OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

DISCERNIMENTO - PARTE II

"(§06) Quando há trabalho que precisa ser feito, o corpo físico quer descansar, passear, comer e beber; e o homem que não sabe diz a si mesmo: "Eu quero fazer estas coisas, e preciso fazê-las." Mas o homem que sabe, diz: "Aquele que quer não sou eu, e deve esperar um pouco." Frequentemente, quando há uma oportunidade de auxiliar alguém, o corpo insinua: "Quanto aborrecimento me trará isto, deixemos que outro qualquer o faça." Mas o homem que sabe replica ao seu corpo: "Tu não me impedirás de praticar uma boa ação."

(§07) O corpo é teu animal - o cavalo sobre o qual montas. Portanto deves tratá-lo bem e cuidar bem dele; não deves sobrecarregá-lo de trabalho, deves alimentá-lo corretamente, só com alimentos e bebidas puros, e mantê-lo sempre minuciosamente limpo, sem o menor resquício de impureza. Pois sem um corpo perfeitamente limpo e saudável, não podes realizar a árdua tarefa de preparação, nem podes suportar o seu incessante esforço. Mas deves ser sempre tu quem comanda o corpo, e não ele quem comande a ti.

(§08) O corpo astral tem seus desejos -e os tem às dúzias; ele quer que fiques irado, que digas palavras ásperas, que sintas ciúmes, que sejas ávido por dinheiro, que invejes as posses de outras pessoas, que te entregues à depressão. Ele quer todas estas coisas, e muitas mais, não porque deseje prejudicar-te, mas porque gosta de vibrações violentas, e gosta de mudá-las constantemente. Mas tu não queres nenhuma destas coisas, e portanto deves discernir entre os teus desejos e os de teu corpo astral.

(§09) Teu corpo mental deseja pensar em si mesmo orgulhosamente separado, pensar muito em si mesmo e pouco nos outros. Mesmo quando tu o tiveres desviado das coisas mundanas, ainda tentará especular para si, fazer-te pensar em teu próprio progresso, em vez de pensar sobre a obra do Mestre e em auxiliar os outros. Quando tu meditares, tentará fazer-te pensar sobre as inúmeras diferentes coisas que ele deseja, em vez de pensar na única coisa que tu queres. Tu não és esta mente, mas ela é tua para que a uses; assim, aqui novamente o discernimento é necessário. Tens de vigiar incessantemente, ou falharás.

(§10) Entre o certo e o errado, o Ocultismo não admite acordo. A qualquer custo aparente, tens de fazer o que é certo, e não fazer o que é errado, sem dar importância ao que o ignorante possa pensar ou dizer. Tu deves estudar profundamente as leis ocultas da Natureza, e quando as conheceres organiza a tua vida de acordo com elas, utilizando sempre a razão e o bom senso.

(§11) Precisas discernir entre o importante e o não importante. Firme como uma rocha no que concerne ao certo e ao errado, cede sempre aos outros em coisas de somenos importância. Pois deves ser sempre amável e bondoso, razoável e conciliador, deixando aos outros a mesma plena liberdade que necessitas para ti mesmo. (...)"

(Krishnamurt – Aos Pés do Mestre – Ed. Teosófica, Brasília)


O VIVER NATURAL E O DESNATURAL - PARTE II

"(...) Observação dos órgãos dos sentidos. Pela observação da inclinação natural dos órgãos dos sentidos - os indicadores do que é nutritivo -, por meio dos quais todos os animais são dirigidos a seu alimento, verificamos que quando o animal carnívoro encontra a presa, ele sente prazer a tal ponto que seus olhos começam a brilhar; ele agarra impetuosamente a presa e lambe, avidamente, o sangue esguichado. Ao contrário, o animal herbívoro recusa até seu alimento natural, deixando-o intacto, se estiver salpicado com um pouco de sangue. Os sentidos do olfato e da visão o levam a escolher gramíneas e outras ervas para o seu sustento, as quais ele saboreia com prazer. De modo parecido com os animais frugívoros, notamos que seus sentidos os conduzem sempre aos frutos das árvores e dos campos. 

Nos homens de todas as raças constatamos que os sentidos do olfato, audição e visão nunca os levam a abater animais; ao contrário, eles não podem suportar sequer a visão de tais matanças. Sempre se recomenda que os matadouros fiquem bem afastados das cidades; os homens, com frequência, aprovam leis rigorosas proibindo o transporte a descoberto de carnes para consumo. Pode a carne, então, ser considerada o alimento natural do homem, se tanto seus olhos quanto seu nariz são tão contrários a ela, a menos que disfarçada pelos sabores de condimentos, sal e açúcar? Por outro lado, quão delicioso achamos o aroma das frutas, cujo simples olhar sempre nos deixa com água na boca! Também se pode notar que vários grãos e tubérculos têm aroma e sabor agradáveis, embora fracos, até mesmo quando não foram preparados. Logo, mais uma vez, somos levados a concluir a partir dessas observações que o homem foi destinado a ser um animal frugívoro.²

Observação da nutrição das crianças. Observando a nutrição das crianças, vemos que o leite é, sem sombra de dúvida, o alimento dos bebês recém-nascidos. Não haverá suprimento abundante de leite nos seios da mãe se ela não adotar frutas, cereais e verduras como seu alimento natural.

A causa das doenças. Dessas observações, a única conclusão a que se pode racionalmente chegar é que os diversos cereais, frutas, tubérculos e - como bebidas - leite e água pura abertamente exposta ao ar e ao sol são, decididamente, o melhor alimento natural para o homem. Estes, sendo compatíveis com o organismo quando ingeridos, bem mastigados e misturados com saliva, são sempre facilmente assimilados. 

Outros alimentos são desnaturais ao homem e, sendo incompatíveis com o organismo, são necessariamente estranhos a ele; quando entram no estômago, não são assimilados de maneira apropriada. Misturados ao sangue, acumulam-se nos órgãos excretores e em outros órgãos que não lhe são devidamente adaptados. Quando não podem ser eliminados, depositam-se, pela lei da gravidade, nas fendas dos tecidos e, ao fermentar, produzem doenças mentais e físicas, levando, por fim, à morte prematura.

O desenvolvimento das crianças. A experiência também comprova que a dieta natural e não irritante para o vegetariano é, quase sem exceção, admiravelmente adequada ao desenvolvimento tanto físico como mental das crianças. Suas mentes, o entendimento, a vontade, as principais faculdades, o temperamento e a disposição geral são também desenvolvidos de maneira apropriada. 

O viver natural acalma as paixões. Constatamos que quando se empregam recursos extraordinários, tais como jejum excessivo, mortificação, ou confinamento monástico, com o propósito de suprimir as paixões sexuais, tais meios raramente produzem o efeito desejado. A experiência mostra, no entanto, que o homem pode facilmente vencer essas paixões, o arqui-inimigo da moralidade, pelo viver natural com a dieta não irritante acima referida; desse modo, os homens ganham uma tranquilidade mental que todo psicólogo sabe ser a condição mais favorável à atividade mental e a uma compreensão clara, tanto quanto a uma maneira de pensar judiciosa. (...)"

2. "{E Deus} disse-lhes mais: Eis que vos tenho dado todas as ervas que produzem semente, as quais se acham sobre a face de toda a terra, bem como todas as árvores em que há fruto que dê semente; ser-vos-ão de alimentos" Gênesis 1:29. (Nota da editora)

(Swami Sri Yukteswar - A Ciência Sagrada - Self-Realization Fellowship - p. 63/66)


terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

DISCERNIMENTO - PARTE I


"(§01) A primeira dessas qualificações é o Discernimento, usualmente tomado no sentido da distinção entre o real e o irreal, que conduz o homem a entrar na Senda. É isto; mas é também muito mais, e deve ser praticado não somente no início da Senda, mas a cada passo, todo o dia, até o fim. Entras na Senda porque aprendeste que somente nela se podem encontrar as coisas merecedoras de aquisição. Os homens que não sabem trabalham para adquirir a riqueza e o poder, porém estes bens são quando muito para uma vida somente e, portanto, irreais. Há coisas maiores do que essas - coisas reais e duradouras; quando as tiveres visto uma vez, não mais desejarás as outras.

(§02) Em todo o mundo há somente dois tipos de pessoas - as que sabem e as que não sabem; e este conhecimento é o que importa. A religião que um homem professa, a raça a que ele pertence - essas coisas não são importantes; o que é realmente importante é este conhecimento – o conhecimento do plano de Deus para os homens. Pois Deus tem um plano, e esse plano é a evolução. Quando o homem o tiver visto uma vez, e realmente o conhecer, não poderá deixar de cooperar com ele, tornando-se uno com ele, por ser tão glorioso e tão belo. Assim, porque sabe, ele está ao lado de Deus, mantendo-se no bem e resistindo ao mal, trabalhando para a evolução e não por egoísmo.

(§03) Se está ao lado de Deus, é um dos nossos, e não tem a menor importância que ele se denomine hinduísta ou budista, cristão ou maometano, se é um indiano ou um inglês, um chinês ou um russos. Aqueles que estão ao lado de Deus sabem por que aí se encontram, e o que devem fazer, e estão tentando fazê-lo; todos os outros ainda não sabem o que devem fazer; e assim muitas vezes agem insensatamente, tentando criar caminhos para si próprios que pensam que lhes serão agradáveis, não compreendendo que todos são um, e que portanto somente aquilo que o Uno quer pode ser realmente agradável a todos. Estão seguindo o irreal ao invés do real. Até que aprendam a distinguir entre estes dois, não se posicionarão ao lado de Deus, e assim este discernimento é o primeiro passo.

(§04) Mas mesmo quando a escolha foi feita, deves ainda lembrar-te que do real e do irreal há muitas variantes, e o discernimento deve ainda ser feito entre o certo e o errado, o importante e o não importante, o útil e o inútil, o verdadeiro e o falso, o altruísmo e o egoísmo.

(§05) Entre o certo e o errado não deveria ser difícil escolher, pois aqueles que desejam seguir o Mestre já se decidiram a seguir o certo a todo custo. Mas o corpo e o homem são dois, e a vontade do homem não é sempre a que o corpo deseja. Quando o teu corpo deseja alguma coisa, pára e pensa se tu realmente desejas isso. Pois tu és Deus, e tu queres somente o que Deus quer; mas deves penetrar fundo dentro de ti mesmo para encontrar Deus dentro de ti e ouvir a Sua voz, que é a tua voz. Não confundas teus corpos contigo mesmo - nem o corpo físico, nem o astral, nem o mental. Cada um deles pretende ser o Ego, para obter o que deseja. Precisas, porém, conhecê-los todos, e conhecer-te a ti mesmo como senhor deles. (...)"

(Krishnamurt – Aos Pés do Mestre – Ed. Teosófica, Brasília)


O VIVER NATURAL E O DESNATURAL - PARTE I

"O que é o viver natural? Para compreender o que é o viver natural, será necessário distingui-lo do que é desnatural. A vida depende da seleção de (1) alimento, (2) habitação e (3) companhia. Para viver de maneira natural, os animais inferiores são capazes de selecionar essas coisas por si mesmos, com a ajuda dos instintos  e das sentinelas naturais colocadas nas portas dos sentidos: os órgãos da visão, audição, tato, olfato e paladar. Com os homens em geral, no entanto, esses órgãos estão tão pervertidos pelo viver desnatural desde a própria infância, que pouca confiança pode ser dada a seus julgamentos. Para compreender, portanto, quais são as nossas necessidades naturais, convém depender da observação, da experiência e da razão. 

Qual é o alimento natural para o homem? Pela observação dos dentes, constatamos que, nos animais carnívoros, os incisos são pouco desenvolvidos, mas os caninos são de notável comprimento, lisos e pontiagudos, para agarrarem a presa. Os molares também são pontiagudos; essas pontas, no entanto, não se tocam, mas se ajustam rente, lado a lado, para separar as fibras musculares.

Nos animais herbívoros, os incisos são notavelmente desenvolvidos, os caninos atrofiados (embora, ocasionalmente, desenvolvidos para servir de instrumentos de defesa, como nos elefantes), os molares são de topo largo e revestidos de esmaltes apenas nos lados.

Nos frugívoros, todos os dentes são quase da mesma altura; os caninos são pouco salientes, cônicos e cegos (obviamente, não destinados a agarrar presas, mas a exercer força). Os molares são de topo largo e revestidos na parte superior com capas de esmalte, para evitar o desgaste causado por seu movimento lateral, mas não são pontiagudos para mastigar carne.

Por outro lado, nos animais onívoros como os ursos, os incisivos assemelham-se aos dos herbívoros, os caninos são como os dos carnívoros e os molares são tanto pontiagudos quanto de topo largo, para serviver a um duplo propósito.

Agora, se observarmos a formação dos dentes do homem, descobrimos que não se parecem com os dos carnívoros, nem tampouco com os dentes dos herbívoros ou dos onívoros. Coincidem, exatamente, com os dos animais frugívoros. A conclusão racional, portanto, é de que o homem é um anima frugívoro, quer dizer, que se alimenta de frutas.¹

Observação do canal digestivo. Pela observação do canal digestivo, constatamos que os intestinos dos animais carnívoros são 3 a 5 vezes o comprimento de seu corpo, medindo-se da boca até o ânus; e seu estômago é quase esférico. Os intestinos dos herbívoros são 20 a 28 vezes o comprimento de seu corpo, e seu estômago é mais dilatado e de estrutura composta. Mas os intestinos dos animais frugívoros são 10 a 12 vezes o comprimento de seu corpo; seu estômago é um pouco mais largo que o dos carnívoros e tem uma extensão no duodeno que serve como segundo estômago.

Essa é exatamente a formação que encontramos nos seres humanos, embora a anatomia diga que os intestinos humanos são 3 a 5 vezes o comprimento do corpo do homem - cometendo o engano de medir o corpo desde a cabeça até a planta dos pés, em vez de partir da boca até o ânus. Sendo assim, podemos outra vez inferir que o homem é, com toda a probabilidade, um animal frugívoro. (...)"

1. Fruta compreende qualquer parte da vida vegetal útil ao homem. A dieta frugívora referida por Swami Yukteswarji inclui verduras, nozes e cereais. (Nota da editora)

(Swami Sri Yukteswar - A Ciência Sagrada - Self-Realization Fellowship - p. 60/63)


segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

PARA ATRAIR AMIGOS, MELHORE SEU CARÁTER

"Você não pode atrair amigos verdadeiros sem remover de seu próprio caráter as manchas do egoísmo e de outras qualidades desagradáveis. A maior arte de fazer amigos é se comportar divinamente - ser espiritual, puro, altruísta - e começar a amizade onde os alicerces já tenham sido lançados em alguma vida passada. 

A amizade deveria existir em todas as relações humanas: entre pais e filhos, entre cônjuges, entre homens e homens, entre mulheres e mulheres, e entre homens e mulheres. A amizade é incondicional. Quando você sente o impulso de fazer amizade com alguém, está sentindo a presença de Deus. A amizade é um impulso divino. Deus não Se contenta em cuidar de Seus filhos apenas sob a forma dos pais e demais parentes. Ele vem como amigos, para dar oportunidades de expressarmos o amor incondicional do coração. 

Quanto mais suas fraquezas humanas fores desaparecendo e as qualidades divinas entrarem em sua vida, mais amigos você terá. Não foram o Senhor Jesus, o Senhor Buda e o Senhor Krishna amigo de todos? Para ser como eles, você deve aperfeiçoar o amor ao próximo. Quando puder convencer os outros de sua amizade; quando tiver certeza, ao longo das provas do tempo e das muitas experiências em comum, que o sentimento de alguém por você é sincero, e o que você lhe dedica também brota do fundo da alma - não visando alguma vantagem, mas motivado unicamente pelo impulso divino da amizade - você verá, nesse relacionamento, o reflexo de Deus."

(Paramahansa Yogananda - A Eterna Busca do Homem - Self-Realization Fellowship - p. 155/156)