OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


quarta-feira, 10 de abril de 2013

SANATHANA DHARMA

"Você tem todo direito de querer saber o que seja Sanathana Dharma, acima citado. Consideremos as duas palavras. Sanathana significa eterno, isto é, aquilo que não muda através do tempo, que foi, continua sendo e sempre será o mesmo; dharma tem um significado muito amplo, que, conforme o contexto, pode expressar justiça, virtude, retidão, lei, ética, e até religião. Sanathana Dharma, portanto, significa a Lei Eterna, isto é, Aquela que regeu a manifestação do universo, sempre regerá o cosmos, propicia vida e higidez a todos os sistemas que existem. A Lei Eterna administra tanto a harmonia de uma galáxia como a dinâmica íntima de um átomo. Quando tal Lei é desrespeitada, violentada, agredida, transgredida - e o ser humano é "especialista" nisto -, a desarmonia, a perturbação, instabilidade, enfermidade, desordem, o caos, a feiura e degradação se manifestam no sistema, seja ele um planeta, uma empresa, um grupo social como a família qualquer instituição, uma orquestra, a humanidade como um todo, uma célula, finalmente cada ser e cada objeto, portanto cada um de nós. O domínio da Lei assegura a ordem e a harmonia, "vida" enfim. A contravenção provoca a doença e antecipa a morte. 

O cosmos foi manifestado, não aleatoriamente, mas segundo uma Lei perfeita e imutável e é por isto que funciona harmoniosa, eficiente, bela e perfeitamente, e continuará vivo e hígido enquanto ela plenamente reinar. Mesmo que inconscientemente, qualquer investigador cientifico ao iniciar seus trabalhos tem certeza de que uma Lei imutável rege todos os fenômenos que ele pretende pesquisar. 

Uma das linhas mais avançadas da pesquisa científica atual é a busca de solução para o que está sendo chamado "sistemas caóticos". Os matemáticos assinalam fenômenos surpreendentes e imprevisíveis que negariam uma Lei a gerenciar o cosmos... Isto é observável somente nos níveis subatômicos, digamos no reino quântico. A incerteza do que ocorre em tais níveis não inviabiliza a Lei que tudo rege. O caos dominaria tudo e nada restaria se uma Lei Eterna não criasse, mantivesse e destruísse simultaneamente o cosmos. Esta dinâmica ocorre no cosmos subatômico.  

Quando os primeiros viajantes ocidentais tomaram contato com populações do vale do rio Indo (na Índia), surpreenderam-se com a profundidade e a sapiência da cultura filosófico-religiosa que lhes norteava a vida. Chamaram-na Hinduísmo quer dizer, a filosofia dos povos do rio Indo. Os habitantes, porém, davam à sua cultura outro nome: Sanathana Dharma. Ainda hoje os ocidentais continuam denominando Hinduísmo aquela que é a "filosofia perene", o Sanathana Dharma."    

(José Hermógenes - Iniciação ao Yoga - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 24/25)


O SENTIMENTO DE SEPARATIVIDADE SURGE COMO PRODUTO DA IGNORÂNCIA DA VERDADE

"Você só pode vir a ter necessidade de inspiração para servir aos outros quando abandonar a identificação com o corpo. Quando um homem sofre de dor aguda no estômago, seus olhos lacrimejam. Por quê? Porque os vários órgãos (olhos, estômago etc.) pertencem ao mesmo corpo. Igualmente, quando vê um homem sofrer, seus olhos deveriam lacrimejar, e você deveria sentir a necessidade de aliviá-lo. Isso acontece porque sabe que você e ele são membros do mesmo Corpo Divino. O sentimento de separatividade (bheda-bhava) surge como produto da ignorância da Verdade. Quando as pessoas estão iradas trincam os dentes, mas têm o cuidado de não morder a língua porque esta lhes pertence e, se por acaso, a língua chegar a ser mordida, não arrancam os dentes porque estes também lhes pertencem. Assim também, o doente, o pobre, o analfabeto, o fraco, todos são membros do mesmo corpo do qual igualmente todos somos partes. A mesma corrente (energética) ativa tudo. Realizar tal constatação, isto é, mergulhar neste Unidade, é o verdadeiro propósito desta vida que temos no uso deste corpo humano. 

Para tal realização, a semente de vishayavasana (apego aos objetos dos sentidos) deve ser escrupulosamente abandonada. Um campo pode parecer árido e morto, mas com a primeira chuvarada, virá a tornar-se um tapete verde; as sementes de grama dentro do solo germinarão ao toque da umidade. Da mesma forma, ao primeiro contato com a tentação, o vishayavasana das pessoas brota e lhes impede o desenvolvimento do sadhana."

(Sathya Sai Baba - Sadhana O Caminho Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 34)


terça-feira, 9 de abril de 2013

NÃO AO PRECONCEITO

"Vez por outra, encontro alguém que infantilmente se inquieta com a hipótese absurda de, vindo a envolver-se com Yoga, cometer apostasia e trair sua religião particular, à qual desde a infância acomodadamente "pertence".

Alguns me perguntam receosos se Yoga é religião. Geralmente respondo: "Se você vê religião como um processo holístico (psico-bio-físico-espiritual) de re-união de partes que antes estavam unidas e agora estão separadas, se vê como a re-união da alma com Deus, então Yoga é essencialmente religião. Se um cristão, mesmo nada sabendo de Yoga, cumprir o caminho (marga), a disciplina ascética (sadhana) e a ética (dharma) ensinados e exemplificados por Jesus, poderá voltar à "casa do Pai". Retornará a ser um com o Pai. Tal, a rigor, é o Yoga do Cristo. Não é disto que fala a parábola do "Filho Pródigo"? A re-ligação ou religião do filho com o Pai é a forma mais exata de entender o Yoga.

Desde que o dharma (dever, mandamento e injunção), o sadhana (disciplina, ascese) e o marga (caminho de redenção a ser percorrido), estabelecidos por Cristo no Evangelho, sejam cumpridos com discernimento, decisão, dedicação, devoção e disciplina, o cristão pratica e alcança o Yoga. Que todo cristão consiga praticar o Yoga ensinado e exemplificado por Cristo; que ouça, analise, compreenda (em espírito e verdade) e ponha em prática o que Ele ensina em seu santo e sábio Evangelho:

Se permanecerdes em minha palavra (doutrina), sereis verdadeiramente meus discípulos e tereis a gnose da Verdade, e a Verdade vos libertará (jnana).
Se alguém quer vir após Mim, negue-se a si mesmo, tome cada dia sua cruz e siga-me (tapah).
Fazei aos outros aquilo que quereis que vos façam (seva).
Perdoai setenta vezes sete vezes (kshama).
Orai pelos que vos perseguem e caluniam (prema).
Buscai primeiro o Reino de Deus e vosso ajustamento a Ele, e o resto vos será acrescentado (mumukshutva).

Muito, mas muito mais, Ele estipulou como seu dharma (preceitos, injunções, virtudes, deveres...), definiu marga (caminho a ser percorrido) e ensinou seu sadhana (disciplina a ser observada). Sugeriu que se optasse pela "porta estreita" que permite e promove a re-ligação com a "casa do Pai", com o Dono da Casa.

Tivesse Ele se dirigido a hindus, penso que poderia falar assim: "Se vos ajustardes ao dharma, avançando no marga, e cumprirdes o sadhana, que vos ensinei e tanto exemplifiquei, alcançareis o estado adwaita e chegareis a dizer junto comigo 'eu e o Pai somos um' e tomareis consciência de que sois Deus. E este jnana vos libertará de samsara, o mundo dos mortos, onde há choro e ranger de dentes, e tereis vida, mas vida em abundância."

Se alguém, se supondo cristão, vier a contestar e combater o Yoga, "perdoai, pois não sabe o que faz". Não conhece Yoga e nem a luminosa essência de sua religião tão sábia."

(José Hermógenes - Iniciação ao Yoga - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 22/24)


DESENVOLVER UMA PERSONALIDADE HARMONIOSA (PARTE FINAL)

"(...) O complexo de inferioridade nasce da secreta consciência de uma fraqueza, real ou imaginária. Na tentativa de compensar essa fraqueza, a pessoa pode construir em torno de si uma armadura de falso orgulho e ostentar um ego exagerado. Então, os que não compreendem a verdadeira causa de tal atitude podem dizer que esse indivíduo tem um complexo de superioridade. Ambas as manifestações de sua desarmonia interna são destrutivas do Autodesenvolvimento. Ambas são alimentadas pela imaginação e pela ignorância dos fatos, ao passo que nenhuma delas é parte da verdadeira e onipotente natureza da alma. Baseie sua autoconfiança na realização verdadeira acrescida da convicção de que o seu Eu real [a alma] não pode, de modo algum, ser inferior; então você se libertará de todos os complexos.

Se a maioria das pessoas acha que você tem uma personalidade pouco atraente, analise-se. É possível que haja traços no seu jeito de ser que desagradam aos demais. Talvez você fale demais, ou goste de intrometer-se na vida alheia, ou, ainda, costume apontar os defeitos dos outros, além de lhes dizer como deveriam viver sua vida, sem aceitar sugestão para melhorar a si mesmo. Eis alguns exemplos de traços psicológicos que nos tornam antipáticos aos outros.

Consideração pelos outros é uma qualidade maravilhosa. É o maior atrativo que você pode ter. Pratique-a! Se alguém está com sede, a pessoa se antecipa e lhe oferece algo para beber. Consideração significa percepção e atenção em relação aos outros. Quando uma pessoa que tem consideração se acha em companhia de outros, ela manifesta sua percepção intuitiva das necessidades alheias.

Pratique a consideração e a bondade até que você seja como uma bela flor que todos gostam de ver. Seja a beleza que está na flor e o poder de atração que há na mente pura. Quando você for atraente desse modo, sempre terá amigos verdadeiros. Você será amado tanto pelos homens quanto por Deus."

(Paramahansa Yogananda - Onde Existe Luz - Self-Realization Fellowship - p. 135/136)


segunda-feira, 8 de abril de 2013

SOFRE O JUSTO PELO PECADOR

"Outrora, revoltava-me esse injustiça: que o inocente sofra pelo culpado.
Parecia-me flagrante injustiça.
Hoje, compreendo a justiça das leis cósmicas.
Se o inocente herdasse as culpas dos culpados, seria injustiça
Mas isso é impossível.
Injustiça não é que o santo sofra males pelas maldades dos pecadores.
Sofrer pelas maldades alheias não me faz mau - apenas me faz mal.
E o que me faz mal pode fazer-me bom.
Só pode pagar débitos alheios quem está livre de débitos próprios.
O homem inocente é um "bode expiatório" ideal - só quem não tem culpas próprias pode sofrer por culpas alheias.
É vergonhoso pagar culpas próprias.
É glorioso pagar culpas alheias.
Mais glorioso ainda é acumular crédito próprio, pagando débitos alheios.
É essa a glória de todos os santos e iniciados.
Fazer crédito próprio, pagando débitos alheios.
Por isso, os santos são felizes em pleno sofrimento.
Há gozadores infelizes - e sofredores felizes.
Gozo e sofrimento são do ego humano - felicidade ou infelicidade são do Eu divino. 
Gozo e sofrimento nos acontecem - culpados ou inocentes.
Felicidade e infelicidade não nos acontecem pelas circunstâncias, nas são da nossa própria substância.
Feliz de quem pode gozar pelos débitos alheios, enriquecendo a alma com créditos próprios.
Para compreender coisa tão incompreensível, é necessário que o homem se compreenda a si mesmo.
Que não se identifique com o que não é, mas sim com o seu ver verdadeiro.
E não dizia o Mestre: "Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará"?
A verdade do Eu vos libertará da ilusão do ego."

(Huberto Rohden - De Alma para Alma - Ed. Martin Claret, São Paulo - p. 137/138)