OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


quinta-feira, 16 de abril de 2020

A CONSCIÊNCIA NOS CORPOS

O corpo humano é uma projeção holográfica da consciência ..."Ao estudarmos a atuação da consciência desde seu centro, através dos corpos que a envolvem, surpreende-nos sua individualidade. É como uma corrente que tivesse passado através de diferentes classes de matéria e tivesse produzido distintos efeitos, o mesmo que uma corrente elétrica que pode passar por diferentes fios condutores e produzir luz ou calor, segundo a resistência que encontre, sem deixar, no entanto, de ser a mesma eletricidade. Também é cabível compararmos a consciência à luz das lâmpadas elétricas, que é sempre branca embora, devido à cor de tulipa, pareça verde, azul ou encarnada. 

A consciência, como quer que seja a maneira pela qual os observadores dos seus fenômenos a estudem, desde a periferia até o centro, ela é classificada em três estados, pelos psicólogos orientais e ocidentais: 1º a consciência ordinária em contato perceptível com o mundo físico. Os orientais a denominam jâgrata e os ocidentais, vigílica; 2º a consciência em estado de sono normal ou em êxtase induzido por processos físicos, a qual não percebe o mundo físico; e sim o mundo astral com o qual está relacionada. Os orientais chamam-na svapna e os ocidentais, subconsciência;¹⁰ 3º a consciência de sono profundo ou arrebatado induzido pelas práticas de raja-yoga, a qual não percebe o mundo físico nem o astral, mas que está em contato com o mental. Os orientais a denominam sushupti e os ocidentais, subliminar

A consciência percebe mais intensamente o mundo para o qual dirige sua atenção, que para a maioria das pessoas é o físico durante o dia. Mas, pondo de parte toda deliberada prática de yoga, a consciência de um artista ou de um pensador pode concentrar-se tão intensamente em uma sublime ideia ou emoção, que não se apercebe do mundo físico e queda-se pasmada ou absorta, como vulgarmente se diz. 

Além disso, muitos psicólogos ocidentais já admitem, como sempre sustentaram os psicólogos orientais, que a consciência não se contrai privativamente ao operante por meio do cérebro físico, e assim aceitam a subconsciência para explicar certos fenômenos mentais muito alheios à atividade física de consciência. Não obstante, a denominação de subconsciência não exprime com a necessária exatidão o conceito, e no máximo poderá servir para indicar quanto a consciência em vigília deixou atrás de si, chamando superconsciência ao que é relativo ao futuro e apenas tem um pequeno contato com a atuação do cérebro. 

O estudo dos fenômenos hipnóticos mediúnicos e psíquicos vão convencendo aos psicólogos ocidentais de que a consciência transcende o corpo físico e se serve do cérebro como órgão de atuação, mas não é produto deste órgão segundo opinam os materialistas do século passado.

Os psicólogos do Oriente sempre reconheceram que a consciência existe independentemente do corpo físico, ainda que dele se utilize como instrumento enquanto estiver no mundo físico donde o homem, o Espírito imortal, é constantemente 'o morador do corpo', o inquilino de uma casa que não é seu único domicílio; e um dos objetivos da ciência do yoga é despertar a consciência humana de modo que se aperceba de outros mundos mais sutis que o físico e seja capaz de notar a atuação da consciência em seus diferentes corpos e de poder concentrá-la em qualquer dos três mundos em que vive, abarcando-os em ininterrupta memória."

¹⁰. Evidentemente é uma denominação imprópria, porque o prefixo sub denota inferioridade, e o estado de consciência a que se refere o texto é superior à vigília, pelo qual devia chamar-se superconsciência. (N. do T.)

(Annie Besant - A Vida do Homem em Três Mundos - Ed. Pensamento, São Paulo - p. 25/27)

terça-feira, 14 de abril de 2020

DESTINO DOS CORPOS

Resultado de imagem para corpos espirituais do homem"Os corpos têm de ser utilizados, gastos e, por último, abandonados. O homem utiliza seu corpo mental durante todo o ciclo de evolução nos três mundos, desde o nascimento no mundo físico até que deixa o mundo celeste para renascer na terra. É o primeiro corpo do qual se reveste em cada ciclo de vida e o último que abandona. Depois do corpo mental, se reveste do astral para descer do mundo mental ao mundo das emoções e o abandona quando deste mundo emocional ascende ao mental. Finalmente se reveste do corpo físico ou de ação, que abandona ao morrer na terra, ou seja, quando do mundo físico ascende ao astral em seu caminho para o mental.

Portanto, vemos que o homem está revestido de três corpos ou roupagens inseparáveis durante a série de reencarnações, e sobrevestido de outros três corpos ou roupagens transitórias e separáveis, que nascem e morrem e cuja matéria componente reverte à massa geral de seu respectivo mundo, para fazer parte de outras agregações de matéria mineral, vegetal, animal e humana. Pode-se dizer que durante cada uma das três etapas de sua vida o homem tem seus copos em arrendamento, e também assim não são sempre as mesmas as partículas que os contituem, mas que estão em contínuo fluxo e refluxo de assimilação e desassimilação. Daí o contágio das enfermidades e da saúde; o das covardias e dos heroísmos; das superstições e dos nobres pensamentos. Continuamente passam de uma a outra pessoa partículas dos três corpos mental, astral e físico, e cada um de nós é responsável pela índole mórbida ou saudável de suas próprias emanações físicas, astrais e mentais.

As partículas de matéria adequada aos elevados pensamentos, nobres emoções, pura e límpida conduta se aglomeram ao redor de nós formando uma atmosfera de saúde moral, mental e física, enquanto que as partículas de matéria adequada aos baixos pensamentos, emoções grosseiras e conduta libertina criam um ambiente mórbido repleto de germes patogênicos de toda espécie. Há micróbios morais e mentais, como os há físicos."

(Annie Besant - A Vida do Homem em Três Mundos - Ed. Pensamento, São Paulo - p. 20/21)

quinta-feira, 9 de abril de 2020

ROUPAGENS OU CORPOS QUE SE SEPARAM DO HOMEM

Resultado de imagem para corpos físico, astral e mental"Quando o homem tem de viver ou se relacionar com os três mundos (físico, astral e mental) em que gira a roda de nascimentos e mortes, é necessário que se revista de corpos separáveis de sua individualidade, da mesma forma que sobre a inseparável pele de seu corpo físico se cobre com separáveis vestimentas. Os referidos corpos separáveis limitam as potências do imortal espírito; porém, em compensação o capacitam para adquirir as experiências que lhe proporciona o contato com os mundos inferiores. Muito bem; o mundo mental se subdivide em dois: o superior ou causal, e o inferior ou mental propriamente dito. O mundo causal proporciona a matéria para o corpo ou roupagens do Intelecto, e o mundo mental inferior a matéria do corpo adequada para adquirir conhecimentos concretos. Ao primeiro corpo chama-se causal, e ao segundo corpo mental ou mente concreta.

O mundo astral proporciona a matéria componente do corpo astral ou emocional, assim chamado porque é o instrumento ativo das emoções e desejos que atraem ou repelem os objetos exteriores.

O mundo físico proporciona a matéria componente do corpo físico ou instrumento da atividade da consciência. É o corpo da ação. Trataremos aqui unicamente destes três referidos corpos: o mental, relacionado com o mundo dos pensamentos; o astral, com o das emoções e desejos; e o físico, relacionado com o mundo da atividade física.

Convém salientar que o corpo físico está organizado de modo a servir de manifestação aos pensamentos, desejos e emoções tanto quanto serve de instrumento da atividade física, cuja base é sempre o sistema nervoso. Assim a mente atua por intermédio da substância cinzenta do cérebro e além disse se relaciona com os objetos exteriores por meio dos cinco sentidos da sensação, cujos centro estão no cérebro, e proporcionam à mente os materiais do pensamento. Por isto tem-se dito com muito acerto que 'a mente é o sexto sentido', pois sintetiza as sensações de todos os cinco. As emoções e os desejos atuam no sistema glandular por meio dos nervos do grande simpático. A ação se efetua com o auxílio dos nervos que movem os músculos. Assim, o sistema nervoso, fundamento do corpo físico, é o órgão de manifestação do Conhecimento, da Emoção e da Atividade, correspondentes no mundo físico ao Intelecto, à Sabedoria e ao Poder dos três mundos superiores."

(Annie Besant - A Vida do Homem em Três Mundos - Ed. Pensamento, São Paulo - p. 18/20)

terça-feira, 7 de abril de 2020

ROUPAGENS INSEPARÁVEIS DO HOMEM

Resultado de imagem para corpos DO HOMEM espiritual"Convém saber que para além dos cinco mundos já referidos, existem outros dois, o âdi e o anupâdaka, sob os quais se sucedem em ordem de sutilidade material, de mais para menos, os mundos átimico, búdico, mental, astral e físico, que nas Escrituras hinduístas são denominados por Akâsha (mundo etéreo), Vâyu (aéreo), Aqui (ígneo), Apas (aquático) e Prithivi (terrestre). Os três aspectos da Consciência humana: Vontade, Sabedoria e Inteligência se correspondem com a matéria respectiva dos mundos átmico, búdico e mental, cujas matérias constituem três roupagens ou corpos que relacionam a Consciência do homem com os referidos mundos e persistem durante o curso da larga série de reencarnações, embora cresçam, se desenvolvam e compliquem à medida que o Espírito vai atualizando suas qualidade inerentes. Os três corpos referidos de chamam átmico, búdico e causal, e durante sua evolução nos cinco mundos são tão inseparáveis dele como a pele do corpo físico. Constituem o veículo de manifestação do Espírito imortal, que sem eles não poderia manifestar-se.⁹"

⁹ Os corpos átmico, búdico e causal constituem a tríade superios do homem, designada teosoficamente por Ãtma-Buddhi-Manas. (N. do T.)

(Annie Besant - A Vida do Homem em Três Mundos - Ed. Pensamento, São Paulo - p. 17/18)

quinta-feira, 2 de abril de 2020

ROUPAGEM DO HOMEM

Resultado de imagem para ROUPAGEM DO HOMEM espiritual"O Fragmento divino que no mundo dos seres viventes aparece como Espírito Imortal, atrai inteiramente a mente e os demais sentidos velados da matéria. A fim de ser um Espírito imortal no mundo dos viventes, deve revestir-se de matéria, e segundo nos ensinam os Puranas, a matéria de nosso 'Quíntuplo universo'⁴ é de cinco classes: etérea, aérea, ígnea, aquosa ou líquida e terrestre ou sólida.⁵  Entretanto existem no Universo divino dois graus de matéria mais sutil com os quais nada temos que ver no momento.

O grau mais denso de cada uma das mencionadas classes de matéria corresponde em nosso mundo físico ao que denominamos terra, água, fogo e éter ou ar, muito embora tenha sido reconhecida a triplicidade deste último. Todos estes graus ou estados de matéria compõem nossa terra, ou seja, o mundo de nossas relações quotidianas. Os outros quatro mundos, chamados nos Puranas de oceanos, interpenetram e envolvem o terrestre. Pondo de lado os símbolos e alegorias, são mundos compostos de outras classes de matéria, cada uma delas com suas diversas densidades, do mesmo modo que encontramos no mundo terrestre as modalidades de matéria física, nirvânica, búdica, mental, astral e terrestre.⁶ 

Na Antiguidade, chamavam-se 'elementos' os diversos graus de matéria. O nome era conveniente porque todas as densidades de cada elemento se distinguiam por uma característica comum; assim como a água, o leite, o azeite, a terebentina, o álcool, etc., têm distinta densidade, muito embora todos eles sejam líquidos pela característica comum de se derramarem em todas as direções quando em liberdade, e tomarem a forma da vasilha em que sejam colocados. 

A química moderna deu novo significado à palavra 'elemento' e assim não podemos empregá-la em sua antiga acepção⁷ muito embora seja um vocábulo muito adequado para distinguir os diferentes estados ou graus de matéria que possuam certas características comuns. 

A química só estuda as substâncias que encontra no mundo físico e as resultantes das suas combinações procedidas nos laboratórios, e sem qualquer preocupação aplica, a seu bel-prazer, os nomes antigos, dizendo depois com a maior sem cerimônia que os sábios de outrora não empregavam as palavras com acerto. A química esqueceu que veio muitos séculos mais tarde ao mundo, e deu novos significados às palavras usadas na Antiguidade. Conheciam os filósofos antigos a existência de outros mundos além do físico e empregavam vocabulário apropriado ao seu mais amplo conhecimento; e assim não se lhe pode vituperar de quem em uso de seus direitos classificassem a matéria do universo de conformidade com suas especiais características e designassem cada uma das classes com o nome de 'elemento'.⁸"

⁴ A autora escreve esta frase entre aspas para dar a entender que os hinduístas consideram quíntuplo nosso universo, apesar de sétuplo, porque prescindem por inexequíveis à compreensão humana dos dois planos superiores: o anupâdaha (segundo) e âdi (primeiro). (N. do T.)
⁵ Convém advertir que esta classificação não corresponde ao significado corrente das palavras que a expressam, e sim equivalem respectivamente à matéria nirvânica (etérea), búdica (aérea), mental (ígnea), aquosa (astral) e terrestre (física). Sem esta distinção entre as nomenclaturas purânicas e teosíficas, resultaria para o leitor amigo destes estudos lamentável confusão. (N. do T.)
⁶ Analogamente no mundo astral se encontram as modalidades astrais das matérias nirvânica, búdica e mental; no mundo mental, as modalidades mentais de matéria nirvânica e búdica; e no mundo búdico, a modalidade búdica da matéria nirvânica e assim indefinidamente. (N. do T.)
⁷ Muitos cientistas e eruditos modernos incorreram no grave erro de designar os antigos de ignorantes porque consideravem como elementos a terra, a água, o fogo e o ar. Se a ciência acadêmica não fosse tão presumida e pretensiosa, e em vez de papaguear nas cátedras, indagasse o verdadeiro espírito da antiga sabedoria, certamente compreenderia que a elementalidade da terra, água, fogo e ar, nada tem que ver com sua constituição química. (N. do T.)
⁸ Esta palavra não significava naquele tempo simplicidade de substância considerada, e sim diversidade de graus de condensação. (N. do T.)

(Annie Besant - A Vida do Homem em Três Mundos - Ed. Pensamento, São Paulo - p. 15/17)