OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

ALÉM DA MENTE PENSANTE (4ª PARTE)

"(...) Qualquer tipo de preconceito mostra que você está identificado com a mente pensante. Mostra que você não está vendo o outro ser humano, está vendo apenas seu conceito sobre aquele ser humano. Reduzir essa pessoa a um conceito já é uma forma de violência.

O pensamento que não tem raízes na consciência passa a servir apenas aos interesses daquele que pensa e deixa de ter função. A inteligência desprovida de sabedoria torna-se muito perigosa e destrutiva. É nesse estado que se encontra a maior parte da humanidade. O predomínio do pensamento na ciência e na tecnologia – embora intrinsecamente não seja um fato ruim nem bom – tornou-se algo destrutivo, porque frequentemente esse pensamento não está enraizado na consciência.

O próximo passo na evolução humana é transcender o pensamento. Hoje é a nossa tarefa mais premente. Isso não significa que não devemos mais pensar, mas simplesmente que não devemos nos identificar com o pensamento nem ser dominados por ele.

Sinta a energia no interior do seu corpo. Imediatamente, o ruído mental diminui ou cessa. Sinta essa energia nas mãos, nos pés, no ventre, no peito. Sinta a vida que você é, a vida que movimenta seu corpo.

O corpo então se torna uma porta aberta para uma noção mais profunda da vida que existe debaixo das nossas emoções flutuantes e de nossos pensamentos. (...)"

(Eckhart Tolle – O Poder do Silêncio – Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2010 – p. 20/21)


terça-feira, 7 de janeiro de 2014

VIVENDO A VIDA DA IOGA – COMPAIXÃO

"A base fundamental da espiritualidade é a compaixão. Mesmo que num sentido impessoal, devemos naturalmente ter compaixão por aqueles que estão passando por necessidades. Devemos ser solidários com suas condições de infelicidade espiritual, mental e emocional; pois a vida espiritual tem suas fundações no coração, que deve ser sensível ao sofrimento – subumano e humano – sempre que ele possa existir, respondendo a ele e sentindo um forte ímpeto para oferecer alívio. Este é o grande segredo. O ideal é que o iogue seja capaz de amar e demonstrar um profundo interesse altruísta e compassivo. Estes devem ser sabiamente colocados em ação, à medida que a liberdade pessoal venha a permitir. Devemos visitar e escrever àqueles que sofrem, procurando dar apoio, ajuda e cura, e até mesmo ajuda-los fisicamente, dentro dos ditames de nossas próprias responsabilidades. Isto é o amor puro em ação – o grande ideal. Animais, crianças e adultos tornam-se então o campo de serviço em qualquer nível que a pessoa possa estar livre para alcançar e ajuda-los. O idealismo precisa ser aplicado de forma prática. Devemos lembrar sempre que o ioga inclui o esquecimento de si mesmo e o serviço amoroso expresso de forma criteriosa."

(Geoffrey Hodson – A Suprema Realização através da Ioga – Ed. Teosófica, Brasília, 2001 – p. 96)


ALÉM DA MENTE PENSANTE (3ª PARTE)

"(...) Os dogmas – religiosos, políticos, científicos – vêm da crença equivocada de que o pensamento pode encapsular a realidade ou a verdade. Os dogmas são prisões formadas por conceitos coletivos. O que parece estranho é que as pessoas gostam de suas prisões, pois elas lhe dão um sensação de segurança e uma fala impressão de que ‘sabem das coisas’.

Nada causou mais sofrimento à humanidade do que os dogmas. É verdade que, cedo ou tarde, todo dogma é derrubado, porque a realidade acaba mostrando que ele é falso. Mas, a menos que se descubra a ilusão básica das verdades absolutas, logo surge outro dogma para substituir o antigo. Qual é essa ilusão básica? É a identificação com o pensamento. Despertar espiritualmente é despertar do sonho do pensamento.

O reino da consciência é muito mais vasto do que aquilo que o pensamento é capaz de abranger. Quando você deixa de acreditar em tudo o que pensa, você sai do pensamento e vê claramente que quem está pensando não é quem você é essencialmente.

A mente funciona com ‘voracidade' e por isso está sempre querendo mais. Quando você se identifica com a sua mente, fica facilmente entediado e ansioso. O tédio demonstra que a mente deseja avidamente mais estímulo, mais o que pensar, e que essa fome não está sendo saciada. Quando você fica entediado, pode querer satisfazer a fome da mente lendo uma revista, dando um telefonema, assistindo à tevê, navegando na Internet, fazendo compras ou – o que é bem comum – transferindo a sensação mental de carência e sua necessidade de quero mais para o corpo e se satisfazendo temporariamente comendo mais.

A alternativa é aceitar o tédio e a ansiedade e observar como é sentir-se ansioso. À medida que você se dá conta dessa sensação, surge de repente um espaço e uma calma em volta dela. Primeiro é um pequeno espaço interno, mas, à medida que esse espaço aumenta, o tédio começa a diminuir de intensidade e de significado. Dessa forma, até o tédio pode ensinar quem você é e quem não é. Você descobre que não é uma ‘pessoa entediada’. O tédio é simplesmente um movimento de energia condicionada dentro de você. Da mesma forma, você não é uma pessoa irritada, rancorosa, triste ou medrosa. O tédio, a raiva, a tristeza e o medo não são ‘seus’, não fazem parte de sua pessoa. Eles são estados da mente humana. E, por isso, vão e voltam. (...)"

(Eckhart Tolle – O Poder do Silêncio – Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2010 – p. 18/20)


segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

O PECADO

"Pergunta-se qual é o verdadeiro significado do pecado. No sentido em que a palavra costuma ser empregada, ao menos pelos pregadores cristãos, creio que se pode definir o pecado como uma fantasia da imaginação teológica. Supõe-se, popularmente, que ele indica um desafio lançado à lei divina – a execução de algum ato que o autor sabe ser errado. É muito para duvidar que esse fenômeno venha a ocorrer alguma vez. Em quase todos os casos concebíveis, o homem infringe a lei por ignorância ou desatenção, e não por intenção deliberada. Quando o homem realmente conhece e vê a intenção divina, harmoniza-se inevitavelmente com ela, por duas razões: primeira, porque, num estágio antecedente, percebeu a futilidade de proceder de outra maneira, e, segunda, porque, mais tarde, ao ver a glória e a beleza do projeto, não pode deixar de atirar-se à sua execução, com todas as forças do coração e da alma.

Uma das mais sérias dentre as muitas concepções errôneas, que herdamos da Idade Média, é que o chamado ‘pecado’ é uma perversidade que deve ser enfrentada com castigo e uma perseguição implacável, e não o que ele realmente é, ou seja, o resultado de uma situação de ignorância, que só deve ser tratada com esclarecimento e educação. Pode objetar-se que, na vida cotidiana, vemos as pessoas fazendo o que devem saber que está errado, mas este é um jeito errôneo de expor o caso. Eles estão fazendo o que lhes disseram que está errado, o que é muito diferente. Quando o homem realmente sabe que uma ação é má e que ela será seguida, inevitavelmente, de más consequências, tomará o cuidado de evita-la. O homem realmente sabe que o fogo o queimará, e, portanto, não põe a mão no fogo. Verificar-se-á que todo aquele que comete um erro justifica-o para si mesmo no momento de cometê-lo, seja o que for que venha a pensar sobre ele, mais tarde, a sangue frio. Por isso digo que o pecado, tal como é comumente entendido, não passa de uma fantasia da imaginação teológica; o que de fato existe é uma situação infeliz de ignorância que, muitas vezes, conduz à violação da Lei divina. Temos a obrigação de tentar dissipar a ignorância com a luz da Teosofia."

(C.W. Leadbeater – A Vida Interior – Ed. Pensamento, São Paulo, 1999 – p. 78)


ALÉM DA MENTE PENSANTE (2ª PARTE)

"(...) Com que facilidade as pessoas ficam aprisionadas nas armadilhas de seus pensamentos! Como a mente humana tem um imenso desejo de saber, de compreender e de controlar, ela confunde opiniões e pontos de vista com a verdade. A mente afirma: ‘As coisas são exatamente assim.’ Você precisa ir além dos seus pensamentos para perceber que, ao interpretar a ‘sua vida’ ou a vida e o comportamento dos outros, ao julgar qualquer situação, você está expressando apenas um ponto de vista entre muitos possíveis. Suas opiniões e pontos de vista não passam de um punhado de pensamentos. Mas a realidade é outra coisa. Ela é um todo unificado em que as coisas se interligam e nada existe em si e por si. Pensar fragmenta a realidade, cortando-a em pequenos pedaços, em pequenos conceitos.

A mente pensante é uma ferramenta útil e poderosa, mas torna-se muito limitadora quando invade completamente a sua vida, impedindo você de perceber que a mente é apenas um pequeno aspecto de consciência que você é. 

A sabedoria não é um produto do pensamento. A sabedoria é um profundo conhecimento que vem do simples ato de dar total atenção a alguém ou a alguma coisa. A atenção é a inteligência primordial, a própria consciência. Ela dissolve as barreiras criadas pelo pensamento, levando-nos a reconhecer que nada existe em si e por si. A inteligência une a pessoa que percebe ao objeto percebido, num campo unificado de percepção. É a atenção que cura a separação. (...)"

(Eckhart Tolle – O Poder do Silêncio – Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2010 – p. 17/18)