OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


quinta-feira, 2 de abril de 2020

ROUPAGEM DO HOMEM

Resultado de imagem para ROUPAGEM DO HOMEM espiritual"O Fragmento divino que no mundo dos seres viventes aparece como Espírito Imortal, atrai inteiramente a mente e os demais sentidos velados da matéria. A fim de ser um Espírito imortal no mundo dos viventes, deve revestir-se de matéria, e segundo nos ensinam os Puranas, a matéria de nosso 'Quíntuplo universo'⁴ é de cinco classes: etérea, aérea, ígnea, aquosa ou líquida e terrestre ou sólida.⁵  Entretanto existem no Universo divino dois graus de matéria mais sutil com os quais nada temos que ver no momento.

O grau mais denso de cada uma das mencionadas classes de matéria corresponde em nosso mundo físico ao que denominamos terra, água, fogo e éter ou ar, muito embora tenha sido reconhecida a triplicidade deste último. Todos estes graus ou estados de matéria compõem nossa terra, ou seja, o mundo de nossas relações quotidianas. Os outros quatro mundos, chamados nos Puranas de oceanos, interpenetram e envolvem o terrestre. Pondo de lado os símbolos e alegorias, são mundos compostos de outras classes de matéria, cada uma delas com suas diversas densidades, do mesmo modo que encontramos no mundo terrestre as modalidades de matéria física, nirvânica, búdica, mental, astral e terrestre.⁶ 

Na Antiguidade, chamavam-se 'elementos' os diversos graus de matéria. O nome era conveniente porque todas as densidades de cada elemento se distinguiam por uma característica comum; assim como a água, o leite, o azeite, a terebentina, o álcool, etc., têm distinta densidade, muito embora todos eles sejam líquidos pela característica comum de se derramarem em todas as direções quando em liberdade, e tomarem a forma da vasilha em que sejam colocados. 

A química moderna deu novo significado à palavra 'elemento' e assim não podemos empregá-la em sua antiga acepção⁷ muito embora seja um vocábulo muito adequado para distinguir os diferentes estados ou graus de matéria que possuam certas características comuns. 

A química só estuda as substâncias que encontra no mundo físico e as resultantes das suas combinações procedidas nos laboratórios, e sem qualquer preocupação aplica, a seu bel-prazer, os nomes antigos, dizendo depois com a maior sem cerimônia que os sábios de outrora não empregavam as palavras com acerto. A química esqueceu que veio muitos séculos mais tarde ao mundo, e deu novos significados às palavras usadas na Antiguidade. Conheciam os filósofos antigos a existência de outros mundos além do físico e empregavam vocabulário apropriado ao seu mais amplo conhecimento; e assim não se lhe pode vituperar de quem em uso de seus direitos classificassem a matéria do universo de conformidade com suas especiais características e designassem cada uma das classes com o nome de 'elemento'.⁸"

⁴ A autora escreve esta frase entre aspas para dar a entender que os hinduístas consideram quíntuplo nosso universo, apesar de sétuplo, porque prescindem por inexequíveis à compreensão humana dos dois planos superiores: o anupâdaha (segundo) e âdi (primeiro). (N. do T.)
⁵ Convém advertir que esta classificação não corresponde ao significado corrente das palavras que a expressam, e sim equivalem respectivamente à matéria nirvânica (etérea), búdica (aérea), mental (ígnea), aquosa (astral) e terrestre (física). Sem esta distinção entre as nomenclaturas purânicas e teosíficas, resultaria para o leitor amigo destes estudos lamentável confusão. (N. do T.)
⁶ Analogamente no mundo astral se encontram as modalidades astrais das matérias nirvânica, búdica e mental; no mundo mental, as modalidades mentais de matéria nirvânica e búdica; e no mundo búdico, a modalidade búdica da matéria nirvânica e assim indefinidamente. (N. do T.)
⁷ Muitos cientistas e eruditos modernos incorreram no grave erro de designar os antigos de ignorantes porque consideravem como elementos a terra, a água, o fogo e o ar. Se a ciência acadêmica não fosse tão presumida e pretensiosa, e em vez de papaguear nas cátedras, indagasse o verdadeiro espírito da antiga sabedoria, certamente compreenderia que a elementalidade da terra, água, fogo e ar, nada tem que ver com sua constituição química. (N. do T.)
⁸ Esta palavra não significava naquele tempo simplicidade de substância considerada, e sim diversidade de graus de condensação. (N. do T.)

(Annie Besant - A Vida do Homem em Três Mundos - Ed. Pensamento, São Paulo - p. 15/17)

terça-feira, 31 de março de 2020

OS TRÊS ASPECTOS DO HOMEM

Resultado de imagem para OS TRÊS ASPECTOS DO HOMEM"Considerado o homem como Inteligência espiritual, vemos que é uma Consciência, um ser capaz de se reconhecer a si mesmo e aos demais seres. Primeiramente, o homem afirma sua existência, dizendo: 'EU sou'. Em sua imaginação pode abstrair-se de todos menos de si mesmo. Não pode aniquilar o 'EU', e embora contraia nos limites desta egocentridade sua consciência ou a espraie até abranger todo o univero, o 'EU' é o centro de todas as coisas. Quando o Eu considera seu próprio ser, esforçando-se em se analisar a si mesmo, verifica que é um ser que pensa, sente e quer; e se percebe algo que não seja ele, um não Eu externo, ou conhece e experimenta atração ou repulsão por ele e atua sobre ele. Expondo esta mesma verdade em termos mais abstratos, se reconhece o Eu como Consciência com as três qualidades de Vontade, Sensibilidade e Mentalidade, cujo superior aspecto se manifesta em Poder. Sabedoria e Inteligência, e em contato com o mundo exterior tomam as respectivas modalidades de Conhecimento, Emoção e Atividade. Nenhum destes vocábulos expressam com perfeição o conceito, porém, equivalem às qualidades denominadas pelos índios (hindus): Iñâman, Ichchhâ e Kryâ em que se resumem a limitada manifestação de Sachchidamanda, as tríplices cordas do Destino. Existem no homem três aspectos, fases ou qualidades pelas quais pode conhecer a si mesmo e se relacionar com o mundo. Sua consciência existe nos ditos três aspectos pelos quais se põe em contato com o não Eu."

(Annie Besant - A Vida do Homem em Três Mundos - Ed. Pensamento, São Paulo - p. 14/15)

quinta-feira, 26 de março de 2020

QUE É O HOMEM

Resultado de imagem para o homem espiritual"Que é o homem - Uma inteligência espiritual, uma porção da Divindade revestida de matéria. Diz o Bhagavad-Gîtâ: 'Uma porção de Meu próprio Ser se transforma, no mundo da vida, no Espírito Imortal, e atrai inteiramente a mente e os demais sentidos velados na matéria.'  Tal é a sumária descrição do homem expressa no imortal Canto do Senhor. Demonstra que a natureza íntima do homem é um fragmento ou porção da Divindade, um Espírito imortal revestido de invólucros, de agregados de matéria, de corpos, ou como se queira chamar esta parte temporária e mutável, em contraste com sua eterna natureza dimanante do mesmo Deus.

Para compreendermos o que é o homem, devemos considerar a continuidade de sua vida, porque continuadamente está desenvolvendo sua Divindade íntima e modelando seus corpos mutáveis, de sorte que expressem sempre suas capacidades crescentes.

Na semente está potencialmente contida a árvore do futuro, e plantada na terra absorve do solo sua nutrição, ao passo que o sol, a chuva e o ar a nutrem, determinando pouco a pouco sua germinação, até que cheia de raízes, brota o talo e despontam as folhas, convertendo-se em rebentos que a cada estação vão crescendo e por fim alcançam a altura da árvore progenitora de onde procedeu a semente. No inverno caem as folhas e a árvore fica desnuda, para na primavera revestir-se de nova folhagem em sucessivas renovações, sem prejuísos e sim com grande proveito para a árvore. Tudo isto também ocorre com o homem, a divina semente plantada pela mão do Eterno na matriz da matéria, que desta absorve sua nutrição e se alimenta com o sol do júbilo, a chuva da tristeza e o ar do ambiente das circunstâncias. Em cada estação ou ciclo de vida, reveste-se de folhagem que lhe proporciona experiência e depois caem as folhas, enquanto a árvore vai crescendo até assemelhar-se ao seu pai e passar da humanidade à supra-humanidade, para viver em campos mais amplos, numa vida sempre crescente, mais plena, abundante e divina.

Portanto, que é o homem? Um fragmento divino; a Divindade latente em vias de atualização; a reiterada maravilha que o cristianismo simboliza no Deus feito homem, porque o filho do homem é verdadeiramente o Filho de Deus. O hinduísmo nos fala do sacrifício de Purusha, no Deus que se sacrifica para ser homem em benefício dos homens e do seu mundo. O processo desta atualização, os meios deste desenvolvimento, o segredo da evolução, chama-se transmigração se considerarmos o passo da inteligência espiritual de uma à outra forma, e chama-se palingenesia ou reencarnação se nos referirmos aos corpos mortais de que se reveste o espírito em cada ciclo ou período de vida."

(Annie Besant - A Vida do Homem em Três Mundos - Ed. Pensamento, São Paulo - p. 12/14)

terça-feira, 24 de março de 2020

O HOMEM E SUA ROUPAGEM

Resultado de imagem para três corpos do homem"As palavras nascimento e morte significam tão somente as portas onde o homem passa de um mundo para o outro. Em realidade não nasce e nem morre e sim vive sempre. Porém quando deixa um mundo, os habitantes do mesmo, dizem: 'Morreu', enquanto os habitantes do mundo em que acaba de ingressar por sua vez exclamam: 'Nasceu'. Em verdade, é o mesmo homem que vai de mundo em mundo aprendendo as lições que em cada um o ambiente lhe oferece, permanecendo a maior parte do tempo em que percorre este ciclo¹ na pura felicidade das mansões celestes. O homem é semelhante à ave que tendo o seu ninho na adorável beleza de um bosque, ao sentir fome, deixa sua ditosa morada e voando para o lago vizinho, em suas águas busca com o bico o alimento, regressando ao seu silvestre retiro logo que satisfaça sua necessidade, a fim de ali consumir o alimento encontrado. Assim o homem vive normalmente no mundo celeste;  consome ali o alimento que levou consigo e, quando sente fome,² bate as suas asas para o lago que chamamos mundo físico onde reúne as experiências que lhe servem de alimento, voltanto a seguir para a sua primitiva morada, onde vai assimilar convenientemente, alcançando deste modo o crescimento que pouco a pouco lhe dará a envergadura do homem perfeito. 

A fim de compreender como vive o homem nos três mundos, necessário se torna conhecer sua constituição, isto é, em sua natureza e em suas roupagens ou invólucro, pois do contrário temerosos e confundidos ficaríamos quanto à clareza sobre esta matéria de todo imprescindível."

¹ Este ciclo ou período é computado pelo tempo gasto entre um nascimento e o seguinte renascimento no mundo físico, ou seja: dois nascimentos sucessivos na terra.
² Necessidade latente em todo o homem de alcançar o progresso.

(Annie Besant - A Vida do Homem em Três Mundos - Ed. Pensamento, São Paulo - p. 11/12)


quinta-feira, 19 de março de 2020

VIVER COM ÉTICA

Resultado de imagem para VIVER COM ÉTICA"Viver com ética envolver realizar cada ação de maneira que, de momento a momento, ocorra uma purificação. Toda ação tem por objetivo a purificação da psique, do coração e também da mente.

Há pessoas que usam suas atividades para promover as próprias ambições. Um dos traços mais comuns da mente é que ela tenta explorar tudo para benefício próprio. Mas a questão não é tanto o que fazer a respeito de pessoas que agem assim; é muito mais importante descobrir nossa própria reação interior. Essa purificação ocorre em nossa mente como resultado de enfrentarmos os fatos?

Cada ser humano precisa encarar o fato de que vive num mundo que é uno e, contudo, está cheio de distinções múltiplas. Como enfrentarmos esse desafio? De uma maneira que disperse as nuvens da má vontade, do egoísmo, da ignorância, para que nossa natureza interior se torne mais luminosa? Ou será que vivenciamos os problemas e as dificuldades nos enclaururando ainda mais nas trevas?

A grande lei da harmonia que rege o universo contínua e infalivelmente provê oportunidades para cada indivíduo, sem exceção. Ela é infalível, inabalável, e traz a cada um, na devida medida, aquilo de que ele precisa. No entanto, deve-se aprender a receber a mensagem não apenas em grandes momentos, mas nos pequenos eventos da vida. 

O modo ético de viver é um modo de inteligência crescente. Aquele que é capaz de responder de maneira inteligente aos pequenos e aos grandes eventos da vida aprende a agir corretamente. Inteligência e ação, inteligência e amor, inteligência e um senso de harmonia e paz não podem ser divorciados. Nossas ações, encontros e contatos podem nos ensinar a crescer em plenitude.

Nós nos limitamos porque não conseguimos reconhecer que a partir do coração podem florescer maravilhosas capacidades que agora estão ocultas. O propósito da vida é tornar possível o florescimento da beleza e do esplendor latentes em cada ser humano."

(Radha Burnier - Viver com ética - Revista Sophia, Ano 16, nº 74 - p. 13)