OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


quinta-feira, 27 de junho de 2019

OPÇÃO

"Na vida chamada 'normal', isto é, na vida mundana aderimos a muitas coisas, muitos hábitos, muitos valores que nos agradam, mas, como tudo acaba, com eles também acaba nossa alegria.

Começo bom.

Amargo fim.

Na vida espiritual é exatamente o oposto. A gente começa fazendo esforço e mesmo, em algumas horas, sacrifícios, mas, aos poucos, vamos nos transformando e encontrando a 'paz que não cessa nunca'.

O começo é árduo.

Mas o fim é feliz.

Ensina-me, Senhor, a fazer a opção correta."

(Hermógenes - Deus investe em você - Ed. Record, Rio de Janeiro, 1995 - p. 73/74)


terça-feira, 25 de junho de 2019

O MOMENTO DA MORTE

"Lembre-se de que todos os hábitos e tendências acumulados na base da nossa mente ordinária estão prontos para ser ativados por qualquer influência. Sabemos que basta a menor provocação para trazer as nossas reações instintivas e habituais à superfície. Isso é especialmente verdadeiro no momento da morte. O Dalai Lama explica:

No momento da morte, as atitudes com que temos familiaridade há muito tempo impõem-se e determinam o renascimento. Por essa mesma razão, o eu gera um forte apego, já que tememos que esse eu esteja se tornando inexistente. Tal apego serve como elo de conexão com o estado intermediário entre as vidas, enquanto o desejo de um corpo age por sua vez como causa que estabelece o corpo do ser que está no estado intermediário (bardo).

Desse modo, o estado da nossa mente no instante da morte é absolutamente importante. Se morremos com a mente estruturada de maneira positiva podemos melhorar nosso próximo nascimento, apesar do nosso carma negativo. E se estamos aborrecidos e angustiados, isso exerce um efeito prejudicial, mesmo que tenhamos vivido bem nossa vida. Isso significa que o último pensamento ou emoção que temos antes de morrer tem um efeito determinante e extremamente poderoso no nosso futuro imediato. Assim como a mente de um louco está quase sempre ocupada por uma obsessão que volta de tempo em tempo, no instante da morte também nossa mente está totalmente vulnerável e exposta a quaisquer pensamentos que então nos preocupem. Esse último pensamento ou emoção que tempos pode ser ampliado além de toda proporção e impregnar toda nossa percepção. É por isso que os mestres afirmam que a qualidade da atmosfera que nos cerca quando morremos é crucial. Com os nossos amigos e parentes devemos fazer tudo o que estiver ao alcance para inspirar emoções positivas e sentimentos sagrados como amor, compaixão e devoção, e igualmente ajudá-los a 'abandonar toda possessividade, anseio e apego'."

(Sogyal Rinpoche - O Livro Tibetano do Viver e do Morrer - Ed. Palas Athena, São Paulo, 2.000 - p. 286/287)


quinta-feira, 20 de junho de 2019

POR QUE SOMOS NEGLIGENTES?

"O pensador raciocina mediante o hábito, a repetição, a cópia, produzindo ignorância e tristeza. O hábito não é uma negligência? A consciência cria ordem, mas nunca o hábito. As tendências acomodadas só produzem negligência. Por que somos negligentes? Porque pensar é doloroso, cria perturbações, oposição, pode fazer com que nossas ações sejam contrárias ao padrão estabelecido. Pensar-sentir de maneira extensiva, tornar-se conciente sem escolha, pode conduzir a profundidades desconhecidas, e a mente se rebela contra o desconhecido. Então, ela se move do conhecido para o conhecido, do hábito para o hábito, do padrão para o padrão. Tal mente jamais abandona o conhecido para descobrir o desconhecido. Entendendo a dor do pensamento, o pensador torna-se negligente mediante a cópia, ao hábito; temendo pensar, ele cria padrões de negligência. Quando o pensador está com medo, suas ações nascem do medo, e então ele encara suas ações e tenta mudá-las. O pensador tem medo de suas próprias criações, mas a ação é o agente, por isso o pensador tem medo de si mesmo. O pensador é a causa da ignorância, da tristeza. Ele pode se dividir em muitas categorias de pensamento, mas o pensamento é ainda o pensador. O pensador e seus esforços para ser, tornar-se, são a verdadeira causa do conflito e da confusão."

(Krishnamurti - O Livro da Vida - Ed. Planeta do Brasil, São Paulo, 2016 - p. 289)


terça-feira, 18 de junho de 2019

UMA NOVA AURORA

"Uma verdadeira transformação social não é algo que possa ser alcançado por meio de leis. Não pode ser imposta de cima. O fator mais implortante em relação a isso é a perspectiva dos que querem produzir a transformação social. Como sabemos, quando se considera transformação no contexto teosófico, a ênfase é colocada sobre a transformação no nível individual. A ênfase está na transformação da natureza, da conduta e da perspectiva da pessoa com relação à vida. 

É sempre pertinente entender a natureza da transformação que ocorre no interior do indivíduo; uma transformação na própria psique, em todo o seu ser - que é a verdadeira fonte, o verdadeiro manancial da revolução exterior. Somente a mudança interna pode produzir mudança no mundo externo, pois muda a perspectiva da pessoa com relação à vida. É a agitação interior, as questões e dúvidas, que ajudam a perceber a beleza da vida interna - uma vida que não se opõe à vida mundana, mas que é mais plena, mais rica e mais completa. 

Questões como a ânsia de saber nos levarão à compreensão da unidade da vida e da harmonia na vida interna e externa. Um ponto que merece consideração é: que valores humanos buscamos preservar em nosso progresso rumo às transformações sociais?

Precisamos examinar nosso próprio eu para ver se há alguma falta de comprometimento de nossa parte. O que não nos permite tomar a iniciativa, agir espontânea e voluntariamente quando a situação exige? Quais são os fatores e as forças que nos oprimem e que não nos deixam praticar uma correta ação no momento certo? Pensar seriamente nessas questões, com consciência, pode nos ajudar a resolver diversos problemas e tensões, com a compreensão e a boa vontade apropriadas.

Para isso é preciso que cada indivíduo se torne genuinamente forte internamente, porque só assim suas boas qualidades poderão criar um impacto positivo sobre as pessoas. É necessário despertar a força moral interna, já que apenas ela deve guiar pensamentos e ações na direção certa. É preciso que haja completa coordenação entre o que sabemos, o que absorvemos e o que fazemos. Assim, nossos pensamentos e ações terão um impacto positivo e podem gerar uma atmosfera que encoraje outros a praticar valores elevados no dia a dia. 

Para sair da crise, não podemos ignorar o presente. Que o presente seja a plataforma para um futuro melhor para nós e também para toda a sociedade. Mas não devemos esperar passivamente que a inspiração seja servida numa bandeja. Precisamos trabalhar muito e aplicar nossos melhores esforços. Então a harmonia, a sabedoria e a verdade inatas poderão desabrochar através de nós. Precisamos não de uma abordagem casual ou indiferente, mas de uma atitude uma abordagem e uma perspectiva positiva e construtiva. Temos que utilizar o presente da melhor maneira possível, tanto em pensamento quanto em ação. Que cada momente seja uma nova aurora - então, o que quer que pensemos e façamos será verdadeiro, bom e belo."

(S. Sundaram - Uma nova autora - Revista Sophia, Ano 17, nº 79 - p. 34)


quinta-feira, 13 de junho de 2019

O HOMEM PERFEITO

"Quando um homem é perfeito, ele vê a perfeição nos outros. Quando vê a imperfeição, é sua própria mente que ele projeta. Como pode ver a imperfeição a não ser que ele próprio a tenha dentro de si? É por isso que o jnani não se preocupa com perfeição; é algo que não existe para ele. Assim que se torna livre, não vê o bem nem o mal. Quem vê o bem ou o mal? Quem os têm em si mesmo. Quem vê o corpo? Quem pensa que é o corpo. No momento em que se livra da ideia de que é o corpo, você não mais vê esse mundo, que desaparece para sempre. O jnani procura livrar-se dos laços que o prendem à matéria, pela força da convicção intelectual. Percorre o caminho negativo - neti, neti - 'isto não, isto não.'"

*Jnani - é aquele que atingiu a liberação enquanto vivo, aqui e agora. (Ramana Maharshi)

(Swami Vivekananda - O que é Religião - Lótus do Saber Editora, Rio de Janeiro, 2004 - p. 145)


terça-feira, 11 de junho de 2019

COMPAIXÃO, PAZ E LIBERDADE

"Quando a mente é virtuosa e paciente, temos tranquilidade. Quando ela está sob o controle da ira, não há paz nem felicidade, mesmo que vivamos num apartamento que custe milhões de reais, que nos alimentemos em restaurantes de luxo e usemos roupas caríssimas. Se não subjugarmos nossa mente e dela cuidarmos, nossa vida será sempre vivida em sofrimento, mesmo que sejamos ricos. Nosso sofrimento mental será maior do que se fôssemos mendigos.

Quando a mente é virtuosa e vibra na frequência da gentileza e da compaixão amorosa, há grande contentamento e uma incrível realização de paz. O sofrimento mental vem de uma sensação de descontentamento. Temos um apartamento, mas pensamos em adquirir um maior ou melhor. Temos uma TV, mas depois de algum tempo queremos uma melhor. O mesmo acontece com os automóveis. Se seguirmos essa atitude egoísta, será sempre assim: um caminho sem fim, o tempo todo buscando mais. Quando não obtemos as coisas que desejamos, vem o sofrimento.

A mente insatisfeita traz problemas demais, como brigas com familiares e amigos, desarmonia, medo, preocupação. Sentimos necessidade de tantas coisas que, mesmo quando envelhecemos, ainda não estamos felizes. Isso continua indefinidamente. Enquanto não pararmos a doença da mente insatisfeita, o sofrimento continuará presente.

Precisamos refrear a mente quando os problemas aparecem. Precisamos pensar, simplesmente: 'Esta é a mente insatisfeita; ela não tem fim. Enquanto eu prosseguir assim, isso jamais terminará. Não tenho certeza de que viverei muito tempo - talvez mais trinta ou quarenta anos. Minha existência não é permanente. A certeza de que viverei por muito tempo até que chegue o momento da minha morte não é confiável. Então, para mim basta. Tenho problemas demais apenas porque estou seguindo a mente insatisfeita.'

Se conseguirmos realmente refrear a mente e pensar dessa forma, a dor causada pela mente insatisfeita será imediatamente pacificada. Virá uma grande paz e uma sensação de liberdade. Quando nossa mente está satisfeita, vivemos a prática do dharma. O benefício de praticar o dharma é a paz imediata."

(Kyabje Lama Zopa Rinpoche - A mente insatisfeita - Revista Sophia, Ano 17, nº 79, p. 6)