OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


sábado, 19 de setembro de 2015

COM A AÇÃO VENCE A MORTE E COM O CONHECIMENTO ALCANÇA A IMORTALIDADE (1ª PARTE)

"(...) Aquele que conhece o conhecimento e a ação, com a ação vence a morte e com o conhecimento alcança a imortalidade. 

Aqui há uma óbvia referência à existência simultânea do Conhecimento e da Ação, de modo que não há contradição entre ambos. Em nossas experiências normais consideramos a ação como seguidora do pensamento. Há primeiro um pensamento padrão e, então, lentamente, através de labor e esforço, buscamos criar um comportamento padrão em termos daquele pensamento. Consideramos o pensamento como sempre precedendo a ação. Mas esse como um meio de descrever a ação. A descrição pelo pensamento surgiria muito naturalmente. Quando uma pessoa descobre algo, daquela experiência surge uma expressão que é natural e simultânea. Não há brecha entre a experiência e a expressão, embora haja sempre uma brecha entre a crença e o comportamento. Uma ponte jamais pode ser construída entre o Pensamento e a Ação, mas entre a Ação e o Pensamento não há necessidade alguma de ponte. Se a ação pudesse preceder o pensamento, então todo o problema da frustrante luta entre o Preceito e a Prática seria eliminado. É a isso que o verso acima do Upanixade Ishavasya se refere, pois ele diz: 'com a ação ele vence a morte e com o conhecimento alcança a imortalidade'. É um fato que o homem teme a morte e deseja vencê-la adquirindo conhecimento da imortalidade. Mas o Upanixade Ishavasya diz: 'reverta o problema de modo que a ação venha antes e o pensamento siga depois'. Ele diz: 'primeiro MORRA e, a seguir, nessa experiência da morte, chegará o conhecimento da Imortalidade.' O conhecimento da imortalidade nasce natural e espontaneamente, ele vem com o próprio despertar da experiência da morte. 

Devemos notar que a precedência da Ação sobre o Pensamento não é uma defesa para a ação impensada. Uma ação impensada é uma ação impulsiva. É uma ação nascida do hábito ou instinto. Obviamente é uma ação nascida da inércia. Mas a precedência da Ação sobre o Pensamento é um estado no qual a ação ocorre quando o pensamento ainda nem mesmo nasceu. O verso acima do Upanixade Ishavasya fala da 'derrota da morte' pela Ação. Não é preciso dizer que a Morte demanda uma ação total, pois não deixa nada para trás. Tal totalidade de ação é possível apenas quando a ação precede o pensamento. Onde o pensamento intervém, a ação está fadada a ser incompleta. O pensamento surge da experiência acumulada da mente. Sua existência depende, portanto, de manter essa experiência intacta. O rompimento dessa experiência significa o fim do próprio pensamento. E, portanto, a intervenção do pensamento em qualquer ação é para manter a continuidade da experiência. Assim, o pensamento restringe a ação e a mantém dentro dos confins da continuidade. Como pode uma ação que funciona dentro dos confins da continuidade vencer a morte que é uma experiência de descontinuidade? A morte é um fenômeno de descontinuidade. A vitória sobre a morte, portanto, requer uma ação livre das influências restritivas da continuidade. Tal ação é possível somente quando não há intervenção do pensamento. Onde a ação precede o pensamento, somente aí a experiência da morte ocorre. E dessa experiência da morte surge a compreensão da imortalidade. A experiência da morte e a compreensão da imortalidade não estão separadas no tempo, são instantâneas. A ação de conquistar a morte e o conhecimento da imortalidade são simultâneos, não ocorrem um após o outro. (...)"

(Rohit Mehta - O Chamado dos Upanixades – Ed. Teosófica, Brasília, 2003 - p. 28/29)


sexta-feira, 18 de setembro de 2015

AÇÃO E CONHECIMENTO

"Em profunda escuridão caem aqueles que seguem a ação. Em profunda escuridão caem aqueles que seguem o conhecimento.

Na experiência normal do homem, Ação e Conhecimento ocorrem um após o outro, não simultaneamente. Há sempre uma brecha entre os dois. É essa brecha que traz escuridão e desolação para a vida do indivíduo. A ação que não é inspirada pelo conhecimento é mera atividade. É uma mera Upasana, uma prática sem sentido. Analogamente, o conhecimento destituído do toque vitalizador da ação é um conhecimento sem inspiração. O verso acima diz que a mera ideação conduz a uma escuridão ainda maior. Um conhecimento ideacional, assim como a atividade repetitiva, são ambos sem sentido. Conduzem uma pessoa ao reino dos falsos valores. É a brecha entre os dois que torna ambos ineficazes. Na chamada vida espiritual há sempre um esforço para cobrir o abismo entre a Crença e o Comportamento. Mas tal esforço exaure o indivíduo, porque a ponte nunca é completada e jamais poderá ser. Temos que lembrar que quando buscamos transformar uma Crença em Comportamento, a tentativa é de construir uma ponte entre dois pontos, um dos quais é fixo e outro em constante movimento. Uma Crença constitui-se em um ponto fixo, mas o Comportamento que está relacionado com a vida está sujeito a constante fluxo, porque a vida em si está em constante fluxo. Como pode uma tal ponte ser construída? Uma Crença representa conhecimento ideacional; e o Comportamento tende a se tornar atividade repetitiva. Nenhum dos dois pode conduzir o homem à iluminação. É a esse misterioso problema que Upanixade Ishavasya se refere quando fala de ação que conduz à profunda escuridão e conhecimento que conduz a uma escuridão ainda maior. O que deve então ser feito? (...)" 

(Rohit Mehta - O Chamado dos Upanixades – Ed. Teosófica, Brasília, 2003 - p. 27/28
www.editorateosofica.com.br

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

DESFRUTE O QUE LHE É DESIGNADO

"Os virtuosos que comem os restos do sacrifício estão livres de todos os pecados, mas os ímpios que preparam o alimento para seu próprio benefício - verdadeiramente comem pecado. 

Comer os restos do sacrifício, isso é que de fato está indicado na expressão tena tyaktena bhunjitha, desfrutar aquilo que nos cabe, aquilo que foi separado para nós. Por que cobiçamos a riqueza de outro? É porque não descobrimos nossos próprios tesouros. Essa descoberta é possível somente quando vemos o Repouso Infinito no Movimento Infinito. Quando o Movimento é separado do Repouso, torna-se um mal monstruoso, resultando na frustração do vir-a-ser.

Aceitar o que é dado não é um evangelho de passividade. É realmente a base da verdadeira felicidade e ponto de partida para a correta ação. Na Aceitação descobrimos o repouso Infinito. Quando o Movimento Infinito, que é o processo do vir-a-ser, está enraizado no Repouso Infinito, então todo o movimento está pleno de significado e felicidade. No Repouso Infinito descobrimos a Qualidade de nosso próprio Ser, a Qualidade de Atman que é idêntica à Qualidade de Brahman.

A aceitação daquilo que nos é designado também não é um evangelho da procrastinação. Muitas vezes uma pessoa adota uma atitude em que diz que deve aceitar o seu destino na esperança de que o futuro lhe traga felizes novidades. Isso não é aceitação de modo algum, é submissão, e, também, com ressentimento interior. Aceitar o que é dado, aquilo que está separado para nós, é comprometer-se com a correta Percepção. Muitas vezes o homem recusa receber aquilo que lhe é dado porque não vê o que é. Quando percebemos acertadamente, então vemos na coisa dada a qualidade da Verdade, Beleza e Felicidade, a qualidade do Próprio Brahman. Aceitar o que é dado é transformar a coisa em uma janela da qual olhamos para a beleza da própria vida. A experiência da felicidade vem com a própria percepção. E, portanto, a ação que emana dessa percepção está enraizada na felicidade. Esse é o motivo pelo qual o verso de abertura do Upanixade Ishavasya diz: 'Desfrute o que lhe é designado' - ele não diz - 'Suporte o que lhe é dado.' Aceitar o que é dado é perceber a Qualidade de nosso próprio Ser. O processo de vir-a-ser que emerge dessa percepção é naturalmente livre dos elementos da tristeza e frustração."

(Rohit Mehta - O Chamado dos Upanixades – Ed. Teosófica, Brasília, 2003 - p. 20
www.editorateosofica.com.br


quarta-feira, 16 de setembro de 2015

DE HOMEM A SUPER-HOMEM

"Esvazie a mente de todos os preconceitos e deixe a luz brilhar dentro.

Esvazie a alma de toda ambição pessoal e deixe o fogo da aspiração exaltar-se.

Esvazie todo o seu ser do eu e do egoísmo, para que o altruísmo possa tornar-se uma qualidade mais íntima. Então a iluminação pode ocorrer, então o progresso pode ser feito, então o domínio do inferior pelo superior pode ser atingido. O neófito deve estar prevenido, sem cessar, contra a intrusão de pensamentos e sentimentos egoístas e cheios de desejos.

A oportunidade é a indicação da Natureza de que a alma se aproxima de sua fase de florescimento. A oportunidade bate à porta da casa em que o homem externo está habitando para trazer a ele a mensagem que o Eu interior está a ponto de florescer.

A oportunidade assume muitas formas, porém em todas encontra-se um mensageiro do mundo exterior para o homem interior. A oportunidade é um sinal seguro de que a pessoa está pronta para a grande Busca. Até que por si só as portas se abram inteiramente, a Busca será em vão. Aquele que bate em portas fechadas, ensaia prematuramente o portentoso empreendimento. Portas fechadas são um sinal de que o trabalho interior ainda não foi feito, que débitos ainda não foram pagos, que a força ainda não foi desenvolvida, que a sabedoria é insuficiente para as necessidade do peregrino.

Assim sendo, que aqueles que procura os pés do Mestre, e no entanto encontram a entrada fechada, examinem cuidadosamente cada aspecto do caráter. Mantendo o ideal do Mestre claramente diante de si, que eles se dediquem à meditação e ao serviço altruísta."

(Geoffrey Hodson - A Suprema Realização através da Yoga - Ed. Teosófica, Brasília, 2001 - p. 174/175)

terça-feira, 15 de setembro de 2015

A MENTE NA MEDITAÇÃO

"Muito pouco progresso pode ser feito para entrar na consciência elevada, permanecer ali e desenvolver a faculdade de entrar nela à vontade, até que a mente tenha sido submetida a um controle razoável. Não existe uma fórmula fácil para isto, apesar de algumas pessoas terem mais facilidade natural do que outras.

Passa-se por diferentes condições de mente quando é utilizada uma fórmula semelhante a da Ioga da Luz. No início da meditação, a mente deve ser focalizada claramente e sem tergiversar no procedimento preliminar. Naquele momento, a concentração é muito importante. Não se deve permitir que a mente oscile durante as afirmações de dissociação e verdadeira identidade. Quando afirmamos, 'Eu não sou o corpo físico', deveríamos nos despojar positivamente do corpo em pensamento concentrado. As três dissociações afirmadas sobre os três veículos pessoais e a autoidentificação com o Eu Interior por meio das palavras, 'Eu sou o Eu Espiritual', deveriam ser feitas sem nenhuma interrupção no pensamento. Em cada uma delas, efetua-se uma ascensão em consciência, como se por uma linha vertical contínua em direção ao Ego no corpo Causal. Algo interessante e objetivo está sendo tentado então, e a mente não deveria vaguear durante este procedimento. Deveria haver uma crescente dissociação real e realização da afirmação.

O controle da mente, que é necessário, deve ser desenvolvido pela prática e pelo exercício da vontade. Todos os poderes da vontade e da mente devem ser utilizados para alcançar a capacidade requerida. Se a mente vaguear, é uma boa prática trazê-la à força de volta pelo caminho que ela se extraviou. Com o tempo isto a trará sob controle, estabilizando-a. Não existe nenhum substituto para esta concentração preliminar. Devemos praticá-la até que seja aprendida; se não for assim, a condição meditativa continuará a nos frustrar. 

O interesse é a chave para a concentração bem-sucedida. A mente não vagueia quando lendo um livro interessante ou vendo um filme. Na verdade, ocorre pouco ou nenhum esforço neste caso. A pessoa bem pode praticar a concentração da mente sobre algo profundamente interessante. Deixe então que o assunto torne-se cada vez mais abstrato à medida que a habilidade mental for desenvolvida. No seu devido tempo, será atingido o poder de mantê-la sobre uma ideia, em vez de sobre uma forma."

(Geoffrey Hodson - A Suprema Realização através da Yoga - Ed. Teosófica, Brasília, 2001 - p. 98/99)