OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


quarta-feira, 14 de maio de 2014

KAMALOKA

"Este termo, que literalmente significa o lugar a morada do desejo, é como já foi indicado, uma parte do plano astral, não uma região separada do resto do plano, como se fosse uma localidade distinta, mas caracterizada pelas condições de consciência das entidades que ali se encontram¹. São aqueles seres humanos privados de seus corpos físicos pela morte, e destinados a passar por certas transformações purificadoras antes que possam entrar na vida pacífica e feliz que pertence ao homem propriamente dito, isto é, à alma humana.²

Esta região representa e engloba as condições atribuídas aos diferentes estados intermediários, infernos e purgatórios, que todas as grandes religiões consideram como a residência temporária do homem após o abandono de seu corpo físico e antes de atingir o ‘céu’. Não inclui nenhum lugar de tortura eterna, porque o inferno eterno, no qual acreditam alguns fanáticos, é apenas um pesadelo de ignorância, ódio e medo. Mas esta região compreende, na verdade, condições de sofrimento, temporárias e purificadoras em sua natureza, experimentadas pelo homem quando elabora as causas postas em ação durante a sua vida física; essas condições são tão naturais e inevitáveis como quaisquer efeitos causados neste mundo pela nossa ação errada, porque vivemos em um universo de lei e cada semente deve frutificar conforme a sua natureza. A morte em nada altera a natureza mental e moral do homem, e a mudança de estado que se dá na passagem de um mundo para outro apenas elimina o corpo físico, sem tocar no resto de sua natureza. (...)

Quando o corpo físico é abatido pela morte, o duplo etérico, arrastando consigo prana e acompanhado de todos os outros princípios, isto é, o homem completo, com exceção do corpo denso, retira-se do ‘tabernáculo da carne’, termo que designa admiravelmente o invólucro exterior do ser. Todas as energias vitais que irradiavam para o exterior são reconduzidas para o interior e ‘recolhidas’ por prana, e esse recolhimento se manifesta pelo entorpecimento que invade os órgãos físicos dos sentidos. Os órgãos estão lá, como sempre, prontos para entrar em atividade, mas o ‘Regente Interno’ está indo, ele que, por meio deles, via, ouvia, tocava, sentia; entregues a si mesmos são simples agregados de matéria, matéria viva, é verdade, mas sem nenhum poder de ação perceptiva. Lentamente o senhor do corpo se retira, envolto no duplo etérico violeta cinza, e absorto na contemplação do panorama de sua vida passada, que se desenrola diante dele, na hora da morte, completo até nos menores detalhes. Neste quadro estão todos os acontecimentos de sua vida, grandes e pequenos. Vê suas ambições realizadas ou falidas, seus esforços, triunfos, derrotas, amores e ódios. A tendência predominante do conjunto surge claramente, o pensamento diretor da vida se afirma e se imprime profundamente na alma, assinalando a região onde passará a maior parte de sua existência póstuma. Solene é o momento em que o homem, frente a frente de sua vida, ouve sair dos lábios do seu passado o vaticínio de seu porvir. Durante um breve período de tempo, ele se vê tal qual é, reconhece a finalidade de sua vida e adquire convicção de que a Lei é poderosa, justa e boa. Em seguida, o laço magnético entre o corpo denso e o duplo etérico se rompe; assim se separam os dois associados de uma vida inteira, e salvo casos excepcionais, o homem cai numa plácida inconsciência."


¹. Os hindus chamam esse estado de Pretaloka, a morada dos Petras. Um preta é o ser humano que perdeu seu corpo físico, mas ainda não se desembaraçou da vestimenta de sua natureza animal. Não pode ir longe com esse veículo, e fico preso nele até sua desagregação.
². A alma é o intelecto humano, o laço entre o Espírito Divino no homem e sua personalidade inferior. É o Ego, o indivíduo, o ‘eu’, que se desenvolve pela evolução. (...)

(Annie Besant -  A Sabedoria Antiga - p. 53/55)



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