OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

OS PASSOS CIENTÍFICOS PARA MEDITAR COM ÊXITO

"Existem princípios científicos definidos a serem aplicados na busca por Deus. São os princípios da yoga, que na Índia foram pesquisados, praticados e provados por muitos séculos. (...) A ciência da religião baseia-se em leis imutáveis.

Algumas pessoas já me perguntaram: 'Por que a minha relação com Deus deve ser governada por tantas regras? Não posso simplesmente ser guiado por minha própria intuição no caminho espiritual?' Eu respondo: 'Sem dúvida alguma, use a intuição para guiar você, mas primeiro tenha certeza de que é uma intuição verdadeira (a qual provém da sintonia com Deus), e não apenas o seu desejo subconsciente de fazer o que quer'.

A autodeterminação errada é uma cilada para muitas pessoas. Primeiro, siga a ciência; aprenda a perceber Deus com a aplicação adequada dos métodos da yoga. Quando você O conhecer acima de qualquer dúvida - quando você conseguir ter a mente tão tranquila que, em todas as experiências da vida, puder manter uma atitude de beatífica devoção a Deus, de autoentrega constante a Seus pés - então há a possibilidade de seus esforços espirituais serem guiados pela intuição, e não antes. 

Os grandes mestres têm mostrado os passos que eles mesmos deram para chegar à realização divina. Qualquer pessoa de bom senso seguirá esses passos, em vez de tentar forjar o próprio caminho. Para que 'reinventar a roda'? Você tem liberdade, é claro; mas não seria mais lógico seguir o caminho que já se comprovou que leva a Deus, em vez de passar anos, talvez encarnações, tentando encontrar o seu próprio caminho por meio de laboriosas experiências de tentativa e erro?

As leis são conhecidas; a profundidade da meditação provém da aplicação paciente e firme dessas leis. É como aprender a tocar piano. O êxito provavelmente não virá de tentativas não científicas, a esmo. Antes de poder tocar um concerto de Rachmaninoff no piano, você precisa saber quais são as teclas certas e então, gradualmente, ganhar habilidade com a diligente prática diária. O mesmo ocorre com a meditação - ela requer a aplicação dos passos científicos de yama, niyama, asana e a contínua determinação de perseverar na prática das técnicas de pranayama, até que os pensamentos se aquietem completamente. Por meio de Hong-Só, a mente e a respiração sincronizam-se perfeitamente; é como se tivessem sido forjadas numa só espada afiadíssima que repentinamente corta os grilhões internos que nos aprisionam. A mente fica livre e clara. Você sente dentro de si a presença de Deus por trás desta forma física, além de toda a vida. Estas percepções maravilhosas e estimulantes surgem quando praticamos a ciência da meditação."

(Sri Daya Mata - Intuição: Orientação da Alma para as Decisões da Vida - Self-Realization Fellowship - p. 41/43)


terça-feira, 26 de janeiro de 2016

HÁBITOS DESTRUTIVOS (PARTE FINAL)

"(...) Como podemos produzir tranquilidade e harmonia interior, as únicas coisas capazes de assegurar a ação benéfica? Tranquilidade e ação podem parecer contradição, mas não são. A 'inação na ação e a ação na inação' de que fala o Bhagavad Gita é a ação oriunda de uma mente profunda e clara. Tudo o mais é atividade inquieta e infrutífera. É vital para o mundo que os indivíduos aprendam a agir a partir de um estado interior tranquilo e calmo, não de uma mente em luta. A não ser que nos aprofundemos nisso e não nos permitamos ser empurrados pela corrente do mundanismo, a dor não cessará.

Precisamos parar para compreender como funcionamos. Uma pequena ação praticada no correto estado mental faz muito mais bem do que grandes ações frutos da luta egocêntrica. No oceano, quando sopra um vento forte, de início ocorrem pequenas ondulações, mas se o vento continua soprando, as ondulações tornam-se mais fortes e maiores, e se transformam em enormes ondas.

Todos nós lutamos nossas pequenas lutas por causa de ambições sem importância e necessidades imaginárias. No reino psicológico, como no oceano, existe um processo cumulativo, como acontece com uma perturbação numa multidão. Algumas pessoas ficam assustadas, depois todo mundo entra em pânico, resultando em debandada. O mundo inteiro é assim. Nossas pequenas lutas se acumulam e se tornam guerras. Pessoas como Krishnamurti e o Dalai Lama dizem que somos responsáveis por todo o mundo. Quando não vivemos na serenidade e na paz, criamos guerras.

Os Budas nascem no mundo quando há degeneração, mas não deixam de ser Budas. Jamais são do mundo, são livres, sem karma, já que são a corporificação da paz. O karma não é apenas ação física, ele engloba o tipo de energia que colocamos em nossa ação. A energia dos Budas é amor e paz, enquanto a energia que as pessoas comuns geram é egoísta num grau maior ou menor, sendo, portanto, causa de violência. Para que a paz chegue ao mundo, não deve haver dentro de nós luta, ambição nem ilusões da insegurança. Quando nossas ilusões terminarem, seremos precursores da harmonia."

(Radha Burnier - Estar no mundo e viver em paz - Revista Sophia, Ano 11, nº 41 - p. 30/31)
www.revistasophia.com.br


segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

HÁBITOS DESTRUTIVOS (2ª PARTE)

"(...) A luta é um hábito psicológico destrutivo para provar o próprio mérito, para parecer esperto, obter vantagens, progredir rapidamente e assim por diante. Mas por que devemos parecer espertos? Por que devemos parecer alguma coisa? Por que todo esse esforço? Será possível agir e viver, fazer o que vale a pena, o que é útil e bom, sem precisar psicologicamente lutar para isso?´

Como lutar é um hábito do ego, quando as pessoas decidem não fazer parte do mundo e viver a vida espiritual, a mente continua ansiosa por obter a atenção do guru, para se iluminar rapidamente ou para encontrar o melhor método de vencer os defeitos. Assim, ela não é pacífica. É fácil ser mundano enquanto se imagina ser espiritual. Por outro lado, ao perceber que o eu egoísta se alimenta da confrontação com os outros, com as ideias, as circunstâncias e os seus próprios defeitos, a pessoa se livra da tensão, e sobrevém a calma.

Viver uma vida saudável, ser natural e feliz como as crianças significa não lutar, mas permanecer quieto e calmo com o que quer que seja. O Taoísmo ensina a não resistência, o que implica profundo contentamento interior, em harmonia com o céu e a terra. Não será isso o que quer dizer o Bhagavad Gita ao aconselhar a pessoa a agir 'estabelecida no yoga'? Yoga é realizar plenamente a harmonia do céu e da terra dos quais somos parte. Quando não há sentimento de luta, ocorre uma mudança nos nossos relacionamentos e em nosso próprio ser.

Pessoas inteligentes e talentosas oferecem soluções variadas para os imensos problemas atuais, mas muitas vezes a cura é pior que a doença. O uso de produtos químicos artificiais é um exemplo. Supunha-se que prenunciavam uma sociedade livre de doenças, mas criaram novos problemas. Quem sabe o que irá resultar das manipulações genéticas?

Somos incapazes de dar fim aos conflitos no mundo ou de erradicar a pobreza. Será que somos tão impotentes porque somos vítimas do estresse do ego, que essencialmente projeta ilusões a partir de mentes perturbadas e, portanto, obscuras? Obviamente, apenas a mente tranquila possui clareza; a mente confusa acredita em suas capacidades e supõe que a confusão pode ser subitamente dissipada. Mas isso não acontece, porque suas percepções não são nem totais nem saudáveis. (...)"

(Radha Burnier - Estar no mundo e viver em paz - Revista Sophia, Ano 11, nº 41 - p. 29/30)
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domingo, 24 de janeiro de 2016

HÁBITOS DESTRUTIVOS (1ª PARTE)

"Um corpo doente fica estressado, e uma mente com temores, esperanças e incertezas também se estressa. Esse estresse está em alta no mundo moderno, com sua filosofia de competitividade e autopromoção. Por isso tantas pessoas estudam o Budismo, o Zen, o Vedanta, ouvem palestras e frequentam templos, tentando escapar de tudo.

O monge erudito Srngeri afirmou: 'As pessoas acreditam que é necessário ir para uma floresta praticar tapas, mas ela pode ser praticada onde quer que se esteja.' Tapas significa 'queimar' os elementos do mundanismo e da impureza. Tapas corporal inclui ser honrado, inofensivo e casto. Tapas verbal são palavras corretas, que não causem dor, que sejam úteis, que levem ao autoconhecimento. Tapas mental é ser sereno, ter sentimentos puros e uma mente controlada.

Estar fora do mundo significa ser livre, controlar a própria vida sem ser levado a adotar atitudes, valores e crenças por compulsão. No Yoga-Vasishtha e na Bíblia, encontramos conselhos de Vasishtha e Jesus, respectivamente, para sermos como criancinhas. As crianças são felizes por natureza. Elas não lutam contra o mundo, não se preocupam em adquirir bens nem em se autoengrandecer. São apenas elas mesmas. 

Em contraste, a essência do mundanismo expressa-se nos adultos em uma atitude de confrontação, consciente ou inconsciente. Mesmo em pessoas que não vivem em circunstâncias duras, o tempo todo existe algo que luta, em um nível sutil. Existe competição na família, no trabalho, nas outras obrigações. Então, fatigados pela luta, as pessoas se esforçam para se livrar dela. Ainda não ousam permanecer quietas e em paz; querem sempre realizar algo, chegar a algum lugar.

Para que lutamos? Por que o estresse surge das profundezas do nosso ser? A luta do nosso passado animal ainda estará ativa no cérebro? Por que as pessoas que desfrutam das benesses da vida sentem-se pobres? As crianças são preparadas para assumir posições cada vez melhores, adquirir mais habilidades, realizar sempre mais. Além disso, existe a luta para ser amado. Quanto mais as pessoas anseiam por amor, admiração e reconhecimento, mais estressadas se tornam. Desejando e exigindo - em vez de estarem elas mesmas amando e sendo úteis -, passam suas vidas lutando. (...)" 

(Radha Burnier - Estar no mundo e viver em paz - Revista Sophia, Ano 11, nº 41 - p. 29)


sábado, 23 de janeiro de 2016

O EVANGELHO - SUTRA 3

"Parambrahma faz emergir a criação, a Natureza inerte (Prakriti). De Om (Pranava, o Verbo, a manifestação da Força Onipotente), vieram Kala, o Tempo; Desa, o Espaço; e Anu, o Átomo (a estrutura vibratória da criação).

O Verbo, Amém (Om), é o princípio da Criação. A manifestação da Força Onipotente (a Repulsão e sua expressão complementar, o Sentimento ou o Amor Onisciente, a Atração) é a vibração que se apresenta como um som peculiar: o Verbo, Amém, Om. Em seus diferentes aspectos, Om dá a ideia de mudança, que é o Tempo (Kala), no Sempre-Imutável; e a ideia de divisão, que é o Espaço (Desa), no Sempre-Indivisível.

As Quatro Ideias: o Verbo, o Tempo, o Espaço e o Átomo. O efeito resultante é a ideia de partículas - os inumeráveis átomos (patra ou anu). Esses quatro - o Verbo, o Tempo, o Espaço e o Átomo - são, portanto, uma e a mesma coisa e, substancialmente, não passam de simples ideias.

Essa manifestação do Verbo (fazendo-se carne, a matéria exterior) criou este mundo visível. Assim, o Verbo (Amém, Om), sendo a manifestação da Natureza Eterna do Pai Onipotente, ou do próprio Si-Mesmo Dele, é Dele inseparável e não é senão o Próprio Deus, assim como o poder de combustão é inseparável do fogo e nada mais é que o próprio fogo. Ver Apocalipse 3:14: João 1:1, 3, 14.
'Isto diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da Criação de Deus.'
'No princípio, era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. (...) Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez. (...) E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós."
(Swami Sri Yukteswar - A Ciência Sagrada - Self-Realization Fellowship - p. 23/24)