OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


domingo, 21 de abril de 2013

RAJA YOGA - BAHIRANGA YOGA (4ª PARTE - II)

"(...) 4. Pranayama: quase sempre equivocadamente é entendido como uma técnica respiratória. Praticado com propriedade, efetivamente melhora a oxigenação e aprimora as funções respiratórias e circulatórias físicas. Mas aqui pranayama deve ser visto como o controle (yama) da circulação da bioenergia (prana) no "corpo sutil", o que além de promover a saúde física, predispõe a mente para a concentração. Sem que o pranayama seja bem conduzido, as forças do inconsciente (vasanas e samskaras) facilmente comprometerão as tentativas de aquietar a mente, pois que os vrittis continuarão indomáveis. Não são somente os conteúdos do inconsciente (vasanas e samskaras) que agitam os vrittis na mente, mas também os distúrbios ocorrentes na circulação das energias prânicas, responsáveis por todas as funções fisiológicas, bem como pela ativação dos chakras (centros psíquicos e energéticos).

5. Prathyahara: deve ser entendido como a interrupção das normais conexões dos sentido com o ambiente físico. É uma interface entre os dois mundos - o interno (antar) e o externo (bahira). Os angas anteriores (yama, niyama, asana, pranayama), se forem efetivamente praticados, permitem este difícil corte com o mundo exterior. Alcançado o "silêncio dos sentidos", torna-se possível a imersão da consciência no universo interior. Prathyahara serve de portal! O Yoga ensinado pelo Cristo menciona prathyahara neste termos:

...entra em teu quarto, e, fechando a tua porta, ora a teu Pai o que está em oculto... (Mt 6:6) 

Agora, tendo dessado a fase externa do método (bahiranga), inicia-se a grande aventura no universo interno do meditante.

Os naturais problemas e obstáculos encontrados por quem lida com a mente poderão ser vencidos se o desempenho moral do aspirante eliminou as perturbações geradas por desejos e emoções, se a postura da meditação (asana) conseguiu o mesmo em relação aos distúrbios nascidos do corpo físico, se os pranayamas corrigiram desordens energéticas no corpo prânico, e finalmente se prathyahara conseguiu interromper a atividade dos órgãos sensórios. É neste sachana holístico que conduz ao samyama, isto é, à sequência dharana-dhyana-samadhi sobre um mesmo objeto de meditação. Samyama é antaranga yoga. (...)"

(José Hermógenes - Iniciação ao Yoga - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 46/47)


O VALOR ESPIRITUAL DO "SÉTIMO DIA"

"Seis dias e noites completos de uma existência maquina e parte de um dia (o domingo) para o cultivo do ser interior da pessoa não é um modo de vida equilibrado. A semana deve ser bem distribuída em termos de trabalho, entretenimento e cultivo espiritual. Cinco dias para ganhar dinheiro, um dia para o repouso e entretenimento e pelo menos um dia para a introspecção e a realização interior.

"Lembra-te do dia do sábado [sétimo dia], para o santificar." Em uma semana de sete dias, como são poucos os que dedicam pelo menos um dia a Deus! Guardar um dia para Ele é da maior importância para nosso próprio bem-estar. Domingo é o dia do Senhor - o dia do Sol luminoso da sabedoria. Muita gente jamais o utiliza para pensar em Deus, embora fazer isso seja da mais alta sabedoria. Se nesse dia você pudesse apenas ficar sozinho e em silêncio por algum tempo, desfrutando dessa quietude, veria como se sente muito melhor. Guarde a domingo desse modo; será um bálsamo para as lacerações dos seis dias precedentes. Todos precisam de um dia da semana no hospital do espírito, para curar seus ferimentos mentais. 

Não guarde o domingo como um dever forçado; tenha prazer nele. Quando o domingo se tornar para você um dia de paz, alegria e contentamento, você passará a semana toda esperando por ele. Você ficará surpreso ao ver o que os momentos em solidão com Deus farão por sua mente, seu corpo e sua alma.

Os sábios da Índia não só aconselham um dia regular de recolhimento, mas insistem na necessidade da meditação silenciosa em quatro períodos específicos, todos os dias. De manhã cedo, antes que você se levante ou esteja com qualquer pessoa, permaneça tranquilo, sentindo paz. Ao meio-dia, permaneça em silêncio algum tempo, antes de almoçar; ao fim da tarde, antes de jantar, reserve outro período de paz. Antes de ir para a cama, entre neste silêncio novamente. Aqueles que observarem fielmente o silêncio, em recolhimento, durante estes quatro períodos do dia não podem deixar de se sentir sintonizados com Deus. Quem não puder dispor de quatro períodos por dia deverá observar um período devotado a Deus todas as manhãs e todas as noites. Fazendo isto você terá uma vida diferente, mais feliz.

Quatro vezes por dia, sente-se quieto em meditação e pense com todo o amor e anseio de seu coração: "Estou agora com o Infinito. 'Pai, revela-Te, revela-Te'." Empenhe-se em sentir a paz da presença Dele. Banhe a mente e o corpo nessa paz, e terá muito mais sucesso na vida. O homem tranquilo não erra. Quando milhares de outros fracassam, ele tem êxito. Você precisa ser tranquilo para ser bem-sucedido. Aqueles que não guardam o domingo para sentir a paz divina acabam desenvolvendo uma grande suscetibilidade aos humores. Tornam-se autômatos nervosos. Através dos portais do silêncio, o sol curativo da sabedoria e da paz brilhará sobre você."

(Paramahansa Yogananda - Paz Interior - Self-Realization Fellowship - p. 63/66)


sábado, 20 de abril de 2013

RAJA YOGA - BAHIRANGA YOGA (4ª PARTE - I)

"Há duas fases no Astanga Yoga. A primeira é externa (bahira) e compreende os cinco primeiros angas. Começa com yama e termina com prathyahara. A segunda é interna (antar). Tem início com dharma e culmina com a parada da mente (samadhi). A perfeição alcançada na primeira fase garante a vitória na segunda. A Bahiranga se compõe de:

1. Yama: um conjunto de cinco abstinências ou comportamentos a evitar: 

(a) ahimsa - não deseje agredir, ferir e matar qualquer ser;
(b) sathya - não minta;
(c) asteya - não furte;
(d) brahmacharya - não perverta, nem exacerbe, nem se submeta ao sexo;
(e) aparigraha - não deseje nem aceite propinas.

Tais abstinências asseguram-nos paz com os outros e melhoram nosso karma.

2. Niyama: mandamentos a serem cumpridos. São sábias prescrições ou virtudes e condutas asseguradoras de paz interior. Ei-los:
(a) sauca - pureza externa e interna, corporal e mental;
(b) santosha - contentamento ou o sentimento de bastante;
(c) tapah - austeridade visando a incinerar os desejos egocêntricos, inferiores e instintivos;
(d) svadhyaya - estudo e investigação sobre o Ser;
(e) ishvarapranidhana - completa submissão a Deus (Ishvara).
3. Asana: postura do corpo que seja bastante estável e cômoda, permitindo o meditador permanecer longo tempo imóvel, sem fadiga e sem desconforto, a ponto de não mais sentir seu físico. Os asanas eliminam os comuns distúrbios que o corpo físico causa à mente e, por outro lado, aperfeiçoam a circulação energética (prânica) porque atuam sobre os naddis (canais sutis), limpando-os, desobstruindo-os e sobre os chakras (centros psíquicos e energéticos), ativando-os. (...)"

(José Hermógenes - Iniciação ao Yoga - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 44/45)

CINCO ELEMENTOS UNIVERSAIS COMPÕEM O CORPO HUMANO

"Todo o universo - que é o corpo de Deus - é constituído pelos mesmos cinco elementos que compõem o corpo humano. A forma estelar do corpo humano representa os raios desses cinco elementos. A cabeça, os dois braços e as duas pernas formam uma estrela de cinco pontas. Portanto, também sob este aspecto, somos feitos à imagem de Deus.

Os cinco dedos também representam os cinco elementos vibratórios da Vibração Cósmica Inteligente que mantém a estrutura da criação. O polegar representa o elemento vibratório mais denso, a terra, e por isto ele é mais grosso do que os outros. O dedo indicador representa o elemento água. O dedo médio representa o elemento fogo, daí o seu comprimento. O anular representa o ar. O dedo mínimo representa o éter, que é muito tênue.

Quando esfregamos um dedo, despertamos o poder que lhe é peculiar. Ou seja, esfregando-se os dedos médios (representando o elemento fogo) e o umbigo (oposto ao centro lombar ou centro do "fogo" da espinha dorsal, que governa a digestão e a assimilação) ajuda-se a combater a indigestão.

Deus manifesta movimentos na criação. O homem desenvolveu pernas e pés por causa do impulso de expressar movimentos. Os artelhos são materializações dos cinco raios de energia.

Os olhos simbolizam Deus Pai, Filho e Espírito Santo na pupila, íris e córnea. Quando nos concentramos no ponto entre as sobrancelhas, a corrente nos dois olhos se reflete como uma luz única e vemos, então o olho espiritual. Este olho único é o "olho de Deus". Nós desenvolvemos dois olhos por causa da lei da relatividade que predomina no nosso universo dualista. Jesus disse: "Se o teu olho for único, todo o teu corpo estará cheio de luz". Se olharmos através do olho espiritual, o "olho de Deus", veremos que toda a criação é feita de uma única substância: a Sua luz."

(Paramahansa Yogananda - Como Falar com Deus - Self-Realization Fellowship - p. 21/23)


sexta-feira, 19 de abril de 2013

RAJA YOGA - OS FANTÁSTICOS PODERES DA MENTE (3ª PARTE)

"Hoje, no Ocidente, uma ala suspeita formada por "psicólogos" (?!), "gurus" (?!), "religiosos" (?!), "magos" (?!) e "escritores" (?!) - cada dia em maior número e ganhando lucros mais gordos - vem ensinando "pacotes" de técnicas a serem usadas para explorar ao máximo os "infinitos" (?!) poderes da mente. Milhões de cursos, seminários, livros e vídeos ensinam a um público desinformado a manipular magicamente os "ilimitados poderes mentais" com o objetivo egocêntrico de faturar saúde, poder, juventude, sucesso, fama, dinheiro, prazer sexual, vitória sobre concorrentes, e até mesmo a destruição de inimigos. Segundo prometem, não há desejo desmedido que a mente bem explorada deixe de atender. Nada é impossível para a mente (!).

Os que já conseguem se banhar na luz do Yoga, entretanto, sabem que, assim como a cintilação das pequenas ondulações da água agitada dentro do tanque não passa de um enganoso e transitório brilho emprestado pela verdadeira luz da lâmpada, a mente é tão somente "iluminada", mas não é a luz. Sua aparente luz é efêmera e dependente da Luz Eterna e Infinita, a Luz de Deus, o Atma Jyotir. Não é, portanto, uma opção inteligente esquecer a Luz Divina em face da sedutora, mas embaçada luz da mente.

O Yoga ensina e demonstra que só o Ser, o Atma é a própria Luz inextinguível (Jyotir). Se a mente é de fato tão poderosa, que dizer da onipotência do Ser-Luz que todos somos, sem o qual a mente nem existiria? Os que se deslumbram com a mente e a cultuam e cultivam, "normalmente" em proveito próprio e na caça de valores imediatos e materiais, precisam ficar sabendo que alcançariam infinitamente mais, se, esquecidos de si mesmos, isto é, humildados, buscassem a união (Yoga) com Deus.

Obviamente, o preço da joia verdadeira tem de ser bem mais alto que o da imitação. Samadhi (a parada da mente) é a joia inapreciável. É imensamente difícil alcançá-lo, mas não impossível. O progresso tem de ser gradual, mas firme. Para tanto, Patanjali, no caítulo II do Yoga Sutra, ensina um procedimento técnico, digamos, uma ascese, um sadhana que culmina com o samadhi, isto é, o desejado mas difícil chita-vritti nirodha, o desligar do "motorzinho" e apagar a mente. É um método rigorosamente científico e comprovadamente eficiente, constituído de oito componentes, daí seu nome - Astanga Yoga (asta, oito; anga, componente, membro). 

Os angas são: (1) Yama; (2) Niyama; (3) Asana; (4) Pranayama; (5) Prathyahara; (6) Dharana; (7) Dhyana; e (8) Samadhi. Os dois primeiros compõem um sistema perfeito de ética, capaz de assegurar paz, pureza e serenidade àqueles que o cumpram. Esse alto nível de sanidade e santidade mentais é que viabiliza o bom desempenho nas etapas seguintes da difícil jornada do aspirante. (...)"

(José Hermógenes - Iniciação ao Yoga - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 43/44)