OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


domingo, 10 de janeiro de 2016

A TRANSCENDÊNCIA DO EGO

"Os decretos inalteráveis do karma governam o destino humano apenas enquanto o homem continua a viver pelos sentidos, reagindo aos acontecimentos externos. Aos olhos de uma pessoa assim, o raciocínio moral se situa na consciência do ego. O saber oriundo das escrituras situa-se na consciência do ego. As lágrimas de autopiedade situam-se na consciência do ego. A consciência do ego é que é o problema. Quanto maior o seu domínio da mente, maior a influência do karma na nossa vida. 

A Lei Cósmica não é um déspota irracional (...). Suas sentenças não são proferidas ao acaso, contra uma humanidade acovardada e indefesa. Toda consequência prescrita pela Lei Divina é certa e justa; brota de realidades profundas da própria natureza humana e contempla ações já cometidas. Afinal, não é razoável colher o fruto daquilo que se planta?

Depois que o ego é transcendido na consciência da alma, transcendida é também a esfera da lei kármica. A alma permanece para sempre imperturbada, pois as consequências kármicas só se acumulam em detrimento do ego. Dissipam-se quando já não há um vórtice centrípeto atraindo-as para a consciência do 'eu' e do 'meu'.

Ao tomar consciência de si mesma, a alma se liberta ao menos da sujeição à lei kármica. As boas ações dos grandes santos se projetam como ondas de luz para abençoar a humanidade inteira."

(Paramhansa Yogananda - A Sabedoria de Yogananda,  Karma e Reencarnação - Ed. Pensamento, São Paulo, 2012 - p. 38/39)


sábado, 9 de janeiro de 2016

CONSELHO DO MESTRE

"(...) Alguns dos obstáculos que te instruíram para vencer podem parecer-te sem importância, mas em realidade não o são, porque são as indicações superficiais de uma condição interior que deve ser alterada. Isso significa uma transformação radical, que não te será fácil realizar, mas o esforço compensa o tempo empregado. As regras que desejo que cumpras são as seguintes:

1 - Esquece-te de ti e dos desejos de tua personalidade, e lembra-te apenas do serviço aos outros, dedicando totalmente a isso tua energia, teu pensamento e teu entusiasmo.

2 - Não ofereças uma opinião sobre qualquer assunto, a não ser que diretamente solicitada.

3 - Antes de falar, considera sempre quanto o que vais dizer afetará outros.

4 - Nunca divulgues, nem comentes, a fraqueza de um irmão.

5 - Lembra-te que tens ainda muito que aprender, e portanto, podes frequentemente errar; fala, pois, com conveniente modéstia.

6 - Quando chamado, movimenta-te rápido, não esperando concluir o que estiveres lendo ou fazendo; se estiveres executando uma obrigação importante, explica muito gentilmente o que é. (...)"

(C.W. Leadbeater - Os Mestres e a Senda - Ed. Pensamento, São Paulo, 2004 - p. 88)


sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

A CONSCIÊNCIA BÚDICA

"O homem egoísta não funciona no plano búdico, pois a própria essência desse plano é a simpatia e a compreensão absolutas, o que exclui o egoísmo. O homem não poderá desenvolver um corpo búdico enquanto não tiver conquistado os planos inferiores. Existe estreita conexão entre o astral e o búdico, sendo o primeiro, de certa maneira, reflexo do último; mas não se suponha, por isso, que o homem pode saltar da consciência astral para a consciência búdica sem desenvolver os veículos intervenientes.

Está visto que, nos níveis superiores do plano búdico, o homem se identifica com todos os outros, mas não devemos presumir, por esse motivo, que se sente da mesma maneira em relação a todos. Não há razão para supor que, um dia, experimentaremos exatamente o mesmo em relação a toda a gente; por que haveríamos de fazê-lo? Até o Senhor Buda tinha um discípulo favorito, Ananda; até o Cristo via São João, o discípulo amado, com olhos diferentes dos com que via os demais. A verdade é que, dentro em pouco, amaremos todo o mundo como agora amamos os que nos são mais chegados e mais caros, mas, nessa ocasião, teremos desenvolvido para os que nos estão mais próximos e nos são mais queridos um tipo de amor de que agora nem fazemos ideia. A consciência búdica inclui a de muitos outros, de modo que podemos colocar-nos na pele de outro homem e sentir exatamente o que ele sente, olhando-o de dentro, em vez de olhá-lo de fora. Nessa relação, não sentiremos sequer vontade de afastar-nos do homem mau, porque o reconheceremos como parte de nós mesmos - uma parte fraca. Desejaremos ajudá-lo, deitando força naquela parte fraca de nós mesmos. O que se requer, na realidade, é tomarmos essa atitude e executá-la e não apenas falar ou pensar nisso vagamente; e não é fácil adquirir esse poder. 

Nem todos os egos precisam passar por todas as experiências, pois, quando nos elevamos ao nível búdico, podemos ganhar a experiência dos outros, até dos que se opuseram ao progresso. Sentiremos por simpatia. Poderíamos afastar-nos se não quiséssemos sentir o sofrimento de outrem; mas decidiríamos senti-lo, porque desejamos ajudar. No plano búdico, envolvemos o homem em nossa própria consciência, e, conquanto ele nada sabia a respeito do nosso envolvimento, este, até certo ponto, lhe atenuará das experiências dos estágios inferiores do desenvolvimento humano. Um adepto deseja, por força, remover ou aliviar o sofrimento, mas podemos imaginar facilmente um caso em que ele veja o que bem produzido pelo sofrimento sobreleva tão enormemente a dor atual, que interferir nele não seria um ato de bondade, senão de crueldade para com o sofredor. Ele varia o todo e não somente a parte. A sua simpatia seria mais profunda do que a nossa, mas ele não a expressaria em ação, exceto quando esta fosse proveitosa."

(C.W. Leadbeater - A vida interior - Ed. Pensamento, São Paulo, 1999 - p. 130/131)


quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

O PONTO DE VISTA DOS OUTROS

"Esse tema é especialmente pertinente às condições existentes em toda parte atualmente. Podemos ver quanto do problema, entre nação e nação, raça e raça, comunitário, social e pessoal, deve-se à nossa incapacidade de tratar o ponto de vista do outro de forma justa. E, frequentemente, quando nos tornamos perceptivos do problema, tratamo-lo com pouca cortesia ou o sujeitamos ao ressentimento e ao desdém. (...)

Devemos lembrar, também, que nosso próprio ponto de vista não é necessariamente certo. Pode ter raízes no preconceito. Nossa razão, que estamos prontos a afirmar que é infalível, normalmente se move sobre a superfície escorregadia de nossos gostos e aversões, mesmo se evita a ladeira da paixão precipitada. Quando dizemos: ‘Este é o meu ponto de vista’, não dissemos a última palavra em sua justificação. Podemos estar meramente assumindo posição no topo da presunção do qual não desejamos ser desalojados, porque, talvez, nos permita desfrutar um senso de superioridade solitária. Nossa inflexibilidade pode de fato não surgir da presunção, mas pode estar baseada num princípio que buscamos defender; isso não assegura que veremos as coisas numa perspectiva correta ou em seu aspecto próprio; vemos os outros através de uma névoa de preconceito, que tem origem em nossas peculiaridades de temperamento, nossa formação ou circunstâncias.

Mesmo que nosso princípio esteja certo, a aplicação pode estar errada. O modo como aplicamos o princípio num determinado conjunto de circunstâncias é tanto um teste de retidão quanto o próprio princípio em abstração. É muito raro encontrar uma pessoa que tenha uma visão tão clara que veja cada coisa como ela é, em sua própria objetividade divina."

(N. Sri Ram - O Interesse Humano - Ed. Teosófica, Brasília/DF - p. 12/13)


quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

NÃO CAPITULE (PARTE FINAL)

"(...) O bêbado de hoje poderia ser uma pessoa sóbria e com autodomínio se, em certo momento do passado, não tivesse cedido à 'iniciação'. Ele já não se lembra em que reuniãozinha social, para mostrar-se igual aos outros, cretinamente bebeu seu primeiro gole, sentindo abominável o gosto, mas tendo de aparentar que estava gostando (segundo a moda). O tabagista de hoje, baixado ao hospital para operar o pulmão, não se recorda daquele dia na infância em que, para parecer adulto e igual aos outros, deu as primeiras baforadas num cigarro que um colega lhe dera. Pode ser dito o mesmo em relação àquele que se degradou com as 'bolinhas' ou com os cigarros de maconha. Em todos os casos o início é sempre sob a persuasão dos outros; e sob imitação, isto é, filiação à moda. Na origem, todos os 'iniciados' já eram pessoas comumente chamadas 'fracas de espírito', ou seja, os de personalidade e mentes amorfas, vidas inconscientes que buscam segurança, aceitação e prestígio no meio em que vivem, renunciando consequentemente ao dever de serem autênticas. O medo de ser diferente leva o fraco a imitar os do grupo. Quando o grupo é de gente viciada, o resultado é viciar-se. 

Se você conhecer e sentir a inexpugnável fortaleza e o tesouro de paz e ventura que há em você, nunca buscará sua segurança nos integrantes de seu grupo e terá a sábia coragem de ser diferente. Só os que são diferentes têm condições de não apenas se sobrepor, mas de liderar. (...) Na próxima reunião, quando todos, igualados, bem 'normaizinhos', bem 'mesmificados', estiverem bebericando, fumando e fazendo uso indevido da faculdade da palavra, sem pretender afrontá-los nem parecer melhor do que eles, não tenha medo de ser diferente. (...)

Não queira ser igual, em troca de ser aceito. Não ceda ao alcoolismo, ao tabagismo, aos narcóticos, às noitadas de dissipação. Só os psiquicamente adolescentes, por inseguros, o fazem. Revele sua maturidade, recusando-se, sem ofender aos vulgares, a segui-los em suas 'normais' reuniões de vício e degradação.

Isso é o que eu quis dizer ao sugerir que você não deixe cair a semente daninha em seu quintal. Não capitule.

Não esqueça o preceito hindu: 'Semeia um ato e colherá um hábito. Semeia um hábito e colherá um caráter. Semeia um caráter e colherá um destino.'"

(Hermógenes - Yoga para Nervosos - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 2004 - p. 220/221)