OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


sábado, 28 de junho de 2014

EQUILÍBRIO E JUSTIÇA (PARTE FINAL)

"(...) O equilíbrio é uma lei fundamental do universo. Se uma pessoa está ganhando de um lado, tem que perder do outro para que o equilíbrio seja mantido.

Na visão dos hinduístas, o universo é uma grande dança. Eles representam a contínua alternância entre os opostos como a dança de Shiva. Shiva é um dos deuses mais cultuados na Índia. Isso é curioso, porque ele é um deus associado à destruição.

Existe na Índia uma trindade muito conhecida formada por Brahma, Vishnu e Shiva; onde Brahma está associado à criação, Vishnu à preservação e Shiva à destruição. Quando se viaja pela Índia percebe-se que quase não existem templos destinados a Brahma; que existem alguns poucos destinados a Vishnu; e uma enorme quantidade de templos destinados a Shiva. Por que razão isso ocorre?

É que Shiva representa a renovação resultante da morte e da destruição. Para que o novo possa nascer, é necessário que as formas gastas sejam removidas. Ao mesmo tempo, Shiva inspira certo temor naqueles que não tiveram ainda a percepção de que a vida e morte são aspectos complementares de uma mesma realidade divina.

Essa dança de Shiva de criação e destruição é, na realidade, a base da existência. Nada pode existir estático na natureza. A nossa ignorância é que nos impede de ver a mudança como um elemento fundamental da própria existência. Nada permanece estático, nem por um breve momento. Tudo flui, tudo está em contínuo movimento. A folha da árvore que cai vira adubo para o crescimento de outras árvores. Na natureza nada se perde."

(Eduardo Weaver - Vida e morte na visão de Platão - Revista Sophia, Ano 5, nº 17 - p. 28/29)


sexta-feira, 27 de junho de 2014

COMPREENDER A VERDADE


"O que fundamentalmente causa a ilusão é a busca daquilo que proporciona prazer, daquilo que gratifica em qualquer nível que seja. Gostamos de aceitar algo mental ou fisicamente por proporcionar prazer, por ser conveniente fazê-lo ou por ser um pensamento confortante; é adequado a nossa forma habitual de pensar por assim dizer. Compreender a verdade não é a mesma coisa que assenhorar-se de uma ideia, e ater-se a ela com fervor. A mente é facilmente subornada pelo prazer. Com frequência damos prazer a alguma pessoa, a fim de conseguir que ela faça o que queremos que faça. Esta é uma prática que evidencia resultados em toda parte. A mente concordará voluntariamente com o doador do prazer. Portanto, é necessário sermos rigorosos conosco no que tange ao vivenciar a verdade - e esta é uma base necessária para o ocultismo. 

Aliás, poderia dizer que em país algum no mundo a importância de vivenciar a verdade foi tão enfatizada como na Índia, onde satyam (verdade) e ritam (retidão) foram proclamados como sendo inalteráveis. 'Somente a verdade conquista' é a antiga máxima adotada pelo governo indiano. É amplamente aceita enquanto palavra, mas poderíamos perguntar: até onde está sendo honrada na prática? Isto é algo que todos terão que descobrir em relação a si mesmos. Apenas se pode aplicar testes práticos à própria conduta para ver em que extensão a verdade está sendo vivenciada. (...)"

(N. Sri Ram - Em Busca da Sabedoria - Ed. Teosófica, Brasília, 1991 - p. 23/24)


EQUILÍBRIO E JUSTIÇA (2ª PARTE)

"(...) Quando estudamos a história observamos que toda civilização cresce, se desenvolve, chega ao seu ápice, e depois inevitavelmente começa a decair até ser vencida ou desaparecer. Observa-se que nada pode ficar continuamente no mesmo estado. Tudo o que sobe tem de descer, tudo que enche deve se esvaziar. Tudo que se torna maior tem que ter sido menor e vice-versa.

Quando uma pessoa está em evidência, por muito tempo, ela acaba sendo forçada pelas circunstâncias da vida a sair de evidência. Ninguém fica no topo o tempo todo. Os taoistas dizem: se você quer derrubar uma pessoa, coloque-a num pedestal. Certamente ela vai cair rapidamente. Quanto mais se estica um elástico numa direção, maior a tensão, maior a força puxando no sentido contrário. Sempre que se chega a um extremo, a força no sentido contrário passa a ser muito grande.

Ao observarmos nossas vidas, podemos achar que determinados acontecimentos, como a morte de um familiar, a perda de um emprego ou uma mudança forçada de cidade são ruins. Uma série de mudanças que  nos incomodam muito em primeira instância, quando vistas de uma perspectiva de longo prazo, podem ser vistas como benéficas. O que parecia mal se tornou bom.

Platão nos faz ver que, na vida, nada deve ser visto de forma isolada; toda moeda tem seu dorso. Todo ganho tem seu preço, e ocasiona algum tipo de perda. Tudo o que é positivo tem seu lado negativo. Nada é totalmente bom ou totalmente ruim. Não existe pessoas que só tenha vitórias na vida. A perda está sempre à espreita por detrás de cada vitória. Se assim não fosse, não poderia haver equilíbrio e justiça no universo. (...)"

(Eduardo Weaver - Vida e morte na visão de Platão - Revista Sophia, Ano 5, nº 17 - p. 28/29)

quinta-feira, 26 de junho de 2014

O PECADO

"Perguntaram-me o verdadeiro significado do pecado. No sentido em que essa palavra em geral é usada, pelo menos por sacerdotes cristãos, penso que o pecado não passa de invenção da imaginação teológica. Popularmente, o pecado indica um desafio à lei divina – a realização de alguma ação cujo autor sabe ser errada. É extremamente duvidoso que esse fenômeno, de fato, exista. Em praticamente todos os casos imagináveis, o homem quebra a lei por ignorância ou negligência e não pela intenção deliberada. Quando um homem, em realidade, conhece e vê a intenção divina, inevitavelmente se harmoniza com ela por duas razões: primeiro porque percebe a total futilidade de uma ação contrária e, mais tarde, porque, ao ver a glória e beleza do plano, nada mais deseja fazer a não ser dedicar-se com todos os poderes de seu coração e de sua alma à sua realização.

De todas as concepções erradas que herdamos das idades negras, uma das mais sérias é a ideia de ‘pecado’ como uma perversidade a ser punida e brutalmente perseguida. Na verdade, o pecado é resultado de ignorância, que só se supera pela educação e esclarecimento. Alguém poderá discordar dizendo que, na vida diária, as pessoas fazem a todo momento e conscientemente coisas erradas, todavia esse é um argumento falso. Elas estão fazendo que lhes disseram que é errada, o que é bem diferente. Quando alguém sabe, de verdade, que uma ação é errada e que, inevitavelmente, será seguida por más consequências, evita-a com cuidado. Todos sabem que o fogo queima,  por isso ninguém põe a mão nele. Quem age errado justifica o erro para si mesmo no momento da ação, não importa o que venha a pensar depois com mais calma. Por conseguinte, afirmo que o pecado, como normalmente o entendemos, é invenção da imaginação teológica; o que existe, na verdade, é uma condição infeliz que leva frequentemente à infração da Lei divina. Temos o dever de lutar para dissipar essa ignorância com a luz da teosofia."

(C. W. Leadbeater - A Vida Interna - Ed. Teosófica, Brasília, 1996 - p. 94)


EQUILÍBRIO E JUSTIÇA (1ª PARTE)

"De acordo com a sabedoria chinesa, os opostos se sucedem alternadamente. Depois de uma época de abundância necessariamente advém uma época de escassez. O apogeu sempre dá lugar ao declínio. Depois da tempestade, vem a bonança. Quando as trevas chegam ao máximo, a luz começa a crescer e vai gradualmente substituindo a escuridão.

O mesmo ocorre nas estações do ano. A partir do momento quando o verão chega ao seu auge, o calor começa a diminuir de intensidade e os dias vão progressivamente ficando mais curtos. Aos poucos o frio vai substituindo o calor. Quando, no clímax do inverno, o frio chega ao seu pico, mais uma vez ocorre a reversão do ciclo e, a partir daí, o tempo começa a esquentar novamente e o sol vai tomando o lugar das trevas. Vemos que um princípio sempre leva consigo o seu oposto complementar.

Por isso os chineses falavam que a vida é uma perpétua alternância entre os princípios Yang e Yin, o positivo e o negativo, o masculino e o feminino, o bem e o mal, a inspiração e a expiração. Segundo eles, dentro do Yin está contido o Yang e dentro do Yang está contido o Yin. Na realidade os dois princípios estão harmonicamente integrados no todo. A alternância cíclica entre esses dois aspectos é vista como parte essencial da expressão da vida na natureza.

É importante que estejamos cientes e preparados para observar este fato em nossas vidas. Sabemos que depois do dia sempre vem a noite, e que depois da noite sempre vem o dia. Basta observar a natureza. Isso ocorre porque, quando se chega a um extremo, surge uma tensão, uma força, que puxa no sentido oposto.

Essa tensão é criada pelo potencial que existe entre os pares de opostos. Os opostos se atraem. O homem atrai a mulher e a mulher atrai o homem. Na natureza, todos os pares de opostos se atraem: o positivo e o negativo, o bom e mau, a luz e a sombra, etc. (...)"

(Eduardo Weaver - Vida e morte na visão de Platão - Revista Sophia, Ano 5, nº 17 - p. 28/29)