OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

VÉUS DA IMANÊNCIA

“A face do Real está coberta

Com um véu dourado

Que tu Oh Pushan descubras

Que eu, devotado à verdade, possa ver.

De acordo com o verso acima, a experiência espiritual é um processo de descoberta. A Verdade ou Realidade foi encoberta. Existe véu após véu de manifestação cobrindo a Face da Verdade. Brahman ou a Realidade está na nossa frente, mas não podemos vê-La porque uma tela está encobrindo-A. Ao remover o véu, que é um processo negativo, vem a experiência intensamente positiva da percepção direta da Face de Brahman. E, por estranho que pareça, a Realidade está coberta com um véu dourado. O véu dourado tanto nos fascina e atrai que não estamos dispostos a removê-lo. Mas quem colocou esse véu dourado sobre a Face da Verdade? O véu foi na verdade lançado pelo pensamento, e o pensamento o teceu com o belo material que lhe foi suprido por sua própria experiência acumulada. O pensamento naturalmente lançou mão do melhor material disponível, ele crivou o véu com ouro e prata, com todas as joias que pôde encontrar em seu próprio depósito de riquezas. Mas o véu do pensamento precisa ser feito com material trazido do reino da continuidade. É essa tela de continuidade lançada pelo pensamento que oculta a face do Real que é para sempre Atemporal e, portanto, está fora do curso de continuidade da mente. Quando o véu das projeções da mente é removido, então aparece em toda sua majestade o Espírito Supremo."

(Rohit Mehta - O Chamado dos Upanixades – Ed. Teosófica, Brasília, 2003 - p. 30/31)

O CONHECIMENTO E A PERCEPÇÃO DIRETA

"13 - O conhecimento de um objeto é conquistado somente pela percepção, investigação ou instrução,¹ e não através de banhos purificadores, de dar esmolas ou de centenas de retenções da respiração [pranayamas].

COMENTÁRIO -O conhecimento é algo que decorre da percepção direta - o contato com a essência da 'coisa' em si. Para isso de nada servem os puros exercícios externos. O processo de onde decorre esse mergulho na Realidade transcendente não é lógico, nem decorre de ações puramente mecânicas. O Budismo Zen, ao mencionar Satori (Iluminação), está apontando para algo que está além da mente conceitual. Igual posição tem o Budismo da Terra Pura (Jodo Shinshu) quando menciona 'ocho' - o 'salvo transversal', súbito e direto para a coisa em si."

¹ Em outras traduções: "A convicção sobre a Verdade pode ser obtida através do raciocínio sobre os saudáveis conselhos de um sábio..." (N.E.)

(Viveka-Chudamani - A Joia Suprema da Sabedoria - Comentários de Murillo N. de Azevedo - Ed. Teosófica, Brasília, 2011 - p. 19/20)

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

CULTIVANDO UMA MENTE PACÍFICA

"A paz no ambiente onde se vive surge não pela submissão do mundo exterior, mas pela submissão da própria mente. A contribuição maior que um indivíduo pode fazer à causa da paz e da harmonia começa em casa. Se eu me tornar mais pacífico e amoroso, essas qualidades imediatamente se espalharão ao meu redor. O resultado é uma reação em cadeia que se expande sempre. 

Se, ao contrário, eu não cultivar uma natureza amorosa e compassiva, não poderei realmente contribuir para a paz na sociedade. Não importa o que eu diga em público ou quais sejam as minhas ações; nada do que eu faça em nome da paz terá qualquer significado enquanto o meu interior permanecer violento ou intolerante. 

Técnicas para desenvolver uma mente pacífica e amorosa foram preservadas e desenvolvidas em várias tradições budistas. Um escritor importante sobre o tema, na Índia clássica, foi Shantideva, cuja obra do século XVI, A Guide to the Bodhisattvas Way, ou Bodhisattva charya-avatara, é tão popular entre os instrutores budistas atuais quanto na época em que foi escrita há doze séculos. 

Shantideva afirma: ‘É impossível colocar o mundo em harmonia destruindo todos os seres maléficos que existem; mas, cobrindo a própria mente com a gentileza da paciência amorosa, o mundo inteiro torna-se harmonioso.’ (...) 

A importância da mente e da atitude mental é constantemente enfatizada na tradição budista. Shantideva indagou: ‘O que é a generosidade? Não é a ação de doar nem de afastar a pobreza. A perfeição da generosidade está na mente generosa, que deseja partilhar com os outros e vê-los livres de necessidades." 

(Glenn H. Mullin - A paz na visão budista - Revista Sophia, nº 26 – Pub. da Ed. Teosófica, Brasília - p. 39

APRENDA A ACESSAR UM PODER SUPERIOR (PARTE FINAL)

"Não preste atenção às agruras do caminho espiritual; elas nada são, uma vez que você tenha descoberto a paz interior, quando na meditação você esquece este corpo e este mundo. Quanta satisfação, que sensação de alegria e de perfeição do amor divino! Isso é o que Deus quer que todos vocês experimentem. Todos poderão compreender a sublime perfeição do amor de Deus se trabalharem para isso. Aqueles que experimentaram esse amor não são exceções; tiveram que se esforçar, como vocês precisam fazê-lo, para amar e conhecer a Deus. 

Faz-se esse esforço empenhando-se em conservar a mente fixa em Deus. Enquanto enfrenta os problemas que surgem a cada dia, ore interiormente: 'Senhor, se às vezes meu mar é escuro, sem estrelas no céu, ainda assim navego no rumo com Tua mercê.³ Faz o que quiseres fazer, comigo e com minha vida. Tudo o que sei é que Te amo. Ajuda-me a tornar o meu amor por Ti mais doce, perfeito sob todos os aspectos.' Que liberdade, que alegria isso traz! Tal relacionamento com Deus todos podem ter.

Não fiquem satisfeitos com nada menos do que o amor do Amado de suas almas. O amor Dele consome tudo, satisfaz completamente. A liberdade da alma surge quando você começa a conhecer-se como alma, unido ao único Amado, o divino Amante Cósmico, que é Deus."

(Sri Daya Mata - Só o Amor - Self-Realization Fellowship - p. 75/76)


terça-feira, 21 de janeiro de 2014

HERÓIS PACÍFICOS NO TIBETE

"Um dos mais populares heróis do folclore tibetano é um monge do século XI chamado Milarepa. Inúmeros episódios de sua vida são citados como evidência dos poderes do amor.

Um dia um caçador e seu cão saíram para caçar um veado. Na sua tentativa de escapar, o veado por acaso penetrou na campina onde Milarepa estava sentado em meditação. Observando sua profunda calma e sua aura de ternura, o exausto animal achegou-se e deitou-se ao seu lado, na esperança de encontrar refúgio. Momentos depois o cão caçador apareceu em cena, e também se deitou ao lado de Milarepa.

Finalmente chegou o caçador. Ele estava determinado a matar sua caça, mas, após um curto período na presença de Milarepa, ficou tão tocado pela santidade do sábio que fez voto de desistir para sempre do hábito cruel de matar animais. Pediu para ser aceito como discípulo e, pouco tempo depois, tornou-se um famoso iogue.

Outra figura budista popular é o terceiro Dalai Lama, que viveu no século XVI. Mesmo quando jovem, a fama de sua erudição e santidade tinham se espalhado por toda a Ásia. A notícia de sua grandeza chegou até os ouvidos de Altan Khan, o chefe guerreiro dos terríveis mongóis Tumed. Altan ficou intrigado pelo que ouvira falar desse famoso instrutor e o convidou a instruir o povo da Mongólia. O Dalai Lama chegou em 1578.

Sua sabedoria, compaixão e presença impressionaram o grande Khan, que pediu ao povo para abandonar a trilha de guerra e ódio, e em seu lugar cultivar o caminho da coexistência pacífica. Esse evento singular marcou o fim da era de terror que os mongóis infligiram a seus vizinhos da coreia e do Japão, no Oriente, e da Europa, no Ocidente. Dessa época em diante os habitantes da Mongólia têm seguido o legado espiritual que lhe foi passado pelo terceiro Dalai Lama."

(Glenn H. Mullin - A paz na visão budista - Revista Sophia, nº 26 – Pub. da Ed. Teosófica, Brasília - p. 39)