OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


terça-feira, 4 de janeiro de 2022

A ESCALADA DA EVOLUÇÃO

"A escalada de uma montanha pode ser usada como uma metáfora para analisar a jornada da nossa alma. Existe a possibilidade de verticalidade em nossas vidas, com muitos níveis de realidade que são apreensíveis para nós apenas nos estados mais elevados de consciência. Da mesma forma, quando subimos uma montanha, a paisagem que se revela à nossa visão muda ao atingirmos os níveis mais elevados. O importante é empreender a verdadeira subida, em vez de se engajar em discussões a respeito das paisagens, conforme foram descritas por aqueles que empreenderam a escalada antes de nós.  

O pico de qualquer montanha que valha a pena ser escalada é invisível. Isso se deve às limitações do nosso aparato de percepção. Qualquer descrição do pico só pode ser compreendida no nível mental onde estamos agora. Enquanto esse nível de mente estiver ocupado com conhecimento, que inclui o desejo implícito ou explícito de controlar, a argumentação inteligente pode surgir, mas não a submissão à verdade. É necessário não apenas se livrar do conhecimento, que é sempre do passado, mas também do conhecedor, que separa a si mesmo daquilo que deve ser conhecido. Além disso, é também necessário livrar-se da necessidade de conhecer, que traz em si uma tendência inevitável para o controle e manipulação.

Porém, a base da montanha que vale a pena ser escalada é visível. É ali onde podemos encontrar muita orientação dos sábios e das escrituras, de modo que possamos fazer esforços na direção correta.

No entanto, a jornada é o empreendimento mais significativo, não o aprendizado das escrituras, nem a tentativa de vencer as discussões a respeito de como é o topo. No Bhagavad Gita, Krishna oferece um bom lembrete: o yogue busca refúgio em bhuddi (plena atenção) e adquire cada vez mais estabilidade de atenção, que não é perturbada pelo que teólogos, filósofos e cientistas disseram ou irão dizer. 

O significado da jornada não é ir a algum lugar, mas passar por uma transformação interior do corpo, mente e coração, de modo que nossas percepções se tornem cada vez mais puras e que vejamos o modo como é, não o modo como imaginamos que deveria ser. Mais do que qualquer coisa, o empreendimento dessa jornada de transformação requer de nossa parte o entendimento de que precisamos de uma transformação radical do nosso ser. Até que vejamos o que realmente somos, não poderemos apreciar a necessidade de transformação. Quando começamos a ver a nós mesmos com clareza e imparcialidade, passamos a entender a necessidade da transformação, porque vemos que nossa percepção da realidade é muitíssimo colorida pelo medo, pela autoimportância e pelas forças de recompensa e punição. Então sentimos que precisamos empreender a jornada e que ela vai requerer uma considerável quantidade de disciplina, sacrifício e trabalho duro. 

Somos naturalmente atraídos para o pico da montanha. É uma necessidade de nossa alma. Assim como a única propriedade de uma bússola é apontar para o polo norte magnético, a alma possui apenas uma propriedade: apontar para o real. Mas, do mesmo modo como a bússola pode ser confundida por fortes tempestades magnéticas em sua vizinhança, nossa alma pode ser confundida por fortes tempestades emocionais, a maior delas de medo e ambição. Assim, periodicamente voltamos nosso olhar em direção ao topo, pois é aquilo que nos atrai, aquilo é o nosso Krishna (da raiz karshati, atrair), mas precisamos nos preocupar com o próximo passo. Existem muitas armadilhas, fendas e obstáculos, e podemos cair, nos ferir ou ficar encurralados.

Não há garantias. Sábios e escrituras podem ser úteis, mas a jornada é sempre um voo do solitário para o Solitário. O melhor auxílio é o de companheiros buscadores que sejam de confiança, e daqueles que amam e apoiam não o que somos, mas aquilo que somos convocados a ser."

(Ravi Ravindra - A Escalada da Evolução - Revista Sophia, Ano 14, nº 63 - p. 5/6)


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