OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


terça-feira, 30 de junho de 2015

A VIDA É CÍCLICA (PARTE FINAL)


"(...) O homem está passando da ideia do Deus Transcendental para a do Deus Imanente: Deus Imanente, acima de tudo, no mais profundo do coração do homem. Daí o rápido e extraordinário crescimento do interesse das pessoas pelo Misticismo, no Ocultismo, na Yoga e pela vida dos grandes Santos e Sábios. Há oitenta anos, um Mestre de Sabedoria fez notar que uma onda de misticismo estava varrendo a Europa. Agora ela está inundando o mundo inteiro e milhares de pessoas, voltando-se para dentro de si, tateiam em busca de Deus, procuram encontrá-Lo, buscam no seu interior o Reino dos Céus e a felicidade duradoura.

Esta é a verdadeira religião; como Dean Inge disse, o misticismo - o conhecimento direto de Deus - é a religião real, e sem seus grandes santos, conhecedores e amantes do Real, nenhum sistema religioso exotérico poderia durar. Mais e mais almas estão perscrutando seu próprio interior, tentando encontrar a realização divina. Isso nos leva a outro grande princípio da Natureza: tudo vem-a-ser. Dentro da bolota¹ está o futuro gigante da floresta; dentro da semente a adorável flor; e dentro da alma do homem, o futuro Deus, o Homem Perfeito. Está no destino do homem que um dia ele aprenda a mergulhar na misteriosa profundidade de seu glorioso ser, pois somente aí se encontra a verdadeira sabedoria e o verdadeiro poder de ajudar.

Essa necessidade humana está sendo preenchida hoje por numerosas escolas de pensamento oculto e místico, algumas sinceras e verdadeiras e outras menos sábias e não devidamente informadas.

(...) A Realidade é o fato puro e simples em toda parte, sem nome, sem rótulo, sem partido. Quando a Ela nos dirigimos, revestimo-la com roupas do pensamento, no qual fomos educados, ou estamos imersos. Mas a Realidade é Una, Simples e Bela. É o topo resplandecente da grande Montanha de Deus, e o homem minúsculo começa a ascendê-la, partindo de qualquer ponto em sua base e escolhe o caminho que melhor lhe parece. Mas, chega ao Cume Resplandecente, vê que todas as estradas se juntaram, e apenas resta aquilo que o nobre Plotino chamou ‘o voo do um para o Uno’."

¹ Bolota (acorn, no original) é o pequeno fruto do carvalho. (N.T.)

(Clara Codd - A Técnica da Vida Espiritual - Ed. Teosófica, Brasília, 2013 - p. 11/12)
www.editorateosofica.com.br


segunda-feira, 29 de junho de 2015

A VIDA É CÍCLICA (1ª PARTE)

"É notório que o mundo se encontra agora no limiar de uma Nova Era.

A vida se processa em ciclos, nunca numa linha reta invariável. Este grande princípio é sempre válido. Não há uma tarde que não leve a outra manhã, nem inverno que não preceda outra primavera. O ‘dia’ de um homem, segue exatamente a mesma série. O primeiro arco da vida do homem é de avanço, crescimento, progresso; o segundo é de volta, de lenta decadência das forças vitais, do princípio da paz noturna.

Isso é verdade não somente para um dia, um ano, um ciclo vital, mas também para a vida coletiva de cada nação, civilização, planeta, sistema solar e, até mesmo, para o próprio universo ilimitado. Esta é a lei cíclica universal, movimento eterno, ritmo das marés altas e baixas de toda a Natureza. É assim que uma nação chega à extinção e deixa de existir, mas as almas que nela vivem renascem numa nova raça. Podemos ver os traços dos romanos, colonizadores obedientes às leis, nos ingleses modernos, e os meticulosos artistas gregos nos franceses de hoje.

As civilizações, que as nações criam e corporificam, têm seu grande dia e depois passam, e de suas cinzas surge um novo e mais elevado conceito de vida. A consciência coletiva da humanidade atravessa muitos desses ciclos, e nisso, embora as formas possam ser destruídas, a vida imortal persiste e logo se expressa em novas formas. 
Muda a antiga ordem, dando lugar a uma nova,
E Deus Se realiza de muitas maneiras,
Não deixando que um velho hábito venha a corromper o mundo.
Um ciclo como esse, de aproximadamente 2.000 anos, está se encerrando agora. A humanidade encontra-se agora ‘um passo mais próxima de sua casa’. Os sinais de encerramento de um ciclo são desordens generalizadas, caos, mudanças, cataclismos. Daí lentamente emerge o esboço do novo ciclo. Por exemplo, agora é claro que a idade do isolamento, dos impérios, do domínio de uma nação por outra são fatos do passado. A união de todo o mundo pelo rádio, televisão, aviação, etc., pressagiam um sonho do poeta Tennyson: ‘O parlamento do homem, a Federação do mundo’. A Nova Era que agora desponta verá o crescimento do princípio da cooperação entre todas as nações e todas as classes e, assim, o fim da guerra, bem como da pobreza, para o resto da vida neste planeta.

Essas grandes mudanças são realmente acarretadas pelo crescimento da consciência do homem; e isso se projeta no mundo do pensamento religioso ainda com mais intensidade do que no mundo do relacionamento social, sendo este último uma consequência daquele. (...)"

(Clara Codd - A Técnica da Vida Espiritual - Ed. Teosófica, Brasília, 2013 - p. 09/10)
www.editorateosofica.com.br


domingo, 28 de junho de 2015

A BELEZA DA VIRTUDE

"Existem determinadas palavras na língua inglesa - e em outras línguas também - cujo significado nos é apenas parcialmente conhecido porque precisa ser descoberto através da nossa própria vida e ação. 'Sabedoria' é uma palavra assim. Podemos ter um determinado conceito do que ela significa, porém este conceito, mesmo que esteja vago e falho, provavelmente será parcial em sua verdade. Podemos não saber o que é sabedoria em sua verdadeira natureza, sua qualidade, beleza e ação. 

Virtude é outra palavra assim. Às vezes usamos a forma singular 'virtude' para abranger tudo daquela natureza; às vezes falamos sobre 'as virtudes' no plural, distinguindo uma da outra. As virtudes, assim divididas, têm sido classificadas de formas diferentes. 

Por exemplo, no pensamento grego clássico, consideravam justiça, temperança, coragem e prudência como as virtudes principais. Essas palavras, sendo traduções do grego original, podem não transmitir exatamente o sentido em que eram entendidas naquele tempo. Mas, usando as palavras para referir-se ao seu significado atual comum, não parece claro o porquê dessas virtudes específicas terem sido consideradas fundamentais, sendo outras presumivelmente adicionais ou subsidiárias. Por mais excelentes que possam ser quando exibem a qualidade correta e indispensável como base para a conduta individual e da sociedade, são virtudes que pertencem ao campo da razão onde se precisa partir das premissas corretas. Qualquer homem inteligente pode ver que a prudência, por exemplo, é necessária para proteger os seus interesses, e a temperança ou a moderação, para assegurar o seu próprio bem-estar. Juntamente com a coragem e a justiça, elas seriam aceitáveis para qualquer homem médio, em conformidade com a sua sabedoria mundana, porém, autointeresse e virtude, em seus aspectos superiores, podem não combinar. 

Quando a influência do cristianismo espalhou-se pela Europa, outras virtudes de um caráter predominantemente não mundano como humildade, caridade, amor e fé, assumiram uma posição de importância. Foram consideradas como as mais próximas do coração de Deus ou da natureza divina."

(N. Sri Ram - Em Busca da Sabedoria - Ed. Teosófica, Brasília, 1991 - p. 40/41


sábado, 27 de junho de 2015

SAIBA OCUPAR-SE (PARTE FINAL)

"(...) O homem ocidental, atuado pela ansiedade, atraído pelo sucesso, esporeado por múltiplas ocupações, é infeliz e vulnerável. Ele precisa, para salvar-se de muitos problemas com os nervos, dar sabedoria a seu agir. Falando em linguagem yogue: substituir a rajacidade pela sattvidade.

Segundo o yoga, há um dinamismo intensíssimo no sábio, que, sentado, medita. Esse dinamismo não pode ser visualizado ou mesmo entendido pelo agitado homem pragmático do Ocidente. Um yoguin em ásana (postura) a meditar dá ao leigo a aparência de estar parado, improdutivo e perdendo tempo. No entanto, ele está num estado altamente dinâmico. Não é, como o homem vulgar o julga, preguiçoso, improdutivo e inoperante.

O preguiçoso é parado como as águas de um banhado. O nervoso homem de negócios é feito mar encapelado pela fúria da tempestade. O sábio que medita está parado, mas sua estática é vertical como a dos giroscópios. A estagnação horizontal do preguiçoso é doença. A agitação do negociante pode levá-lo à doença. A vertical estática na meditação do sábio o leva à santidade ou sanidade, que é a mesma coisa, e lhe descerra um tesouro de criatividade.

O homem superativo se gasta antes, durante e depois. Não se ocupa tão só com o que tem diante de si. Sofre por antecipação, pois se pré-ocupa. Ele sofre também com atraso, pois é presa de remorso, ressentimento ou tristeza pelo que fez, ele se pós-ocupa.

O sábio somente se ocupa. Não se pré-ocupa. Não se pós-ocupa. Não se consome no que está por vir. Não se empenha no que passou. Não sofre na espera. Não se martiriza rememorando. Ele segue o ensino bíblico, vivendo seu dia e deixando que o ontem ou o amanhã cuidem deles mesmos.

Não quer dizer que seja imprudente e irresponsável, mas acha que não é inteligente começar a dançar antes que a música toque nem continuar dançando depois que ela finda.

Sabe prever para prover e não para sofrer."

(Hermógenes - Yoga para Nervosos - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 2004 - p. 193/194)
www.record.com.br


sexta-feira, 26 de junho de 2015

SAIBA OCUPAR-SE (1ª PARTE)

"Chamamos ocupar-se o ato de empregar esforços e recursos para a realização de uma coisa qualquer, seja a solução de um problema, seja a criação de uma obra útil ou bonita, seja fazer qualquer coisa que, estando à nossa frente, não pode deixar de ser feita.

Ocupar-se com eficiência é obter o melhor resultado naquilo que se faz, usando para tal o mínimo de esforço. Ter eficiência é o ideal de todo aquele que trabalha. Depende de muitos fatores, desde a natureza da obra em que nos empenhamos, ao alcance dos meios materiais e instrumentos disponíveis, mas principalmente de concentração mental dirigida ao agir. Descobrir e usar o melhor método para aumentar o rendimento da ação constitui uma arte. É uma arte que deveríamos desenvolver. Yoga é definido por Krishna, no Gita como 'excelência na ação'. O que temos de fazer devemos fazer bem-feito, pois a ação ou obra imperfeita implica realmente numa dívida, a que ficamos vinculados ou presos. Só o perfeito agir ou fazer nos liberta, segundo a escola Suddha Dharma.

A PL (Perfeita Liberdade), moderna ordem religiosa do Japão, para a qual 'a vida é arte', ensina a seus fiéis agir com makoto: com perfeita integração e devoção no que está fazendo não importa a aparente humildade da obra. Aliás não existe obra humilde quando o agente realiza makoto. Quando o agente é mesquinho em si mesmo não importa administre um Estado, o que faz é mesquinho e imperfeito.

Yoga, diferente do que pensam erradamente muitos, não conduz à inação. É ao contrário uma filosofia da ação. É isso sim uma terapêutica contra a agitação. É muito comum confundir agitar-se com produzir. A ação inteligente é serena, mas firme. O homem criativo é sereno e não vive apressado, a sacudir-se aqui e ali, a correr trepidante de uma lado para outro, manejado pela afobação infecunda, fatigante e nervosa. (...)" 

(Hermógenes - Yoga para Nervosos - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 2004 - p. 192/193)
www.record.com.br


quinta-feira, 25 de junho de 2015

A PUREZA DE CORAÇÃO E MENTE NOS TORNA RECEPTIVOS

"Jesus disse: 'Senhor (...) Tu ocultaste estas coisas aos sábios e aos entendidos, e as revelaste aos pequeninos.'³ Estas palavras referem-se à pureza da natureza infantil: confiante, pura e amorosa - pois ainda não adquiriu os hábitos que resultam de lidar com o mundo. Diz-se que até os sete ou oito anos de idade a consciência da criança ainda não mergulhou totalmente no mundo. Por isso é comum ouvir as crianças dizer coisas maravilhosas e mencionar a vida além desta vida, pois elas acabam de chegar do mundo astral. A não ser que tenham sido muito materialistas em vidas anteriores, a mente e o coração das crianças ainda estão puros - até que o mundo as apanhe de novo. 

'Sábios e entendidos', por outro lado, nem sempre significa puros. Uma pessoa pode estar tão enamorada de seu próprio intelecto que se torna presunçosa; acha que sabe mais do que os outros. A esse tipo de pessoa Deus não Se revela. Ele responde aos que têm a natureza simples, amorosa e confiante, como a de um filho pela mãe - aberta e receptiva. Este relacionamento com Deus pode ser cultivado se mantivermos a consciência acima da influência dos desejos, emoções e apegos."

³ Mateus 11:25.

(Sri Daya Mata - Intuição: Orientação da Alma para as Decisões da Vida - Self-Realization Fellowship - p. 23/24
http://www.omnisciencia.com.br/intuicao/p


quarta-feira, 24 de junho de 2015

OFEREÇA-SE POR INTEIRO A DEUS

"(7:16) Aqueles que procuram abrigo em Mim, ó Arjuna, são de quatro tipos: os infelizes; os ansiosos por sabedoria; os ávidos de poder (neste ou em outro mundo) e os (já) perfeitamente sábios.

Na guerra, os soldados costumam dizer: 'Não há ateus na trincheira.' Muitas pessoas que se voltam para Deus fazem-no em tempos de aflição. (Elas se perguntam por que Deus permite tanto sofrimento! Mas que outro incentivo haveria para que O procurassem em busca de ajuda?)

Perplexos ante os incontáveis absurdos da vida, uns poucos (aqueles que se cansaram de brandir o punho para Deus) procuram-no a fim de entender o que se passa. 'Por quê?', perguntam sem cessar. Quando essa pergunta é feita com sinceridade, as respostas começam a surgir: nos livros; por boca de professores letrados; nos ensinamentos de mestres com variado grau de compreensão nascida da experiência. Mas somente quando a pessoa deseja realmente saber é que Deus lhe envia alguém que, ele próprio, sabe: um autêntico guru.

Muitas vezes, no caminho para a sabedoria, as pessoas se desgarram em consequência da ânsia de adquirir poderes e presenciar milagres. Correm para sessões espíritas. Procuram taumaturgos. Espalham boatos (especialmente na Índia) sobre cada 'santo' que conheceram e viram operar maravilhas. Adquirir poder sobre a matéria ou o mero desejo de ostentá-lo pode mantê-los durante várias encarnações presos à rede da ilusão.

Finalmente, aqueles que procuram perfeição na sabedoria, deixando de parte todos os outros 'atrativos', oferecem-se por inteiro a Deus. Esses, dentre todos os virtuosos, são os que mais agradam a Deus."

(A Essência do Bhagavad Gita - Explicado por Paramhansa Yogananda - Evocado por seu discípulo Swami Kriyananda - Ed. Pensamento, São Paulo, 2006 - p. 301/302)
www.pensamento-cultrix.com.br


terça-feira, 23 de junho de 2015

RETO FALAR

"Que uso tem feito você de sua fala?

Quem usa a linguagem para mentir, enganar, explorar, manobrar, agredir, praguejar, seduzir... acredite, está se condenando ao sofrimento, se já não estiver sofrendo as consequências do mau uso que fez antes. Já sabemos o que espera aquele que corrompeu o talento da expressão oral.

Administre, com sabedoria e vigilância, suas palavras, jamais empregando-as para difamar, intrigar, iludir, ferir...

Pela palavra você pode levantar o deprimido, pacificar o aflito, esclarecer o iludido, encorajar o amedrontado, curar o doente, indicar o caminho, alegrar o triste, defender a verdade e a justiça, promover a concórdia...

A palavra tem poder mágico, tanto para construir como para destruir.

Fale com prudência, verdade, amor e firmeza.

Que minha palavra faça florescer o bem na humanidade." 

(Hermógenes - Deus investe em você - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1995 - p 96)


segunda-feira, 22 de junho de 2015

A MORTE LIBERTA

"Não tema a morte. A morte liberta e ninguém morre duas vezes. Quando a morte vem, a causa do medo desaparece. Quando o sofrimento é intenso, a morte nos livra das dores físicas e mentais.

Mate o medo sabendo que está protegido pelas muralhas da Eterna Segurança de Deus, que está a salvo mesmo com a morte batendo à sua porta. Os raios protetores de Deus podem varrer as nuvens ameaçadoras do juízo final, acalmar as ondas do castigo e mantê-lo em segurança ainda que você esteja no campo de batalha da vida à mercê dos projéteis da agressão. Sem Deus, nossa vida, saúde e prosperidade não estão seguras mesmo que nos encerremos numa fortaleza de opulência rodeada de trincheiras inexpugnáveis.

Quando o medo aparecer, contraia-se e relaxe, respirando fundo várias vezes. Acenda a lâmpada da serenidade e da indiferença. Faça com que toda a sua maquinaria mental desperte e acompanhe ativamente a vibração da vontade. Depois, aplique essa vontade às engrenagens da bravura cautelosa e do discernimento contínuo, que devem girar sempre e produzir soluções mentais para afastá-lo da calamidade iminente."

(Paramhansa Yogananda - A Sabedoria de Yogananda: Como Alcançar o Sucesso - Ed. Pensamento, São Paulo, 2011 - p. 43)


domingo, 21 de junho de 2015

A VERDADE E A EVOLUÇÃO

"Nós não podemos pensar em qualquer vício como uma parte do Ego em sua própria e verdadeira morada no plano mental superior. Um vício em uma personalidade aqui abaixo é ausência da virtude, que não tem contudo sido construída no Ego. (...) Não obstante, em princípio, todas as virtudes existem em cada Ego, mas elas existem adormecidas e não como realidades. Lendo as várias séries de 'Vidas', parece, certamente, que uma virtude é muito lentamente construída no Ego. Talvez no caso de Egos que cresceram muito em intuição, bastarão duas ou três experiências, mas com aqueles que não são assim dotados parece que são necessárias dúzias da mesma experiência para ensinar uma lição.

Um Mestre Adepto disse uma vez que a evolução é um processo lento, cuja velocidade pode ser comparada com uma progressão aritmética, por exemplo: 2 - 4 - 6 - 8 - 10 e assim por diante. Mas quando um homem conhece a verdade, e a vive, então, o seu progresso é como uma progressão geométrica: 2 - 4 - 8 - 16 - 32 e assim por diante. Aqui existe o valor para aquele que conhece o 'Plano de Deus, que é a Evolução' como se revela em Teosofia. Embora ele não possa mudar o seu caráter em perfeição por um milagre, tem mais poder de vontade para fazê-lo somente porque ele compreende. No momento em que alcança a compreensão, pode saber, se tentar, se a sua vontade é paralela ou não com a Grande Vontade. Assim vem a confiança para seguir 'o relâmpago interno' de sua intuição, uma força para resistir aos impactos do karma, e uma garantia de que ele não só viu a Meta, mas está trilhando a Senda que a ela conduz. Ele sabe, então, que de todas as coisas, é este conhecimento que unicamente vale, porque descobre, dentro de si mesmo, um reservatório inesgotável de poder com o qual abrir o seu caminho para o futuro na Eternidade."

(C.W. Leadbeater - As Vidas de Órion - Oriom Editora, São Paulo, 2002 - p. 18/19)


sábado, 20 de junho de 2015

MANTENHA-SE FLEXÍVEL E RECEPTIVO A NOVAS ORIENTAÇÕES

"(...) Pela sua persistência ao orar por orientação e sua calma receptividade, um sentido interior lhe indicará o melhor modo de proceder. Quando isso acontecer, siga adiante com fé total, mas permaneça flexível o tempo todo: 'Parece-me que este é o curso certo a seguir. Mas se a qualquer hora me mostrares que fiz a escolha errada, Senhor, eu retrocederei; aceitarei a Tua correção.'

Às vezes nós nos enamoramos tanto de nossas próprias ideias ou do jeito habitual de fazermos as coisas que nos ressentimos profundamente com a mínima sugestão de outro caminho que possa ser melhor ou igualmente aceitável. Digamos que no seu emprego você se esforce muito para preparar um projeto e suas ideias sejam rejeitadas. O indivíduo limitado pelo ego ficará aborrecido com tal tratamento. Mas essa não é a atitude certa. Não seja o tipo de pessoa irracionalmente apegada às próprias ideias, tipo 'a ideia é minha e é melhor usá-la, senão...' Isso se chama cegueira emocional. Apegar-se teimosamente a uma ideia só porque é 'nossa' impede que reconheçamos as oportunidades que surgem para expandir nossa percepção e entendimento. 

Lembro-me das muitas vezes em que Paramahansaji entregava o mesmo projeto a dois ou três diferentes discípulos para que trabalhassem independentemente um do outro. Eu me perguntava por que ele fazia aquilo, uma vez que obviamente ele pretendia utilizar-se do produto final de apenas um discípulo. Mas gradualmente passei a perceber o seu propósito duplo: fazer os discípulos pensar e usar a mente de modo criativo para desenvolver projetos; e assim ele também os treinava a se desapegar daquilo que realizavam. 

O que quer seja, faça-o com entusiasmo, com alegria - mas pense assim: 'Eu fiz para Ti, meu Deus. Entrego os frutos deste trabalho a Ti.' No começo, no meio e no fim do trabalho, entregue mentalmente os seus esforços; ofereça suas ações aos pés de Deus. É assim que vencemos o ego e desenvolvemos receptividade à orientação e à vontade divina. Sem isso somos continuamente desviados por sutis mas persuasivas compulsões egocêntricas, que aparentemente são 'sábias' porque estão em concordância com tendências e desejos muito arraigados."

(Sri Daya Mata - Intuição: Orientação da Alma para as Decisões da Vida - Self-Realization Fellowship - p. 21/23)


sexta-feira, 19 de junho de 2015

AÇÃO: BOA OU MÁ

"(4.18) Verdadeiramente dotado de discernimento é o yogue que vê inação na ação e ação na inação. Tenhamo-lo por sábio entre os seres humanos, pois alcançou o objetivo de (toda) ação (e está livre).
(4.19) Quem nunca age motivado por desejo pessoal e viu seu karma (que o prendia ao ego) incinerado no fogo da sabedoria, (só) esse deve ser tido por sábio.
(4.20) O sábio, depois de livrar-se do apego aos frutos da ação, estar satisfeito e livre (no Eu), não age (de fato) ainda quando pareça extremamente ocupado. 
(4.21) Mesmo quando faz trabalho físico (em oposição ao trabalho de meditação), não incorre (em nenhuma limitação kármica) aquele que renunciou por completo ao sentimento de posse, que não alimenta desejos pessoais e que mantém sob o controle do Eu interior suas emoções (chitta).

Mais vale praticar boas ações, ainda que por maus motivos, do que não praticar ação nenhuma, assegurava meu Guru. Como tudo neste mundo é relativo, toda ação deve ser considerada boa ou má conforme a direção para onde leva quem a praticou. O que é bom para uma pessoa pode ser ruim para outra.

Se, uma bela manhã, o Mahatma Gandhi ou Jesus Cristo acordasse com a decisão: 'Estou farto de servir a humanidade! De agora em diante vou trabalhar duro e ficar milionário!', qualquer pessoa, inclusive o mais empedernido dos materialistas, não exclamaria: 'Este homem é um degenerado!'? Mas se um preguiçoso saltasse de manhãzinha de seu leito de ociosidade expressando a mesma resolução, todos - mesmo os santos - não diriam que suas intenções eram boas e sadias? Tudo é questão de onde se vem e para onde se vai.

Cavar um poço - mero trabalho físico, em suma - pode ser bom, mau ou embrutecedor, dependendo da atitude de quem o faz. Duas pessoas podem trabalhar juntas lado a lado no mesmo ofício, mas uma estar motivada por medos ou desejos oriundos do ego e a outro pretender unicamente agradar a Deus. Um age sob o jugo do ego; a outra, em plena liberdade espiritual."

(A Essência do Bhagavad Gita - Explicado por Paramhansa Yogananda - Evocado por seu discípulo Swami Kriyananda - Ed. Pensamento, São Paulo, 2006 - p. 193/194)


quinta-feira, 18 de junho de 2015

CONHECE OS MILIONÁRIOS DA FELICIDADE! (PARTE FINAL)

"(...) Quando Jesus morreu na cruz não possuía mais nada; até as suas últimas vestimentas já tinham sido distribuídas pelos soldados que o vigiavam. Restavam-lhe, é verdade, os dois tesouros vivos: sua mãe e seu discípulo predileto, João; mas até deles se desfez antes do derradeiro suspiro: 'Senhora, eis aí teu filho! discípulo, eis aí tua mãe! Durante sua vida, como ele dizia, era mais pobre do que as raposas da terra e as aves do céu, não porque não pudesse ter bens externos, mas porque deles não necessitava, uma vez que possuía a plenitude do bem interno, a felicidade'.

Na véspera da sua morte voluntária, disse ele aos seus discípulos: 'Eu vos dou paz, e vos deixo a minha paz, para que minha alegria esteja em vós, seja perfeita a vossa felicidade, e nunca ninguém tire de vós a vossa felicidade'.

Assim fala um milionário de felicidade.

'Transbordo de júbilo no meio de todas as minhas tribulações!' exclama Paulo de Tarso, um dos maiores sofredores da humanidade e que conheceu poucos dias de saúde em sua vida.

Em última análise, quem nos redime da nossa infelicidade e nos induz no reino da felicidade imperturbável é o nosso Cristo interno, o espírito de Deus que habita em nós. O grande segredo está em despertar em nós o nosso Cristo e entregar-lhe as rédeas da nossa vida. O resto vem por si mesmo.

Mas isto não é virtude - isto é sabedoria, é o conhecimento da última e suprema verdade dentro de nós mesmos. O homem é senhor e soberano de tudo que sabe - mas é escravo de tudo que ignora. O saber espiritual nos liberta da infelicidade e nos dá felicidade - a ignorância espiritual nos escraviza e nos torna infelizes."

(Huberto Rohden - Porque Sofremos - Ed. Martin Claret, São Paulo, 2004 - p. 100/101)


quarta-feira, 17 de junho de 2015

CONHECE OS MILIONÁRIOS DA FELICIDADE! (2ª PARTE)

"(...) Existe uma renúncia negativa e destruidora - mas existe também uma renúncia positiva e construtora. Pode-se desertar de tudo por excessiva infelicidade, destruindo a própria vida dos corpos - e pode-se abandonar tudo por excesso de felicidade, até a vida física. Quem encontrou o seu verdadeiro Eu assume atitude de benévola indiferença em face do que é seu

Há homens escravizadamente escravos.

Há homens livremente livres.

E há homens livremente escravos, homens tão soberanamente livres de todas as escravidões internas que podem voluntariamente reduzir-se a uma escravidão externa, por amor a um ideal ou à humanidade.

Esses homens livremente escravizados por amor são os grandes milionários da felicidade.

Albert Schweitzer, quando estudante universitário de 21 anos, sentiu dentro de si tamanha abundância de felicidade que resolveu consagrar o resto da sua vida ao serviço imediato da parte mais infeliz da humanidade, o que fez durante 52 anos até a idade de 90 anos, alquebrado de corpo, porém jovem de alma. 

Mahatma Gandhi, aos 37 anos, adotou a humanidade inteira por sua família, gesto esse que foi acompanhado espontaneamente por sua esposa, não menos abnegada e feliz que o grande líder espiritual e político da Índia; e, depois de serem pais de quatro filhos físicos, se tornaram pais de milhões de filhos metafísicos. Os bens materiais que Gandhi deixou após a morte foram três: uma caneta-tinteiro, um relógio barato e uma tanga. O 'homem feliz' da fábula nem necessitava duma camisa para ser feliz, porquanto a necessidade dos bens externos decresce na razão direta do aumento do bem interno. (...)"

(Huberto Rohden - Porque Sofremos - Ed. Martin Claret, São Paulo, 2004 - p. 100)


terça-feira, 16 de junho de 2015

CONHECE OS MILIONÁRIOS DA FELICIDADE! (1ª PARTE)

"No meio das trevas da infelicidade aguda e das penumbras do descontentamento crônico, convém que o homem levante os olhos para as luminosas alturas de algum dos grandes milionários da felicidade. 

Tem havido, e há, na história da humanidade, muitos homens felizes, homens que tiveram o bom senso de construir a sua felicidade de dentro, e não a esperavam, de fora, das circunstâncias fortuitas do ambiente. Verdade é que a verdadeira felicidade é silenciosa como a luz, ao passo que a infelicidade costuma ser barulhenta; e por isto sabemos de tantos infelizes e tão pouco de homens felizes. De quando em quando, porém, a silenciosa felicidade dos felizes se irradia pelo ambiente de tal modo que até os infelizes percebem algo dessa luminosidade. E, por via de regra, os homens felizes são encontrados lá onde os profanos não os esperavam encontrar - no meio dos sofrimentos... 

Job, Moisés, Buda, São Francisco de Assis, Jesus, Paulo de Tarso, e tantos outros, encheram séculos e milênios com a exuberância da sua felicidade - sua felicidade sofrida.

Em nossos dias, houve dois homens eminentemente felizes: Mahatma Gandhi e Albert Schweitzer. O primeiro, assassinado na Ásia; o outro, que viveu mais de meio século, nas selvas da África, a fim de repartir com seus irmãos negros o grande tesouro da sua felicidade. 

Naturalmente, quem confunde felicidade com prazer, e infelicidade com sofrimento, jamais compreenderá que homens dessa natureza possam ser milionários da felicidade. No entanto, eles o foram. E nenhum deles jamais se arrependeu do preço pelo qual adquiriu esta felicidade: a renúncia voluntária. (...)"

(Huberto Rohden - Porque Sofremos - Ed. Martin Claret, São Paulo, 2004 - p. 99/100)


segunda-feira, 15 de junho de 2015

A SABEDORIA VEM DO DISCERNIMENTO

"A Bíblia diz: 'Sim, com tudo o que possuis adquirireis o entendimento' (Provérbios 4:7). Qual é, as pessoas podem perguntar o significado de "adquirireis o entendimento'? O entendimento mencionado é a sabedoria, que segundo o Mestre não vem dos livros, mas do discernimento.

- O discernimento é necessário e não surge apenas pelo raciocínio, mas também pela intuição da alma. A razão pode ajudar uma pessoa a entender o como das coisas - isto é, como elas funcionam, como elas ocorrem. Contudo, isso não pode mostrar à pessoa as inter-relações sutis entre as coisas. Também não pode, de uma maneira mais profunda, mostrar o porquê delas. O discernimento é um exercício individual; é a onda consciente de que está dançando no oceano do Espírito. A sabedoria vem com o aprofundamento da percepção que uma pessoa tem do Absoluto. A compreensão do que é sabedoria é universal - explica o Mestre."

(Swami Kriyananda - Diálogos com Yogananda - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 2007 - p. 323)


domingo, 14 de junho de 2015

O MAL É ILUSÃO

"'O mal é a ausência da verdadeira alegria.' Essas palavras pareceram obscuras para um certa discípula quando eu as citei alguns anos depois. Eu, desde então, ponderei a expressão de maneira mais profunda e percebo que ela realmente guarda um sentido obscuro em uma verdade profunda.

O mal é ilusão. Ele é o véu que cobre a natureza alegre da alma. Alguém que sai de seu caminho espiritual fracassa ao reconhecer que, ao fazer isso, despreza a alegria de seu próprio ser. A escolha diante do aspirante espiritual deve ser levada muito a sério. Não é uma questão simples. Ela não trata de estágios relativos de realização: alegrias maiores e menores, por exemplo. É algo muito mais drástico. É simplesmente uma escolha entre alegria e sofrimento.

As escolhas oferecidas pelo mundo não são tão exageradas. As pessoas iludidas enfrentam vários graus de realização e dor. Elas se sentem melhor, por exemplo, quando servem aos outros do que quando pegam o possível para si mesmas. No entanto, a escolha entre buscar Deus e se distanciar Dele é absoluta. Não buscá-lo, ou pior, afastar-se Dele, ou - Deus me perdoe! - voltar-se contra Ele, é optar ostensivamente pela ilusão. Isso é, tendo a pessoa percebido ou não, escolher o mal. O que mais pode ser a rejeição de Deus senão algo ruim? O mal deturpa a natureza verdadeira de busca pela felicidade interior da pessoa."

(Swami Kriyananda - Diálogos com Yogananda - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 2007 - p. 214)


sábado, 13 de junho de 2015

CONTROLE TEUS SENTIMENTOS

"Você deve sacrificar, não o carneiro balindo ou um cavalo, ou uma vaca, mas sua própria animalidade - a luxúria e a ambição, o ódio e a malignidade bestiais. Sacrifique tudo isto, e o céu de paz imperturbável será seu. Matar um carneiro (sheep) é um truque barato (cheap) que não aproveitará a ninguém. O que lhe é solicitado é que mate o carneiro que tem dentro de você - o animal covarde que se diverte dentro da massa e que acompanha a fúria cega e violenta do rebanho. 

Os desejos que se grudam à mente são os responsáveis pelas manchas na interna consciência do homem. Controle seus sentimentos (a sensualidade). Não se submeta a suas insistentes demandas em prol de serem gratificados. Quando um cadáver é colocado sobre uma pira, e depois esta é acesa, tanto o cadáver quanto a pira serão reduzidos a cinza. Assim também, quando nos negamos à sensualidade, a mente também é aniquilada. Quando a mente desaparece, morre a ilusão, e assim a libertação acontece."

(Sathya Sai Baba - Sadhana, O Caminho Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1993 - p.155)


sexta-feira, 12 de junho de 2015

AUTOCONHECIMENTO

"Desconfie dos que vivem apontando os defeitos, falhas, pecados e inferioridades dos outros. 

Nisto eles ou elas conseguem momentos de distração em relação a seus próprios defeitos, falhas, pecados e inferioridades.

A pessoa que cultiva a paz, a felicidade, a saúde, o que há de melhor em si, usa seu tempo na procura de saber sobre os aspectos negativos que ainda tem em si, não para lamentar, mas para reduzi-los. E deixa os outros para lá.

Conhecer os defeitos dos outros não ajuda.

Atrapalha somente.

Conhecer os nossos nos melhora.

Preciso tirar a venda de meus olhos e assim poder ver o que em mim deve mudar, para poder Te ver, Senhor."

(Hermógenes - Deus investe em você - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1995 - p. 94)


quinta-feira, 11 de junho de 2015

LEALDADE AO GURU E AOS SEUS ENSINAMENTOS (PARTE FINAL)

"(...) Paramahansaji falou várias vezes sobre o assunto. Ele disse: 'Muitas pessoas temem se tornar mentalmente limitadas, antes mesmo de terem aprendido a terem equilíbrio. Os buscadores artificiais, no afã de ostentarem mente aberta absorvem indiscriminadamente ideias diferentes sem antes destilar, através de sua própria realização, a essência da verdade nelas contida. O resultado de semelhante atitude é uma consciência espiritualmente fraca, diluída. Mesmo estimando e respeitando todos os verdadeiros caminhos religiosos e todos os verdadeiros instrutores espirituais, notem que sou totalmente fiel ao meu caminho e ao meu mestre'.

'Todas as religiões verdadeiras levam a Deus', disse ele. 'Procura até encontrares o ensinamento espiritual que atraia  e satisfaça plenamente teu coração. E, ao encontrá-lo, não permitas que nada afete a tua lealdade. Dedica a esse caminho toda a tua atenção. Focaliza a tua consciência totalmente nele e alcançarás os resultados que procuras.'

Referindo-se à lealdade, nosso Gurudeva¹ Paramahansaji fazia, às vezes, a seguinte comparação: 'Suponhamos que alguém esteja doente e consulte um médico que lhe receita um determinado remédio para curá-lo. Ao obter o remédio, o indivíduo o leva para casa e o usa de acordo com as instruções médicas. Mas, ao receber a visita de amigos que tomam conhecimento do seu estado, pode ser que cada um exclame: 'Ah, eu sei tudo a respeito desta doença! Você deve tentar isto e aquilo'. Se dez pessoas lhe oferecessem dez remédios diferentes e se o indivíduo tentasse tomá-los todos, suas possibilidades de cura seriam muito duvidosas. O mesmo princípio se aplica à importância da lealdade às instruções do guru. Não misture remédios espirituais'.

Lealdade divina significa reunir a atenção, afeição e esforço dispersos, concentrando-os unicamente na meta espiritual. O discípulo fiel avança rapidamente no caminho que leva a Deus. Paramahansaji expressou o papel do guru da seguinte forma: 'Posso te ajudar ainda mais, se evitares dispersar tuas forças. A sintonia com o guru é alcançada através da lealdade total a ele, a seus representantes e à sua obra; através da obediência voluntária aos seus conselhos (sejam estes verbais ou escritos); visualizando-o no olho espiritual; e também pela devoção incondicional. (...) Nas almas dos que estão em sintonia com ele, o guru pode construir um templo de Deus'. É somente através da lealdade que somos capazes de canalizar nossos esforços, concentrando-os efetivamente na busca de Deus. A consciência do discípulo fiel é magnetizado pelo amor divino, e é irresistivelmente atraída para Deus."

¹. 'Mestre Divino', termo sânscrito comumente usado pelo discípulo para designar seu preceptor espiritual.

(Mrinalini Mata - O Relacionamento Guru-Discípulo - Self-Realization Fellowship - p. 14/17)


quarta-feira, 10 de junho de 2015

LEALDADE AO GURU E AOS SEUS ENSINAMENTOS (1ª PARTE)

"O primeiro princípio que rege o relacionamento entre guru e o discípulo é a lealdade.

O ego, consciência e autoafirmação do pequeno 'eu', é o único obstáculo que nos mantém separados de Deus. No exato momento em que banirmos o ego, compreenderemos que somos, sempre fomos e seremos um com Deus. O ego, como uma nuvem de ilusão, envolve a alma e dilui sua consciência pura com infindáveis conceitos errôneos a respeito da sua própria natureza e da natureza do mundo. Um dos efeitos da ilusão produzida pelo ego é a inconstância. À medida que o buscador da Verdade começa a manifestar as qualidades divinas de sua alma, ele elimina essa imprevisível tendência peculiar à natureza humana e se torna uma pessoa leal e compreensiva.

A lealdade ao guru é um dos passos mais importantes do discipulado. A maioria dos seres humanos ainda não aperfeiçoou esta qualidade, nem mesmo em relação à própria família, ao esposo, à esposa ou aos amigos. É por esse motivo que o conceito de lealdade ao guru não é plenamente compreendido. Para ser um verdadeiro discípulo, o chela deve ser leal ao guru enviado por Deus, mantendo-se totalmente fiel aos seus ensinamentos.

Lealdade não significa estreiteza de espírito. O coração leal a Deus e a Seu representante é magnânimo, compreensivo e compassivo para com todos os seres. Permanecendo incondicionalmente leal ao seu próprio guru e aos seus ensinamentos, o devoto é capaz de captar as demais manifestações da Verdade em sua perspectiva correta, conferindo-lhes devida consideração e respeito. (...)"

(Mrinalini Mata - O Relacionamento Guru-Discípulo - Self-Realization Fellowship - p. 12/14)


terça-feira, 9 de junho de 2015

COMO LIDAR COM AS EMOÇÕES NEGATIVAS

"Diga sempre a si mesmo: 

Minha tarefa é a mais fascinante de todas. Ela me mantém tão ocupado que não sobram tempo nem energia para me inquietar com os assuntos de outras pessoas. Estou empenhado na missão de fugir da ignorância para a compreensão e a iluminação. Essa tarefa monopoliza toda a minha atenção para dominar pensamentos e emoções de cólera, inveja, orgulho, vingança, medo, carência e enfermidade. Devo reconhecer e eliminar tais obstáculos para sempre, de modo que, quando os últimos resquícios de negação desaparecerem, a água pura da vida possa brotar e fluir livremente através de mim para abençoar a todos. Eis aí o meu trabalho. Poderia me contentar com menos? 

A raiva não é um antídoto para a raiva. Uma raiva violenta pode suprir uma raiva mais fraca, mas nunca a extinguirá. Quando você estiver com raiva, não diga nada. Pense na raiva como uma doença - um resfriado, por exemplo - e, trate-a com os banhos quentes mentais da lembrança de pessoas com quem você jamais poderia ficar enraivecido, não importa o que fizessem. Se sua raiva for muito violenta, tome um banho frio, borrife a cabeça com água fresca ou coloque gelo na medula e nas têmporas, logo acima das orelhas, no alto da cabeça e na testa, especialmente entre as sobrancelhas.

Quando a raiva irromper, ligue o mecanismo da serenidade; deixe que esta acione as engrenagens da paz, do amor e do perdão. Destrua a raiva com esses antídotos. Assim como você não gosta que os outros se encolerizem com você, os outros não gostam de ser alvo de sua raiva intempestiva. Pense em amor. Quando você imita o Cristo e vê a humanidade como irmãos que se magoam (pois não sabem o que fazem), não consegue sentir raiva de ninguém. A ignorância é a mãe de todas as raivas.

Aperfeiçoe a razão metafísica e, com ela, elimine a raiva. (...) Liquide mentalmente a raiva dizendo a si mesmo: 'Não envenenarei minha paz com a raiva; não perturbarei minha calma habitual, fonte de alegrias, com a irritação.'"

(Paramhansa Yogananda - A Sabedoria de Yogananda, Como Ter Coragem, Serenidade e Confiança - Ed. Pensamento, São Paulo, 2012 - p. 75/77)
www.editorapensamento.com.br

segunda-feira, 8 de junho de 2015

CAMINHO DA LIBERTAÇÃO

"Thithiksha significa equanimidade em face dos opostos, suportando serenamente a dualidade. É o privilégio do forte e o tesouro do bravo. Os fracos serão tão agitados como as penas de um pavão; estão sempre inquietos, sem um minuto de estabilidade. Oscilam feito pêndulo, de um lado a outro: uma hora, alegria; no instante próximo tristeza.

Thithiksha não é a mesma coisa que sahana¹, pois sahana significa suportar, tolerar, aguentar uma coisa somente porque não se tem outro jeito. Se você tem capacidade para vencê-la, mas, ainda assim, nega-lhe atenção, isto sim, é disciplina espiritual. 

Conviver pacientemente com o mundo externo da dualidade, combinando isso com uma vivência de equanimidade e paz internas, é o caminho da Libertação. Levar tudo com analítica discriminação é o tipo de sahana que conduzirá a bom resultado."

¹ Sahana - fortaleza, paciência.

(Sathya Sai Baba - Sadhana, O Caminho Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1993 - p. 116)


domingo, 7 de junho de 2015

CARIDADE

"É muito fácil ver caridade no que apenas parece ser; é muito difícil se dizer, com justiça, se uma pessoa é caridosa.

A 'caridade' espetacular, publicamente exibida, efetivamente pode ser proveitosa aos pobres, mas só a eles. Os que se mostram caridosos podem ser úteis aos necessitados, e isto é bom para estes. Mas, na medida em que, exibindo caridade, homens e mulheres se credenciam à admiração pública ou procuram recompensas vindas da justiça de Deus, se iludem quanto aos frutos espirituais. É o egoísmo o que leva pessoas a posarem de caridosas.

Travestidos de caridosas e convencidas de que o são, elas permanecem presas da ilusão e sempre no culto do inimigo maior de cada um - exatamente o ego.

Só a caridade verdadeira é benéfica àquele que dá, e a condição de ser verdadeira é exatamente não se fazer cálculo dos benefícios a serem colhidos. Quem espera recompensas da 'caridade' é o ego em nós.

'Quem dá aos pobres empresta a Deus' - é uma infeliz expressão de uma triste barganha, na qual os pobres entram como mercadoria, e Deus como um 'freguês'.

Ensina-me, Senhor, a doar e a doar-me sem nada esperar."

(Hermógenes - Deus investe em você - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1995 - p. 59/60)
www.record.com.br


sábado, 6 de junho de 2015

OBSERVE A NATUREZA

"Ao caminhar ou descansar em meio à natureza, respeite esse reino deixando-se estar totalmente nele. Pare e fique em silêncio. Olhe. Ouça. Veja como cada planta e cada animal são completos em si mesmos. Ao contrário dos seres humanos, eles não se dividem. Não precisam afirmar-se criando imagens de si mesmos, e por isso, não precisam se preocupar em proteger e realçar essas imagens. O esquilo é ele mesmo. A rosa é ela mesma.

Tudo na natureza é um e, ao mesmo tempo, é um com o todo. Nenhum elemento se afastou do tecido do todo em busca de uma existência separada: 'eu' e o resto do universo.

Contemplar a natureza pode libertar você desse 'eu', que é o grande causador de problemas.

Preste atenção nos inúmeros pequenos sons da natureza: o farfalhar das folhas ao vento, os pingos da chuva, o zumbido de um inseto, o primeiro trinar de um pássaro no alvorecer. Dedique-se inteiramente ao ato de ouvir. Para além dos sons existe algo maior: um sentido de sagrado que não pode ser entendido através do pensamento." 

(Eckhart Tolle - O Poder do Silêncio - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2010 - p. 51


sexta-feira, 5 de junho de 2015

DEFENDA O QUE É CERTO

"Estamos na Terra por muito pouco tempo, e logo partimos. Não se apegue nem se prenda a nada. Na primeira vez em que fui convidado para ser cidadão deste país, recusei, porque não queria ser chamado de cidadão de nenhum país. Meu país são todas as nações; sou um cidadão do mundo. Meu Pai é Deus e minha família é toda a humanidade. Quem pode me contradizer nisso? Se eu tiver de lutar, será pela justiça. Defenderei os Estados Unidos quando tiverem razão, mas não lutarei pelo país quando ele estiver errado. Sempre que seu país estiver certo, lute por ele. Sempre que sua família estiver certa, dê-lhe apoio. Sempre que seus amigos estiverem certos, colabore com eles. Vê como é claro? Você não pode negar a justiça deste princípio. Este é o princípio divino ensinado por Krishna, Cristo e todos os grandes mestres. E é o que vai trazer a paz duradoura ao mundo.

Vou contar uma história: havia um juiz muçulmano muito ortodoxo e preconceituoso. Um aldeão hindu foi levado à sua presença e o juiz perguntou do que o acusavam. Ele respondeu: 'Meritíssimo, devo declarar que seu touro brigou com meu touro, quebrou seus chifres e ele agora está morrendo.'

O juiz retrucou: 'Bem, você sabe que os animais brigam. Caso encerrado.'

Ao ouvir isto, o esperto aldeão disse: 'Meritíssimo, cometi um erro. O que eu quis dizer é que o meu touro quebrou os chifres do seu; é o touro que lhe pertence que está à morte.'

O juiz ficou furioso e aplicou uma multa equivalente a 50 dólares no aldeão. Na hora em que o touro do juiz é que estava morrendo, seu 'julgamento' foi diferente. A moral é: seja sempre um juiz pleno de discernimento e entendimento. Faça primeiro o teste em si mesmo e em seus motivos. Sempre que tiver alguma dúvida no coração, julgue a si mesmo perante o seu próprio tribunal interior."

(Paramahansa Yogananda - O Romance com Deus - Self-Realization Fellowship - p. 254/255)


quinta-feira, 4 de junho de 2015

COMPAIXÃO

"'O caminho de todos é basicamente igual. Devemos aprender certos gestos e atitudes enquanto estamos no estado físico. Alguns aprendem mais rápido do que os outros. Caridade, esperança, fé, amor... devemos saber essas coisas e sabê-las bem. Não existe apenas uma esperança, uma fé ou um amor - há tantas coisas envolvidas em cada um. Há tantas maneiras de demonstrar.'

Albert Einstein afirmou: 'O ser humano é parte de um todo que chamamos de universo, uma parte limitada no tempo e no espaço. A pessoa experimenta a si mesma, seus pensamentos e sensações como algo separado do restante - trata-se de uma espécie de ilusão de ótica de sua consciência. Essa ilusão nos aprisiona, limitando-nos a nossos desejos individuais e a sentirmos afeto apenas pelas pessoas mais próximas. nossa tarefa deve ser libertar a nós mesmos dessa prisão, alargando nosso círculo de compaixão para podermos abarcar todos os seres viventes e a natureza inteira.' (...)

Compaixão, cooperação, carinho pelos vizinhos e responsabilidade comunitária não são matérias da economia. São atitudes do coração e não podem ser reguladas por leis ou impostas de fora para dentro. elas precisam ser aprendidas em nosso íntimo. 

Não importa se a nossa nação ou comunidade pratica um determinado sistema econômico ou político. Os frutos de nosso talento e esforços deveriam ser compartilhados por toda a nossa comunidade, distribuídos - depois de reservarmos aquilo de que precisamos para nossas famílias - com compaixão e amor entre as pessoas. É o coração generoso de cada um que pode promover uma distribuição da riqueza proveniente do trabalho daquela pessoa.

Recebemos e damos. Em troca, recebemos de outros. A alegria está no equilíbrio entre o dar e o receber.

Quando nossas comunidades forem generosas e cooperativas, responsáveis e afáveis, estaremos recriando um pequeno pedaço do paraíso sobre a Terra."

(Brian Weiss - A Divina Sabedoria dos Mestres - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 1999 - p. 128/131)


quarta-feira, 3 de junho de 2015

REQUISITOS DE UM VERDADEIRO KARMA IOGUE

"Karma significa 'ação'; karma yoga é o caminho para unir o pequeno eu com Deus por meio da atividade desinteressada. Se alguém quiser conhecer Deus neste mundo, sempre se esforçará para fazer o que é correto, o que é bom, o que é construtivo; e como Paramahansaji disse: 'Pense sempre que aquilo que você está fazendo é para Deus'.

Cada um tem suas obrigações a cumprir, obrigações que lhe foram dadas por Deus e pela lei cármica, mediante os efeitos de suas ações passadas. Ele precisa cumprir essas responsabilidades e não fugir delas, fazendo o melhor possível, ao mesmo tempo em que mantém completa fé na sabedoria e na orientação de Deus. Quando alguém age para si, identifica-se com o pequeno ego. Mas quando entrega tudo a Deus, percebe sua unidade inata com o Espírito. Só poderá alcançar a perfeição por meio da karma yoga aquele que oferecer todos os frutos de suas ações a Deus. Este é um ponto muito importante a lembrar."

(Sri Daya Mata - Só o Amor - Self-realization Fellowship - p. 118/119)


terça-feira, 2 de junho de 2015

SABER ORAR

"Por que orar sempre pedindo algo?

Na condição de pai, que acharia de um filho que só viesse a você somente com pedidos?

Que acharia de outro que estivesse sempre disponível, sempre querendo colaborar ou lhe declarar amor?

Que sentiria um pai por um filho que toda vez que o procura é porque arranjou um encrenca e está pedindo socorro?

Que acharia do irmão dele que, permanentemente, está buscando contato, com o desejo de expressar sentimentos ternos, admiração, afabilidade e que se sente feliz em estar com o pai?

Que tipo de filho você tem sido para o Pai Divino?

Como são suas orações?

Deus pode contar com você?

Eu te amo, meu Deus. Estou disponível. Usa-me. 

(Hermógenes - Deus investe em você - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1995 - p. 95/96)


segunda-feira, 1 de junho de 2015

A MENTE, A IGNORÂNCIA E A VERDADE (PARTE FINAL)

"(...) Entre os significados de avidyâ está aquilo que é oposto a vidyâ: conhecimento; também significa ignorância, que procede e é produzida pela ilusão dos sentidos, ou viparyaya. Segue-se então que ver o olho físico proporciona uma visão parcial, não a visão verdadeira. Da mesma forma, nossos outros sentidos físicos fornecem um quadro incompleto da realidade; na melhor das hipóteses proporcionam percepções de coisas ou situações que são verdades parciais.

O que aprendemos através dos sentidos físicos requer a ação da mente. Normalmente interpretamos aspectos do mundo à nossa volta usando a instrumentalidade de kama-manas (inteligência que opera com a natureza dos sentidos), que pode ser muitíssimo pouco confiável. Consideremos este exemplo. Suponhamos que encontremos uma pessoa depois de alguns anos. Ela pode parecer um pouco mais velha e ter mudado a aparência de certa forma. Podemos ver esse fato. Mas talvez venhamos a reagir a algo que a pessoa disse ou fez no passado. Pode haver algum preconceito residual contra ela. Portanto, nossa percepção é 'colorida' e não vemos verdadeiramente o que está diante de nós. Podemos não perceber o fato de que ela mudou, ou não perceber a verdade maior de suas virtudes. Portanto, nós não aprendemos a plena realidade da situação assim devido à ilusão sensorial. 

Dissemos que um dos significados de vaso é 'recipiente'. Um recipiente tem uma base fechada. Pode-se imaginar um recipiente acústico, com a base apontando para baixo, um símbolo da mente como um vaso de ignorância, onde as notas da alma não podem ser expressadas. 

Os grandes polos da existência - purusha (eu espiritual) e prakriti (matéria primordial) - estão refletidos nas polaridades da nossa natureza. Quando o mundo sensato não se satisfaz suficientemente, existe um tipo de magnetismo reverso que entra em ação; isso requer reorientação de movimento ativo. Aqui podemos usar o símbolo da mente como um navio, parte da derivação latina da palavra 'vaso'. Consciente ou inconscientemente iniciamos o processo árduo de forjar a construção de uma ponte em direção à natureza interior, através da qual torna-se possível entrar em contato com a ordem divina das coisas. Mas essa ponte precisa ser construída com tenacidade, de modo que nossa consciência diária possa atravessar em direção a uma consciência mais plena."

(Linda Oliveira - A mente, a ignorância e a verdade - Revista Sophia, Ano 13, nº 54 - p. 40)