OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


quarta-feira, 13 de março de 2013

LEI DO KARMA - SERVIÇO (PARTE FINAL)

"Sathya Sai Baba ensina seus devotos a se libertar através de seva. Seva é prestação de serviço à comunidade sem o menor traço de egoísmo. Hoje, em todos os países, milhões de seus sêvakas se empenham em melhorar a qualidade de vida das populações, e, com isto, estão cada dia mais próximos de Deus, pois aprendem a encontrar Deus naqueles aos quais servem. Eis uma exígua antologia de Baba:

Serviço é o barco com que se cruza o oceano de samsara.

Ajudar o desamparado é a única forma de agradar, seguir e chegar a Deus.

Uma vida não dedicada ao serviço é como um templo às escuras. É morada dos maus espíritos. Só uma vida dedicada a seva pode iluminar o aspirante espiritual.

Apenas conhecer o caminho não basta, Para chegar ao destino tem-se que caminhar. Esta jornada é o serviço à sociedade.

O trabalho deve ser transformado em adoração. A adoração deve ser transformada em sabedoria.

Nem penitências, nem banhos em águas sagradas, nem meditação podem ajudar a atravessar o oceano de samsara. Só o serviço a Deus no homem.

Prestar serviço sem ego, com o coração compassivo, é o único serviço verdadeiro que nos leva à paz.

Lembre-se de que não há ética maior que a verdade nem prece mais frutífera que seva.

Seu dever é orar pelo bem-estar do mundo e trabalhar por ele tanto quanto seus poderes permitam.

Descubra a fraternidade do homem e a paternidade de Deus pelo serviço sem ego e com amor. Sirva todos e tente dar-se conta da Unidade de tudo.

As mãos nos foram dadas para que possamos praticar bons atos e oferecer ao Senhor as flores do serviço.

Lendo, você obtém informação, mas é através do serviço que obtém transformação.

"Ensina-me a não mais dizer 'minhas' ações. Sou apenas um instrumento em Tuas mãos cósmicas. Aciona-me. Perdoa algumas vezes que me envaideci de atos que Tu, utilizando-me, executaste. Utiliza-me." (Hermógenes, in Yoga, Caminho para Deus)"

(José Hermógenes - Iniciação ao Yoga - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 76/77)
http://www.record.com.br/


O UNIVERSO É O SONHO DE DEUS

"Nas filosofias Vedanta e Ioga, o universo é considerado um sonho de Deus. Matéria e mente - o cosmos com suas estrelas e planetas; as densas ondas da superfície e as sutis correntezas da criação material; as faculdades humanas do sentimento, da vontade e da consciência, e os estados de vida e morte, dia e noite, saúde e doença, sucesso e fracasso - são realidades segundo a lei de relatividade que governa este sonho de Deus. 

Todas as dualidades percebidas através da lei da relatividade são reais para o sonhador, o homem mortal que desempenha seu pequeno papel no grande sonho cósmico. Para escapar de maya, ilusão, a lei da relatividade, é preciso acordar do sonho para a eterna vigília de Deus. Não é possível modificar o sonho legítimo pela imaginação ou pela negação de sua existência, aceitando a "vida" e rejeitando a "morte", ou reconhecendo a saúde, mas ignorando a doença. Cada estado é parte do seu estado oposto, como as duas faces de um tecido. As dualidades são, inerentes e essencialmente, uma coisa só. O buscador da verdade não tenta separá-las em sua mente, mas elevar-se acima delas, pela sabedoria.

O homem que considera seu corpo diferente da mente, e que só quer aceitar como "reais" os aspectos positivos, felizes e benéficos de um universo de natureza inalteravelmente dual, é um homem profundamente adormecido nas ilusões no mundo de sonho.

Assim como uma pessoa tem sonhos que parecem reais por algum tempo, mas que perdem a validade quando volta ao estado de vigília, também é possível despertar do sonho da realidade material e viver no reino imutável do Espírito.

Somente um super-homem que aprendeu a expandir e transferir sua consciência para o Infinito, pode perceber que a criação é um sonho de Deus; só ele pode dizer, com verdadeiro conhecimento, que a matéria não tem existência. Por meio de uma série de passos autodisciplinares - seguindo o caminho científico da ioga ou qualquer outra senda de aperfeiçoamento espiritual, como a do amor, da sabedoria, do serviço ou da renúncia - o buscador de Deus dissolve as dualidades e discerne a Unidade Eterna. "Quem, livre da ilusão, conhece-Me como Espírito Supremo, alcança a onisciência. Ele Me adora de todo o seu ser."

(Paramahansa Yogananda - A Eterna Busca do Homem - Self-Realization Fellowship - p. 59/60)


terça-feira, 12 de março de 2013

LEI DO KARMA - A AÇÃO SACRIFICIAL (4ª PARTE)

"Como chegar a agir sem desejar colher os resultados?

É simples. Mas não é fácil. Precisa-se aprender a atuar no mundo como um servo ou um instrumento de Deus, sentindo-se apenas com o dever de agir, mas não com o direito aos frutos da ação. Ensinam os sábios: "negue-se à tentação de sentir-se autor da ação; negue-se a esperar recompensa ou mesmo agradecimento". A lâmpada acesa não se envaidece, supondo que gera a luz. Não reclama aplausos. A torneira não deseja recompensa, pois sabe que não produz a água, apenas deixa-a passar. Por um lado, o ego é danado para querer sentir-se autor do que é meritório, enquanto que, por outro, com medo das consequências dolorosas, sempre se recusa a reconhecer a autoria dos erros que comete. Ao fazer algum bem sempre tem em vista recompensas, reconhecimentos, lucros, aquisições, vantagens. Ahamkara se torna evidente quando nosso ego pessoal frequentemente quer saber: "quanto é que eu levo nisto?" Os Mestres nos incentivam a que façamos todo benefício possível, mas sempre como oferenda a Deus. "Deposite suas ações aos pés de lótus do Senhor."

É muito pertinente que um ocidental, chefe de uma família ou de uma empresa, desempenhando uma profissão, questione: "Se é assim, sem meus proventos, como eu e os meus vamos viver?" Jesus Cristo responde:
O trabalhador é digno de seu salário. (Lc 10:7)
A sociedade e cada ser humano seriam verdadeiramente felizes se todos os profissionais e agentes da vida econômica e política se tornassem dignos de seu salário, servindo com honestidade, competência e acima de tudo com amor ao próximo e a Deus. Cada um se transformaria em sacerdote, e seu trabalho, sublime oferenda. Eis a receita para você agir no sentido de libertar-se:

(a) com as diversas práticas de Yoga que lhe serão ensinadas, procure "fritar as sementes", isto é, esterilizar o samcita karma, ou seja, os resíduos deste e de outras existências anteriores;
(b) para exaurir o prarabdha karma, enquanto pagar dívidas, aceite a dor com equanimidade, cultive fé, paciência, coragem e, em qualquer circunstância, dê louvores ao Senhor;
(c) faça de suas ações e de seu trabalho de agora (vartamana ou agami karma) bênçãos ao próximo e amorosas oferendas a Deus. (...)" 

(José Hermógenes - Iniciação ao Yoga - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 74/76)


O QUE É FELICIDADE?


"Felicidade é a própria natureza do Ser; a felicidade e o Ser não são diferentes. Não há felicidade em nenhum objeto do mundo. Nós imaginamos, devido a nossa ignorância, que obtemos felicidade dos objetos. Quando a mente se exterioriza, experimenta o sofrimento. Na verdade, quando os desejos da mente são satisfeitos, ela retorna à sua morada e desfruta da felicidade que é o Ser. Similarmente, nos estados de sono, samãdhi e desmaio, e quando o objeto desejado é obtido – ou o objeto indesejável é removido – a mente se internaliza e desfruta a pura Felicidade do Ser. Assim, a mente se move inquieta, alternadamente se afastando do Ser e retornando a ele.

Sob a árvore a sombra é agradável; lá fora o calor é escaldante. Uma pessoa que caminha sob o sol  sente-se aliviada quando chega na sombra. Alguém que vive indo do sol para a sombra e da sombra de volta ao sol é um tolo – o sábio permanece sempre na sombra. Igualmente, a mente daquele que conhece a Verdade não deixa Brahman. Ao contrário, a mente do ignorante perambula pelo mundo sentindo-se miserável, e de vez em quando retorna a Brahman para experimentar a felicidade. Na verdade, o que é chamado “mundo” é apenas pensamento. Quando o mundo desaparece, isto é, quando não há pensamento, a mente experimenta a felicidade; quando o mundo aparece, ela experimenta o sofrimento."

  • Brahman – o Ser supremo, imutável, incognoscível e sem atributos;
  • Samãdhi – estado no qual a consciência humana é transcendida. 

(Vida e Ensinamentos de Sri Ramana Maharshi – Ed. Teosófica, Brasília - p. 141)


segunda-feira, 11 de março de 2013

LEI DO KARMA - A LIBERTAÇÃO (3ª PARTE)

"O segredo da libertação (moksha ou mukti) está em agir de tal forma que consigamos romper tanto a cadeia de ferro de nossas dívidas, como a cadeia de ouro de nossos créditos. Como?!

"Algo", parte de nós, que, inclusive, é o que mais amamos, sempre deseja evitar pagar dívidas, mas anseia por acumular créditos. O nome de tal agente é  ahamkara. Ahamkara é aquele "algo" que nos faz sentir distintos e distantes dos outros e também de Deus. É o perturbador egoísmo em nós. A pessoa egoísta age obsessivamente sempre visando proveito próprio e é exatamente por isto que acumula karma, acorrentando-se, consequentemente, à "roda dos nascimentos e mortes". Concluímos daí, portanto, que só paramos de acumular karma quando conseguirmos atuar no mundo isento de ego, libertos deste embusteiro que é ahamkara.

A ação egoísta é dita sakama karma, isto é, motivada pelo desejo (karma) de colher e saborear os frutos resultantes. É comum pessoas desenvolverem louváveis atividades beneficentes, como um investimento que lhes assegure uma próxima reencarnação risonha e vitoriosa, se acreditam na "transmigração". Ou ambicionam um gratificante espaço no céu, se não reencarnacionistas. Esta forma de "caridade", se bem que beneficie os que a recebem, não é conveniente aos que a praticam. Tal forma de agir, inspirada por ahamkara, acumula méritos, mas seguramente prolonga o cativeiro. A ação inteligente é niskama karma, a ação sem qualquer desejo pelos frutos, por serem dedicadas a Deus. Niskama karma ou ação abnegada, rompendo as cadeias de samsara, leva à libertação (moksha ou mukti). (...)" 

(José Hermógenes - Iniciação ao Yoga - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 74)