OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

VIDA E MORTE

"A morte não rompe os laços humanos mais do que cancela obrigações mútuas. É um evento dramático na vida como nascer ou apaixonar-se, como o desabrochar de um botão em flor, ou o nascer e o pôr do sol. A morte não rompe o laço dourado do amor ou o elo férreo do ódio, embora a ligação física possa ser rompida durante certo tempo. Apesar de a morte estar sempre à nossa volta, batendo as asas, por assim dizer, para que não negligenciemos sua existência, ela mantém domínio sobre a vida essencial no homem, o espírito que é imortal porque é divino. A imortalidade é uma ideia que é proeminente na sabedoria religiosa hindu. Não somente os deuses atingiram-na ao participarem do néctar, como é poeticamente colocado; mas é também um feito heroico que pode ser alçado pelo mortais que tenham a coragem intrépida e a perseverança necessária para o propósito.

(...) Seja essa imortalidade objetiva um estado desejável, ou até mesmo suportável, é uma questão a ser considerada por aqueles que, no sentido literal, aceitam essas histórias de sabedoria sagrada hindu a respeito de Markandeya e de outros que se diz terem superado a morte. É certamente uma clemência que sejamos capazes de iniciar a encarnação recém-banhados nas águas do Lehte, em esquecida inocência. Toda vez que nos retiramos para dentro de nós mesmos é para nos expor ao mundo externo para obter maior vantagem. A lousa está limpa, de modo que podemos desenhar sobre ela um quadro mais perfeito. Se tivéssemos de escrever sobre uma lousa já cheia de inúmeros caracteres indeléveis, estaríamos correndo o risco certo de criar ‘confusão ainda pior’ até que estivéssemos irremediavelmente perdidos numa confusão de doces e amargas memórias, alimentando remorso e reacendendo paixões. Na melhor das hipóteses nossa vida seria uma confusão, mais parecida com um pesadelo."

(N. Sri Ram, O Interesse Humano, Editora Teosófica, Brasília, 2015 - p. 34/35)


quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

A CALMA DA NATUREZA

"Há um grande silêncio envolvendo toda a natureza num abraço. Esse silêncio também envolve você.

Só quando mantém a calma e o silêncio em seu interior é que você pode alcançar a região de calma e silêncio em que vivem as pedras, as plantas e os animais. Só quando o barulho de sua mente silencia você se torna capaz de ligar-se à natureza num nível profundo e ultrapassar a sensação de separação causada pelo excesso de pensamento.

Pensar é um estágio da evolução da vida. A natureza existe numa calma inocente que antecede o surgimento do pensar. A árvore, a flor, o pássaro e a pedra não têm noção de sua beleza e de seu caráter sagrado. Quando os seres humanos conquistam a calma, eles vão além do pensamento. Na calma e no silêncio há uma dimensão adicional de conhecimento e de percepção que fica além do pensamento.

A natureza pode levar você à calma interior. É um presente dela. Quando você sente a calma da natureza e participa dela, essa calma fica permeada e enriquecida pela sua atenção. Esse é o seu presente para a natureza.

Através de você, a natureza toma consciência de si mesma. A natureza tal como é esperou milhões de anos por você."

(Eckhart Tolle - O Poder do Silêncio - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2010 - p. 54/55)


quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

OS PASSOS CIENTÍFICOS PARA MEDITAR COM ÊXITO

"Existem princípios científicos definidos a serem aplicados na busca por Deus. São os princípios da yoga, que na Índia foram pesquisados, praticados e provados por muitos séculos. (...) A ciência da religião baseia-se em leis imutáveis.

Algumas pessoas já me perguntaram: 'Por que a minha relação com Deus deve ser governada por tantas regras? Não posso simplesmente ser guiado por minha própria intuição no caminho espiritual?' Eu respondo: 'Sem dúvida alguma, use a intuição para guiar você, mas primeiro tenha certeza de que é uma intuição verdadeira (a qual provém da sintonia com Deus), e não apenas o seu desejo subconsciente de fazer o que quer'.

A autodeterminação errada é uma cilada para muitas pessoas. Primeiro, siga a ciência; aprenda a perceber Deus com a aplicação adequada dos métodos da yoga. Quando você O conhecer acima de qualquer dúvida - quando você conseguir ter a mente tão tranquila que, em todas as experiências da vida, puder manter uma atitude de beatífica devoção a Deus, de autoentrega constante a Seus pés - então há a possibilidade de seus esforços espirituais serem guiados pela intuição, e não antes. 

Os grandes mestres têm mostrado os passos que eles mesmos deram para chegar à realização divina. Qualquer pessoa de bom senso seguirá esses passos, em vez de tentar forjar o próprio caminho. Para que 'reinventar a roda'? Você tem liberdade, é claro; mas não seria mais lógico seguir o caminho que já se comprovou que leva a Deus, em vez de passar anos, talvez encarnações, tentando encontrar o seu próprio caminho por meio de laboriosas experiências de tentativa e erro?

As leis são conhecidas; a profundidade da meditação provém da aplicação paciente e firme dessas leis. É como aprender a tocar piano. O êxito provavelmente não virá de tentativas não científicas, a esmo. Antes de poder tocar um concerto de Rachmaninoff no piano, você precisa saber quais são as teclas certas e então, gradualmente, ganhar habilidade com a diligente prática diária. O mesmo ocorre com a meditação - ela requer a aplicação dos passos científicos de yama, niyama, asana e a contínua determinação de perseverar na prática das técnicas de pranayama, até que os pensamentos se aquietem completamente. Por meio de Hong-Só, a mente e a respiração sincronizam-se perfeitamente; é como se tivessem sido forjadas numa só espada afiadíssima que repentinamente corta os grilhões internos que nos aprisionam. A mente fica livre e clara. Você sente dentro de si a presença de Deus por trás desta forma física, além de toda a vida. Estas percepções maravilhosas e estimulantes surgem quando praticamos a ciência da meditação."

(Sri Daya Mata - Intuição: Orientação da Alma para as Decisões da Vida - Self-Realization Fellowship - p. 41/43)


terça-feira, 26 de janeiro de 2016

HÁBITOS DESTRUTIVOS (PARTE FINAL)

"(...) Como podemos produzir tranquilidade e harmonia interior, as únicas coisas capazes de assegurar a ação benéfica? Tranquilidade e ação podem parecer contradição, mas não são. A 'inação na ação e a ação na inação' de que fala o Bhagavad Gita é a ação oriunda de uma mente profunda e clara. Tudo o mais é atividade inquieta e infrutífera. É vital para o mundo que os indivíduos aprendam a agir a partir de um estado interior tranquilo e calmo, não de uma mente em luta. A não ser que nos aprofundemos nisso e não nos permitamos ser empurrados pela corrente do mundanismo, a dor não cessará.

Precisamos parar para compreender como funcionamos. Uma pequena ação praticada no correto estado mental faz muito mais bem do que grandes ações frutos da luta egocêntrica. No oceano, quando sopra um vento forte, de início ocorrem pequenas ondulações, mas se o vento continua soprando, as ondulações tornam-se mais fortes e maiores, e se transformam em enormes ondas.

Todos nós lutamos nossas pequenas lutas por causa de ambições sem importância e necessidades imaginárias. No reino psicológico, como no oceano, existe um processo cumulativo, como acontece com uma perturbação numa multidão. Algumas pessoas ficam assustadas, depois todo mundo entra em pânico, resultando em debandada. O mundo inteiro é assim. Nossas pequenas lutas se acumulam e se tornam guerras. Pessoas como Krishnamurti e o Dalai Lama dizem que somos responsáveis por todo o mundo. Quando não vivemos na serenidade e na paz, criamos guerras.

Os Budas nascem no mundo quando há degeneração, mas não deixam de ser Budas. Jamais são do mundo, são livres, sem karma, já que são a corporificação da paz. O karma não é apenas ação física, ele engloba o tipo de energia que colocamos em nossa ação. A energia dos Budas é amor e paz, enquanto a energia que as pessoas comuns geram é egoísta num grau maior ou menor, sendo, portanto, causa de violência. Para que a paz chegue ao mundo, não deve haver dentro de nós luta, ambição nem ilusões da insegurança. Quando nossas ilusões terminarem, seremos precursores da harmonia."

(Radha Burnier - Estar no mundo e viver em paz - Revista Sophia, Ano 11, nº 41 - p. 30/31)
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segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

HÁBITOS DESTRUTIVOS (2ª PARTE)

"(...) A luta é um hábito psicológico destrutivo para provar o próprio mérito, para parecer esperto, obter vantagens, progredir rapidamente e assim por diante. Mas por que devemos parecer espertos? Por que devemos parecer alguma coisa? Por que todo esse esforço? Será possível agir e viver, fazer o que vale a pena, o que é útil e bom, sem precisar psicologicamente lutar para isso?´

Como lutar é um hábito do ego, quando as pessoas decidem não fazer parte do mundo e viver a vida espiritual, a mente continua ansiosa por obter a atenção do guru, para se iluminar rapidamente ou para encontrar o melhor método de vencer os defeitos. Assim, ela não é pacífica. É fácil ser mundano enquanto se imagina ser espiritual. Por outro lado, ao perceber que o eu egoísta se alimenta da confrontação com os outros, com as ideias, as circunstâncias e os seus próprios defeitos, a pessoa se livra da tensão, e sobrevém a calma.

Viver uma vida saudável, ser natural e feliz como as crianças significa não lutar, mas permanecer quieto e calmo com o que quer que seja. O Taoísmo ensina a não resistência, o que implica profundo contentamento interior, em harmonia com o céu e a terra. Não será isso o que quer dizer o Bhagavad Gita ao aconselhar a pessoa a agir 'estabelecida no yoga'? Yoga é realizar plenamente a harmonia do céu e da terra dos quais somos parte. Quando não há sentimento de luta, ocorre uma mudança nos nossos relacionamentos e em nosso próprio ser.

Pessoas inteligentes e talentosas oferecem soluções variadas para os imensos problemas atuais, mas muitas vezes a cura é pior que a doença. O uso de produtos químicos artificiais é um exemplo. Supunha-se que prenunciavam uma sociedade livre de doenças, mas criaram novos problemas. Quem sabe o que irá resultar das manipulações genéticas?

Somos incapazes de dar fim aos conflitos no mundo ou de erradicar a pobreza. Será que somos tão impotentes porque somos vítimas do estresse do ego, que essencialmente projeta ilusões a partir de mentes perturbadas e, portanto, obscuras? Obviamente, apenas a mente tranquila possui clareza; a mente confusa acredita em suas capacidades e supõe que a confusão pode ser subitamente dissipada. Mas isso não acontece, porque suas percepções não são nem totais nem saudáveis. (...)"

(Radha Burnier - Estar no mundo e viver em paz - Revista Sophia, Ano 11, nº 41 - p. 29/30)
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