OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


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quinta-feira, 11 de julho de 2013

BUDDHA - A TERCEIRA VIGÍLIA

"(...) Estando a terra silenciosa, as legiões infernais fugiram,
Um ar macio soprando da lua que se punha,
Nosso Senhor atingiu Samma-sambuddh (a perfeita iluminação),
Ele viu, através da luz que brilha. Além do nosso horizonte mortal,
A linha de todas as suas vidas em todos os mundos, 
Recuada e mais recuada e mais recuada ainda.
Quinhentas e cinquenta vidas. Tal como alguém,
Descansando no topo da montanha,
Observa a senda por ele seguida, a profundidade dos precipícios e penhascos
Através de pântanos de um verde enganador,

Descendo até os vales onde trabalhou à exaustão;
Sobre picos atordoantes
Onde seus pés quase escorregaram;
Além da relva iluminada pela luz do sol,
A catarata, a caverna e a lagoa,
De volta àqueles baixios sombrios de onde saiu
Para alcançar o céu - assim Buddha contemplou
Os passos ascendentes da vida, há muito unidos,
Desde os níveis inferiores, onde a respiração é pesada, Até as inclinações superiores e além,
Sobre as quais as dez grandes Virtudes esperam para levar 
Aquele que escala em direção ao céu.

O Buddha viu, também,
Como a nova vida colhe o que a antiga vida semeou;
Como, onde a marcha da vida é interrompida, aí ela recomeça;
Retendo o proveito adquirido e respondendo pela perda anterior;
E como em cada vida o bem produz mais bem,
O mal cria novo mal; a Morte apenas calculando
Débito e crédito, após o que a conta
Em méritos ou deméritos fica estampada
Por um aritmética infalível - a soma dos méritos e deméritos
Imprime-se, por si mesma,
Exata e justa, sobre alguma vida que está para surgir,
Na qual estão acumulados e levados em conta
As ações e pensamentos passados,
Esforços e triunfos, memórias e marcas de vidas prévias. (...)"

(Edwin Arnold - A Luz da Ásia - Ed. Teosófica, Brasília - p. 109/110)


quinta-feira, 23 de maio de 2013

PROVAÇÃO - EFEITOS DA IRRITABILIDADE

"A irritabilidade é um obstaculo muito frequente. Como já disse, é muto fácil irritar-se no meio do mundo civilizado, onde o homem vive sempre em alta tensão. Vivemos numa civilização de torturante bulício que irrita e desequilibra os nervos. É muito frequente as pessoas sensitivas, depois de experimentar os efeitos do ambiente da cidade, voltarem a suas casas completamente exaustas e alquebradas. Muitos outros fatores contribuem, mas a fadiga, o cansaço, provêm principalmente do incessante estrépito e da opressora influência de multidão de corpos astrais que vibram a padrões mui diversos, e todos eles excitados e conturbados por bagatelas. Nestas circunstâncias é deverás difícil evitar a irritabilidade, e especialmente o discípulo cujos veículos são mais sensitivos e estão mais tensos que os do homem comum. 

Por certo está irritação é algo superficial, sem profunda penetração; porém é muito melhor evitar mesmo a irritação superficial, pois seus efeitos perduram mais do que costumamos imaginar. Nas tormentas marinhas, o vento começa levantando as ondas, mas estas continuam inchadas até muito depois de acalmado o vento. Tal é o efeito produzido pela água, que é relativamente pesada. Mas a matéria do corpo astral é muito mais leve que a da água e as vibrações que se produzem em sua massa penetram mais profundamente e geram, portanto, efeitos mais duradouros. Um leve pensamento sinistro que só permaneça na mente por dez minutos pode produzir no corpo astral um efeito que persista durante quarenta e oito horas. As vibrações não se acalmarão se não depois de passado muito tempo.

Quando alguém constata uma falha destas em si, pode mais facilmente eliminá-la não lhe focalizando a atenção, mas esforçando-se por desenvolver a virtude oposta. Uma maneira de fazê-lo consiste em assestar firmemente o pensamento contra ela, mas não resta dúvida que está prática suscita oposição no elemental mental e astral, de sorte que um melhor método é procurar desenvolver a consideração por outros, baseada por certo, fundamentalmente, em seu amor por eles. Um homem cheio de amor e consideração não se permitirá falar ou mesmo pensar irascivelmente de outros. Quem esteja saturado dessa ideia, colherá o mesmo resultado sem excitar a oposição dos elementais."

(C. W. Leadbeater - Os Mestres e a Senda - Ed. Pensamento, São Paulo - P. 90/91)


sexta-feira, 10 de maio de 2013

DESEJO, SOFRIMENTO E SABEDORIA (1ª PARTE)

"Muito já ouvi que o caminho espiritual é árduo, íngreme, cheio de provações, e por isso precisamos estar preparados. Um dos motivos dessas aflições é que o karma "acelera", pois precisamos quitar nossas dívidas antes de atingir uma condição espiritual superior. Precisamos desenvolver virtudes para atingir essa condição, daí a necessidade de nos capacitarmos para enfrentar obstáculos. 

Entendo o caminho espiritual como um meio para aprender a viver e crescer na condição de ser humano, buscando, de forma altruísta, um sentido para a existência e o despertar do divino que existe em cada um. Por experiência própria concordo que "o karma acelera", pois ficamos mais conscientes; assim, os efeitos de nossos atos chegam mais rápido, e colhemos mais rapidamente os amargos frutos dos maus plantios. Porém, para o bom aprendiz, o sofrimento acaba diminuindo, e muito. 

Não menosprezo a dor causada pelas grandes perdas e tragédias às quais o ser humano está sujeito. No entanto, existe uma torrente de sofrimento absolutamente vã, fundada no desejo, a qual a sabedoria espiritual cura. Disse Krishnamurti: "o desejo é o apetite não satisfeito"; "o desejo é a raiz da ignorância." Não tenho qualquer pretensão de imitá-lo na arte de explicar o processo do desejo; para isso recomendo suas obras. Apenas dou meu humilde testemunho de que constatei que ele estava certo.

Naturalmente, não falo daquele simples desejo que sentimos e passa, como o de comer a melhor opção do cardápio ou de tomar um banho num dia quente. Falo daquele desejo alimentado pelo pensamento, aquele que surge e não passa. O mercado entende muito bem esse tipo de desejo. A propaganda diz que, se não comprarmos os produtos X, Y e Z, não seremos felizes. É claro que essas três letras são apenas exemplificativas, pois a quantidade de produtos apresentados como "necessários" à nossa felicidade supera, e muito, o alfabeto inteiro.

Acontece que, enquanto os desejos não passam, ou passam e depois outros surge, a vida passa e ficamos enredados numa teia de frustrações. Afinal, aprendemos que uma pessoa feliz é aquela que é rica: tem um carro de determinado modelo (o que rapidamente muda para o último lançamento); tem determinadas características físicas, inclusive medidas corporais; tem a posse de vários objetos que a moda rapidamente e substitui por outros; é famosa; tem determinados talentos; tem determinadas profissões, empregos ou cargos considerados como bem-sucedidos, ou ganha na loteria e não precisa trabalhar; casa ou tem um romance com a pessoa X, ou com várias pessoas; é casada com uma pessoa que tem todos esses atributos; tem vários amantes se quiser; nunca adoece; não envelhece; nunca tem problemas; ganha prêmios, honrarias e é valorizada sempre e por todos etc.

Essa é uma síntese de ideais de felicidade, com variações mais ou menos distantes da realidade, conforme cada idealizador - que pode, inclusive, mudar seus ideais várias vezes ao longo da vida ou mesmo do dia. O fato é que com essas expectativas, é impossível alguém ficar satisfeito, tendo em vista que muitas delas são inatingíveis, como, por exemplo, a eterna juventude; isso sem falar nos desejos contraditórios. Tudo isso parece muito engraçado, mas tente colocar no papel todos os desejos que você tem e os que já teve, sendo honesto consigo mesmo, e eu garanto que a lista não será pequena ou menos estranha. (...)"

(Cristiane Szynwelski - Revista Sophia nº 40 - Ed. Teosófica, Brasília - p. 13/14)


segunda-feira, 22 de abril de 2013

LIBERTE-SE DAS AMARRAS QUE OBSTRUEM O CAMINHO PARA A ILUMINAÇÃO

"Buscar Brahma ( o Deus Criador), sem antes firmar uma vida reta e virtuosa, é como desejar uma chama sem ter lamparina, pavio e óleo. Adquira estes três, depois então acenda o pavio e obtenha a luz. O mesmo é verdade quanto à luz de Brahmajnana ou conhecer, saborear Brahman.

Há aqui um ponto que os sadhakas (praticantes da disciplina) devem cuidadosamente anotar. A lamparina, o pavio e o óleo devem ser proporcionais. Se o pavio for muito curto, se o óleo for muito escasso, se a lamparina for muito pequena ou demasiadamente grande para o óleo ou para o pavio, a chama não queimará brilhantemente e não iluminará. A luz clara e firme só se pode alcançar quando os três estiverem em proporção adequada. Os três gunas (modos ou atributos) devem estar em equilíbrio para que possam produzir o resultado máximo - o resultado da libertação. Os três gunas são vínculos. O homem está amarrado por eles como uma vaca cujas pernas dianteiras estão atadas, cujas pernas traseiras também e cujo pescoço e chifres igualmente estão amarrados. As cordas que a prendem são os gunas. Como pode um pobre animal mover-se livremente quando está atado assim? O sathwatamoguna é uma corda de ouro; o rajoguna, uma corda de cobre; e o tamoguna, uma de ferro. Todas três prendem efetivamente, a despeito da diferença de preço do material. Como amarras, todas são obstáculos à liberdade de movimento."

(Sathya Sai Baba - Sadhana O Caminho Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 203)


quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

COMO LER O CARÁTER

"Estudando o caráter dos outros, podemos perceber com mais nitidez as possibilidades de melhorar nossa própria natureza. No entanto, estudar o caráter de maneira negativa não é correto e tem um efeito devastador. Todos fogem de um "detetive de caráter", aquele que aponta as imperfeições alheias. Muita gente que adora criticar não suporta ser criticada e pode até ter os mesmos defeitos que tão virtuosamente deplora nos outros.

Basicamente, o estudo do caráter é importante em um aspecto: a necessidade constante de perceber virtudes nos outros e implantar essas nobres qualidades em si mesmo. Eu estudo o caráter quando escolho as pessoas com quem vou trabalhar. Mas adoto um ângulo de visão inteiramente diferente para a seleção. Às vezes, sei que alguém é "mau" e permito que fique comigo, na esperança de que mudará. Se responder ao meu pensamento espiritual por seu bem-estar, melhorará; se não... bem, corri o risco. Sou como um médico que arrisca expor-se a uma doença para ajudar um paciente. Todos os médicos sujeitam-se a esse perigo porque seu desejo é servir. O mesmo ocorre com o médico espiritual; ele empreende a tarefa de julgar outras pessoas e mostrar-lhes os defeitos, para ajudá-las a progredir.

Jesus disse: "Não julgueis, para não serdes julgados." Ele condenou a crítica que só se faz com o desejo de magoar os outros. Esse comportamento é cruel e destrói a amizade. A crítica não tem nenhuma utilidade, a menos que seja feita com amor sincero e apenas quando solicitada. Deve ser oferecida com o amoroso desejo de ajudar a outra pessoa. Os que aprenderam o autocontrole têm o direito de auxiliar os outros. Desse ponto de vista. o estudo do caráter é valioso."

(Paramahansa Yogananda - A Eterna Busca do Homem - Self-Realization Fellowship - p. 313/314)


terça-feira, 15 de janeiro de 2013

O SENTIMENTO DE SUPERIORIDADE AFASTA A ESPIRITUALIDADE

“O espírito de condescendência nunca deveria surgir. Ajudamos não porque nos sentimos virtuosos ou porque desejamos ser virtuosos. Ao contrário, estamos felizes de que uma parcela mínima do trabalho do Mestre deve ser feita por nós, ‘em seu nome e por amor da humanidade.’

De fato, como Krishnamurti nos disse, realmente não possuímos uma virtude enquanto não estivermos inteiramente inconscientes de que a temos! Presunção, pedantismo, sentimentalismo, são todos absolutamente estranhos à vida espiritual clara, serena e absolutamente verdadeira. Há uma hipocrisia consciente e uma inconsciente. Ansiosos de ser virtuosos, talvez, por vezes, cedemos a um leve sentimento agradável de superioridade, dizendo coisas que realmente não queríamos dizer, tornando-nos artificialmente espirituais. O Mestre não aprecia um sentimento que não seja absolutamente honesto, nem repreende ou se afasta daqueles que sejam claramente destituídos de certas virtudes.

Virtude e sabedoria são coisas sublimes, mas se produzirem orgulho e uma consciência separatista do resto da humanidade, não serão senão a serpente do eu reaparecendo em forma mais refinada. Citando Krishnamurti mais uma vez: “no momento em que nos sentirmos superiores, a espiritualidade deixa de existir.”

(Clara Codd - As Escolas de Mistérios – Ed. Teosófica, Brasília)


terça-feira, 8 de janeiro de 2013

SE PUDERES

"Se puderes conservar a calma, quando todos em torno de ti se desnortearem e por isso te culparem - 

Se puderes confiar em ti mesmo, quando todos de ti duvidarem, e ainda tolerar a dúvida deles - 

Se puderes esperar sem te fatigares, ser caluniado sem tecer intrigas, ser odiado sem te render ao ódio -

Se puderes sonhar sem te deixar vencer por teus sonhos -

Se puderes pensar sem resumir no pensamento o teu único objetivo - 

Se puderes ouvir a verdade que disseste, deturpada e invertida pelos parvos ou perversos, sem condenares os homens - 

Se puderes ver destruídos os edifícios que levantaste em tua vida, e em silêncio reconstruí-los com os recursos gastos - 

Se puderes juntar tudo quanto ganhaste e arriscar tudo por uma causa ideal, que ninguém compreende, perder tudo e recomeçar do início, sem nunca murmurar nem dizer nenhuma palavra sobre teu prejuízo - 

Se puderes estimular o teu coração, os nervos e os músculos para te servirem, depois de esgotados por derrotas e decepções, com o idealismo da intacta mocidade - 

Se puderes falar às multidões sem contaminar as tuas virtudes, frequentar reis sem perder a tua simplicidade-

Se nem os mais ferozes inimigos nem os mais devotados amigos de puderem ferir -

Se puderes confiar serenamente em todos os homens, mas em nenhum cegamente - 

Se puderes guardar inviolável fidelidade ao próprio Eu sem deixar de assimilar o que os outros têm de bom-

Se nem elogios nem vitupérios de puderem iludir sobre a tua verdadeira bondade ou maldade - 

Se puderes preencher o inexorável minuto da tua vida com os sessenta segundos que representam o seu valor passado - 

Se puderes, no meio das vociferações de teus inimigos, pedir ao Eterno: Pai, perdoa-lhes - 

Se puderes, através da escuridão da hora final da existência, vislumbrar estrelas e auroras - 

Então, meu amigo, o mundo será teu e tudo o que ele contém...

E, mais ainda, tu serás HOMEM...

Homem sobre-humano...

Homem quase divino...

Se puderes..."

(Cf. Rudyard Kipling)

(Huberto Rohden - De Alma para Alma - Ed. Martin Claret, São Paulo - p. 119/120)


domingo, 23 de dezembro de 2012

TOLERÂNCIA


Fragmento de um diálogo ocorrido entre Swami Bravananda (Maharaj) e Swami Prabhavananda, extraído do livro “O Eterno Companheiro”, de Swami Prabhavananda e Swami Vijoyananda – Ed. Vedanta, São Paulo – p. 38:

“- Você sabia que os ocidentais dão muita importância ao conceito de tolerância? Para eles, a tolerância é uma virtude superior. Não há nenhuma dúvida sobre isso. Peço, também, que você se supere. Quando as pessoas vierem lhe pedir conselhos, trate-as com simpatia em vez de tolerância. Você verá que a ideia de tolerância implica piedade e, até certo ponto, menosprezo. Com tais conceitos em seu coração, você jamais poderá tocar o coração dos outros. Só se pode servir e ajudar as pessoas com simpatia. Além disso, muitos desconhecem algo muito importante que eu vou lhe dizer agora. Inconscientemente, quem age apenas com tolerância deixa que sua vaidade aumente cada vez mais e se torna arrogante; isso o impede de ajudar a quem quer que seja e logo todos se afastam dele. Ninguém gosta de sentir-se sempre ignorante, equivocado, inútil e pecador. Em contrapartida, por meio da simpatia, você se posiciona ao lado da pessoa que pretende ajudar. Você lhe insufla coragem, faz com que ela se erga; isso tudo sem ferir seus sentimentos ou fazê-la sentir-se inferior. É impossível ajudar alguém se você se mantém afastado, o que sucede com frequência quando se age com tolerância. (...)”


quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

VIRTUDE - CAMINHO PARA A FELICIDADE


“As indagações fundamentais da existência humana – tais como por que estarmos aqui, para onde vamos – produziram respostas diversas em diferentes tradições filosóficas.

Mas é indiscutível que um coração generoso e ações íntegras levam a uma paz maior.

É igualmente claro que seus opostos têm consequências indesejáveis.

A felicidade provém de causas virtuosas. Se a desejamos de fato, não há outro meio de proceder a não ser pela virtude: ela é o caminho pelo qual se alcança a felicidade.

E podemos acrescentar que a base da virtude, o solo onde estão suas raízes, é a disciplina ética.”

(Dalai-Lama – O Caminho da Tranquilidade – Ed. Sextante, Rio de Janeiro – p. 61)