OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


quinta-feira, 26 de setembro de 2019

COMPAIXÃO: A BASE PARA A PAZ (1ª PARTE)

"A compaixão é a base para se viver como um verdadeiro ser humano. O que geralmente consideramos viver é apenas uma parte mecânica da vida, que deve ser entendida como um terreno onde a compaixão nasça, é nutrida e floresce, levando o ser humano à plenitude de seu potencial.

A palavra compaixão sugere um sentimento apaixonado por aquilo com que se entra em contato. Mas o que quer dizer um sentimento apaixonado? Ele sugere a unidade de que falamos ao contemplar a Teosofia. Essa unidade não é apenas mental, nem apenas sentimental, por mais profunda que possa parecer. É, na verdade, uma percepção que inclui tudo, que faz a pessoa compreender as necessidades do outro, mesmo que o outro não compreenda a sua própria vida. É uma paixão, não simplesmente um sentimento. Os sentimentos podem ser superficiais e mudar de tempos em tempos: essa é a sua natureza. Mas a paixão que trabalha por todas as pessoas e coisas, e através delas, é algo que nunca muda. Ela busca o progresso e a perfeição de todos os seres.

Progresso e perfeição têm a ver não apenas com o lado físico e mecânico de um indivíduo, mas com o senso de unidade que surge das profundezas e exige que todos desfrutem de felicidade e beatitude. Portanto, a compaixão busca não apenas a satisfação das necessidades físicas, emocionais e intelectuais, mas exige uma visão ampla e clara do crescimento de cada pessoa. Em conformidade com essa visão, cada indivíduo crescerá e florescerá segundo sua própria natureza, mas em unidade com a natureza dos outros. Certamente isso torna o todo muito maior do que suas partes. O todo é imaginavelmente belo, mostrando diferentes facetas em diferentes momentos. O atingimento dessa unidade é parte do destino humano. Quando ela é alcançada, do ponto de vista da evolução, o homem verdadeiramente se torna o que deve ser.

Antes de chegar a esse ponto, temos que aprender muito. O processo ocorre lentamente. São necessárias muitas encarnações antes que cada pessoa passe por experiências suficientes e finalmente chegue ao conhecimento interior que começa a lançar luz sobre as experiências. Esse processo, visto por olhos ignorantes, parece não existir, ou essa experiência não parece ocorrer como imaginada, e cada encarnação parece não ter sentido. Mas mesmo então, a alma - um termo que usamos por falta de outro melhor - reconhece alguns aspectos da verdade, sem conhecê-la no nível externo.

O valor de uma encarnação após uma longa jornada é que a pessoa chega ao ponto onde começa a compreender o que tem que aprender. Ela então aprende muitas coisas a respeito da vida do plano físico. Entende que tem que aprender, mesmo quando não sabe o que é realmente importante no aprendizado.

Uma das coisas que ela começa a aprender é a compaixão, através de sofrimentos de vários tipos. Ela compreende que, quando a atitude da pessoa não tem a qualidade compassiva, é provável que venha o sofrimento. Quando está presente, a compaixão planta as sementes da paz e da compreensão, e permite que elas cresçam. Esse processo leva muito tempo. As sementes ficam sob o solo e não são vistas. Elas podem ter que passar um período sob a terra inculta antes de germinar, brotando do solo do desconhecido. Da mesma forma, o resultado de se praticar a compaixão pode permanecer oculto, para um dia emergir do desconhecido e se tornar visível. A pessoa compreende que esse é o único caminho para a verdadeira paz entre as pessoas de características diferentes. Podem dizer que esse é o início de um novo padrão. (...)"

(Radha Burnier - Compaixão: a base para a paz - Revista Sophia, Ano 12, nº 48 - p. 21/22)


terça-feira, 24 de setembro de 2019

DEUS NÃO É INJUSTO

"Se, para achar os seus defeitos, vocês fazem metade do esforço que comumente despendem achando os defeitos dos outros, vocês verão a ligação com a lei de causa e efeito e só isso os libertará, mostrando a vocês mesmos que não existe injustiça.  Só isso lhes será a prova de que não é Deus, nem o destino, tampouco uma ordem injusta no mundo em que vocês tem de sofrer as consequências das limitações das outras pessoas, mas a ignorância, o medo, o orgulho e o egoísmo de vocês que direta ou indiretamente causarão aquilo que pareceu, até aqui, entrar no caminho de vocês sem que vocês nada fizessem para tanto. Descubram esse elo oculto e verão a verdade. Então compreenderão que vocês não são vítimas das circunstâncias nem da imperfeição dos outros, mas são realmente os que criaram a própria vida. As emoções são forças criativas de grande efeito, porque o inconsciente de vocês afeta o da outra pessoa. Essa verdade talvez seja a mais importante para a descoberta  de como vocês provocam os acontecimentos, quer bons, quer maus, favoráveis ou desfavoráveis da vida. 

Depois que vocês passam por essa experiência, podem acabar com a imagem que têm de Deus independentemente de vocês terem medo de Deus, porque acreditam que vivem num mundo de injustiça e receiam tornar-se vítima das circunstâncias sobre as quais não têm controle, ou de rejeitarem a responsabilidade e ficarem à espera de um Deus flexível que os mime, que lhes oriente a vida, tome decisões por vocês, os poupem de dificuldades que vocês mesmos criam. A compreensão de como vocês são a causa dos efeitos da vida de vocês acabará com essas imagens de Deus. Isso constitui um dos momentos decisivos na vida de vocês. 

Só esse momento lhes facultará o reconhecimento de que vocês não são vítimas; de que têm poder sobre a vida; de que são livres e de que essas leis de Deus são infinitamente boas, sábias, amáveis e seguras! Elas não visam transformá-los em fantoches, mas fazer de vocês pessoas totalmente livres e independentes."

(Eva Pierrakos/Donovan Thesenga - Entrega ao Deus Interior - Ed. Cultrix, São Paulo, 1997 - p,54/55)


quinta-feira, 19 de setembro de 2019

A ILUSÃO É PASSAGEIRA

"O homem pode usar equivocadamente seu livre-arbítrio por algum tempo, considerando-se mortal, mas essa ilusão passageira nunca conseguirá apagar em seu íntimo a marca da imortalidade e a imagem divina da perfeição. A morte prematura de uma criança talvez não lhe haja permitido usar seu livre-arbítrio para a virtude ou para o vício. Mas a Natureza trará sua alma de volta à Terra, dando-lhe a oportunidade de usar o livre-arbítrio a fim de redimir o karma passado, que a fez morrer tão jovem, e praticar as boas ações que propiciam a libertação.

Se uma alma imortal não conseguiu, ao longo de uma existência, eliminar as ilusões que a subjugam, precisa de mais períodos de aprendizado para tomar conhecimento de sua imortalidade inata. Só então poderá retornar ao estado de consciência cósmica. As almas comuns reencarnam compelidas por seus desejos mundanos; as almas superiores, ao contrário, apenas em parte vêm à Terra para cumprir o karma, pois seu principal objetivo é atuar como filhos nobres de Deus e apontar às criaturas perdidas o caminho para a morada celeste do Pai."

(Paramhansa Yogananda - Karma e Reencarnação - Ed. Pensamento, São Paulo, 2009 - p. 16)


terça-feira, 17 de setembro de 2019

A MENTE DESPRENDIDA

"A transformação do mundo é provocada pela transformação de si mesmo, porque o self é o produto e uma parte do processo total da existência humana. Para haver transformação, o autoconhecimento é essencial; sem saber o que você é não há base para um pensamento correto, e sem conhecer a si mesmo não pode haver transformação. O indivíduo precisa se conhecer como ele é, não como deseja ser, pois é meramente um ideal e, por isso, fictício, irreal; só esse o que pode ser transformado, não aquele que você deseja ser.

Conhecer-se como se é requer uma mente extraordinariamente alerta, porque o que está constantemente sofrendo transformações, mudanças: e para segui-lo depressa a mente não deve estar presa a nenhum dogma ou crença particular; a nenhum padrão de ação. Se você quiser seguir qualquer coisa, não é bom estar preso. Para conhecer a si mesmo é necessário ter consciência, uma extraordinária atividade da mente em que há a liberdade de todas as crenças, de toda idealização, porque as crenças e os ideais só lhe proporcionam uma cor, pervertendo a  verdadeira percepção. Se quiser saber o que você é, não pode imaginar ou acreditar em algo que você não é. Se eu sou ganancioso, invejoso, violento, o simples fato de ter um ideal de não violência, de não ganância, é de pouco valor... O entendimento do que você é - seja feio ou bonito, malvado ou maligno -, sem distorção, é o início da virtude. A virtude é essencial, pois ela proporciona liberdade."

(Krishnamurti - O Livro da Vida - Ed. Planeta do Brasil, São Paulo, 2016 - p. 37)


quinta-feira, 12 de setembro de 2019

DESTRUIR É CRIAR

"Para ser livre, deve-se examinar a autoridade - todo esqueleto da autoridade -, destruindo todas as coisas sujas. E isso requer energia - energia física real -, e também exige energia psicológica. Mas a energia é destruída, desperdiçada, quando se está em conflito... Então, quando há o entendimento de todo o processo de conflito, há o fim do conflito, há abundância de energia. Logo, você pode prosseguir, derrubando a casa que você construiu no decorrer dos séculos e que não tem nenhum significado.

Destruir é criar. Precisamos destruir, não os prédios nem o sistema social econômico - isso acontece diariamente -, mas o psicológico, o inconsciente e as defesas conscientes, seguranças que foram construídas racional, individual, profunda e superficialmente. Precisamos destruir tudo aquilo que é totalmente indefensável, porque é preciso estar indefeso para amar e ter afeição. Somente então é possível ver e entender a ambição, a autoridade, e se começa a enxergar quando a autoridade é necessária e em que nível - a autoridade do policial, e nada mais. Então, não há autoridade de aprendizagem, não há autoridade de conhecimento, não há autoridade de capacidade - nenhuma autoridade em que a função assuma e se torne status. Para entender a autoridade - dos gurus, dos Mestres, entre outros -, é necessário uma mente muito aguçada, um cérebro claro, não um cérebro lodoso, embotado."

(Krishnamurti - O Livro da Vida - Ed. Planeta do Brasil Ltda., 2016 - p. 28)
www.planetadelivros.com.br


terça-feira, 10 de setembro de 2019

A EXPOSIÇÃO DO INFERIOR REVELA O SUPERIOR

"Imaginem só, meus amigos, a situação bastante penosa e difícil em que vocês se colocam quando escondem aquilo de que mais se envergonham e têm medo. É precisamente por causa dessa ocultação que vocês criam as atitudes que mais odeiam em si mesmos. Vocês as tornam infinitamente piores com os gestos que as encobrem, e depois vocês se tornam cada vez mais convencidos, nos níveis profundos da consciência, de que elas constituem o seu ser real. Esse círculo vicioso faz com que vocês fiquem mais determinados a esconder e, portanto, vocês se sentem mais isolados, mais pessimistas e destrutivos justamente por causa desses métodos de ocultação. Pois ocultar sempre implica projetar a culpa real nos outros, a recriminação, o ato de encobrir a hipocrisia e assim por diante. Por conseguinte, vocês se tornam mais convencidos de que a parte encoberta é a imagem máxima de vocês mesmos para quem não há esperança nenhuma. A verdadeira tarefa de vocês deve começar pela total exposição de vocês mesmos. Afirmei isso muitas vezes, simplesmente porque não há um oposto para esse aspecto do desenvolvimento espiritual. Todos os buscadores do desenvolvimento espiritual que evitam isso enganam-se e devem, num momento ou outro, deparar um despertar difícil e doloroso. Vocês têm de passar por esse processo; têm de expor todas as partes de vocês. Essa exposição, no entanto, também traz em sua esteira a consciência de que a pior opinião de vocês mesmo nunca se justifica, independentemente da feiura dos traços e atitudes que vocês escondem. Elas nunca se justificam porque essas partes são tão somente aspectos isolados da consciência total de que o seu eu real se encarregou. 

À medida que passam por esses estágios, vocês têm consciência do seu Eu superior, não como uma teoria nem como uma premissa filosófica, mas como simples realidade, bem aqui e agora. Vocês se sentem como a entidade real que são, que sempre foram e serão independentemente do que os aspectos isolados da consciência criam na forma de ilusão e loucura. Essa é, de fato, uma tarefa difícil e maravilhosa! Ao fazê-lo, vocês aprendem mais sobre a realidade interior de vocês e sobre todos os seus variados aspectos e níveis de consciência. Vocês passam a ver o acontecimento exterior em relação a sua paisagem interior. Esta não é mais uma analogia simbólica e 'colorida'. Ela é a dura realidade."

(Eva Pierrakos/Donovan Thesenga - Entrega ao Deus Interior - Ed. Cultrix, São Paulo, 2003 - p. 24/25)


quinta-feira, 5 de setembro de 2019

CRISE EXTERIOR E CRISE INTERIOR

"O rigor e a dor de uma crise não são em absoluto determinados pelo fato objetivo. Penso que a maioria das pessoas pode verificar isso facilmente. A maioria das pessoas passou por mudanças sérias, exteriormente. Você pode ter perdido uma pessoa amada, pode ter-se defrontado com mudanças as mais drásticas e com fatos objetivamente traumáticos - guerras, revolução, perda de fortuna e habitação, doença. Entretanto, interiormente, você pode ter-se agitado e sofrido menos do que em situações que exteriormente não se poderiam comparar com a agitação de seus sentimentos interiores. Podemos assim dizer que uma crise exterior pode deixá-lo interiormente mais tranquilo do que uma crise interior. Às vezes o fato objetivamente mais traumático fere menos do que o fato objetivamente menos traumático. Na primeira instância, a mudança necessária ocorre num nível externo, e seu ser interior aceita com mais facilidade, ajusta-se ao melhor, e encontra um novo modo de lidar com ela. No segundo caso, a necessidade de mudança interior esbarra numa resistência maior. Sua interpretação  subjetiva do fato torna a crise desproporcionalmente dolorosa. Às vezes uma pessoa procura encontrar explicações racionais para uma intensidade emocional peculiar dessas - explicações que podem ser chamadas de racionalizações. Às vezes tanto as mudanças e crises interiores como as exteriores encontram a mesma atitude interior.

Quando o processo da crise é aceito e não é mais obstruído, quando a pessoa se põe a andar junto com ele em vez de lutar contra ele, o alívio chega de modo relativamente rápido. Quando o pus escorre do abscesso e as atitudes são ajustadas, a autorrevelação traz paz; a compreensão proporciona nova energia e vitalidade. O processo de cura está em andamento, mesmo quando o abscesso estoura.

A negação desse processo, a atitude interior prolonga a agonia, em meio à qual se diz: 'Eu não quero passar por isso. Tenho de passar por isso? Isto, isso e aquilo está errado com os outros. Se não estivesse, eu não precisaria passar pelo que passo agora.' Essa atitude procura evitar a erupção necessária do abscesso, que consiste num emaranhado doloroso de energia negativa sempre crescente cuja força torna cada vez mais difícil alterar o curso. O ciclo negativo continuado e sua repetição vã e automática de que a consciência não é capaz de parar produzem a desesperança. A repetição e a desesperança podem parar somente através de sua atitude de não mais negar a mudança necessária.

Toda experiência negativa, todo sofrimento, é resultado de uma ideia errada. Um aspecto importante desse trabalho é a articulação dessas ideias. E, entretanto, quantas vezes todos vocês ainda deixam de perceber isso por não manterem em mente esses fatos incontestáveis quando se defrontam com uma situação de infelicidade?

(Eva Pierrakos - O Caminho da Autotransformação - Ed. Cultrix, São Paulo, 2006 - p. 161/162)

terça-feira, 3 de setembro de 2019

A LIBERAÇÃO DO EU ESPIRITUAL

"Seu eu espiritual não pode ser liberado se você não aprender a viver todos os seus sentimentos e se não aceitar cada parte do seu ser, por mais destrutiva que possa ser agora. Por mais negativa, mesquinha, fútil ou egoísta que alguma parte de sua personalidade possa ser - em contraste com outras, mais desenvolvidas - é absolutamente necessário que todos os aspectos do seu ser sejam aceitos e trabalhados. Nenhum aspecto deve ser omitido ou encoberto na esperança presunçosa de que não interessará e de que de algum modo se dissipará. Mas, meus amigos interessa. Nada do que está em você é desprovido de força. Por mais recôndito que um aspecto sombrio possa estar, ele cria condições de vida que você deve deplorar. Este é um dos motivos pelos quais você deve aprender a aceitar os aspectos negativamente criativos em você. Outro motivo é que por mais destrutivo, cruel e mau que possa ser, cada aspecto de energia e consciência é ao mesmo tempo belo e positivo em sua essência original. As distorções devem ser novamente transformadas em sua essência original. A energia e a consciência terão condições de tornar-se novamente fatores positivos de criação somente quando a luz do conhecimento e a intencionalidade positiva se concentrarem sobre elas. Se você não fizer isso, não poderá penetrar em seu âmago criador."

(Eva Pierrakos - O Caminho da Autotransformação - Ed. Cultrix, São Paulo, 2006 - p. 33)