OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


sábado, 27 de janeiro de 2018

O CAMINHO DO AMOR (1ª PARTE)

"Aquele que trilhar o caminho do amor deve descobrir aquela alquimia espiritual que transmuta o amor mais baixo no mais alto; deve conhecer a ciência sagrada pela qual as piores qualidades da alma, passando pelo crivo do pensamento, possam ser sujeitadas pelo fogo ardente da vontade, para que sua essência possa ser destilada, gota a gota, e então colocado nas mãos do experimentador o tão almejado elixir da vida. Do vil obterá o puro; do imperfeito, a perfeição; do impermanente, o eterno. Até que essa ciência seja aprendida, e tudo o que for baixo tenha sido purificado, o homem não pode ser um salvador do mundo. 

Um salvador do mundo é aquele que se emancipou de toda fraqueza humana, caminhou pela estrada do amor e, caminhando, tornou-se divino. Os que vão passar por esta estrada, a qual atravessaram aqueles cujos pés sangraram, devem aprender a ciência que eles aprenderam; deve preparar a cruz do pensamento, deve acender em si mesmos o ígneo poder da vontade e, tomando cada vício, fazê-los objeto de experimento, e então transmutá-los, um a um, na virtude oposta, pois, acima de tudo, o amor deve ser puro. 

Assim como o lixo terrestre é destruído pelo fogo, o lixo da alma deve ser incinerado pelo fogo da vontade. Todo o vício, ainda que grande, esconde um precioso perfume que ele procura, cada fraqueza se revela fonte de uma força oculta, cada erro esconde uma verdade; vício, fraqueza, erro, estes são os equipamentos com os quais o homem começa a palmilhar a estrada do amor. A fim de que sejam transformados em seus opostos, o homem deve retirar-se para o laboratório de sua alma, e lá preparar os instrumentos de seu trabalho. Os instrumentos são: pensamento e vontade; estes dois, apenas, fornecem tudo de que necessita; de sua união uma criança nascerá; a criança é o amor. Os homens a conhecem como Hórus, ou como Cristo. 

Tendo-se retirado para a reclusão dos recessos mais íntimos de sua alma, aquele que um dia será um amante da humanidade deve estocar seus recursos, deve procurar em seu eu terreno as ervas das quais extrairá as essências procuradas. Distanciado de seus desejos, ele os cortará um por um do solo de sua natureza, onde tão firme deitaram raízes. Vício, sexualismo, sensualidade, impureza, egoísmo, crueldade, mentira, indiscrição, superstição, avareza, e ilusão, tais são os nomes das plantas que ele juntará na selva de sua natureza inferior, selva cujo dever seu é transformar no mais refinado jardim da terra. Cada planta que tiver arrancado ele porá sob a minuciosa lente de seu pensamento e provará ao fogo de sua vontade inquebrantável; este fogo não deverá abrandar-se, menos ainda extinguir-se, até que raízes, folhas e flores se tenham consumido. Então, no receptáculo espiritual, o veículo de seu Eu Imortal, no qual reside a imortalidade, o líquido precioso que destilou será recolhido, gota a gota. Lá será guardado até que a secreta farmácia de sua alma seja abastecida, prateleira após prateleira, com aquelas essências vitais das quais fluirá um dia a panacéia universal. Esta panacéia é o amor. (...)" 

(Geoffrey Hodson - Sede Perfeitos - Canadian Theosophical Association)



sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

O CAMINHO DO CONHECIMENTO (PARTE FINAL)

"(...) À medida em que subis os degraus, esforçai-vos com todos os poderes de vossa vontade, procurando livrar vossa alma do invólucro de carne, como se devêsseis ultrapassar a própria abóbada celeste, à procura de luz. A palavra-chave, que todos os que entram no Templo devem conhecer, e que deve ser objeto de contínua meditação, é: 'O brilho e a Luz são UM',  ou 'A centelha e a Chama são UMA'. Da concentração sobre este ponto passai à meditação, onde todo o conhecimento do mundo externo é obliterado; da meditação passai à contemplação, onde todo o conhecimento do eu é obliterado, onde só a luz persiste. 

Assim passareis pela porta do Templo, e, tendo passado, não precisareis mais de nenhum guia, pois vos encontrareis na presença d'Aquele que vos tem guiado através de cada vida, desde vossa primeira encarnação humana: vosso Eu Superior, que é uma encarnação da luz. Ao vos ajoelhardes ante o altar onde arde a sagrada chama, ele vos alimentará com alimento espiritual, colocará em vossas mãos a espada com a qual, doravante, rasgareis todos os véus, e vos dará uma tocha, por meio da qual todas as trevas se dissiparão. 

Finalmente, donde estais, junto do altar, olhareis para baixo, a terra onde viveis, e começareis a saber. A luz que agora é vossa vos desvelará os segredos que outrora foram ocultos, e podeis retornar a vossos estudos agora com a certeza do sucesso, pois a chave do conhecimento está em vossas mãos, e o cálice do eu inferior está repleto do vinho da sabedoria. Diariamente devereis ajoelhar-vos diante do sacrário, para que o cálice possa ser novamente enchido. Tendo posto vossos pés no caminho, marchai mais e mais fundo em vosso eu interior, não descanseis jamais, até que o clarão se torne de novo a Luz, e a centelha novamente se torne a Chama. 

Em vossa busca por conhecimento, aprendei a arte da meditação; colocai diante de vós o objeto de vossa pesquisa, seja uma jóia, um flor, um animal ou um homem; fixai vossa atenção e meditai neste objeto como sendo uma viva e prefeita expressão d'Aquele que é imanente nele. Vós não podeis descobrir perfeita verdade a menos que a forma que vos serve de moto seja perfeita e viva. Meditai sobre a imanência, procurai a alma que mantém a forma viva; encontrando a alma, meditai sobre ela, do mesmo modo como meditastes sobre a forma, e procurai nela o conhecimento do modo como vive, e achando o modo, procurai qualquer outro conhecimento de que tenhais necessidade. O passado, ainda que remoto, pode ser revelado ante vós, para que possais entender os caminhos percorridos; com este estudo o processo de desenvolvimento pode ser estimulado. Tendo discernido o passado, olhai reverentes o futuro, procurando obter a visão do todo. Não podeis meditar sobre uma flor cortada ou seca, pois já não têm conexão com sua alma, e a flor já não sabe por que meios vive: este conhecimento reside na alma da flor. 

Evitai os escuros caminhos da pesquisa com animais como se evitásseis o pior dos infernos, e não há pior inferno em toda a criação do que a mesa de vivissecção, não há maior cegueira do que aquela dos que pensam que empregar crueldade contra outra parte da vida de Deus pode trazer iluminação para si. Apenas soubessem que estão construindo véus tão densos sobre si mesmos que uma centena de vidas não bastaria para os redimir!, e mesmo assim a verdade ocultaria sua face brilhante de seus olhos, envergonhada do que terão feito usando seu doce nome. Procurai a verdade entre os vivos, e encontrareis a verdade viva, e o vasto tesouro de conhecimento da Natureza será vosso. Este é o ensino a respeito da via meditativa."

(Geoffrey Hodson - Sede Perfeitos - Canadian Theosophical Association



quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

O CAMINHO DO CONHECIMENTO (3ª PARTE)

"(...) Tendo-se retirado e descansado completamente, enviai uma ardente invocação aos Deuses da Luz e ao Senhor da Luz, para que possais ser iluminados em vossa busca, e professai um voto solene de que todo o conhecimento eventualmente obtido será dedicado ao serviço de vossos irmãos. Procurai o conhecimento, só assim podereis ensinar; procurai a luz, só assim podereis iluminar os outro; procurai o poder que o conhecimento dá, para que possais rasgar os véus do preconceito e da ignorância nos quais a raça humana está tão fundamente envolta. Vosso ofício deve ser dúplice: deveis ser um tocheiro e um desvelador.

Tendo erguido vossa prece e professado vosso voto, pratiqueis a arte de colocar vosso corpo inteiramente em repouso, de domar as tempestades das emoções, de aquietar vossa mente, pois são preliminares imprescindíveis. E quando a calma reinar em vossa natureza interna e externa, pensai fortemente em vosso coração como uma gruta, onde vossa alma possa penetrar em sua busca de luz. Pensai firmemente, durante vários dias, na gruta de vosso coração, e tentai concentrar vossa mente lá; gradualmente, onde só havia escuridão, uma luz começará a brilhar – uma luz que o guiará no caminho. Aprofundai-vos na contemplação da verdadeira luz, que brilha em cada homem, cujos lampejos finalmente aprendeis a discernir. À medida em que a luz cresce e começa a vos envolver, alçai-vos em pensamento, dentro de vós mesmos, em direção ao meio de vossa cabeça, onde encontrareis uma luz maior; tendo encontrado esta passagem, continuai a meditar sobre a luz. Pensai em vós como um fulgor da Luz Única, uma centelha da Chama Única, e forçai com todos vossos poderes de pensamento e vontade ainda mais acima, ainda dentro de vós, para dentro daquela Luz paternal de onde saístes. Alçai-vos através de vossa cabeça, através dos sentimentos para os pensamentos, ansiando beber a essência-pensamento, para tornar-se pensamento encarnado, e fixai vossa mente de modo inflexível sobre a luz, procurando a porta do Templo. 

A chave está em vossas mãos, eu vo-la dei; é o conhecimento de que o clarão que constitui vosso ser emana da Luz Única, a faísca que sois é parte da Chama Única: que possais ser o que em verdade sois. 

Gradualmente vós aprendereis a viajar por esta estrada que leva do coração à cabeça, e da cabeça ao lugar da luz. Encontrareis vossa luz iluminada por outra luz, que vem do alto, e aprendereis a reconhecer seu brilho. Através destes exercícios diários tereis dominado todas as muitas tendências do sentimento e do pensamento de escapar ao controle. Tereis construído os degraus que vos levarão às portas do Templo. A chave está em vossas mãos, colocai-a direto na fechadura e, girando-a, entrai no Templo da Luz. (...)" 

(Geoffrey Hodson - Sede Perfeitos - Canadian Theosophical Association



quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

O CAMINHO DO CONHECIMENTO (2ª PARTE)

"(...) Tendo se tornado uma criancinha, prontamente lance fora tudo que pensa conhecer ou saber, tudo que é prezado pelos homens, e deixemo-lo buscar o caminho que leva da carne ao espírito. A entrada para o caminho está no coração; do coração, deve encontrar uma passagem para o cérebro, e, através do cérebro, para os mundos do pensamento e sentimento, nos quais as fundações do Templo da Luz estão lançadas. O Templo está adiante, e a partir do mundo do pensamento ele deve construir uma firme escadaria que o levará até os portões do Templo. Esta escadaria é construída pelo estudo, pela concentração de pensamento, e pela incansável busca de conhecimento. 

Esta é a maneira de encontrar e trilhar o caminho do conhecimento, construir a escadaria e chegar aos portões do Templo. Deixe-se que o estudante lance fora seus livros, seus tubos de ensaio e suas réguas para trás, pois ele deve aprender a ler nos livros da natureza, entesourar suas descobertas no tubo de ensaio de sua mente, e aferir suas descobertas na balança de sua mais alta intuição. Emancipando-se destes instrumentos superficiais, que se retire para algum lugar onde possa desfrutar de algum tempo de paz imperturbada. Uma cela de retiro, um jardim, as florestas, os campos, alguma praia recôndita, algum refúgio na montanha, qualquer um destes poderá ser suficiente para lançar-se à viagem de descoberta. Deixe-se que trilhe o caminho que todos os sábios e mestres do mundo trilharam em sua busca pela luz, luz que ora brilha através daqueles olhos, gloriosa e resplandecente. 

Que não tema a estranheza desta procura, não tema despojar-se de todos os suportes até então considerados essenciais; não tema o ridículo imposto pelos que ainda sentem-se dependentes dessas coisas, e que cegamente disfarçam sua ignorância numa ilusão de conhecimento. Para a luz que buscais, tal conhecimento é como trevas, pois todo aquele que alto pusestes em vosso apreço não possui senão a pele, a penugem, a casca, e o cerne sempre lhe foge; então eles montam sobre as cascas e a oferecem como conhecimento. Talvez haja apenas um punhado, dentre vossos homens de conhecimento, que não esteja cego pelo preconceito, que não confunda aprendizado com conhecimento. 

Tomai como guia esta voz que vos ensina agora, a voz de um anjo que conquistou a meta através destes mesmos caminhos na busca de conhecimento, e agora oferece-se àqueles que buscam uma luz maior da que brilha em universidades, pois é professor mais sábio que qualquer professor mortal pode ser; traz a luz do conhecimento espiritual para iluminar as trevas do mero aprendizado terreno, e pode conduzir o estudante até a verdadeira cátedra do conhecimento, a qual jaz no fundo de vosso Eu mais verdadeiro. Vinde, irmão humano, aceitai minha direção, e eu vos guiarei até vosso destino. (...)"

(Geoffrey Hodson - Sede Perfeitos - Canadian Theosophical Association



terça-feira, 23 de janeiro de 2018

O CAMINHO DO CONHECIMENTO (1ª PARTE)

"O caminho do conhecimento é o caminho da luz, e aquele que deve trilhar esta vereda deve aprender a deixar de lado todos os atributos que toldem esta luz, pois seu destino é encher-se tanto de luz até que ela possa irradiar através de si para iluminar o mundo inteiro. Desde o início, portanto, deve despir-se de tudo possa velar a luz dos olhos daqueles que, mais tarde, irá iluminar. 

O preconceito é o grande lançador de véus, o maior inimigo de todos os que procuram conhecimento, a maior barreira à iluminação. Deixe-se que o neófito, em sua busca de conhecimento, comece a estudar a si mesmo, pois somente conhecendo a si vai um dia conhecer o grande Eu; somente pelo autoconhecimento ele poderá descobrir os muitos véus em que sua longa peregrinação o envolveu; somente pelo autoconhecimento ele poderá descobrir a maneira de lançar fora tais véus. Para dentro, pois, e não para fora, deve o estudante lançar-se nesta pesquisa; tendo encontrado o Eu dentro de si, o Eu externo lhe será revelado. 

Há um caminho levando do não-eu ao Eu, do material ao espirirtual, da ignorância para a iluminação; este caminho é o caminho do conhecimento; uma das extremidades está na carne, a outra, no espírito. O homem de carne deve procurar entrar na carne, enquanto sua contraparte espiritual - o homem interno - deve buscar a entrada no espírito. Encontradas as duas entradas, deve procurar o centro ao qual as duas entradas conduzem. Este centro comum é a Mansão de Luz, o lugar de iluminação, o Santo dos Santos, onde espírito e matéria são unidos pela luz. Não é um edifício, ou algum sacrário terreno, é o Templo da Luz, de onde brilha a 'verdadeira luz que ilumina cada homem no mundo'; é o vaso através do qual a Luz Única, que brilha eterna do sol espiritual, alcança a escuridão dos mundos materiais em sua caminhada em direção à iluminação. Dentro do templo há um altar, e no altar arde uma chama que acendeu quando sua alma foi formada, e arde continuamente até que um dia o próprio homem se transforme na labareda; então, como Sansão na antiguidade, ele investe com todas as forças contra os pilares do templo, que cai em ruínas ante seus pés; pois ele, que se tornou um Deus, não precisa mais de um altar para cultuar aquilo em que se tornou; assim o templo cai em ruínas, e os milhares de mortos soterrados são os inúmeros véus que ele agora aprendeu a descartar, para que a luz brilhe em plenitude sobre o mundo. 

Antes desta grande consumação, muitas vidas de estudo e pesquisa ainda há pela frente, para o neófito que anda pela trilha do conhecimento. Em suas muitas vidas, antes que a grande decisão tenha nascido, ele tem estado cercando a si mesmo com véu após véu, cada um velando mais e mais a luz que vem da chama sobre o altar de seu Eu Superior. Doravante ele deve entender-se como um desvelador, pois tal é sua missão no caminho do conhecimento. Primeiro ele deve romper os véus que lançou sobre si mesmo, e depois retirar os véus alheios, pois cada professor verdadeiro é um desvelador. O maior de todos os véus é o preconceito, e daqui em diante, em seu caminho, ele deve ser como uma criancinha, professando a mais chã ignorância, pois, possuindo nenhum conhecimento, ele não pode ter nenhum preconceito; para que, esvaziando-se, possa ser preenchido; para que, tendo uma mente aberta e desanuviada, possa oferecê-la como cálice perfeitamente traslúcido, para ser enchido com a luz do conhecimento. (...)"

(Geoffrey Hodson - Sede Perfeitos - Canadian Theosophical Association