OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


sábado, 8 de novembro de 2014

EQUILÍBRIO NA MENTE (PARTE FINAL)

"(...) Nossos sentidos são prejudicados pela atividade da mente. Muito disso se deve a tolas distrações. A atividade mental também reduz os sentimentos - por exemplo, a solidariedade. Milhões de pessoas estão morrendo de fome ou subnutrição. Ouvimos falar a respeito mas não sentimos de verdade. Torna-se parte do noticiário e logo esquecemos. Mesmo enquanto falamos ou lemos a respeito, a mente pode divagar para alguma outra coisa - o que a pessoa quer comprar na próxima vez que for ao shopping ou alguma outra trivialidade. Os pensamentos criam perturbação e embotam nossa percepção. Eles também suprimem nossos sentimentos mais sutis e belos de diferentes tipos, como por exemplo o lado moral - não no sentido convencional, mas no sentido de saber o que não é correto e o que não é útil.

Buda falou a respeito do correto pensamento, da correta linguagem, da correta ação, e assim por diante. Em que consiste a retidão? É um grande tema em si mesmo, mas ele resumidamente usou uma palavra que significa 'bem-estar', não simplesmente para si próprio mas também para as outras pessoas, para o ambiente, para tudo.

Portanto, viver o correto tipo de vida é um tipo de habilidade que a pessoa tem que aprender. As pessoas fazem coisas espantosamente antiéticas porque não sabem o que isso acarretará ao bem-estar dos outros e do mundo. É difícil saber o que é bom e o que não é; daí o axioma 'o caminho para o inferno está repleto de boas intenções.' Mas se nosso cérebro não estiver distorcido, se verdadeiramente nos preocuparmos com o bem-estar dos outros, entenderemos aquilo sobre o que Buda falou. 

O pensar excessivo suprimiu nossa capacidade de responder ao que não está no nível visível. (...) Dizem que algumas descobertas surpreendentes da ciência surgiram a partir de lampejos de percepção. Mas o verdadeiro pensar parece tomar parte. Alguns cientistas descreveram como durante anos trabalham num certo problema sem obter resposta, mas certo dia, subitamente, quando param de pensar no problema, repentinamente a resposta apareceu. 

Podemos estar cercados pela beleza de um local profundamente pacífico, mas a percepção dessa beleza pode ser reduzida pela atividade mental ou até mesmo totalmente perdida. Essa pode ser uma razão para a assimetria na atividade humana, porque a capacidade de pensar sumprime e obstrui a percepção sensorial, os sentimentos e as percepções morais e estéticas."

(Radha Burnier - Equilíbrio na mente - Revista Sophia, Ano 9, nº 34 - Ed. Teosófica, Brasília - p. 27/28)


sexta-feira, 7 de novembro de 2014

APRENDER A COMPORTAR-SE

"Gurudeva Paramahansa Yogananda nos dizia que seu guru, Swami Sri Yukteswar, constumava dar este conselho: "Aprenda a comportar-se'. Quando Gurudeva disse-me isso a primeira vez, pensei: 'Oh, é simples. Tudo o que tenho a fazer é ser educada e amável todos os dias - não é nada demais.' Eu tinha muito a aprender! Há muita coisa em relação a isso - aprender a comportar-se é tudo. A atitude mental é tudo.

Nenhum devoto jamais foi muito longe no caminho para Deus até que começasse a praticar a introspecção e a arrancar, gradualmente, todas as tendèncias más ou negativas que o mantinham cônscio de si mesmo como ego, como corpo. 'Isto é meu!' 'Fui ofendido!' 'Eu' isto e 'eu' aquilo -  pensar dessa maneira é um grande erro. Entretanto, quanto mais se medita, mais se percebe que este 'eu' não é quem faz. Deus é o único Autor. O devoto deve orar: 'Senhor, faz de mim um instrumento mais disposto. Guia este instrumento com Tua sabedoria, para que ele possa cumprir os deveres que Tu lhe designaste; para que possa servir como Tu queiras.'

Não é suficiente nos abstermos das más ações. Não é suficiente aprendermos a controlar nossas irritações a fim de que, em momentos de tensão, não digamos alguma indelicadeza. Não basta meramente calar a língua enquanto retemos o mal e a ira na mente. Precisamos superar por dentro. Se vale a pena resistir à má conduta na ação, também vale a pena resistir a ela em pensamento. Abstenha-se tanto em pensamento quanto em ação."

(Sri Daya Mata - Só o Amor - Self-Realization Fellowship - p. 226/227)

EQUILÍBRIO NA MENTE (2ª PARTE)

"(...) Qual é o problema com a mente humana, dedicada a tantas coisas que parecem ser meios de autodestruição? Diz-se que o homem é a única espécie que destrói sem razão aparente, inclusive os seres de sua própria espécie. Nenhuma criatura, que não o homem, se entrega à destruição desenfreada. Essa é uma de nossas características peculiares. Se pensarmos cuidadosamente, parecemos estar fazendo uma coisa muito estranha. Poderemos tentar encontrar as razõs para isso? Haverá algum desequilíbrio no ser humano? 

Talvez esse desequilíbrio esteja dentro da nossa mente, por causa da atividade mental excessiva. A maioria de nós não vê muito bem, mesmo na juventude, quando a visão é aguda e clara. Olhamos para o mundo com 'olhos que não veem', porque muita coisa acontece dentro de nossa cabeça.

Alguém pode passar por um jardim extremamente belo e não estar consciente da beleza, ou estar consciente somente por alguns instantes. Podemos conversar com uma pessoa durante meia hora e não sermos capazes de ver que alguma coisa está perturbando essa pessoa.

Uma conversa entre duas pessoas pode deixar cada uma delas com apenas uma ideia parcial do que a outra disse. Quando ouvindo alguém falar, a maioria das pessoas está pensando no que irá dizer a seguir, e por isso não ouve. Podemos passar por um jardim e não ouvir o canto dos pássaros, nem sentir a brisa passando através das folhas, mesmo quando pensamos que ouvimos e sentimos.

Krishnamurti escreveu: 'Se você olhar para uma folha, olhe-a plenamente. Então você verá todas as cores, a beleza da forma, a textura, tudo. Se você olhar para as nuvens, para uma folha que cai, para as pessoas, para tudo, cuidadosamente, com atenção, você compreenderá o quanto não vê.' (...)"

(Radha Burnier - Equilíbrio na mente - Revista Sophia, Ano 9, nº 34 - Ed. Teosófica, Brasília - p. 27)


quinta-feira, 6 de novembro de 2014

DISCERNIMENTO¹

“(§05) Entre o certo e o errado não deveria ser difícil escolher, pois aqueles que desejam seguir o Mestre já se decidiram a seguir o certo a todo custo. Mas o corpo e o homem são dois, e a vontade do homem não é sempre a que o corpo deseja. Quando o teu corpo deseja alguma coisa, para e pensa se tu realmente desejas isso. Pois tu és Deus, e tu queres somente o que Deus quer; mas deves penetrar fundo dentro de ti mesmo para encontrar Deus dentro de ti e ouvir a Sua voz, que é a tua voz. Não confundas teus corpos contigo mesmo - nem o corpo físico, nem o astral, nem o mental. Cada um deles pretende ser o Ego, para obter o que deseja. Precisas, porém, conhecê-los todos, e conhecer-te a ti mesmo como senhor deles.”

Após mostrar, no parágrafo anterior, que o discernimento deve ser exercitado e entendermos que discernimento gera mais discernimento, deveremos, através do autoconhecimento, buscar dentro de nós a voz interior “mas deves penetrar fundo dentro de ti mesmo para encontrar Deus dentro de ti e ouvir a Sua voz, que é a tua voz.” Essa é uma tarefa árdua e que leva muitas vidas, uma vez que já estamos identificados com outros nossos corpos. Nos envolvemos tanto na matéria, criamos tantos hábitos, que nem percebemos que somos comandados pelas nossas emoções e pensamentos. Somente através de uma investigação interior, perscrutando cada sentimento e pensamento é que poderemos iniciar o trabalho de domínio dos corpos inferiores. Essa é a parte árdua do trabalho onde poderemos cair nas armadilhas da autopiedade ou então da autocondenação, o que não nos levaria a lugar algum.

Em determinada etapa desse processo, mesmo após identificar o que não é a voz do nosso Eu Superior, ainda não conseguimos controlar os corpos emocional e mental. O apóstolo Paulo já nos falava sobre isso: “Pois não faço o bem que quero, mas o mal que não quero, esse pratico.” E temos dificuldade de entender essa luta que existe dentro de nós. 

Ricardo Lindemann coloca muito bem essa luta interior no seu livro A Tradição-Sabedoria no capítulo I, A Contradição Humana. Portanto, a origem do mal que existe em nós é a nossa identificação com nossos desejos e quando buscamos realizá-los na esperança de uma satisfação. Nesse mesmo capítulo, Ricardo Lindemann cita o Katha Upanishad, “Saiba que o Ser é o passageiro e o corpo, a carruagem; que o intelecto é o cocheiro e a mente, as rédeas. Os sentidos, diz o sábio, são os cavalos, as estradas que percorre são os labirintos do desejo.” Como bem diz Lindemann, “nessa bela alegoria oriental”, podemos perceber que podemos nos enredar vida após vida somente cedendo aos desejos dos nossos pensamentos, emoções e sensações e que esses corpos têm vontade própria e essa é a grande batalha de “Kurukshetra”, que cada um deve enfrentar dentro de si mesmo, a fim de que possa dominar esses corpos.

[1] Comentários sobre o parágrafo 5º de Aos Pés do Mestre, de J. Krishnamurti, Ed. Teosófica, p.19-21

Tirza Fanini



EQUILÍBRIO NA MENTE (1ª PARTE)

"Atualmente as proezas do ser humano exigem raciocínio brilhante e matemática de ordem elevada. Mas, ao mesmo tempo, o que pode ser mais irracional que continuar a produzir armas nucleares quando sabemos quais podem ser os resultados de seu uso? Sabemos que toda a Terra será afetada por qualquer guerra nuclear. Contudo, país algum deseja parar a fabricação.

O que poderia ser mais irracional do que o que fazemos com a própria Terra, apesar de sabermos as consequências de nossas ações? Outro problema é a quantidade de lixo criada em todo o mundo - mas adotamos maneiras de aumentar o lixo. A irracionalidade e os poderes do raciocínio coexistem. Qual é o problema com o nosso pensamento, para que sigamos em frente com contradições tão absurdas?

Os cientistas dizem que milhares de espécies estão se extinguindo por causa da atividade humana. Existem inúmeras criaturas que têm um papel importante na manutenção do equilíbrio ecológico na Terra. Sabemos que as abelhas nos prestam um serviço essencial ao polinizar as flores. Será que temos noção de que não podemos sobreviver sem as humildes bactérias? A revista The Smithsonian publicou um artigo muito instrutivo onde dizia que as bactérias são necessárias para a fertilização da terra, para fazer funcionar nosso sistema digestivo, para desintegrar matéria orgânica morta etc.

O professor Louis Thompson afirmou que existem milhões de criaturas morrendo a cada dia, e não sabemos as consequências disso. Mesmo assim, elas são levadas a desaparecer rapidamente. Tudo isso ocorre com criaturas que estão constantemente nos ajudando pelo simples fato de existirem. Se a diversidade da vida continuar a diminuir rapidamente, ninguém sabe o que acontecerá à Terra. (...)"

(Radha Burnier - Equilíbrio na mente - Revista Sophia, Ano 9, nº 34 - Ed. Teosófica, Brasília - p. 27)