OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


sexta-feira, 31 de maio de 2013

A NATUREZA QUE NOS ENVOLVE E ESTÁ EM NÓS É A VESTE DE DEUS

"O atributo pelo qual o akaasa pode ser conhecido é Sabda (som), ou o Verbo! No princípio era o Verbo. O Verbo se fez objeto, encarnou-se, se tornou concreto. Esta é a razão por que damos a todo objeto a denominação de pada-artha. Pada significa palavra; artha quer dizer propósito ou significação. O "objeto" é o propósito para o qual a palavra (verbo) foi pronunciada, para o significado, que a torna válida. A palavra Deus é indício também de que existe o pada-artha (objeto), Deus; é a indicação de que há Deus. Se não houvesse Deus, a palavra Deus não se teria originado e alcançado tão grande circulação. Você pode ver ou pode não ver Deus, mas a palavra é prova de que há Deus.

Este Deus tem de ser visualizado por meio de disciplina espiritual constante. Não se deixe envolver em dúvidas e hesitações. Se cumprir a disciplina e purificar sua consciência, chegará a poder ver Deus instalado em seu coração. No copo existe água e também açúcar, mas a água está insípida porque você ainda não a mexeu bastante. Sadhana é um processo de "mexer". Sature com Deus cada momento da vida, e ela será adoçada.

Se você diz que Deus está em parte alguma, está fazendo noite em seu coração e predispondo-o para negros projetos e delinquência. Para ver Deus como uma entidade concreta, você terá de seguir esforçada e estritamente em processo prescrito. Então, ao fim de tudo, poderá experienciar Sua Graça e Sua Glória. 

A Natureza, que nos envolve e está em nós, é a veste de Deus. Em torno de nós, na atmosfera, temos músicas que emanam de todas as estações de rádio do mundo. Não as escutamos, no entanto. Você não capta qualquer delas. Mas, se dispuser de um receptor, e se o sintonizar em uma dada frequência, poderá escutar a música de uma particular estação. Assim também, o Divino está sobre, sob, em torno, aos lados, tanto perto quanto longe. Para chegar a conhecê-Lo, não recorra a um yantra (máquina), mas a um mantra (fórmula verbal, potente com subtom psicológico). A concentração ou dhyana equivale à fixação exata do local da estação no dial. O Amor é a sintonia correta com a "frequência" da Realidade, e a Bem-aventurança que ela propicia é o delicioso e claro escutar."

Akaasa - é o "elemento" mais sutil. Os cinco "elementos" que constituem o universo material são: akaasa (éter); vayu (ar); agni (fogo); apa (água); prithivi (terra).

(Sathya Sai Baba - Sadhana O Caminho Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - 85/86)


TANTRA YOGA - A ÉTICA DO TANTRA/KUNDALINI YOGA (6ª PARTE)

" (...) A indicação da orgia erótica como um caminho tântrico é um tremendo equívoco. Embora muito ao gosto dos libertinos, é coisa típica e exclusivamente dos adhikaris,* os da "mão esquerda" ou "magos negros". Os da "mão direita" ou "magos brancos", devem, ao contrário, cumprir prescrições éticas que são ainda mais rigorosas que as da própria Raja Yoga. Enquanto esta tem cinco yamas e cinco niyamas, a tantra prescreve o dobro de yamas e niyamas. O Gandarva Tantra informe que os yamas são não violência, veracidade, não roubar, continência sexual, paciência, retidão, bondade, simplicidade, moderação alimentar e pureza. Os niyamas são austeridade (jejum etc.), satisfação, fé nos vedas, caridade, culto ao Senhor, escutar o ensino da Verdade, modéstia, mente dirigida para o conhecimento e a prática preceituadas pelas escriturar, repetição do mantra e ritual védico. Que imenso o contraste entre os dois caminhos!

Kundalini Yoga - O ritual externo, conforme proposto pelos textos tântricos da "mão direita", são os mesmos da Bhakti Yoga - belos e de incalculável poder mágico. 

O ritual interno tem algo da Hatha Yoga e da Laya Yoga. As práticas interiores visam a um bem objetivo, que é interromper o sono da Deusa (Kundalini Shakti), promovendo sua ascensão gloriosa pelo canal central da medula (sushumna naddi) até o alto da cabeça, ativando, ao longo desta viagem, os diferentes centros de força e psiquismo (chakras), até alcançar sua união esplendorosa com o Supremo Senhor (Shiva), entronizado no alto da cabeça, no "chakra de mil pétalas" (sahasrara) 

(...) O que neste contexto é denominado Tantra Yoga é também conhecido como Kundalini Yoga e constitui um dos diferentes sadhanas ou métodos da Laya Yoga. (...)"

* A palavra adhikaris, quando se trata de aspirantes da "mão esquerda", não pode ser traduzida por "discípulo", pois discípulo é aquele que obedece a uma disciplina. E os permissivos detestam qualquer disciplina. Discípulo sem disciplina é uma flagrante contradição.

(José Hermógenes - Iniciação ao Yoga - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 129/130)


quinta-feira, 30 de maio de 2013

BEM-AVENTURADOS OS POBRES EM ESPÍRITO, PORQUE DELES É O REINO DOS CÉUS

"Nesta primeira bem-aventurança, Cristo fala da principal característica que o discípulo precisa possuir, antes que esteja pronto para receber o que o mestre iluminado tem para lhe dar. Ele precisa ser pobre em espírito: noutras palavras, precisa ser humilde. Se uma pessoa orgulha-se do que sabe, da riqueza, da beleza ou da linhagem; se tem ideias preconcebidas do que seja a vida espiritual e de como deveria ser ensinada - então sua mente não está receptiva aos ensinamentos mais elevados. Lemos no Bhagavad Guita, o evangelho dos hindus:

"As almas iluminadas que perceberam a verdade hão de instruir-te no conhecimento de Brahma (o aspecto transcendental de Deus), se tu te prostrares diante delas, as interrogares e as servires como um discípulo." 

Segundo um conto indiano, certo homem procurou um mestre e pediu-lhe para ser seu discípulo. Com intuição espiritual, percebeu o mestre que o homem não estava ainda preparado para ser instruído. Por isso lhe perguntou:
- Você sabe o que precisa fazer para ser meu discípulo?
O homem respondeu que não e pediu ao mestre que lho dissesse.
- Bem, disse o mestre, você precisa ir buscar água, apanhar lenha, cozinhar e trabalhar muitas horas em serviços pesados. Precisa também estudar. Está disposto a fazer tudo isto?
O homem respondeu:
- Sei agora o que o discípulo precisa fazer. Diga-me, por favor: e o mestre, o que ele faz?
- Ah, o mestre fica sentado, e em sua maneira recolhida dá as instruções espirituais.
- Entendi, disse o homem. - Nesse caso, não quero ser discípulo. Por que você não faz de mim um mestre?
Todos nós desejamos ser mestres. É preciso, porém, que antes de nos tornarmos mestres, aprendamos a ser discípulos. Precisamos aprender a humildade."

(Swami Prabhavananda - O Sermão da Montanha Segundo o Vedanta - Ed. Pensamento, São Paulo - p. 21/22)


TANTRA YOGA - MÃO DIREITA E MÃO ESQUERDA (5ª PARTE - III)

" (...) Todos os Avatares e Grandes Mestres mostram que satisfazer aos desejos com o objetivo de vencer a pressão com que eles "imperiosamente" se impõem é tão inteligente quanto tentar apagar fogueira lançando combustível sobre as labaredas. Na Bhagavad Gita, o Senhor Krishna descreve, com precisão e dramaticidade, como um homem que se entrega à gratificação dos desejos sensuais, conforme proposto acima, ao contrário do prometido, a sublimação, desce num tobogã para a própria ruína. Declarou o Avatar:
Quando um homem se demora a pensar nos objetos (sensórios) cria apego por eles; do apego, o desejo nasce; do desejo surge o ódio; o ódio produz o embuste; a partir da ilusão perde-se a memória; desta perda sobrevém a destruição da capacidade de discernir; perdido o discernimento, a ruína acontece. (II:62,63)
O "assuma" e "libere-se", tão receitado por certa classe de "terapeutas" modernosos, como se vê, não é uma novidade. Vetustos textos e gurus tântricos (da "mão esquerda") já preceituavam tal sadhana (?!!!). Mas somente a seus discípulos pasubhava (tipo animalesco). Um velho guru tântrico - esclareça-se - tinha bastante sabedoria para orientar o discípulo a fim de evitar promiscuidades, abusos, aberrações e distorções, e ainda mais, tendo progredido para a condição de viryabhava (tipo heróico), percebia quando o sadhana do discípulo deveria ser modificado. Recomendava então rituais apropriados a seu novo status espiritual, os da "mão direita", isto é, Bhakti, Kriya, Karma, Hatha e Jnana Yoga.

O mesmo Haridas Chaudhuri, que tão convincentemente defende o "vale tudo" para atender aos desejos, sob o pretexto de o Tantra ser uma "abordagem afirmativa da natureza", em páginas seguintes da mesma obra propõe valiosas advertências:
...tem-se frequentemente a tendência de levar muito longe o espírito de afirmação (...) Quando uma pessoa se torna muito afirmativa no seguir o caminho da natureza, é preciso que se lhe fale sobre a glória transcendente do espírito. Doutra forma, ela pode perder-se no labirinto do desejo e vir a transviar-se no autoembuste em nome da religião. (...) Algumas vezes a promiscuidade sexual é sancionada como um modo de religião. (...) A magia negra então se mascara de religião."  
 (José Hermógenes - Iniciação ao Yoga - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 128/129)


quarta-feira, 29 de maio de 2013

AS ESCRITURAS E OS LIVROS DE SABEDORIA PROPICIAM OS MEIOS PARA ASSEGURAR O SEGREDO DA ALEGRIA PERMANENTE

"Os Vedas (Livros de sabedoria) e os Sastras (escrituras) propiciam iluminação para guiar os passos do homem, mas para o cego é sempre treva, não importa o fulgor da luz. Para os que perderam a fé, vacilar, tropeçar e cair é a única opção. Os Sastras e o Vedas propiciam os meios para assegurar o segredo da alegria intérmina, mas o homem é tentado a aurir alegrias sombrias, prazeres efêmeros, sabores poluídos pelo mal e pela perdição. O homem está tentando tirar água do poço com um pote cheio de furos. Os sentidos deixam escoar a alegria que eles tinham conquistado. São servidores ignorantes que se impõem a seu senhor - a mente. Você é que deve conduzi-la, e será assim que os servidores cairão a seus pés. A mente é o Monarca; os sentidos (indriyas), os soldados. Por hora, os soldados estão subjugando o Rei, porque este empresta seus ouvidos a eles, e não à inteligência (buddhi), que é o Primeiro-Ministro. Que este assuma sua função, e, num instante, os sentidos serão forçados a recuar para o acampamento, e a mente poderá ser salva. O Atma (o Divino em nós) é o Sol no firmamento do coração. A luz do Sol, por enquanto, se acha obstruída pelas espessas nuvens do desejo dirigido aos objetos sensuais e aos prazeres objetivos (vishaya-vasana). Que o forte vento da conversão e do arrependimento disperse as nuvens, tanto que o Atma possa brilhar com muito esplendor."

(Sathya Sai Baba - Sadhana O Caminho Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 168)