OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

A CONQUISTA DA LIBERDADE PELA VONTADE (1ª PARTE)

"É inútil falar de livre-arbítrio em um homem que é escravo dos objetos à sua volta. Ele é um eterno escravo, não consegue exercer escolhas; pois embora possamos pensar que tal pessoa elege seguir o caminho ao longo do qual as atrações o arrastam, na verdade não está havendo escolha nem pensamento de escolha. Enquanto as atrações e repulsões determinarem o caminho, qualquer discurso sobre liberdade é vazio e tolo. Muito embora um homem sinta que está escolhendo o objeto desejado, o sentimento de liberdade é ilusório, pois ele é atraído pela atividade do objeto e tem dentro de si, o anseio pelo prazer. Ele tem tanta - ou tão pouca - liberdade de movimento quanto o ferro em presença de um ímã. O movimento é determinado pela força do ímã e pela resposta da natureza do ferro à sua atração. (...)

Vendo então que a vontade é determinada pelo motivo condicionado a partir dos limites da matéria que envolve o Ser separado, e pelo Ser de quem é parte o Ser exercendo a vontade - o que queremos dizer por ‘livre-arbítrio’? Certamente queremos dizer que a vontade é determinada a partir do interior; a escravidão, a partir do exterior. A vontade é livre quando o Ser, querendo agir, extrai seu motivo de volição de fontes que estão dentro dele mesmo, sem ser posto a agir por motivos atuando sobre ele a partir de fontes externas. (...)"

(Annie Besant - Um estudo sobre a Consciência - Ed. Teosófica, Brasília - p. 230/233)


terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

CONTROLE DA MENTE

"D: Sendo tão difícil controlar a mente, como se pode conseguir praticar o yoga?

M: Por força da prática e do desapaixonamento, a mente pode ser controlada. O mesmo foi dito por Sri Bhagavan a Arjuna e por Vasishta a Sri Rama. Sri Krishna disse: 'Ó Filho de Kunti! Não há dúvida que a mente é instável e difícil de controlar. No entanto, por meio da prática e do desapaixonamento, ela pode ser controlada.' Vasishta disse: 'Ó Rama, embora a mente seja difícil de controlar, mesmo assim precisa ser dominada pelo desapaixonamento e pelo esforço, ainda que à custa de retorcer as mãos, cerrar os dentes e sujeitar os membros e os sentidos; isto tem de ser feito pela força de vontade.'

Portanto, é necessário um esforço intenso para conseguir o objetivo.

A abelha da mente, sempre vivendo no lótus do coração, rejeita o doce mel da incomparável Beatitude do lótus do Coração e, desejando o amargo mel do sofrimento coletado no exterior - como sons, toques, formas, sabores e odores - sempre voa para fora, pelos sentidos. Embora, pelo desapaixonamento, os sentidos são forçosamente bloqueados e a mente confinada; mesmo assim, no interior, a mente estará pensando [ocupando-se] no presente, recordando o passado ou construindo castelos no ar."

(Advaita Bodha Deepika - A Luz da Sabedoria Não Dualista - Ed. Teosófica, Brasília, 2012 - p. 92)


segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

LIVRE-ARBÍTRIO: A MAIOR DÁDIVA DE DEUS

"Podemos dizer que Deus não fez a Terra só como um passatempo, mas também porque queria fazer almas perfeitas que evoluiriam de volta a Ele. Embora as tenha enviado sob a capa da ilusão ou maya. Ele lhes concedeu a liberdade. Esta é a maior dádiva de Deus. Ele não negou à humanidade o mesmo livre-arbítrio que Ele Próprio tem. Concedeu ao ser humano a liberdade de ser bom ou mau; fazer o que quiser - até mesmo de negar a Deus. O bem e o mal existem, mas ninguém o obriga a ser mau, a não ser que você escolha praticar o mal; e ninguém o obriga a ser bom, a não ser que você queira ser bom. Deus nos criou com a capacidade de exercer Suas dádivas de inteligência e livre-arbítrio, com as quais podemos escolher voltar para Ele. Deus certamente nos aceitará de volta quando estivermos prontos. Somos como o filho pródigo da Bíblia, e Deus nos chama continuamente de vola a Casa. 

Ser bom, ser feliz e encontrar Deus deveria ser o ideal de toda vida humana. Você jamais será feliz enquanto não O encontrar. É por isso que Jesus disse: 'Buscai primeiro o reino de Deus'.¹ Este é o propósito da existência: que nos esforcemos para ser bons e perfeitos e que nos esforcemos para usar o livre-arbítrio e escolher o bem em vez do mal. Deus nos deu todo o poder necessário para isso. A mente é como um elástico. Quanto mais você puxa, mais ele estica. O elástico da mente nunca arrebenta. Sempre que sentir alguma limitação, feche os olhos e diga mentalmente: 'eu sou o Infinito', e verá o poder que você tem.

Nenhuma alegria dos sentidos e nenhuma alegria de posse pode se comparar à alegria divina. Embora Deus tivesse tudo de eternidade a eternidade, Ele começou a pensar: 'Sou onipotente e sou a própria Alegria, nas não há ninguém mais para desfrutar de Mim.' E pensou enquanto começava a criar: 'Farei almas à Minha imagem e vou vesti-las como seres humanos com livre-arbítrio, para ver se procurarão as Minhas dádivas materiais e as tentações do dinheiro, do álcool e do sexo; ou se buscarão a alegria da Minha consciência, que é bilhões de vezes mais inebriante.' O que me dá mais satisfação é o fato de Deus ser mais justo e correto. Ele concedeu liberdade ao ser humano para que aceitasse o amor divino e vivesse em alegria divina ou para que jogasse isso fora e vivesse em ilusão, ignorando-O.

Embora todas as coisas criadas pertençam a Deus, há uma coisa que ele não tem: o nosso amor. Quando nos criou, Deus tinha um objetivo: o nosso amor. Podemos negar-Lhe este amor ou entregá-lo a Ele. E Deus esperará infinitamente, até estarmos prontos a oferecer-Lhe o nosso amor. Quando isso acontecer - quando o filho pródigo voltar para casa -, o bezerro cevado da sabedoria será abatido e haverá muita alegria. Quando uma alma volta a Deus há realmente muito júbilo ente todos os santos nos céus. Este é o significado da parábola do filho pródigo contada por Jesus."

¹ Mateus 6:33.

(Paramahansa Yogananda - Jornada para a Autorrealização - Self-Realization Fellowship - p. 46/47)


domingo, 7 de fevereiro de 2016

SILÊNCIO! QUIETO!

"A estória de acalmar a tempestade (Mc 4:36-41) é outro exemplo de uma alegoria inspirada. Numa interpretação humana e psicológica, o barco pode ser considerado como um símbolo do corpo humano, que transporta a alma, com seus vários atributos, sobre as águas da vida. Os discípulos são imaginados como personificações de qualidades e tendências humanas, tais como: a impulsividade de Pedro; a possível simplicidade de Tiago e João, filhos de Zebedeu, que eram pescadores; a capacidade de negócios de Mateus; e o profundo e sincero amor de João, o único discípulo que estava presente tanto na sala de julgamento como aos pés da cruz. Judas, que traiu seu mestre, está presente também em cada um de nós como a tendência de desprezar ou mesmo trair nossos princípios mais elevados para a obtenção de ganhos materiais. Felizmente, a presença divina também existe em cada um de nós, mesmo que adormecida por um tempo, tal como Nosso Senhor dormia quando a viagem começou. Uma grande tempestade surgiu, entretanto, e em grande ânsia os discípulos acordaram o Passageiro que dormia, o Senhor Cristo. Ele, com sua majestade e poder, acalmou com uma palavra a violenta tempestade.

Interpretando-se essa estória e aplicando-a às tempestades da vida humana (especialmente de emoção, como está indicado pelo localização do incidente, na água), quando assaltados pela tentação e impelidos pelo desejo ou anseio de erradicar um hábito indesejável, somos aconselhados a afastar nossos pensamentos da dificuldade, a concentrar-nos poderosamente na nossa natureza divina e, com a exclusão de qualquer outro pensamento, afirmar seu irresistível poder. Então, a escuridão do estado indesejável de mente desaparecerá na grande luz que brilha no Deus interno. Simbolicamente, o Cristo desperto acalmará a tempestade. 

Assim, em sua aplicação puramente humana, a estória mostra-nos que, quando estivermos ameaçados pelas tormentas da vida, pelos temporais da paixão, raiva e ódio, pelas ânsias do desejo sensual, que ameaçam o sucesso e mesmo a segurança de nossas vidas, despertaremos o divino poder adormecido dentro de nós e clamaremos por sua ajuda. Depois, exaltados e capacitados, estaremos aptos a dizer aos aspectos tempestuosos da natureza humana com a certeza de obediência: 'Silêncio! Quieto!'. A importância dos testes e pressões da vida está indicada também nessa maravilhosa estória; pois, se não tivesse ocorrido a tempestade na Galileia, o Cristo poderia não ter sido acordado. Assim, também, os conflitos e as tempestades de nossas vidas. Eles podem vir a ser os meios para o despertar de nossos poderes superiores mais elevados."

(Geoffrey Hodson - A Sabedoria Oculta na Bíblia Sagrada - Ed. Teosófica, Brasília, 2007 - p. 41)


sábado, 6 de fevereiro de 2016

A TURBULÊNCIA DA MENTE

"Toda alegria pela qual anseia está dentro de você, mas, igual a um homem que tendo uma imensa riqueza dentro de um cofre de ferro não tem ideia de onde se encontra a chave, você sofre. Com instruções apropriadas, curtindo-as no silêncio da meditação, é possível manobrar com a chave, abrir o cofre e enriquecer-se de alegria.

Arjuna reclamou a Krishna contra a turbulência da mente, dizendo que ela é: chanchala (sempre cambiando seus objetivos); pramadhi (cheia de possibilidades perigosas, desde que torna o homem um escravo dos sentidos); balavath (incontrolável); e dradham (difícil de ser destruída). No entanto, a mente pode ser controlada e mesmo eliminada por meio de intensa meditação sobre Deus Imanente. Quando isso é alcançado, raiva, ansiedade e inveja deixarão de incomodar você; as fronteiras do eu e do meu serão rompidas, e você terá paz imperturbável (santhi). Seus esforços devem ser proporcionais à magnitude da aquisição que você busca. Não é? Você anseia por bem-aventurança, mas se apega a prazeres inferiores e se recusa a arriscar-se tanto quanto necessário para obtê-la.

O que você recebe e quando o recebe dependem da Graça do Senhor. A missão do sadhaka (o praticante do sadhana) é exercitar-se em meditação (dhyana), sem se desviar do reto caminho. O restante é Graça d'Ele. Não depende do número de dias ou da duração da prática. Alguns podem precisar de muitos nascimentos; outros, mesmo em poucos dias, alcançam a Meta. Depende da fé (shradha), da devoção (bhakthi) e da disciplina (sadhana). Isto não pode ser calculado nem deve se tornar objeto de especulação."

(Sathya Sai Baba - Sadhana, O Caminho Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1993 - p. 120/121)