King, O Livro Que Revela Deus - Tradução e Notas de Huberto Rohden - Fundação Alvorada para o Livro Educacional, Terceira Edição Ilustrada - p. 56/58)

quarta-feira, 18 de maio de 2016

DESAPEGO E SABEDORIA (PARTE FINAL)

"(...) O cérebro ajuda-o a processar os dados dos sentidos, sua mente reflete sobre os dados coletados e sua consciência confere-lhe subjetividade; assim, ele se torna capaz de obter conhecimento de primeira mão. O homem, com sua natureza inquiridora, pode ter convicção intelectual e situar-se um passo à frente até o insight espiritual ou a realização intuitiva. Em suma, o homem é único e tem o potencial de se tornar sábio, se conseguir se libertar de seus reflexos e paixões animais. Devido a essas paixões e reflexos, ele se apega a seu grupo social e deseja vencer outros grupos.

É comum julgar que alguma coisa é boa e outra coisa é ruim, que isto é útil e aquilo é inútil; mas isso não basta para se tornar sábio. O sábio possui o senso de responsabilidade. Ser humano é viver num estado de responsabilidade. O senso de responsabilidade é inserido na natureza psíquica como uma força positiva, e é por essa razão que ele oscila entre dois polos. Num polo está o senso de responsabilidade e no outro os reflexos animais que tentam escapar; por isso o homem é confuso e permanece numa contínua luta interior. 

Certamente o homem não é sábio ao fugir de sua responsabilidade; esse é um impulso puramente biológico e uma forma de egoísmo que leva ao apego. Nesse sentido, o homem é uma espécie única viajando através do terceiro milênio. Portanto, perguntemos a nós mesmos se não será hora de aceitarmos nossas responsabilidades com relação às futuras gerações e ao planeta no qual evoluímos juntos."

(C. A. Shinde - Desapego e sabedoria - Revista Sophia, Ano 13, nº 53 - p. 25)


terça-feira, 1 de março de 2016

A QUESTÃO DO SOFRIMENTO E DA DOR (PARTE FINAL)

"(...) O animal, cuja tendência inata o faz ter o homem (que, na escala da evolução, ocupa o lugar imediatamente superior a ele) na mesma conta em que temos hoje o nosso próprio 'deus', é marcado por profundo impacto, de insondável repercussão, ao ser assassinado por ele. No momento da matança, percebe que os aspectos exteriores de seu ser serão destruídos, SABE o que vai acontecer e, por já ter em seu estágio evolutivo desenvolvido suficientemente o corpo emocional, sofre. A questão da dor nunca começará a ser aclarada por nós se esse ponto básico e inicial não estiver, pelo menos como uma semente, em nossa consciência. 

O número de seres humanos encarnados hoje em dia que não estão mais ligados ao uso de carne em sua alimentação é maior do que podemos imaginar; entretanto, os eus superiores, já preparados para serem vegetarianos, frugívoros ou naturalistas vêm na maioria das vezes para ambientes terrestres ainda condicionados por hábitos alimentares retrógrados e por superstições arraigadas quanto ao modo correto de se manter o corpo. Por isso, muitos demoram a reconhecer a sua própria condição interior. 

A ingestão de produtos de origem animal - em especial de carne - produz inércia nas células físicas, impedindo que seu potencial ainda não revelado se manifeste plenamente. É um poderoso obstáculo ao trabalho evolutivo que o homem de hoje busca conscientemente levar adiante. A carne tem uma vibração característica de um estágio já ultrapassado por ele - o estado instintivo - e, quando usada em sua alimentação, o mantém em um ponto não mais condizente com os novos passos que está para dar: o domínio da intuição, o exercício da telepatia superior e a experiência da consciência supramental, passos que podem ser assim prejudicados e até mesmo adiados. Enquanto não se substituir a antiga forma de os homens contatarem os animais, a vibração instintiva ficará circulando nos corpos de suas personalidades por muito mais tempo do que seria necessário, ocupando espaço e impedindo que a luz da intuição e outras luzes, de etapas ainda mais avançadas, possam nelas se instalar. 

Um relacionamento verdadeiro e atual precisa ser desenvolvido entre nós e os animais, relacionamento no qual os últimos serão beneficiados com os nossos serviços e com a nossa gratidão pelo papel que tiveram no desenvolvimento da humanidade. Sabe-se que, para um reino da natureza ter uma evolução especial e rápida, como aconteceu com o humano até que atingisse o estágio mental-intuicional, é necessário que algum outro reino, no mesmo sistema solar, renuncie a certos passos importantes, havendo assim um equilíbrio. Isso foi o que se deu entre o reino humano e o animal. Para que o primeiro pudesse ter acelerado de modo excepcional o seu processo evolutivo, o reino animal permaneceu em ritmo bem mais lento do que lhe teria sido possível. A distância entre a consciência de um animal de médio desenvolvimento e a de um homem não seria tão grande se o reino animal, como grupo, não tivesse aceitado essa condição, dando-nos, assim, passagem para os caminho superiores pelos quais enveredamos."

(Trigueirinho - Caminhos para a cura interior - Ed. Pensamento, São Paulo, 1995 - p. 77/78


quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

OS PASSOS CIENTÍFICOS PARA MEDITAR COM ÊXITO

"Existem princípios científicos definidos a serem aplicados na busca por Deus. São os princípios da yoga, que na Índia foram pesquisados, praticados e provados por muitos séculos. (...) A ciência da religião baseia-se em leis imutáveis.

Algumas pessoas já me perguntaram: 'Por que a minha relação com Deus deve ser governada por tantas regras? Não posso simplesmente ser guiado por minha própria intuição no caminho espiritual?' Eu respondo: 'Sem dúvida alguma, use a intuição para guiar você, mas primeiro tenha certeza de que é uma intuição verdadeira (a qual provém da sintonia com Deus), e não apenas o seu desejo subconsciente de fazer o que quer'.

A autodeterminação errada é uma cilada para muitas pessoas. Primeiro, siga a ciência; aprenda a perceber Deus com a aplicação adequada dos métodos da yoga. Quando você O conhecer acima de qualquer dúvida - quando você conseguir ter a mente tão tranquila que, em todas as experiências da vida, puder manter uma atitude de beatífica devoção a Deus, de autoentrega constante a Seus pés - então há a possibilidade de seus esforços espirituais serem guiados pela intuição, e não antes. 

Os grandes mestres têm mostrado os passos que eles mesmos deram para chegar à realização divina. Qualquer pessoa de bom senso seguirá esses passos, em vez de tentar forjar o próprio caminho. Para que 'reinventar a roda'? Você tem liberdade, é claro; mas não seria mais lógico seguir o caminho que já se comprovou que leva a Deus, em vez de passar anos, talvez encarnações, tentando encontrar o seu próprio caminho por meio de laboriosas experiências de tentativa e erro?

As leis são conhecidas; a profundidade da meditação provém da aplicação paciente e firme dessas leis. É como aprender a tocar piano. O êxito provavelmente não virá de tentativas não científicas, a esmo. Antes de poder tocar um concerto de Rachmaninoff no piano, você precisa saber quais são as teclas certas e então, gradualmente, ganhar habilidade com a diligente prática diária. O mesmo ocorre com a meditação - ela requer a aplicação dos passos científicos de yama, niyama, asana e a contínua determinação de perseverar na prática das técnicas de pranayama, até que os pensamentos se aquietem completamente. Por meio de Hong-Só, a mente e a respiração sincronizam-se perfeitamente; é como se tivessem sido forjadas numa só espada afiadíssima que repentinamente corta os grilhões internos que nos aprisionam. A mente fica livre e clara. Você sente dentro de si a presença de Deus por trás desta forma física, além de toda a vida. Estas percepções maravilhosas e estimulantes surgem quando praticamos a ciência da meditação."

(Sri Daya Mata - Intuição: Orientação da Alma para as Decisões da Vida - Self-Realization Fellowship - p. 41/43)