OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


domingo, 15 de fevereiro de 2015

A MORTE DO EGO (1ª PARTE)

"O que é estar morto? Pelo ângulo 'favorável', é deixar para trás os problemas. Isso vale tanto para os materialistas - que nada esperam para depois - como para os que creem em algo após a morte. Nossas contas bancárias e afetivas, tudo que era oneroso ou importante, como cabides pendurados no guarda-roupa do ego, ficam para os vivos.

Na visão dos espiritualistas, além do ganho consciencial, levamos para o outro lado o saldo final das experiências terrenas (que o mundo está aprendendo a denominar karma). Isso não deixa de ser um 'problema', se o saldo é negativo: a morte não resolve tudo. Essa circunstância afeta também os descrentes, pois a lei não para de funcionar só porque a ignoramos.

A diferença a favor dos espiritualistas é (ou deveria ser) alguma preparação para a continuidade após o suspiro final, sabendo que apenas o corpo morre. Cientes disso, naturalmente não ficaríamos identificados com esse invólucro de carne, colocando em seus contornos e profundidades toda a expectativa da vida. Isso é, porém, o que costuma ocorrer.

Os céticos dizem: 'Com a morte, tudo acaba.' Haveria, então, uma identificação plena com o corpo. A vida só dependeria dele. Entre as ilusões decorrentes dessa visão, encontra-se decerto a da fuga pelo suicídio, quando o sofrimento no mundo parece insuportável. O choque é enorme, porém, quando levantamos do corpo - como deixamos a cama, e percebemos o revés da saída prematura: a dor continua. É até maior, porque, antes psicológica - razão maior do ato desesperado - a dor agora se agrava com o remorso da destruição do veículo físico (às vezes num suplício bem real, provando seu definhar na sepultura).

Além disso, estaremos então num corpo que é pura emoção: o corpo astral. Não há o anteparo físico para filtrar a dor. Esse é o quadro que as religiões exibem quando pintam o inferno eterno em caldeirões de fogo. Finalizando-se com a 'purgação' das energias astrais densas, há de parecer, contudo, interminável para os que lá se encontram no mesmo caldeirão vibratório. Será que apenas os descrentes se matam? Estariam só eles submissos ao corpo e assim escravos do círculo de prazeres e dores que ele oferece? (...)"

(Walter Barbosa - A morte do ego - Revista Sophia, Ano 13, nº 53 - Ed. Teosófica, Brasília - p. 23)


sábado, 14 de fevereiro de 2015

PURIFICAÇÃO DO CORPO MENTAL¹

“(§09) Teu corpo mental deseja pensar em si mesmo orgulhosamente separado, pensar muito em si mesmo e pouco nos outros. Mesmo quando tu o tiveres desviado das coisas mundanas, ainda tentará especular para si, fazer-te pensar em teu próprio progresso, em vez de pensar sobre a obra do Mestre e em auxiliar os outros. Quando tu meditares, tentará fazer-te pensar sobre as inúmeras diferentes coisas que ele deseja, em vez de pensar na única coisa que tu queres. Tu não és esta mente, mas ela é tua para que a uses; assim, aqui novamente o discernimento é necessário. Tens de vigiar incessantemente, ou falharás.” 

Nos excertos de Cartas dos Mestres de Sabedoria, Editora Teosófica, às páginas 131, temos: "Não foi frase vazia do Tathagata ao dizer: ‘aquele que domina o Eu é maior do que aquele que vence milhares de indivíduos na batalha’; não há luta mais difícil. Se assim não fosse, o Adeptado seria conquista de pouca valia." Nessa frase o Mestre K.H. nos aponta a grande empreitada que temos até que purifiquemos o nosso corpo mental, uma vez que assim como o corpo astral ele também está sob a ação de forças primitivas.

Mas não podemos deixar de analisar que existe uma relação simbiótica entre o corpo astral e o mental, uma vez que ao pensar, logo sentimos e se sentimos, imediatamente pensamos. Assim temos Kama-Manas e no Vedanta Manomaya-kosha para designar esses corpos. E até o homem despertar para o fato de que esses corpos são veículos de consciência e que devem ser purificados, a mente inferior serve às necessidades do corpo astral. Porém, conforme a mente for se desenvolvendo, vai conseguindo cada vez mais controlar os impulsos e desejos do corpo astral. (I. K. Taimni, Autocultura, 1997)

O alerta que está contido neste 9º parágrafo é para aqueles que já estão buscando a purificação mental, mas que ainda podem ser vítimas de desejos mais sutis do que o envolvimento com as “coisas mundanas”. Desenvolver demais o intelecto sem trabalhar o amor, a compaixão, enfim colocar em prática o que é estudado, até a meditação poderá servir como um meio para camuflar um ego inflado. É nesse ponto que entra o discernimento, que em sânscrito é conhecido como Viveka. E o “orai e vigiai” é de fundamental importância, para que não caiamos nas armadilhas do ego. E, ao cair, poder identificar logo, para expurgar sensações e pensamentos que nos prendem à frequências mais baixas, impedindo que o mental inferior se torne um instrumento eficaz para a consciência superior.

¹  Comentários sobre o parágrafo 9º de Aos Pés do Mestre, de J. Krishnamurti, Ed. Teosófica, p.25/26

Tirza Fanini


sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

PURIFICAÇÃO DO CORPO ASTRAL¹ (PARTE FINAL)

E o que são esses elementais que interagem conosco dificultando o nosso trabalho de purificação dos nossos corpos físico, astral e mental? Por que muitas vezes reagimos de determinada forma a algo com ira, inveja, palavras ásperas e até agressões físicas, se já sabemos que essas atitudes não são as corretas?

Antonio Geraldo Buck, no Manual Básico de Teosofia, nos informa: “É de fundamental importância o entendimento sobre o funcionamento dos reinos elementais da natureza, porque eles estão no homem, fazendo parte da sua constituição mental e astral. Ora, tais reinos estão numa evolução descendente e, portanto, necessitam de vibrações mais grosseiras para se densificarem (...)”.

Os elementais não são nem bons e nem maus, simplesmente provenientes do Segundo Aspectos do Logos. Esse fluxo de vida ao adentrar no plano mental Superior após construir formas, passa a habitá-las. Esse é chamado de primeiro Reino Elemental, o qual com a finalidade de alcançar o reino mineral, passa a densificar-se, uma vez que está numa evolução descendente. Continuando nesse processo de involução, a essência elemental ao chegar no plano mental inferior é denominada de Segundo Reino Elemental e ao “descer” um pouco mais, habitando o plano Astral é conhecida como Terceiro Reino Elemental, ou elemental do desejo.

Se pararmos para refletir que esses elementais estão sendo impulsionados para uma densificação no arco descendente e nós estamos buscando purificação de nossos corpos através do arco ascendente, concluiremos que enquanto não despertamos para a necessidade de nos tornarmos melhores, vamos não só interagindo com esses elementais do desejo, mas também alimentando-os e nesse processo simbiótico é que vai sendo gerado uma ligação a qual perdura mesmo após o desencarne. Segundo C. W. Leadbeater em A Vida Interna, no momento do desencarne o elemental do desejo sabe que com o fim do corpo físico seguir-se-á também a morte do corpo astral e o fim das suas sensações densas, por isso ele procura preservar o corpo astral, dispondo-o em camadas, as mais densas e grosseiras na parte externa. Isso, fará com que a pessoa só perceba o subplano correspondente à camada mais externa, impedindo de transitar por todos os subplanos do astral como o fazemos enquanto encarnados. É uma prisão até que termine a vida astral. Esse processo pode ser evitado quando através da purificação do corpo astral controlamos o elemental do desejo não só enquanto encarnados, mas após a morte. 
   
No processo de evolução ao buscarmos responder às sensações menos densas, mais sutis, temos que ir cortando os vínculos formados com esses elementais. E é aí que começa o conflito interior, a luta entre o bem e o mal dentro de nós mesmos. (Jinarajadasa, Fundamentos de Teosofia)

Esse conflito humano impulsionado pelos elementais de um lado e pelo Ego do outro, é muito bem mencionado pelo apóstolo Paulo, em Romanos VII-19 a 23: Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço. Mas, se eu faço o que não quero, já não sou eu quem o faz, e, sim, o pecado que habita em mim. Então, ao querer fazer o bem, encontro a lei de que o mal reside em mim. Porque no tocante ao homem interior, tenho prazer na lei de Deus; mas vejo nos meus membros outra lei que, guerreando contra a lei da minha mente, me faz prisioneiro da lei do pecado que está nos meus membros.

Tendo conhecimento desse lado oculto da nossa constituição, só nos resta arregaçarmos as mangas e partirmos para um trabalho interior, onde fortificados pela auto-observação, meditação e estudo, conscientizemo-nos de que somos seres espirituais em busca da autorrealização.

¹  Comentários sobre o parágrafo 8º de Aos Pés do Mestre, de J. Krishnamurti, Ed. Teosófica, p.23/24

Tirza Fanini


quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

PURIFICAÇÃO DO CORPO ASTRAL¹ (1ª PARTE)

"(§08) O corpo astral tem seus desejos - e os tem às dúzias; ele quer que fiques irado, que digas palavras ásperas, que sintas ciúmes, que sejas ávido por dinheiro, que invejes as posses de outras pessoas, que te entregues à depressão. Ele quer todas estas coisas, e muitas mais, não porque deseje prejudicar-te, mas porque gosta de vibrações violentas, e gosta de mudá-las constantemente. Mas tu não queres nenhuma destas coisas, e portanto deves discernir entre os teus desejos e os de teu corpo astral."

Quando nos deparamos pela primeira vez com a leitura de Aos Pés do Mestre, achamos uma leitura fácil e tranquila. E é, mas com o passar dos anos, vamos percebendo a profundidade das palavras que ali estão. Se passarmos a fazer um link com outras leituras, ampliando o nosso conhecimento, vamos percebendo que existem várias camadas para reflexão. É o caso do parágrafo oitavo o qual se refere ao corpo astral e suas implicações. “O corpo astral tem seus desejos e os têm às dúzias”. Mas por quê? E por que gosta de vibrações violentas? 

Somente ao começarmos a ter o entendimento de que o nosso corpo astral é feito da mesma matéria que compõem os subplanos do plano Astral, e que somos afetados não só por essa matéria, mas também pelos elementais² que ali estão, começamos a perceber que temos um trabalho hercúleo pela frente: procurar dominar nossas emoções, nossos desejos, não só para não vibrarmos mais naquela frequência, mas também para não intensificarmos mais esse elemental. (C. W. Leadbeater, Vida Interna, Editora Teosófica)

Como num movimento simbiótico, através de nossas emoções e desejos alimentamos esses elementais, os quais, por sua vez também nos afetam, reforçando ou densificando mais as tendências mais grotescas de nossa personalidade. Leadbeater, no seu livro O Plano Astral, coloca a esse respeito: “Pela extrema precisão com que a essência elemental responde à menor solicitação dos nossos pensamentos e dos nossos desejos, conclui-se que este reino, no seu conjunto, é um produto do pensamento coletivo da humanidade.

¹  Comentários sobre o parágrafo 8º de Aos Pés do Mestre, de J. Krishnamurti, Ed. Teosófica, p.23/24
²  Não confundir esses elementais tratados aqui com os elementais da água, fogo, terra e ar.

Tirza Fanini

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

A RODA DA BOA LEI

“A roda da Boa Lei gira rapidamente. Noite e dia mói, separando o joio do trigo dourado e a casca da farinha. A mão do Karma guia a roda; as rotações marcam o bater do coração kármico.

O verdadeiro conhecimento é a farinha, a falsa erudição é a casca. Se queres comer o pão da Sabedoria, tens de amassar a tua farinha com as águas límpidas de Amrita (a imortalidade). Mas se amassas cascas com o orvalho de Mᾱyᾱ (ilusão), só podes criar alimento para as pombas negras da morte, as aves do nascimento, da decadência e da tristeza.”

(H. P. Blavatsky -  A Voz do Silêncio - Ed. Teosófica, Brasília - p. 145/146)