OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


quarta-feira, 29 de maio de 2013

TANTRA YOGA - MÃO DIREITA E MÃO ESQUERDA (5ª PARTE - II)

" (...) Há milênios o Kata Uppanishad menciona dois caminhos: o "Caminho Bom" e o "Caminho do Bem", naturalmente para convidar para o último. O Cristo veio depois a confirmar:
Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta e espaçosa a estrada que conduz à perdição, e são muitos os que por ela entram, mas estreita é a porta e apertada a estrada que conduz à vida, e poucos são os que a encontram. (Mt 7:13-14)
Os que fazem o marketing do "caminho largo" jogam com argumentos inegavelmente brilhantes e convincentes. Eis um texto de Haridas Chaudhuri que sintetiza uma argumentação hoje monotonamente repetida por uns poucos reverenciados como "gurus" (?!), e por alguns "modernos terapeutas", pretendendo com ela incentivar, respectivamente, devotos e pacientes a "liberar o animal" que se agita dentro de si. Demonstram que assim evitarão as indesejáveis consequências da "repressão" psicológica. Tais "gurus", argumentando cavilosamente, têm encontrado facilidade em convencer crédulos discípulos (previamente convencidos) da "sacralidade" (?!) de uma gratificante "liturgia erótica".
A Yoga tântrica é audaciosamente afirmativa em suas abordagens metodológicas. Outros sistemas de Yoga dão muito destaque à renúncia e à ausência de desejo como ajuda à libertação. Mas a Tantra Yoga afirma a necessidade de uma satisfação inteligente dos desejos naturais. Nesta visão, não há antagonismo básico entre a natureza e o espírito. A natureza é o poder criativo do espírito na esfera objetiva. Ninguém, portanto, pode entrar no reino do espírito sem primeiro obter um passaporte emitido pela natureza. A prática de austeridade, ascetismo e automortificação é um insulto à natureza. Cria mais dificuldades que as soluciona. Por enfraquecer o corpo e por gerar conflitos internos e tensões, enquanto solapa e desenvolvimento sadio e equilibrado. (in Integral Yoga. Londres: George Allen and Unwin Ltd.) 
A defesa da tese do "caminho largo" prossegue, convincente, a arrastar muitos ao gostoso "é proibido proibir", à licenciosidade irresponsável. Toda esta argumentação (a essa altura já consideravelmente gasta) configura um velho e eficiente sofisma, sintetizado pela fórmula: quem está no chão só consegue levantar-se apoiando-se no mesmo chão. Ouso perguntar: Mas, se a criatura se encontra no lodo, num atoleiro, em areia movediça, como se apoiar se a busca de apoio faz afundar mais ainda?!

Haridas Chaudhuri prossegue, com promessas àqueles já predispostos à sedutora licenciosidade:
Se uma pessoa inteligentemente atender às tendências de sua própria natureza, seus desejos se tornarão cada vez mais refinados e elevados. Os desejos básicos gradualmente cederão lugar a desejos nobres. Os impulsos inferiores serão substituídos por impulsos mais elevados... 
A experiência prova, no entanto, exatamente o oposto. Um famoso filme japonês - O Império dos Sentidos - há alguns anos mostrou um caso real onde os amantes sofregamente se renderam sem reserva ao "império dos sentidos", em busca de uma impossível saciedade erótica total, e ao final, como não podia deixar de ser, suas vidas se acabaram de maneira trágica. (...)"

(José Hermógenes - Iniciação ao Yoga - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 126/128)


terça-feira, 28 de maio de 2013

PROVAÇÃO - PREOCUPAÇÕES

"Análogas perturbações se produzem frequentemente no corpo mental, e seus efeitos são igualmente desastrosos. Quem se preocupa demasiado com um problema e o remói repetidamente sem conseguir resolvê-lo, provoca uma espécie de tormenta em seu corpo mental. Mas a palavra "tormenta" só dá uma ideia muito vaga da realidade do fato, porque são extremamente sutis as vibrações no plano mental; o mais apropriado símile seria compará-las a uma chaga ocasionada pelo fricção. Às vezes deparamos com polemistas que discutem acerca de tudo, e que aparentemente se apaixona tanto, que raramente se atêm ao aspecto do problema que lhes interessa. Uma pessoa desse tipo mantém seu corpo mental numa condição de perpétua inflamação, e toda inflamação está sujeita, à mais leve provocação, a converter-se numa chaga aberta. Em casos desses, não há nenhuma esperança de progresso oculto enquanto o indivíduo não sanar com o equilíbrio mental e o senso comum a mórbida condição. 

Felizmente, para nós, as boas emoções são muito mais duradouras do que as más, pois operam na parte mais sutil do corpo astral; o efeito de um sentimento de forte amor ou devoção permanece no corpo astral até muito depois de esquecida a ocasião que a produziu. É possível, embora não seja usual, ser o corpo astral comovido ao mesmo tempo por dois tipos de vibrações, como, por exemplo, o amor e o ódio. No momento de experimentar um intenso sentimento de cólera, o iracundo não será capaz de sentir nenhum afeto amoroso, a não ser que a ira proceda de uma nobre indignação; em tal caso, os efeitos serão paralelos, mas um em nível superior ao do outro, e portanto persistindo muito mais tempo."

(C. W. Leadbeater - Os Mestres e a Senda - Ed. Pensamento, São Paulo - p. 92)


TANTRA YOGA - MÃO DIREITA E MÃO ESQUERDA (5ª PARTE - I)

"Há dois caminhos gerais oferecidos pelo tantrismo: (a) o nivritti marga ou "caminho da renúncia, da abnegação, do desapego, da submissão a Deus, da humildade, disciplina, castidade, oração, canto devocional, amor sublimado (prema)..." próprio dos tipos virabhaya e divabhaya; (b) o pravritti marga ou "caminho da autoafirmação, da permissividade, do egoísmo selvagem, da magia sexual..." apropriado ao tipo animalesco, pasubhava. Os que transitam pelo primeiro caminho podem ser chamados também de dakshinacharis, e os do segundo caminho, vamacharis. Em seu Glossário Teosófico, H. P. Blavatsky define dois termos:
(a) Tantra - Literalmente, "regra ou ritual". Certos trabalhos místicos e mágicos, cuja peculiaridade principal é a adoração ao potencial feminino, personificado na Saktidevi ou Durga (Kali, esposa de Shiva) que é a energia especial ligada aos ritos sexuais e poderes mágicos - a pior forma de magia negra ou feitiçaria.

(b) Tântricas - Cerimônias ligadas à adoração acima citada. Sakti tendo uma dupla natureza, branca e negra, boa e má, os saktas (adoradores) são divididos (também) em duas classes: os dakshinacharis e os vamacharis, respectivamente; os saktas da mão direita e os da mão esquerda, isto é, magos "brancos" e os "negros". A adoração feita pelos últimos é a mais licenciosa e imoral.
Declarações tão graves, feitas por uma venerável autoridade em assuntos espirituais, a fundadora da Sociedade Teosófica, reclamam esclarecimentos maiores. O assunto é polêmico e exige que autoridades no assunto falem também:
Sem dúvida o Tantra é um tema delicado por conta de suas intensas e extensas ramificações eróticas. Deve ser visto de dois níveis: (a) o literal (mukya); e (b) o da interpretação metafórica de sua doutrina (gauna). A primeira visão é vamachara ou da "mão esquerda", a segunda, dakshinachara ou da "mão direita". (Stutley, Mararet and James, in a Dictionary of Hinduisna. Bombay: Allied Publishers Private Limited)
O tantrismo vamashina é aquele que inspirou a denúncia de Blavatsky. Prescreve rituais eróticos exacerbados e outras formas de licenciosidade como é o caso do preceito dos "cinco Ms", que parececonsagrar a permissividade, tão ao gosto dos indivíduos mais materialistas e sensuais, aqueles que o Tantra classifica como pasubhava (tipo animal).

A "doutrina dos Ms" determina como forma de cultuar a Shakti não as preces, meditações, purificações, renúncias, disciplinas, mas exatamente o oposto, isto é, a gratificação com: madya (vinho); mamsa (carne); matsya (peixe); mudra (cereais ressecados); maithuna (fornicação). Observe que as palavras têm o m por inicial. São os cinco Ms.

Ora, isto pode ser visto como a antítese do que as religiões em geral propõem com ascese. Soa como um convite para "chegar a Deus pelo caminho que o diabo gosta". Como explicar tão flagrante contradição? Procuremos juntos a resposta. (...)"

(José Hermógenes - Iniciação ao Yoga - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 125/126)


segunda-feira, 27 de maio de 2013

REMOVENDO OBSTÁCULOS PARA A FELICIDADE E PARA A ALEGRIA (PARTE FINAL)

" (...) Dean Ornish, o brilhante cardiologista, pioneiro em estudos sobre os efeitos do estresse nas doenças cardíacas e no câncer da próstata, e autor do livro Amor & sobrevivência: as bases científicas do poder de cura da intimidade, diz: "Abrir o coração é fundamental não só para a qualidade de vida como também para a quantidade de vida - o tempo que viveremos... Solidão e isolamento aumentam o risco de doenças e de morte prematura, numa relação de 200 a 500 por cento em relação a outras causas... Quando estamos sozinhos, tendemos a comer demais, a trabalhar e a beber demais, a abusar das drogas ou a adotar outras práticas autodestrutivas..."

De acordo com Ornish, "Amor e intimidade estão na raiz do que nos faz doentes ou saudáveis, do que nos causa tristeza e do que nos traz felicidade, do que nos faz sofrer e do que conduz à cura... Não conheço nenhum outro fator considerado pela medicina - dieta alimentar, fumo, prática de exercícios, ou estresse, causas genéticas, drogas e procedimentos cirúrgicos - que tenha um impacto maior em nossa qualidade de vida, na incidência de doenças ou na ocorrência de morte prematura."

Numa observação pessoal, Ornish disse que conquistar sua própria saúde emocional "nada teve a ver com encontrar a pessoa certa, mas como ser a pessoa certa". 

Afastar pensamentos e emoções negativas e descobrir a paz interior, alegria e felicidade: esses são os objetivos. Você vai apreciar muito mais a vida. Avançará com mais consciência em seu caminho espiritual. E a sua alma vai se manifestar dentro de um corpo muito mais saudável e infinitamente mais resistente a doenças. Que esplêndida combinação! Mesmo que você ainda tenha resistência em relação às questões ligadas à espiritualidade, não há dúvida quanto aos benefícios físicos que pode obter das práticas e atitudes descritas aqui. Esses benefícios para a sua saúde representam fortes razões para você aceitar as sugestões contidas neste livro. Com o tempo, de alguma maneira, os efeitos físicos aparecerão. Você nada tem a perder e tem tudo a ganhar."

(Brian Weiss - A Divina Sabedoria dos Mestres - Ed. Sextante, Rio de Janeiro - p. 80/81)


TANTRA YOGA - SHIVA E SHAKTI (4ª PARTE)

No tantrismo, cabem tanto a convicção dualista como a monista. Uma não exclui a outra. É questão de nível de consciência. Seu propósito é libertar o jiva (alma individual) mediante um método que o eleve à verdade monista (ou não dualista) por intermédio da verdade dualista.* O praticante mergulhará na felicidade suprema quando conseguir transformar a dualidade em unidade. Arthur Avalon cita o própria Senhor Shiva:
No mundo, uns desejam a sabedoria monista, enquanto outros, o conhecimento. Aqueles, porém, que conheceram Minha Verdade, ultrapassaram tanto o dualismo como o não dualismo. (Citado por Pandit, M.P., in Studies in Tantras & Veda. Madras: Ganesh & Company)
A Realidade Última é Brahman (traduz-se por imensidão), a potencialidade infinita. Quando, por si mesmo, Brahman se move no propósito de manifestar algo de sua plenipotência, promove uma comoção que toma a forma de uma polaridade: Shiva (o equilíbrio estático, o eterno masculino) e Shakti (o equilíbrio dinâmico, o eterno feminino). Ele, a Consciência Suprema. Ela, a Energia dEle, aquela energia que gera universos. Cada universo nasce da fecunda união do Divino Casal. A fecundação cósmica é um ato de gozo transcendente, um folguedo (lila partilhado pelos celestiais esposos. O prazer sexual desfrutado por um par amoroso humano é parte ínfima do orgasmo cósmico gerador de universos, bem como do êxtase experienciado por um místico em seu mergulho unitivo no oceano da beatitude do Ser Supremo. 
O mesmo divino jogo (lila) dá existência a cada forma individual. Assim, cada coisa, cada homem é uma encarnação de Shiva e Shakti e é campo para o delicioso jogo do Senhor e sua Esposa. (Pandit, M. P., idem)
O Tantrismo é predominantemente, mas não exclusivamente, inspirado no culto ao Divino Casal Shiva-Shakti. Há tantristas que adoram outro Divino Par - Vishnu-Lakshimi. Existe também tantristas que veneram e cultuam predominantemente a Shakti, isto é, a Mãe Parvati, a Energia universal. Portanto, o Tantra tem três ramos: Shaivismo (dos adoradores de Shiva); Vaishinavismo (dos adoradores de Vishnu); e Shaktismo (dos adoradores de Shakti). (...)"

* Os dualistas (dwaitas) afirmam uma distinção e uma distância irredutíveis entre a alma e Deus, entre a matéria e Espírito. Os não dualistas ou monistas (adwaitas) veem somente um Uno sem segundo, portanto, não existem distâncias nem distinções a separar-nos do Ser, de Brahman. 

(José Hermógenes - Iniciação ao Yoga - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 124/125)