OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


segunda-feira, 22 de julho de 2013

SOMENTE QUANDO AMARMOS NOSSOS SEMELHANTES SEREMOS CAPAZES DE AMAR DEUS

"Se o indivíduo não melhora a si mesmo, mas tenta melhorar a sociedade, nada consegue de útil, e a tentativa será frustrada. 

Devemos primeiro tratar de arrumar nossa casa. Depois devemos tentar melhorar a aldeia; mais adiante, nosso distrito; vem a seguir, a província, e mais além, o país inteiro. Devemos ir assim, pouco a pouco. Mas, sem que primeiro nos conheçamos, é sem sentido tentar melhorar a sociedade e o país todo. Se quisermos experienciar o Satchitananda*, só o conseguiremos quando em sociedade. É tolice ir para a floresta e tentar experienciar o Satchitananda, antes de melhorar nossa casa e a sociedade na qual estamos vivendo. 

Deus é onipenetrante e encontrado no coração de todos os seres vivos. Como pode um coração, que é incapaz para amar os companheiros viventes, amar Deus? Pessoas há que, por um lado, oram a Deus, e, por outro, prejudicam os demais. Isto é incorreto. Somente quando formos capazes de amar nossos semelhantes seremos capazes de amar Deus. Se não somos capazes de amar pessoas, nunca seremos bem sucedidos na vida."

* Satchitananda - sath, absoluta verdade; chit, consciência absoluta e ananda, absoluta, Bem-aventurança.

(Sathya Sai Baba - Sadhana O Caminho Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 211/212)  


domingo, 21 de julho de 2013

QUEM FICOU RICO, SAIBA DOMINAR-SE; QUEM FICOU PODEROSO, SAIBA RENUNCIAR

"Toda a verdadeira riqueza e felicidade consiste em saber restringir-se ao necessário. Toda a grandeza do poder consiste em saber usar o menos possível esse poder. 

No mesmo sentido escreveu Goethe: "É na restrição que se revela o Mestre". E Schweitzer afirma: "Não há heróis da ação, há tão somente heróis da renúncia e do sofrimento". Einstein, repete que a grandeza do homem não está em descobrir fatos, mas em crear valores; os fatos vêm das circunstâncias de fora, os valores vêm da substância de dentro. Lao-tsé não se cansa de insistir na importância daquilo que o homem é no seu Ser, e não no que ele tem no seu fazer. 

Assim, a felicidade do rico não está em ter milhões, mas em saber tê-los com disciplina e moderação. A felicidade do poderoso não está na medida do seu poder, mas na limitação voluntária do seu poder, na renúncia àquilo que o poder lhe faculta fazer, mas que a consciência manda limitar o mais possível.

Jesus podia ter morado num palácio de ouro e ter-se banqueteado esplendidamente todos os dias; isso, porém, não teria sido a sua grandeza, mas sim o limite da sua grandeza. Em vez de ostentar riqueza e poder, o Nazareno preferiu não ter onde reclinar a cabeça.

Essa mesma sabedoria de voluntária restrição, aliás, já foi ensinada e praticada pelos antigos estóicos gregos e romanos; também eles sabiam que ser alguém pela creação de valores internos é muito mais do que ter algo pelo descobrimento de fatos externos. Um profeta do antigo testamento pede a Deus que não lhe dê pobreza nem riqueza, mas tão somente o necessário.

Ser e Ter, quase sempre, estão em relação inversa. Verdade é que, de per si, o Ser é compatível com o Ter; mas quase nunca um homem grande no seu Ser está interessado no Ter; limita os seus teres ao mínimo necessário para uma existência dignamente humana. É tão difícil para o sábio ser rico como para um rico é difícil ser sábio.

Nem o ter nem o não ter é grandeza; a grandeza está no modo como alguém sabe ter ou não ter, possuir ou não possuir."

(O Quinto Evangelho - A Mensagem do Cristo - Tradução e comentários: Huberto Rohden - Ed. Martin Claret, São Paulo - p. 109/110)


REVELAR O QUE HÁ DE MELHOR EM SEU INTERIOR

"Nós somos aquilo que pensamos ser. A tendência habitual de nossos pensamentos determina nossos talentos, habilidades e personalidade. Assim pois, alguns pensam que são escritores, artistas, esforçados ou preguiçosos, e assim por diante. O que aconteceria se você quisesse ser diferente do que pensa que é atualmente? Você pode argumentar que os outros nasceram com algum talento especial que você não tem, mas que gostaria de ter. É verdade. Mas eles devem ter cultivado tal hábito ou habilidade em algum momento - se não nesta vida, numa vida anterior. Portanto, independentemente do que deseje ser, comece agora a desenvolver essa característica. Você pode instilar qualquer tendência em sua consciência agora mesmo, desde que injete um forte pensamento em sua mente; daí por diante, suas ações e todo o seu ser obedecerão a esse pensamento.

Jamais se deve desistir da esperança de melhorar. Uma pessoa só é velha quando se recusa a fazer esforço para mudar. Essa estagnação é a única "velhice" que eu reconheço. Quando alguém diz reiteradamente: "Não posso mudar; sou assim mesmo", então só me resta dizer: "Está bem, continue desse jeito, já que decidiu ser assim". Qualquer que seja o seu estado atual, o homem pode melhorar por meio do autocontrole, da disciplina e da observância de dieta adequada e das leis da saúde. Por que acha que você não pode mudar? A preguiça mental é a causa secreta de todas as fraquezas.

Todas as pessoas têm idiossincrasias autolimitadoras. Não foram colocadas por Deus em sua natureza, mas sim criadas por você mesmo. É isso que você precisa mudar - lembrando-se de que esses hábitos, peculiares à sua natureza, nada mais são do que manifestações de seus próprios pensamentos.

Em última análise, todas as coisas são feitas de consciência pura; suas aparências finitas resultam da relatividade da consciência. Portanto, se quer mudar qualquer coisa em si mesmo, você tem de modificar o processo dos pensamentos que causam a materialização da consciência em diversas formas de matéria e de ações. Esse é o modo, o único modo de remodelar sua vida.

Felizmente, podemos começar a praticar a qualquer hora, em qualquer lugar, concentrando-nos em desenvolver as boas qualidades de que estamos carente. Se nos falta força de vontade, concentremo-nos nisso e, por meio de um esforço consciente seremos capazes de criar uma poderosa força de vontade em nós mesmos. Se queremos nos libertar de temores, devemos meditar sobre a coragem, e no devido tempo estaremos livres dos grilhões do medo. 

Em termos simples, tudo que você tem que fazer é afastar os pensamentos que deseja destruir, substituindo-os por pensamentos construtivos. Essa é a chave dos céu; ela está em suas mãos. 

(Paramahansa Yogananda - Onde Existe Luz - Self-Realization Fellowship - p. 94/96)


sábado, 20 de julho de 2013

SEJA IMPARCIAL

"Não se preocupe como as pessoas o tratam; preocupe-se apenas como você se comporta. Esse ideal foi ensinado por Jesus, por Paramahansa Yogananda e por todos os grandes mestres. Existe uma forma correta de reagir a cada situação na vida, em relação às pessoas que nos amam e às que não nos amam; e Senhor Krishna quis dizer isso quando louvou a equanimidade como uma virtude essencial. "Ó Arjuna, aquele a quem esses (contatos dos sentidos com seus objetos) não podem agitar, que é tranquilo e imparcial na dor e no prazer, somente ele está apto para alcançar a perenidade!" Ele não disse: "Seja tranquilo quando as pessoas são gentis e amáveis com você". Isso é fácil de fazer. Ele ensinou que precisamos manifestar equanimidade em todas as circunstâncias. Quando você pratica isso, vê que surgem resultados positivos. 

Gurudeva era como um espelho cristalino, sem mácula. Toda pessoa que ficasse diante desse espelho via a si mesmo exatamente como era, sem qualquer distorção ou racionalização; ela via seu pequeno eu ego em detalhes devastadores. Paramahansaji conhecia as fraquezas de cada um de nós. E não fugia do seu dever de nos treinar! Não que gostasse dessa responsabilidade - lembro-me de um dia ele me dizer: "Eu não gosto de disciplinar. Em minha próxima vida, não vou disciplinar ninguém. Entretanto, o dever do guru é encontrar os defeitos na natureza das pessoas que buscam sua ajuda espiritual e, com o bisturi de sua sabedoria intuitiva, lancetar os furúnculos psicológicos para que elas possam se curar."

É assim que a autodisciplina também funciona. Ela nos ensina a usar o discernimento, que é simplesmente a habilidade de fazer o que devemos fazer, no momento em que devemos fazê-lo. Entretanto, a menos e até que saibamos quais são nossas fraquezas, não podemos mudá-las. Mesmo quando conhecemos nossas fraquezas, muitas vezes falta-nos o desejo suficientemente forte para superá-las. Quando, porém, nosso desejo de melhorar a nós mesmos for sincero, seremos conduzidos a alguém, um amigo divino tal como nosso Guru, que poderá apontar nossas falhas e nos ajudar a corrigi-las. Os resultados de nossas associações diárias com outras pessoas também podem ser esclarecedores para deslindar nossos pontos fracos. Você reconhecerá muitos de seus traços indesejáveis se analisar sua reação diante de outras pessoas e do comportamento delas.

Cada ser humano atraiu para si toda particularidade de seu ambiente, incluindo as pessoas a seu redor. As experiências resultantes são essenciais para seu crescimento espiritual. O devoto pode reagir positivamente e beneficiar-se de seu ambiente, ou pode reagir negativamente e ser arruinado por ele. Sempre temos essa escolha, porque possuímos livre-arbítrio. Porém, em última análise, Deus colocou cada um de nós onde estamos, por meio da operação de Suas leis cósmicas, em resposta a nossas próprias ações."

(Sri Daya Mata - Só o Amor - Self-Realization Fellowship - p.63/65


SOMOS BORBOLETAS DA ETERNIDADE

"O dia amanheceu e Bupendra, desde as cinco da manhã, estava submerso em meditação (...) Após deliciar-se no infinito, saiu para caminhar (...) Enquanto caminhava (...) um dos moradores se aproximou (...) Trocaram cumprimentos com um pronam e o homem disse:
- Senhor, poderia me ajudar tirando uma grande dúvida do coração?
- Se puder, será um prazer - respondeu Bupendra.
-Esta noite tive um sonho. Jamais fui capaz de crer que os homens pecadores fossem capazes de se livrar do pecado e realizar Brahman, contudo, em meu sonho, vi o diálogo entre uma borboleta e uma lagarta.
-A borboleta dizia: "Querida lagarta, você, um dia, será como eu e deixará de se rastejar pelo solo."
- Incrédula, a lagarta apenas ria da borboleta sem crer naquilo. Não era capaz de compreender como ela, um simples inseto rastejante, pudesse algum dia, criar asas e voar livremente pelo azul do céu.
-Mas, um belo dia, a lagarta passou muito mal e se enclausurou num casulo (...) Então, após algum tempo, aquela lagarta saiu do casulo e era uma linda borboleta com asas de intenso azul.
-Esse sonho despertou em mim a ideia da possibilidade de uma alma pecadora se tornar um grande santo e, contudo, não consigo compreender, filosoficamente falando, como isso é possível. Será que o senhor poderia me ajudar esclarecendo melhor esse processo? Como é possível a um pecador tornar-se um santo? Rindo, disse Bupendra:
- Meu querido amigo, seu sonho foi fabuloso. Ele revelou a você que até mesmo uma pobre lagarta pode se transformar numa linda borboleta com asas azuis. Qual o problema no fato de um pecador tornar-se santo? Assim como a essência da borboleta é a mesma da lagarta e vice-versa, também a essência do santo é a mesma do pecador, a diferença está tão somente nos diferentes estágios de cada um.
- O santo algum dia, foi um pecador. Na alma não há diferença de uma pessoa para outra. Somos todos borboletas da eternidade, mas enquanto chafurdarmos no lodaçal da ignorância, não seremos capazes de alçar voo aos alcantilados cumes da sabedoria.
- E, diga-me, senhor Bupendra, como a alma realiza a santidade?
- Submergindo no Si mesmo. A lagarta enclausurou-se para mutar sua forma. Semelhantemente deve o homem desejoso de sua própria realização divina enclausurar-se no Si mesmo, o Atman dentro de você. 
- A lagarta fez o esforço permanecendo em profundo silêncio nela mesma, fechando as portas dos sentidos e ouvindo seu próprio coração, a canção interior da alma. Após longo período de quietude, silêncio e paz, descobriu sua real identidade, não mais como um inseto rastejante e sim como o mais sublime ser da natureza.
- Toda "lagarta humana" deve praticar a introspecção dos sentidos, pratyahara, a aquietação da respiração, pranayama, a profunda concentração, dharana, a mais sublime meditação, dhyana, despertando na beleza da forma interior, o samadhi.
Se é que deseja transformar-se na borboleta radiante da eternidade, deve submeter-se à eliminação do pequeno "eu". Humildade, amor e entrega são necessários. Não haverá beleza interior enquanto continuarmos agindo como a lagarta rastejante do orgulho.
- Devemos ser a bela borboleta da compaixão, encarnando as qualidades da alma que nos tornarão divinamente atraentes."

(Alexandre Campelo - O Encantador de Pessoas - Chiado Editora - p. 161/163)
http://www.chiadoeditora.com/