OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

KARMA INDIVIDUAL

"É aquele produzido pela pessoa e que ela mesmo terá que colher, sem envolver outras pessoas. O karma é intransferível. Cada ser traça a sua trajetória de vida. Um ser não pode carregar a cruz do outro. O papel a ser desempenhado por um ator, não pode ser desenvolvido por outro, mesmo que esteja no mesmo drama. Um pode estimular, apoiar, aconselhar o outro, mas cada um tem que carregar sua própria cruz e cada um tem a cruz que merece.

Não há dois karmas individuais iguais, assim como não há duas impressões digitais iguais.

Que as afirmativas acima não sirvam de pretexto para não ajudar o próximo! Pelo contrário, sendo a Vida Uma, embora formada de muitas existências, compete-nos agir, porém, sempre em direção e sintonia ao Plano Divino. (...)

A inação pode constituir um karma de omissão. Sempre que possível devemos agir para amenizar a dor do próximo, mas jamais conseguiremos ‘queimar’ o karma que ao outro compete eliminar.

Cada ser é seu legislador, criou o seu caminho e a cada um compete desbravar sua senda. Nessa conjuntura é indispensável o discernimento, para avaliar até que ponto estamos cumprindo o nosso karma, ou interferindo na tentativa de cumprir o karma que a outro compete."

(Antonio Geraldo Buck - Você Colhe o que Planta - Ed. Teosófica, Brasília, 2004 - p. 34/35)


domingo, 22 de fevereiro de 2015

O CAMINHO SOCIAL PARA A ONIPRESENÇA

"O caminho social para obter a consciência cósmica consiste em expandir o germe do amor divino que está em nossa alma. Amor demais da parte do ego confina a alma nos limites da carne. A alma é um reflexo onipresente do Espírito que permeia todas as coisas. O ego é a consciência anímica ligada ao corpo. A alma como o ego, esquece a própria onipresença e considera-se limitada pelo corpo.

Quando o ego começa, graças à simpatia prática, a sentir-se em outros corpos, passa a recuperar sua esquecida onipresença. Ao contrário do homem mundano de vistas curtas, a alma divina trabalha não apenas para si mesma num corpo só, mas também para si mesma no corpo dos semelhantes. Você precisa aprender a buscar nutrição, prosperidade, cura ou sabedoria, não para si num único corpo, mas para si em todos os corpos.

A maneira sociável de desenvolver a consciência cósmica é amar a família, os vizinhos, o país e o mundo inteiro como a nós mesmos. Você é o rei e o reino de seu amor inclui não apenas os seres humanos como também os animais, as flores, as estrelas, todas as criaturas vivas. Ame os homens como seus irmãos, as mulheres como suas irmãs, os idosos como seus pais, os seres humanos - negros, morenos, amarelos, brancos e pardos - como seus amigos e parentes. Esse é o caminho social para se atingir a consciência cósmica."

(Paramhansa Yogananda - A Sabedoria de Yogananda,  A Espiritualidade nos Relacionamentos - Ed. Pensamento, São Paulo, 2011 - p. 16/17)
www.editorapensamento.com.br


sábado, 21 de fevereiro de 2015

TORNAR-SE COMO AS CRIANCINHAS

"Muitos que leem estas instruções talvez se surpreendam por sua extrema simplicidade, e quiçá as desdenhem por lhes parecerem insuficientes para guiar e auxiliar as pessoas na imensa complexidade da civilização moderna. Mas quem assim pensa esquece-se de que é da essência da vida do discípulo que ele ponha de lado toda esta complexidade, para que ele, como disse o Mestre, 'saia de seu mundo para o nosso', e penetre num mundo de pensamento em que a vida é simples e a direção retilínea, em que o certo e o errado estão mais claramente definidos, em que as perspectivas que se abrem diante de nós são corretas e inteligíveis. É a vida simples que o discípulo tem de viver; é a própria simplicidade que ele alcança que lhe torna possível o progresso superior. Fizemos de nossa vida um cipoal de incertezas, uma massa de confusão, uma tormenta de correntes cruzadas, em que os fracos caem e naufragam; mas o discípulo do Mestre deve ser forte e são, deve tomar sua vida nas próprias mãos e torná-la simples como a divina simplicidade. Sua mente deve ser expurgada de todas essas confusões e ilusões fabricadas pelo homem, e dirigir-se reta como uma flecha para seu alvo. 'Se não vos converterdes e não vos tornardes como criancinhas, não entrareis no reino do céu.' (...)

Vê-se por esses extratos quão elevado é o ideal que o Mestre coloca diante de seus discípulos. Para alguns deles talvez isso pareça ser o que em teologia se chama um conselho de perfeição, isto é, uma meta ou condição impossível de se alcançar perfeitamente por ora, porém, a que devemos visar constantemente. Mas todos os aspirantes anelam elevar-se, conquanto nenhum seja ainda capaz de realizar sua aspiração, pois se o fosse, não necessitaria passar por novas vidas terrenas. Estamos muito longe de ser perfeitos, mas as pessoas jovens que possam ser aproximadas mais estreitamente dos Grandes Seres têm uma maravilhosa oportunidade, precisamente por causa de sua juventude e plasticidade. Para elas é muito mais fácil do que aos velhos eliminarem tudo quanto seja impedimento. Se podem cultivar o hábito de tomar o ponto de vista certo, de agir por motivos corretos, e de estar na atitude correta, durante toda a sua vida, eles se aproximarão firmemente cada vez mais do ideal dos Mestres. Se o discípulo posto em prova pudesse ver em consciência vigílica as imagens viventes forjadas pelo Mestre, compreenderia a importância do que talvez pareçam pormenores insignificantes."

(C. W. Leadbeater - Os Mestres e a Senda - Ed. Pensamento, São Paulo - p. 89/90)


sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

O TRIUNFO DA ALMA POR MEIO DA PRÁTICA DA YOGA (PARTE FINAL)

"(...) A alma, 'inimiga' ao ego, retém suas bênçãos de paz e felicidade duradoura, enquanto o ego, comportando-se de maneira ignorante como seu próprio inimigo, desencadeia as forças cármicas da Natureza produtora de infelicidade. Sem a beneficência da proteção da alma no mundo de maya, o ego se acha na lamentável situação de ter as próprias ações contra sua verdadeira natureza como alma voltando-se contra ele, como bumerangues, destruindo toda nova ilusão de felicidade e realização.

Na composição desses dois concisos versículos, a palavra atman ('eu') aparece doze vezes em uma construção ambígua que permite o intercâmbio dos significados de 'alma' ou de 'ego' (pseudoalma) - exemplo clássico dessa dicotomia tão característica das escrituras indianas. Como se mostra no comentário acima, o entretecer astucioso das palavras alma e ego neste exemplo consiste no fio singular da verdade que percorre todo o tecido do Gita: que o homem seja elevado, não degradado; que ele transforme o eu (ego) no Eu (alma). O Eu é amigo do eu transformado, mas inimigo do eu que não se regenerou."

(Paramahansa Yogananda - A Yoga do Bhagavad Gita - Self-Realization Fellowship - p. 54


quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

O TRIUNFO DA ALMA POR MEIO DA PRÁTICA DA YOGA (1ª PARTE)

"[No Bhagavad Gita VI:5.6, o Senhor Krishna oferece este conselho a Arjuna:]

'Que o homem eleve o eu (ego) pelo próprio eu; que o eu não seja degradado (derrubado) por si próprio. Com efeito, o eu é seu próprio amigo, e o eu é seu próprio inimigo.
Para aquele cujo eu (ego) foi vencido pelo Eu (alma), o Eu é amigo do eu; mas em verdade, o Eu comporta-se de maneira hostil, como inimigo, para com o eu que não esteja subjugado.'

O ego físico, a consciência ativa no homem, deve elevar seu eu identificado com o corpo até à unidade com a alma, sua verdadeira natureza. Ele não se deve permitir que permaneça atolado nas camadas inferiores e enganosas dos sentidos e do emaranhamento material. O ego age como seu próprio melhor amigo quando, por meio da meditação e do exercício de suas inatas qualidades de alma, espiritualizando-se e termina por recuperar sua própria verdadeira natureza como alma. Em sentido oposto, o ego físico faz papel de seu próprio pior inimigo quando, pelo comportamento materialista enganoso, provoca o eclipse de sua verdadeira natureza como alma eternamente abençoada. 

Quando o ego físico (a consciência ativa) se torna espiritualizado e unido à alma, ele é capaz de manter a inteligência, a mente e os sentidos sob controle, guiados pela sabedoria discernidora da alma - isto é, o 'eu (ego) foi vencido pelo Eu (alma)' - e então a alma é a amiga, a orientadora e a benfeitora da consciência física ativa.

Se, porém, o ego-eu inferior não foi controlado desse modo e persiste em manter a consciência inclinada à matéria, então a alma é inimiga do ego. Isso está de acordo com a alegoria do Gita descrita no primeiro capítulo: Krishna (a alma) é o amigo e orientador dos empreendimentos espirituais do devoto Arjuna, juntamente do exército Pandava de qualidades divinas; portanto, Krishna (a alma) é inimigo (opositor) do exército Kaurava de inclinações materialísticas de Duryodhana, que segue a orientação de Bhishma (o ego). (...)"

(Paramahansa Yogananda - A Yoga do Bhagavad Gita - Self-Realization Fellowship - p. 53/54