OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


terça-feira, 31 de dezembro de 2013

LAPIDAÇÃO DO CARÁTER

"Aquele que já coloca um ideal de virtude diante de si como meta a ser alcançada, compreenderá o que é chamado de natureza inferior e que deverá ser dominada. Em linguagem comum, pessoa controlada é aquela que sua mente controla os seus desejos. Essa é uma pessoa que possui um forte desejo de evoluir. Já tem na sua memória as experiências do passado e as atrações do exterior já não o iludem e nem o atraem mais. O resultado dessas experiências é a firme convicção do objetivo a ser alcançado.

Esse resultado transforma-se em regra de conduta, a qual não lhe permite afastar-se do seu caminho pelas atrações ou pelos impulsos do momento. Uma pessoa assim dará confiança aos demais, pois saberão o que ele irá fazer. Os demais têm certeza de que não estarão tratando com uma pessoa desatinada, pois ele agirá sempre de maneira nobre, levado pelos momentos de calma e reflexão. Esse é um homem autocontrolado.

Esse homem que por si só, já traz de outras vidas esse tipo de caráter, poderá melhorar e entendê-lo melhor, caso encontre um local no qual possa ter acesso a uma literatura que poderá ajudá-lo a melhorar-se ainda mais, expandindo a sua mente e entendendo que faz parte de um grande Plano Divino e que esse fato, por si só, já o torna responsável pelos seus atos e em colaborar com esse plano. Vai compreender também que atrairá para si exatamente aquilo que ele está emanando. Reconhecerá quando enviou um pensamento mau e que criou em sua mente um centro similar, atraindo pensamentos baixos, aumentando a sua tendência para o mal. Compreendendo essas atitudes, sentirá necessidade de exercer a fraternidade mental que liga todos os homens. Procurará na sua vida cotidiana a controlar mais seus pensamentos, pois entendeu que na região do invisível são geradas todas as forças que descem para a vida psíquica e física."

(Annie Besant - Do Recinto Interno ao Santuário Externo - p. 06)


O AGORA (2ª PARTE)

"(...) Enquanto não se responsabilizar por este exato momento - o Agora -, você não estará assumindo qualquer responsabilidade por sua vida. É por isso que o Agora é o único lugar onde a vida pode ser encontrada. Assumir responsabilidade por este momento presente é estar em harmonia com a vida.

O Agora é como é porque não pode ser de outro jeito. Os budistas sempre souberam e os cientistas hoje confirmam: não existem coisas ou fatos isolados. Por baixo da aparência superficial, todas as coisas estão ligadas, todas fazem parte da totalidade do cosmos que deu origem à forma do momento presente.

Quando diz 'sim' às coisas tal como são, você entra em harmonia com o poder e a inteligência da própria Vida. Só então pode se tornar agente de uma mudança positiva do mundo. Um exercício espiritual simples mas radical consiste em aceitar o que surge no Agora - interna e externamente.

Quando você passa a dar atenção ao Agora, cria-se um estado de alerta. É como se você acordasse de um sonho, o sonho do pensamento, o sonho do passado e do futuro. É tão claro e tão simples. Não sobra lugar para criar problemas. Só esse momento, tal como ele é.

Quando concentra sua atenção no Agora, você se dá conta de que a vida é sagrada. Existe algo de sagrado em tudo que você percebe quando se concentra no presente. Quanto mais você viver no Agora, mais vai sentir a simples e profunda alegria de Ser e do caráter sagrado da vida. (...)"

(Eckhart Toole - O Poder do Silêncio - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2010 - p. 33/34)


segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

COMO UM POMBO CORREIO

"Levaram minh’alma para longe da pátria querida – e soltaram-na em terra estranha...

E ela, qual pombo correio, norteando-se, ergueu voo, rumo à querência...

De sol a sol, até ao cair da noite pressaga, voa a avezinha por espaços ignotos, cheia de saudades...

De quando em quando, exausta, abate o voo e pousa no alto dum rochedo, numa cerca, ou cai no meio de um canteiro em flor...

E dizem então os homens, esses ingênuos, que minha’alma se esqueceu da pátria e se enamorou de terra estranha...

Dizem que a pobre avezinha deixou de ser o que era - para ser o que não era.

Não sabem eles, esses ingênuos, que não é por amor aos rochedos, às cercas ou às flores da terra que minh’alma desceu das alturas...

Retorne ao meu coração a energia normal do meu ser – e vereis, ó ingênuos, que não me sofrem aqui as saudades de minh’alma...

Expandirei nos mares azuis do espaço a potência das asas levíssimas – e adeus, rochedos, cercas e flores da terra!...

Quanto mais forte e normal é o meu ser – tanto mais cruciante me dilacera a saudade de Deus...

Quando me cerca universal abundância – mais do que nunca sinto a minha indigência...

Quando me enche a mais farta plenitude material – então me atormenta a mais faminta vacuidade espiritual...

Quando nada me falta das coisas tangíveis - mais do que nunca sofro a sede do intangível...

Quando a consciência do eu atinge o zênite do seu poder – então a inteligência ilumina o nadir da minha inquietude metafísica...

Quanto mais forte e mais ‘ela mesma’ é minh’alma – tanto menos prazer encontra em repousar em rochedos, cercas e canteiros...

Só em transes de fadiga e desânimo, quando ao pleni-Eu sucede um semi-Eu ou um pseudo-Eu – deixa meu espírito de voar em demanda da pátria longínqua...

Ergue-te, pois aos espaços, pombo correio de minh’alma!

Divina é a mensagem que tens de levar à humanidade!

A mensagem da verdade e da vida...

A mensagem da justiça e da paz...

A mensagem do amor e da graça...

O aleluia da Páscoa e o hosana de infinita beatitude..."

(Huberto Rohden - De Alma para Alma - Fundação Alvorada, 8ª Edição - p. 45/46)
http://www.editoraalvorada.com.br/


O AGORA (1ª PARTE)

"À primeira vista, o momento presente é apenas um entre os inúmeros momentos da sua vida. Cada dia parece se constituir de milhares de momentos em que ocorrem os mais diversos fatos. Mas, se você olhar mais profundamente, irá descobrir que existe apenas um momento. A vida é sempre "este momento"?

Este exato momento - Agora - é a única coisa da qual você jamais conseguirá escapar, o único fator constante em sua vida. Aconteça o que acontecer, e por mais que sua vida mude, uma coisa é certa: é sempre Agora. Se não é possível fugir do Agora, por que não acolhê-lo e tratá-lo bem?

Quando você se torna amigo do momento presente, quando estabelece uma boa relação com ele, fica sempre à vontade em qualquer situação. Mas, quando não se sente à vontade no Agora, você leva o desconforto para qualquer lugar aonde for.

A divisão da vida em passado, presente e futuro é uma construção da mente, em última análise ilusória. Passado e futuro são formas de pensamento, abstrações mentais. O passado só pode ser lembrado Agora. O que você lembra é um fato que aconteceu no Agora e do qual você se lembra Agora. O futuro, quando chega, é o Agora. Portanto, a única coisa real, a única soisa que sempre existe, é o Agora. 

Concentrar sua atenção no Agora não é negar o que é necessário em sua vida. É reconhecer o que é prioritário. Depois, você poderá lidar mais facilmente com o que é secundário. Concentrar-se no Agora não é dizer 'Não vou me preocupar mais com as coisas, pois só existe o Agora'. Não é isso. Veja o que é prioritário e faça do Agora seu amigo, não seu inimigo. Reconheça-o, respeite-o. Quando o Agora é a base e o foco principal de sua vida, ela flui com facilidade. 

Guardar os pratos no armário, criar uma estratégia de trabalho, planejar uma viagem - o que é mais importante: o ato de fazer ou o resultado que você quer atingir com o que está fazendo? Este momento ou algum momento futuro? Você trata o momento atual como um obstáculo que precisa ser ultrapassado? Você considera mais importante o momento futuro que quer atingir?

A maioria das pessoas vive assim. Como o futuro nunca chega - a não ser como presente -, essa forma de viver é inútil. Causa uma constante sensação de desconforto, tensão e insatisfação. Não respeita a vida, que é o Agora. Sinta a sua vida em seu corpo. Isso enraíza você no Agora. (...)"

(Eckhart Tolle - O Poder do Silêncio - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2010 - p. 31/33)


domingo, 29 de dezembro de 2013

COMO DEVEMOS VIVER?

"Devemos pensar com muito cuidado nesta questão. Observem cuidadosamente como a mente age, vejam como as correntes se movem, observem como elas condicionam nossas ações na vida diária e como afetam nossa percepção do mundo que nos cerca. Como devemos olhar para os outros? Qual é o nosso relacionamento com eles? Como reagimos ao que nos acontece? Avaliamos tudo conforme nossos desejos, procurando apenas os objetos que contribuem para nosso prazer e rejeitamos veementemente os que nos parecem obstáculos? Fazemos julgamentos, temos preconceitos, atribuímos valores? Sem uma reflexão ponderada sobre como levamos nossas vidas, sem observar honesta e objetivamente como operam nossas mentes, sem  compreender a relação de nossa vida interna com o mundo externo, não haverá nem mesmo o primeiro vislumbre de iluminação.

Assim, nossa preparação deve começar por aí – com vichara, isto é, com o pensamento profundo: ver todas as implicações. Não é suficiente reconhecer que talvez alimentemos um ou dois desejos e, depois, calmamente mandemos todos eles embora. Se houver determinada atitude na mente, devemos examinar todas suas implicações. Elas afetam o que vemos; afetam nossos relacionamentos?

Quanto mais observamos, quanto mais pensamos cuidadosamente, mais a mente se torna capaz de ver. E ver que temos vivido neste tipo de escuridão marca o nascimento da luz.(...)"

(Radha Burnier - Como devemos viver? - Revista TheoSophia - Pub. da Sociedade Teosófica no Brasil, Ano 102, Outubro/Novembro/Dezembro 2013 - p. 08)


POR QUE NÃO NOS LEMBRAMOS DE VIDAS PASSADAS? (PARTE FINAL)

"(...) Lethe – o rio do esquecimento

No processo pós-morte as experiências da vida recém-vivida são digeridas, internalizadas e por fim absorvidas na corrente de consciência que é a individualidade reencarnante. Quando o indivíduo volta a nascer para obter novas experiências, todas as memórias específicas da velha personalidade foram descartadas. Assim, não existe elo consciente entre as personalidades velha e nova. Na mitologia grega esta retenção da memória é chamada de o rio Lethe do submundo, que causa o esquecimento do passado. H. P. Blavatsky cita o pensador neoplatônico Plotino, que diz que o corpo é o verdadeiro rio Lethe, pois ‘as almas que nele mergulham tudo esquecem’. Ela diz também que a consciência que preserva na individualidade encarnante o senso do ‘ru’ pessoal da última encarnação dura somente ao longo da fase final do processo pós-morte – o tempo bem-aventuroso de repouso no verdadeiro mundo céu. Depois disto ela é absorvida, primeiramente no indivíduo e depois na consciência universal. (...)

Experienciando vidas passadas

Enquanto é fato aceito que a consciência deve estar focada no nível da ‘mente superior’ para experienciar vidas passadas, existe uma evidência crescente de que sob certas condições a lembrança fragmentária de vidas passadas pode ocorrer pelo contato com a Mente Universal do que parece ser um nível inferior – talvez por meio das emoções. No entanto, alguns investigadores descobriram que esta experiência é acompanhada de um sentimento de se flutuar para fora do corpo e de se estar numa estrutura diferente de tempo-espaço. (...) A experiência está geralmente associada a uma forte emoção e é muitas vezes acompanhada pelo senso de se ter conhecido a situação anteriormente – chama déjà vue. A memória pode ser deflagrada ao se encontrar uma pessoa, ao se visitar um local particular, ou ao se ouvir uma peça musical. A memória pode também surgir durante um sonho de extraordinária  nitidez, ou enquanto se medita profundamente. Após um breve sentimento de foco alterado de consciência, a pessoa encontra-se num tempo diferente e num local diferente, experienciando o que parece ser um momento de uma vida passada. (...)” 

(Jack Patterson - Por que não nos lembramos de vidas Passadas? - TheoSophia, Pub. da Sociedade Teosófica no Brasil, Ano 97, Julho/Agosto/Setembro de 2008 - p. 44/45)

sábado, 28 de dezembro de 2013

A PRESENÇA FLAMEJANTE DE DEUS

"Porei um fim à simulação da prece mecânica. Orarei profundamente, até que as trevas da meditação se incendeiem com Tua flamejante presença.

Pai Celestial, não posso esperar até amanhã para ouvir a Tua canção. Hoje mesmo, enviarei pelo éter o apelo de minha alma, com tão amorosa concentração, que terás de responder, através do receptor de meu silêncio.

Ó Espírito, Bem-aventurança sempre-existente, sempre-consciente, sempre nova! Afasta de minha mente o peso da indiferença e do esquecimento. Possa eu beber o néctar de Tua presença sempre bem-aventurada.

Ao aprofundar-se o silêncio interior e exterior, Tua paz vem a mim. Tentarei sempre ouvir o eco de Teus passos.

Tendo a Ti como a suprema alegria da mais profunda meditação, sei que todas as coisas – prosperidade, saúde e sabedoria – me serão acrescentadas.

Ensina-me a pescar-Te nas mais profundas águas de minha alma." 

(Paramahansa Yogananda – Meditações Metafísicas – Self-Realization Fellowship – p. 78/79)


POR QUE NÃO NOS LEMBRAMOS DE VIDAS PASSADAS? (2ª PARTE

"(...) O passado ainda está conosco

Em nossos estudos aprendemos como a nova personalidade é construída em torno do novo corpo e do novo cérebro. Evidentemente o cérebro desempenha a dupla função de lembrar e esquecer. Sem nossa habilidade para esquecer a vida seria muito difícil – talvez até mesmo impossível. O cérebro age como um filtro que deixa passar apenas aquilo que, num dado momento, é essencial para a vida. Quando éramos criança aprendemos a caminhar, a falar, a escrever e a andar de bicicleta, mas a memória detalhada de como aprendemos estas habilidades não mais está conosco. Ainda temos as habilidades, mas o que foi certa vez conscientemente adquirido é agora uma função automática. Da mesma maneira aquilo que foi apreendido em vidas passadas está embutido no nosso presente sob a forma de habilidades e tendências, e não como memória consciente.

O escritor teosófico C. Jinarajadasa diz que com nossas mentes podemos lembrar apenas uma pequena parte do passado. Mas por outro lado, o modo como sentimos e agimos é a resultante de todas as forças do passado convergindo sobre nossa individualidade.

As nossas únicas memórias do período em que estamos dormindo são sonhos que frequentemente são confusos e sem significado. Apesar disto, os investigadores teosóficos asseguram-nos que durante o sono um campo muito mais amplo de consciência está aberto a nós. Mas,  como no processo da reencarnação, essas experiências não podem ser facilmente lembradas pela consciência do cérebro desperto. (...)"

(Jack Patterson - Por que não nos lembramos de vidas Passadas? - TheoSophia, Pub. da Sociedade Teosófica no Brasil, Ano 97, Julho/Agosto/Setembro de 2008 - p. 43)


sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

SUBMETA À PROVA O PODER DE SUAS ORAÇÕES

"Algumas pessoas talvez protestem, dizendo: ‘Sei que minhas orações são respondidas, porque ouço Deus falando comigo. A resposta Dele a minhas orações me foi demonstrada.’ A questão é: tem certeza de que suas orações realmente chegaram a Deus e de que Ele respondeu a elas conscientemente? Qual é a prova disso? Imagine que você tenha orado para ser curado e ficou bom. Sabe você se a cura se deveu a causas naturais, ou aos remédios, ou à orações, suas e dos outros, que atraíram o auxílio de Deus? Às vezes não há relação causal entre a oração e a cura. Você poderia ter sido curado mesmo que não orasse. Eis a razão por que deveríamos descobrir se podemos empregar a lei de causa e efeito cientificamente por meio da oração. Os sábios da Índia descobriram que Deus responde à lei. Os que experimentaram essa resposta disseram que ela pode ser posta à prova e experimentada por todos aqueles que se ajustem à lei.

Se os cientistas se reunissem e apenas orassem por invenções, será que eles as obteriam? Não. Eles têm de aplicar as leis de Deus. Assim, como pode um templo ou uma igreja lhe trazer Deus apenas pela oração cega ou pelo cerimonial?

Deus não pode ser ‘subornado’ por oferendas ou penitências ou cerimônias especiais para mudar Sua lei arbitrariamente; tampouco reage Ele à oração cega, ou age com parcialidade. Ele só pode ser movido pela cooperação do homem com a lei e pelo amor: o amor é lei. Se foi o homem quem, indefinidamente, fechou as janelas da vida aos raios de saúde, poder e sabedoria de Deus, é o homem quem precisa fazer o esforço para reabrir essas janelas e deixar que entre a luz curativa do Senhor, que é dada livremente e está esperando para ser admitida.

Precisamos pensar, meditar, afirmar, crer e perceber todos os dias que somos filhos de Deus... e agir de acordo com isso! Pode levar tempo para alcançarmos essa percepção, mas precisamos começar com o método correto, em vez de fazermos apostas na mendicância anticientífica das preces e, em consequência, ficarmos sujeitos à descrença, às dúvidas ou à trapaça da superstição. Só quando o sonolento ego se percebe não como um corpo, mas como uma alma livre, ou filho de Deus, que reside no corpo e opera por meio dele, é que pode, de acordo com a lei e com o que é correto, exigir seus direitos divinos."

(Paramahansa Yogananda – No Santuário da Alma – Self-Realization Fellowship – p. 31/33)


POR QUE NÃO NOS LEMBRAMOS DE VIDAS PASSADAS? (1ª PARTE)

"A curta resposta para a pergunta ‘Por que não nos lembramos de vidas passadas?’ é que em cada vida adquirimos uma nova personalidade. Esta resposta parece ser correta para a maioria das pessoas e para a maioria das encarnações, mas não deve ser aceita como a resposta completa porque existem exceções que iremos considerar a seguir.

Em cada caso, quando se faz a pergunta ‘Por que não nos lembramos de vidas passadas?”, aquele que faz a pergunta é o ‘eu’, centrado na personalidade. Este ‘eu’ é a individualidade (Alma ou Eu superior) que existe ininterruptamente ao longo de todo o processo de reencarnação. A personalidade não reencarna; está intimamente ligada ao corpo e é na verdade, construída pelas impressões sensoriais, os pensamentos e sentimentos experienciados naquele corpo; portanto, ela se desenvolve com o novo corpo. Esta nova personalidade não experienciou nenhuma vida passada e (consequentemente) não pode lembrar-se de nenhuma parte dessas vidas.

H. P. Blavatsky em A chave para a Teosofia esclareceu isto. ‘Reencarnação significa que cada Ego (individualidade reencarnante, e não a personalidade) estará equipado com um novo corpo, um novo cérebro e uma nova memória’. Ela e outros investigadores disseram que a memória detalhada de vidas passadas existe, e que pode ser contatada no nível da individualidade reencarnante; mas somente de maneira ocasional esta memória chega à consciência da personalidade. Talvez seja melhor assim, porque existe evidência de que a nítida memória de vidas passadas pode ser psicologicamente devastadora. A maioria de nós tem preocupações demais nesta vida, sem ter de carregar o fardo de memórias confusas de estresses servis e emocionais experienciados em vidas prévias. (...)"

(Jack Patterson - Por que não nos lembramos de vidas Passadas? - TheoSophia, Pub. da Sociedade Teosófica no Brasil, Ano 97, Julho/Agosto/Setembro de 2008 - p. 42)


quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

A JORNADA DA ALMA

"Se nos fosse possível colocar-nos, em pensamento, num centro do espaço, do qual pudéssemos ver o curso da evolução, e estudar a história da nossa cadeia de mundos, tal como podem ser vistos pela imaginação mais do que pelo aspecto que apresentam, poderíamos interpretar o todo num quadro. Vejo uma grande montanha situada no espaço, com um caminho que vai girando em torno dela até atingir seu ápice. As voltas que esse caminho dá até atingir seu ápice. As voltas que esse caminho dá são sete, e em cada volta há sete estações onde os peregrinos ficam durante algum tempo. Dentro dessas estações eles têm de subir, volta por volta. Quando traçamos o caminho que sobe por aquela trilha em espiral, vemos que ele termina no topo da montanha, e leva a um majestoso Templo, como que feito de mármore, de uma brancura radiante, e que ali se ergue, cintilando contra o azul etéreo.

Esse Templo é a meta da peregrinação, e os que estão no seu interior terminaram o seu percurso – no que se refere à montanha – e ali permanecem apenas para auxiliar os que ainda estão subindo. Se observarmos o Templo mais atentamente, constataremos, ao tentar ver a sua construção, que ele tem, ao centro, um Santo dos santos. Em torno desse centro estão os quatro Pátios, circundando o Santo dos Santos como círculos concêntricos. Todos estão dentro do Templo.(...)

Olhando para o Templo e para os Pátios, e para o caminho que sobe em espiral pela montanha, vemos esse quadro da evolução humana e a trilha ao longo da qual a raça está caminhando, bem como o Templo, que é a sua meta. Ao longo daquele caminho que dá voltas à montanha, vasta massa de seres humanos vai de fato subindo, mas subindo vagarosamente, passo por passo. Às vezes, tem-se a impressão de que cada passo para a frente corresponde a um passo para trás, e embora a tendência de toda aquela massa seja para subir, a ascensão é tão lenta que os passos mal se fazem perceptíveis. Esta evolução eônia da raça, subindo sempre, parece tão lenta, extenuante e dolorosa que nos perguntamos como podem os peregrinos ter ânimo para subir durante tanto tempo. Dando voltas à montanha, milhões de anos o peregrino segue. Enquanto ele caminha por ali durante esses milhões de anos, uma infindável sucessão de vidas parece passar, todas despendidas na subida. Cansamo-nos só de observar as imensas multidões subindo tão lentamente, caminhando, volta por volta, na escalada daquela estrada em espiral. Observando-as, indagamo-nos: ‘Por que sobem com tanto vagar? Por que esses milhões de homens empreendem uma viagem tão longa? Por que se esforçam por alcançar aquele Templo situado lá no ápice?’ (...)

Olhando assim para eles, nosso coração sente-se fatigado com aquela subida, e ficamos a pensar por que não erguem os olhos e entendem em que direção seu caminho os está levando."

(Annie Besant - Do Recinto Interno ao Santuário Externo - p. 01/02)


OS MODOS OPOSTOS DE CONSCIÊNCIA MATERIAL E ESPIRITUAL (PARTE FINAL)

"(...) A consciência material é agressiva, enquanto a espiritual convive bem com todos. Esforce-se para ser bom, e verá que sua influência sobre os outros será automaticamente boa. Isto é consciência espiritual. Seja gentil em pensamento e palavra. Desde pequeno jamais fui grosseira intencionalmente. E também não seja crítico. Em geral, quem critica os demais guarda ressentimentos. Jesus disse: 'Não julgueis para que não sejais julgados'.² Se você quer julgar alguém, julgue a si mesmo. Se quer falar dos defeitos dos outros, fale de seus próprios. Em seu coração, tenha apenas amor pelo próximo. Quanto mais vir o bem nos outros, mais estabelecerá o bem em você mesmo. Mantenha-se na consciência do bem. Para tornar as pessoas boas, devemos ver o bem nelas. Não as censure. Permeneça calmo e sereno, sempre no comando de si mesmo: então descobrirá como é fácil viver em harmonia com o próximo. 

Sou otimista no que diz respeito às pessoas, porque eu as amo. Quando amamos a todos, vemos Deus em todos. Quando você sabe que cada um é uma expressão de Deus, zangar-se ou ser descortês com alguém é como fazer o mesmo com Deus. Quando você se zanga, é mau ou impiedoso, coloca uma venda entre sua alma e a dos outros.

Arrogância e insolência também são características não espirituais, nascidas de um complexo de inferioridade. (...) O insolente faz propaganda da limitação de seu conhecimento e também da sua falta de educação. Se deseja impressionar os outros de modo favorável, por que proclamar sua inferioridade com demonstração de insolência e de arrogância? Isso apenas demonstra um temperamento descontrolado, além da falta de boas maneiras e de inteligência. A insolência e a arrogância são formas de ignorância - hábitos não espirituais em estado primitivo."

² Mateus 7:1.

(Paramahansa Yogananda - O Romance com Deus - Self-Realization Fellowship - p. 93/94)


quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

RETO DISCERNIMENTO

"9 - E pela prática do reto discernimento alcançado na senda do Yoga, ele salva a alma - a alma afogada no mar da existência condicionada [samsãra].

COMENTÁRIO - A alma está afogada, impregnada, imersa, contaminada pelo condicionamento resultante do processo de vir-a-ser, do samsãra, como dizem os hindus. O Nirvana é a libertação desse processo, e só pode ser alcançado pelo correto discernimento. Discernir é perceber o erro, a ilusão, a ignorância que nos impede de perceber o que É, chamado por Jiddu Krishnamurti de 'presente ativo'. É a percepção do aqui e agora, do atemporal, do Eterno que está na 'caverna' do nosso coração, como dizem os místicos de todas as épocas e raças."

(Viveka-Chudamani - A Joia Suprema da Sabedoria - Comentário de Murillo N. de Azevedo - Ed. Teosófica, 2011 - p. 18)

OS MODOS OPOSTOS DE CONSCIÊNCIA MATERIAL E ESPIRITUAL (1ª PARTE)

"A consciência material e a espiritual são opostas em seu modo de funcionamento. Teste a si mesmo para saber se sua consciência predominante é material ou espiritual. A consciência espiritual lhe diz que precisa incluir, em sua felicidade a prosperidade, a felicidade e o bem-estar dos outros. A consciência material lhe diz que você deve ganhar dinheiro de qualquer jeito e guardá-lo para si. A atual Depressão¹ partiu da consciência material, que diz: coma sozinho a maçã e os biscoitos. A consciência espiritual diz: divida e compartilhe com alguém mais. 

Se alguém o deixa zangado, você sabe que se encontra na consciência material. Mesmo quando o maltratam, esteja pronto a perdoar, pois, quando o faz, está centrado na consciência espiritual. O perdão significa dar ao inimigo uma oportunidade de atingir maior compreensão. Se você ficar vingativo ou zangado, só aumentará a cegueira e a ira do inimigo. Talvez até faça mais inimigos, pois uma pessoa irada se torna um alvo para todos. Além do mais, ao se zangar, você também começará a perder a sua capacidade de compreensão. Você apoia seus sentimentos negativos com o conforto do calor da sua ira e de um raciocínio falso. Nunca permita que a ira o controle; se tiver esta tendência, elimine-a. É um dos piores traços, e destrói a espiritualidade. Saiba que é para seu próprio bem que não deve se zangar; a ira também destrói a felicidade. Nunca permita que seu termômetro espiritual suba. Seja calmo interiormente, controle a ira de dentro para fora e nunca lhe conceda um lugar no coração. (...)"

¹ Referência à Grande Depressão americana, que teve início em 1929.

(Paramahansa Yogananda - O Romance com Deus - Self-Realization Fellowship - p. 92/93)


terça-feira, 24 de dezembro de 2013

A NATUREZA DO AMOR

"A necessidade de segurança nas relações gera inevitavelmente o sofrimento e o medo. Essa busca de segurança atrai a insegurança. Já encontrastes alguma vez segurança em alguma de vossas relações? Já? A maioria de nós quer a segurança no amar e no ser amado, mas existirá amor quando cada um está a buscar a própria segurança, seu caminho próprio? Nós não somos amados porque não sabemos amar.

Que é o amor? Esta palavra está tão carregada e corrompida, que quase não tenho vontade de empregá-la. Todo o mundo fala de amor — toda revista e jornal e todo missionário discorre interminavelmente sobre o amor. Amo a minha pátria, amo o meu rei, amo um certo livro, amo aquela montanha, amo o prazer, amo minha esposa, amo a Deus. O amor é uma ideia? Se é, pode então ser cultivado, nutrido, conservado com carinho, moldado, torcido de todas as maneiras possíveis. Quando dizeis que amais a Deus, que significa isso? Significa que amais uma projeção de vossa própria imaginação, uma projeção de vós mesmo, revestida de certas formas de respeitabilidade, conforme o que pensais ser nobre e sagrado; o dizer ‘Amo a Deus’ é puro contra-senso. Quando adorais a Deus, estais adorando a vós mesmo; e isso não é amor. (...)

O amor é uma coisa nova, fresca, viva. Não tem ontem nem amanhã. Está além da confusão do pensamento. Só a mente inocente sabe o que é o amor, e a mente inocente pode viver no mundo não inocente. Só é possível encontrá-la, essa coisa maravilhosa que o homem sempre buscou sequiosamente por meio de sacrifícios, de adoração, das relações, do sexo, de toda espécie de prazer e de dor, só é possível encontrá-la quando o pensamento, alcançando a compreensão de si próprio, termina naturalmente. O amor não conhece oposto, não conhece conflito. (...)

Mas, não sabeis como chegar-vos a essa fonte maravilhosa — e, assim, que fazeis? Quando não sabeis o que fazer, nada fazeis, não é verdade? Nada, absolutamente. Então, interiormente, estais completamente em silêncio. Compreendeis o que isso significa? Significa que não estais buscando, nem desejando, nem perseguindo; não existe centro nenhum. Há, então, o amor."

(J. Krishnamurti - Liberte-se do Passado - Ed. Cultrix, São Paulo - p. 44)


COMPREENDENDO A MENTE E O MEDO (PARTE FINAL)

"(...) Podeis observar uma nuvem, uma árvore ou o movimento de um rio, com a mente relativamente quieta porque essas coisas não são sumamente importantes para vós; mas o observar a vós mesmos é muito mais difícil, porque então as exigências são muito práticas, as reações muito rápidas. Assim, quando estais diretamente em contato com o medo ou o desespero, com a solidão e o ciúme, ou qualquer outro estado repulsivo da mente, podeis olhar de maneira tão completa que vossa mente fique suficientemente quieta para vê-lo?

Pode a mente perceber o medo, e não as diferentes formas de medo; perceber o medo total, e não aquilo de que tendes medo? Se olhais meramente para os detalhes do medo ou procurais acabar com os vossos temores um a um, nunca alcançareis o ponto central, que é aprender a viver com o medo.

O viver com uma coisa viva, tal o medo, requer uma mente e um coração altamente sutis, que não chegaram a qualquer conclusão, podendo, portanto, seguir cada movimento do medo. Então, se observardes o medo, e com ele viverdes — e isso não leva um dia inteiro, porque um minuto ou um segundo pode bastar, para se conhecer a inteira natureza do medo — se viverdes com ele completamente, perguntareis, inevitavelmente: ‘Qual a entidade que está vivendo com o medo? Qual a entidade que está observando o medo, observando cada movimento de todas as formas do medo, e ao mesmo tempo consciente do fato central do medo? Será o observador uma entidade morta, um ente estático, que acumula uma grande quantidade de conhecimentos e informações a respeito de si próprio, e essa coisa morta é que está observando e vivendo com o movimento do medo?’ — Qual é a vossa resposta? Não respondais a mim, porém a vós mesmo. Sois vós — o observador — uma entidade morta a observar uma coisa viva, ou sois uma coisa viva a observar outra coisa viva? Porque, no observador existem os dois estados."

(J. Krishnamurti - Liberte-se do Passado - Ed. Cultrix, São Paulo - p. 24)
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segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

TUDO É DEUS

"O fruto, o pote e a joia são 'efeitos'. Não existe efeito sem causa. A semente, a porção de barro e a pepita de ouro são as causas materiais. O agricultor, o oleiro e o ourives são, respectivamente, as causas instrumentais, eficientes ou manipulativas. No que concerne à criação da multiplicidade do Universo, apelamos para Ele, Deus. Quando o cosmos se manifestou através da vontade de Deus, surgiu somente do Absoluto, desde que só havia o Uno. Mesmo agora, só há o Uno, a despeito de toda esta aparente variedade. Sobre o Uno sobrepusemos a ilusão dos muitos. Quando no cinema vemos as cenas, a tela branca não é vista; quando é vista a tela, as cenas estão invisíveis. Sem que haja a tela (Brahman), as cenas inexistem. Elas não têm sentido, não carregam mensagem; não comunicam alegria (Ananda).

Deus, portanto, é não só a causa material como a causa eficiente (instrumental do universo). Ele é simultaneamente o ouro e o ourives; o oleiro e o barro; tanto a semente quanto a árvore. Deus é todos os seres. A Natureza é Seu corpo. O Cosmo, Sua vontade. Os Vedas, Sua respiração. A escola de pensadores conhecida como Samkhya declara que o mundo objetivo nasceu da conglomeração e conjunção de desesperados átomos, mas não explica aquilo que os induziu a se juntarem com seus afins para formar modelos e grupos. Como tal necessidade surgiu? Perguntas tais são negligenciadas. Muitos filósofos, especialmente os ocidentais, ignoram esse  problema de identificar a Causa (única) com todos os efeitos que, a cada momento, encontramos em torno de nós. Deus quis, e se tornou tudo isso, em resposta a esse Divino Desígnio, a essa Necessidade Primal. é, o Anthar-Atma (a Realidade Interna) e o Anthar-Yamin (o Interno Motivador). Os Vedas declaram 'Tudo isto é Vasudeva (Deus)', Não há aqui o menor traço de multiplicidade. Há somente o Uno-sem-um-segundo. Realizar e experienciar esta Verdade básica, tornar-se bem-aventurado conhecedor da Divindade que se tem em si mesmo é a Vitória que a bandeira de Prasanthi¹ expressa."

¹ Prasanthi Nilayam (Morada da Grande Paz) - é o nome do principal ashram (morada) de Sai Baba.

(Sathya Sai Baba - Sadhana O Caminho Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1989 - p. 78/79)


COMPREENDENDO A MENTE E O MEDO (2ª PARTE)

"(...) Só há o medo total, mas como pode a mente que pensa fragmentariamente observar esse quadro total? Pode observá-lo? Temos levado uma vida de fragmentação e só somos capazes de olhar o medo através do processo fragmentário do pensamento. Todo o processo do mecanismo do pensamento é dividir tudo em fragmentos: Eu te amo e eu te odeio; tu és meu amigo, tu és meu inimigo; minhas idiossincrasias e inclinações, meu emprego, minha posição, meu prestígio, minha mulher, meu filho, minha pátria e tua pátria, meu Deus e teu Deus — tudo isso é fragmentação do pensamento. E o pensamento olha o estado atual de medo, ou tenta olhá-lo, e o reduz a fragmentos. Vemos, por conseguinte, que a mente só pode olhar esse medo total quando não há movimentação do pensamento.

Podeis observar o medo sem nenhuma conclusão, sem nenhuma interferência do conhecimento que a seu respeito acumulastes? Se não podeis, então o que estais observando é o passado e não o medo; se podeis, nesse caso estais, pela primeira vez, observando o medo sem a interferência do passado.

Só se pode olhar com a mente muito quieta, assim como só se pode ouvir o que alguém está dizendo, quando a mente não está a tagarelar, a travar consigo um diálogo a respeito de seus problemas e ansiedades. Podeis, da mesma maneira, olhar o vosso medo, sem procurardes dissolvê-lo, sem trazerdes à cena o seu oposto, a coragem; olhá-lo de fato, e não tentar fugir dele?

Quando dizeis: "Eu tenho de controlá-lo, tenho de livrar-me dele, tenho de compreendê-lo" — estais tentando fugir dele. (...)"

(J. Krishnamurti - Liberte-se do Passado - Ed. Cultrix, São Paulo - p. 24)


domingo, 22 de dezembro de 2013

FUMAÇA E FOGO

"Quando a fumaça se torna muito intensa e quente passa de preta ou cinzenta a ser branca, de branca se torna radiante, depois vítrea, ígnea - e, por fim, rompe em chama de fogo.

Assim, por vezes, os meus pensamentos humanos, conscientes, se tornam tão intensos que deixam de ser meus e passam a ser uma vibração do Infinito, radiação cósmica, inspiração divina. E então me sinto simples canal passivo, e não mais fonte ativa do meu pensamento, que deixou de ser meu, do meu ego consciente.

De ego-pensante me torno cosmo-pensado.

Vida, pensamento, intuição - estas coisas não são produzidas pelo homem, mas são substâncias do Infinito, radiação cósmica que o homem capta e canaliza, assim como a antena de um receptor capta as ondas de uma estação emissora, tornando-as audíveis ou visíveis através do receptor.

Todo pecado consiste no fato de o homem se considerar fonte em vez de simples canal. Só Deus é Fonte, ele, o Uno, o Único, o Todo. 

O Universo é uma gigantesca estação emissora de Vida, Pensamento, Intuição. Basta que haja um Finito para captar algo da irradiação do Infinito - e aparecem as maravilhas da Vida, do Pensamento, da Inspiração.

Os pais não causam o filho.

O pensador não causa o pensamento.

O místico não causa a inspiração.

Todos recebem do Infinito, na medida da sua receptividade, e canalizam essa parcela do Todo, de acordo com a sua idoneidade.

Quem considera fonte, quando é apenas canal, ignora a sua função. Na natureza infra-humana nenhuma criatura se considera fonte, todas funcionam instintivamente como canais do Infinito, e por isto, na natureza, tudo é harmonia e beleza. Com o homem começa a possibilidade do grande erro, de considerar o seu canal como fonte - e isto é o pecado do ego, a grande hybris.

A redenção está em ultrapassar esse erro e entrar na zona da verdade, fazendo conscientemente o que a natureza faz inconsciente: 'As minhas obras não são minhas, mas são do Pai que em mim está... Eu de mim mesmo (do meu ego) nada posso fazer.'"

(Huberto Rohden - A Essência do Otimismo - Ed. Martin Claret, São Paulo, 2002 - p. 117/118)
www.martinclaret.com.br


COMPREENDENDO A MENTE E O MEDO (1ª PARTE)

"Uma das funções do pensamento é estar continuamente ocupado com alguma coisa. Em geral, desejamos ter a mente continuamente ocupada, para nos impedir de ver-nos como realmente somos. Temos medo de sentir-nos vazios. Temos medo de encarar os nossos temores.

Conscientemente, podeis perceber os vossos temores, mas estais cônscio deles nos níveis mais profundos? E como ireis descobrir os temores ocultos, secretos? Pode o medo dividir-se em consciente e inconsciente? Esta é uma pergunta muito importante. O especialista, o psicólogo, o analista, dividiram o medo em camadas profundas e camadas superficiais, mas, se fordes seguir o que diz o psicólogo ou o que eu digo, tereis a compreensão de nossas teorias, de nossos dogmas, de nossos conhecimentos, mas não tereis a compreensão de vós mesmos. Não podeis compreender-vos de acordo com Freud, Jung, ou de acordo comigo. As teorias de outras pessoas não têm importância alguma. É a vós mesmo que deveis perguntar se o medo pode ser dividido em consciente e subconsciente. Ou só existe medo, que traduzis de diferentes maneiras? Só existe um desejo; só há desejo. Vós desejais. Os objetivos do desejo variam, mas o desejo é sempre o mesmo. Assim, talvez, da mesma maneira, só existe o medo. Tendes medo de uma porção de coisas, mas só existe um medo.

Ao perceberdes que o medo não pode ser dividido, vereis que acabastes com o problema do subconsciente, pregando um logro aos psicólogos e aos analistas. Ao compreenderdes que o medo é um movimento único que se expressa de diferentes maneiras, e ao verdes o movimento e não o objetivo a que se dirige, estareis então em presença de uma questão imensa: Como olhar o medo sem a fragmentação que a mente cultivou? (...)"

(J. Krishnamurti - Liberte-se do Passado - Ed. Cultrix, São Paulo - p. 23)


sábado, 21 de dezembro de 2013

O DESTINO DO HOMEM

"Quando dizemos ‘o destino do homem’, pensamos também no futuro do mundo em que vive e nos ocupamos não somente com o longínquo destino final, como também com o que podemos visualizar em um futuro relativamente dentro de nosso alcance. Do ponto de vista da Teosofia – que é uma sabedoria ampla baseada na verdade acessível ao homem, na sabedoria que existe na Natureza -, o que o homem vai ser depende do que é agora fundamentalmente nas raízes do seu ser e no caráter das forças coligadas com o problema de seu crescimento e desenvolvimento.

Esta é, portanto, a questão para qual devemos encontrar resposta satisfatória.

É o homem um animal mental, um ser passional redimido, ou condenado por um intelecto engenhoso, ou há nele algo superior à mente, com o qual há de associar-se à mente em toda questão racional; e se este é o caso, qual o caráter desse algo? (...)

A Teosofia ensina que o homem tem esse outro lado de sua natureza, que vemos na luz transcendente dos Grandes Instrutores espirituais do mundo tais como Cristo e Buda
.
Os Germes das qualidades deles estão, também, em nós. Portanto, o mandamento ‘Sede perfeitos como o Pai nos céus é perfeito’ não é irrealizável. Este ´Pai nos céus´ é a própria Mônada espiritual do homem terreno, que é a sua sombra; um raio ou uma parte perfeita da unidade e da totalidade do ser divino. Por causa dessa Mônada (palavra que subentende uma natureza unitária), ou chispa espiritual, o homem é interna e essencialmente semelhante a Deus. Sua mente não é senão o termo médio entre o Ser interno e a circunferência das condições materiais externas."

(N. Sri Ram - O destino do homem - TheoSophia, publicação da Sociedade Teosófica no Brasil, Ano 97, Julho/Agosto/Setembro de 2008 - p. 18)


SABEDORIA PARA RESOLVER PROBLEMAS E TOMAR DECISÕES NA VIDA (PARTE FINAL)

"(...) Quando surge um problema, em vez de ficar o tempo todo remoendo-o, procure encontrar as alternativas possíveis para se livrar dele. Se você for incapaz de pensar, compare suas dificuldades com as dificuldades semelhantes de outras pessoas e aproveitando suas experiências, aprenda quais caminhos levaram ao êxito e quais levaram ao fracasso. Escolha os passos que lhe parecem lógicos e práticos e, então, ponha mãos à obra para implementá-los. Toda a biblioteca do universo está oculta em você. Todas as coisas que você quer saber estão dentro de você. Para fazer aflorar esse conhecimento, pense de modo criativo.

Talvez você esteja seriamente preocupado com um filho, ou com a saúde, ou com o pagamento de uma hipoteca. Não achando uma solução imediata, começa a se preocupar com a situação. E o que ganha com isso? Dor de cabeça, nernovismo e problemas cardíacos. Você não sabe como controlar os sentimentos e as condições com que se confronta, porque não analisa com clareza, nem a si próprio, nem aos seus problemas. Em vez de perder tempo preocupando-se, pense positivamente a respeito de como eliminar as causas do problema. Se você quer se livrar de uma dificuldade, analise-a calmamente, identificando todos os pontos positivos e negativos da situação e, então, decia os passos que seriam os melhores para alcançar seu objetivo.

Sempre existe um modo de resolver seus problemas, e se você, com calma pensar com clareza como livrar-se da causa de sua dificuldade, em vez de apenas se preocupar com ela, se tornará um mestre [da situação].

Todos os homens e mulheres bem-sucedidos dedicam muito tempo à profunda concentração. Eles são capazes de mergulhar fundo em suas próprias mentes e achar as pérolas das soluções corretas para os problemas que enfrentam. Se aprender a retirar sua atenção dos objetos de distração e colocá-la num único objeto de concentração, você também saberá como atrair, à vontade, o que quer que necessite."  

(Paramahansa Yogananda - Onde Existe Luz - Self-Realization Fellowship - p. 51/52)


sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

DE, EM, PARA

"Tudo vem do Infinito.

Tudo está no Infinito. 

Tudo volta para o Infinito.

Mas o mundo de voltar varia. Os seres infra-humanos voltam para o Infinito, donde vieram, dissolvendo-se nele e deixando de existir como indivíduos finitos; continuam a ser como Realidade Universal, mas dixam de existir como Indivíduos Realizados. O Real do seu ser coincide com o Irreal do seu existir.

Somente o homem, dentre as criaturas da terra, pode perpetuar a sua existência individual, o seu Eu existencial, quando regressa ao grande Todo Universal, donde veio e no qual está. O homem, graças à sua experiência espiritual, pode integrar-se no Infinito, em vez de dissolver o seu Finito no Infinito e deixar de existir como homem.

Tudo, quando morre, deixa de existir e continua a ser - somente o homem, quando morre, pode continuar a existir individualmente; não necessita de se diluir no oceano do Nirvana Universal.

De que depende essa perpetuação da existência individual?

Depende da experiência vital 'Eu e o Pai somos um.' Eu, o Finito, sou uma forma existencial da Essência Universal.

O que é essa experiência vital imortalizante, ninguém o sabe a não ser que a tenha vivido em toda a sua veemência e plenitude.

Saber é Ser. Quem não é aquilo que quer saber não o sabe.

sei realmente aquilo que sou.

Quando meu saber coincide com o meu ser, então eu sei realmente, e então o meu saber é uma força criadora irresistível.

Esse dinâmico ser-saber é um carisma, que não pode ser manufaturado pelo ego consciente, mas é recebido do Infitinto pelo Eu cosmosciente, suposto que o Eu seja idôeno para conceber essa prole divina. Em face do Infinito, a alma humana é essencialmente feminina, que não pode dar, antes de receber, ou conceber, o germe da Vida Divina, se permitir ao Pai Eterno que a fecunde com o poder da sua graça. 'Eis aqui a serva do Senhor - faça-se em mim segundo o teu Verbo' - somente esta atitude de humilde receptividade é que torna a alma idônea para conceber o Verbo - e então o Verbo se faz carne e habita a alma, cheio de graça e de verdade."

(Huberto Rohden - A Essência do Otimismo - Ed. Martin Claret, São Paulo, 2002 - p. 57/58)
www.martinclaret.com.br


SABEDORIA PARA RESOLVER PROBLEMAS E TOMAR DECISÕES NA VIDA (1ª PARTE)

"O mundo continuará tal como é, com seus altos e baixos. Onde haveremos de buscar orientação? Não será nos preconceitos criados dentro de nós pelos hábitos e pelas influências ambientais de nossas famílias, do nosso país, ou do mundo, mas sim na voz da Verdade que nos guia interiormente.

A Verdade não é uma teoria, nem um sistema filosófico especulativo, nem um descortino intelectual. A Verdade é a correspondência exata com a Realidade. Para o homem, a verdade é o inabalável conhecimento da sua natureza real, do seu Eu como alma.

No viver cotidiano, a verdade é uma consciência guiada pela sabedoria espiritual que nos impele a fazer determinadas coisas, nao porque alguém acha que deva ser assim, mas porque são certas. 

Quando você está em contato direto com o Criador do universo, está em contato direto com toda a sabedoria e todo o entendimento. 

Não é uma injeção desde o exterior que produz sabedoria; o poder e a extensão de sua receptividade interna é que determinam o quanto você pode assimilar do verdadeiro conhecimento, e quão rapidamente pode assimilá-lo. (...)"

(Paramahansa Yogananda - Onde Existe Luz - Self-Realization Fellowship - p. 50/51)