OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


quinta-feira, 21 de março de 2013

FORMAS GERADAS PELA LINGUAGEM (2ª PARTE)

"Cada palavra proferida gera uma pequena forma na matéria etérica, tal qual o faz um pensamento na matéria mental. Algumas destas formas são condenáveis. A palavra "ódio", por exemplo, gera uma forma horrível, tanto assim que, tendo visto sua forma, eu jamais uso essa palavra. Podemos dizer que não gostamos de uma coisa, ou que não nos interessa, mas nunca devemos empregar a palavra "ódio", pois o ver simplesmente a forma que ela produz gera um sentimento de agudo mal-estar. Por outro lado, há palavras que geram formas belas, palavras essas que faz bem recitá-las. (...) 

Tais "formas de palavras" não são determinadas pelo pensamento que acompanha a palavras; o pensamento constrói sua própria forma num tipo superior de matéria. Por exemplo a palavra "ódio" é frequentemente empregada de maneira todo casual, sem conter em si nada do ódio real, quando se fala, talvez, de um produto alimentar. Esse é um emprego perfeitamente desnecessário de tal palavra, e obviamente não comunica nenhuma grave emoção, e por isso a forma ódio astral não é produzida; mas a forma sonoro etérica feia aparece exatamente como se o locutor realmente quisesse significar isso. Assim, evidentemente, a palavra em si não é boa. 

Fato idêntico se dá com os juramentes e palavras obscenas empregados tão frequentemente entre pessoas incultas e não educadas; as formas geradas por algumas dessas são de natureza peculiarmente horrível quando vistas clarividentemente. Mas é inconcebível que alguém, aspirando a ser um discípulo, quisesse poluir seus lábios com elas. (...)

A mesma regra se aplica em relação ao hábito de exagerar. Não raro as pessoas falam de maneira mais extravagante. Se algo está distante uma centena de metros, falam em "milhas de distância". Se acontece estar um dia mais quente do que o habitual, dizem "escaldante". Nosso domínio do vernáculo é pobre se não podemos encontrar palavras que expressem diferentes gradações de pensamento sem recorrer a estes superlativos agrestes e sem sentido. Pior que tudo, se desejam comunicar a ideia de algo especialmente bom, o descrevem como "terrivelmente" bom, o que não é apenas contradição de termos, e, portanto, uma expressão sumamente ridícula e sem sentido, mas também um chocante mau emprego de uma palavra que tem sua conotação própria, que torna grotescamente inadequada sua aplicação num tal sentido. Todas essas abominações devem ser estritamente evitadas por quem aspire a tornar-se um estudante de ocultismo. (...)"

(C. W. Leadbeater - Os Mestres e a Senda - Ed. Pensamento, São Paulo - p. 96/97)


quarta-feira, 20 de março de 2013

JNANA YOGA - A COBRA E A CORDA (7ª PARTE)

"São as percepções equivocadas que nos fazem sofrer agora e gozar a seguir, para depois voltar a sofrer. Só o descortinar da Verdade nos salva disto. Uma pessoa, ao entrar num recinto em penumbra se viu frente a frente com uma cobra ameaçadora. O pavor desencadeou a natural "reação de alarme", que, conforme os estudiosos demonstram, é avassalador tumulto psicossomático muito desagradável. O impacto alarmante, no entanto, cedeu, e a pessoa recobrou a paz. A crise demorou somente o tempo bastante para que os olhos se acomodassem permitindo ver que não era uma cobra, mas uma inofensiva corda. Da mesma maneira, o sofrimento humano cessa à medida que a percepção correta vence a ilusão. Não foi a pseudocobra que gerou o sofrimento, mas a percepção equivocada, a ilusão, a ignorância. Enquanto a onda, iludida, supuser ser algo tão limitado, frágil e efêmero, não passará de pequenez, debilidade e transitoriedade. No momento em que, afastada a ilusão, se der conta de que, em realidade, ela é o mar, assumirá imediatamente a serenidade, a vastidão, a força e a perenidade do mar. Finalmente, somos onda ou mar?  

Nosso ego pessoal é fictício e gerador de sofrimentos igualmente fictícios. É preciso "des-iludir-nos". Dores e pavores, prazeres e pesares que nos maltratam são igualmente fictícios. Esta importante constatação nos torna equânimes.

Quando sonhamos, tomamos como realidade objetos, pessoas e tudo que acontece, e reagimos com medo, raiva, apego, ciúme, ódio, inveja, desejo, paixão... Basta porém acordar e constatar a irrealidade de tudo. Nós mesmos emprestamos realidade ao irreal. Da mesmo forma, este mundo objetivo que percebemos como nossos sentidos materiais, isto é, este mundo que percebemos quando acordados, do ponto de vista da Realidade, é um sonho, também é mitya (irrealidade), igual àquela cobra. É igual a objetos, pessoas e acontecimentos que percebemos em nossos sonhos. É igual à miragem no deserto. Nossas vitórias, posses, seguranças, status, músculos jovens e belos, propriedades, poderes, tudo isto que tanto desejamos e igualmente nossas derrotas, carências, doenças, tristezas, tudo isto que tentamos evitar, tudo, tudo mesmo, é um grande embuste gerado e mantido pela ignorância, que precisamos extinguir com Jnana Yoga. (...)"

(José Hermógenes - Iniciação ao Yoga - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 109/110)


FORMAS GERADAS PELA LINGUAGEM (1ª PARTE)

"O discípulo deve vigiar sua maneira de falar, bem como o assunto, de sorte que seja amável, formosa e correta, e livre de desconsideração e exagero. Suas palavras têm de ser bem escolhidas e bem pronunciadas. Muitos pensam que na vida diária não é necessário dar-se ao incômodo de falar claramente; isso importa muito mais do que imaginam, porque estamos a todo instante construindo nosso próprio ambiente, que por sua vez reage sobre nós. Enchemos nossos cômodos e lares com nossos próprios pensamentos, e depois temos de viver ali. Se, por exemplo, um indivíduo permite deixar-se vencer pela depressão, seu cômodo fica carregado dessa qualidade, e qualquer pessoa sensitiva que ali penetre se apercebe de certa diminuição de vitalidade, de uma perda de tonalidade. Muito mais ele, que vive a maior parte do tempo nesse cômodo, é perpetuamente afetado pela depressão, e não pode facilmente livrar-se dela. Da mesma forma, o homem que se rodeia de uma atmosfera de formas sonoras desagradáveis engendradas por uma linguagem descuidada e inculta produz uma atmosfera onde estar formas reagem constantemente sobre ele, e está sujeito a reproduzir estas formas desagradáveis; se não toma cuidado, ver-se-á contraindo o hábito de falar com aspereza e grosseria. 

Tenho ouvido amiúde os professores primários: "Nada podemos fazer com a linguagem das crianças. Enquanto as temos aqui na escola, procuramos corrigi-las, mas quando vão para casa, elas ouvem a má pronúncia das palavras, e isso sempre persiste, e para nós é impossível corrigi-lo." As crianças permanecem na escola talvez umas cinco horas por dia, e a maior parte do tempo ficam em casa, onde uma atmosfera de indesejáveis formas sonoras pode pressioná-las durante todo o tempo, de sorte que são absolutamente escravas dessa atmosfera. Há certas palavras que elas não conseguem dizer, pois não podem pronunciar um som puro.

Pode-se crer que uma pequenina coisa não tem importância; de nenhum modo é uma pequena coisa, e um número delas perpetuamente repetidas produz um enorme efeito. É seguramente melhor que nos rodeemos de beleza e não de fealdade, mesmo que seja na matéria etérica. É de suma importância falar com correção, clareza e beleza, pois isso conduz tanto ao refinamento interno como ao externo. Se falamos de uma maneira grotesca e desalinhada, degradamos o nível de nosso pensamento, e tal maneira de falar repelirá e desgostará as pessoas que desejaríamos ajudar. Aqueles que não podem ser exatos no emprego de palavras não podem ser precisos em seu raciocínio; serão mesmo mais vagos em questão de moralidade, pois todas estas coisas reagem uma sobre as outras. (...)"

(C. W. Leadbeater - Os Mestres e a Senda - Ed. Pensamento, São Paulo - p. 94/95)


terça-feira, 19 de março de 2013

JNANA YOGA - OS DOIS PÁSSAROS (6ª PARTE)

"Uma alegoria nos Uppanishads - a dos "Dois Pássaros" - ajuda-nos a compreender esta cosmovisão vedantina, que fundamenta a Jnana Yoga. Vejamo-la na descrição de Swamiji Sivananda:

Há dois pássaros na mesma árvore. Um, num dos galhos mais altos, o outro, mais abaixo. O primeiro se encontra perfeitamente sereno, silente, majestoso para todo sempre. É totalmente bem aventurado. O outro, nos ramos inferiores, come umas vezes frutos doces, outras, amargos. Por vezes, dança alegre. Por vezes, se sente miserável. Rejubila-se agora e depois chora. Às vezes prova uma fruta extremamente amarga e é presa de desgosto. Olha para o alto e contempla o outro, o pássaro maravilhoso de áurea plumagem, sempre venturoso. Deseja fazer-se igual a ele, mas logo se esquece, e novamente volta a comer frutas doces e amargas. Novamente come uma daquelas mais amargas e volta a sentir-se miserável. Volta então a desejar tornar-se igual ao pássaro lá do alto. Gradualmente, vai deixando de comer as frutas e se tornando sereno e feliz como o outro. O pássaro mais alto é Deus ou Brahman. O de baixo é jiva ou alma individual que está comendo os frutos de seus karmas (as consequências agradáveis e desagradáveis de suas prévias ações), isto é, prazer e dor, atingindo altos e baixos na batalha da vida. Sobe, para depois cair novamente, na medida em que os sentidos o puxam para baixo. Gradualmente consegue desenvolver vairagya (despaixão) e viveka (discriminação), e, voltando-se para Deus, pratica meditação, para, finalmente, atingir a autorrealização (conhecimento de si mesmo) e só então desfruta a eterna bem aventurança de Brahman. (In All About Hinduism, p. 178)

Em verdade não são dois pássaros diferentes, mas um só. O de baixo, no entanto, presa da ilusão, desconhece que ele e o outro são o mesmo. Se conseguir aguaçar seu discernimento ao mesmo tempo desapegar-se das frutas, poderá vencer o permanente estresse resultante do incessante jogo dos opostos - alegrias e tristezas, prazeres e pesares. O ignorante pássaro de baixo é ahamkara, nosso falso ego pessoal, sempre entretido com frutas amargas e doces, ora chorando, ora sorrindo. Goza e sofre por não se ter dado conta de sua substancial unidade-identidade com o venturoso e sobranceiro pássaro de cima, que ele inveja. Sua libertação resultará, por um lado, da desidentificação com o irreal e simultânea identificação com o Real, e, por outro, depende de desapegar-se das frutas amargas ou doces. Este é mais uma forma de explicar Jnana Yoga. Sem viveka (discernimento) e vairagya (desapego), o cativeiro e a infelicidade continuam. (...)"

(José Hermógenes - Iniciação ao Yoga - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 108/109)


ASSUMA O DOMÍNIO DA SUA MENTE

"Hoje, o homem contraiu o hábito de agir e falar conforme seus caprichos. Nenhum controle é exercido por sua consciência, sua moral ou boas maneiras. Aquele que é perverso e determinado a caminhar para a ruína dispensa conselhos. Remédio é para quem está doente, não para quem está sadio; não para quem já está inteiramente morto. Conselho é para quem padece dúvida, ansiedade ou agitação. Este conceito se encontra nas escrituras (sastras) e em outros textos sagrados. Uma carta pode ser lançada fora uma vez que seu conteúdo tenha sido anotado e aprendidas as instruções por ela comunicadas. Assim também, aquelas escrituras (sastras) e textos sagrados podem ser descartados uma vez lidos, compreendidos mas principalmente seguidos. Não há proveito em ler, ler, reler... mais e mais. 

Declaram os textos que você realmente é Atma (O Ser). Aquilo que anima toda a criação. O corpo do homem é um templo onde Deus está morando. Os guardas de tal templo são Sama (controle sobre os sentidos) e Dama (controle sobre as emoções). Se eles forem ineficazes e negligentes, a luxúria e a ambição, o rancor e a inveja, o ódio e o orgulho se infiltrarão, se espalharão e dominarão o templo. O homem está tão iludido que presta honra a tais ladrões como se fossem os donos da casa que eles saqueiam. Assuma o domínio sobre sua mente. Esteja alerta. Erga-se, e enfrente os ladrões antes que lancem mão sobre seu tesouro. O tesouro é a percepção da presença de Deus em tudo."

(Sathya Sai Baba - Sadhana o Caminho Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 71/72)