OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

CRESCIMENTO ATRAVÉS DA DOR

"Embora os frutos da vida espiritual sejam a alegria, o amor, a paz e a harmonia, temos também de enfrentar provações e desafios e vencer tentações internas e externas. De que outra forma poderíamos desenvolver nossas fibras espirituais se não as utilizarmos?

A dor constitui um maravilhoso mecanismo de regeneração proporcionado pelo universo. A dor o informa de que existe algum desequilíbrio em sua vida, e o obriga a fazer as alterações necessárias para restabelecer este equilíbrio.

A dor, além disso, o ajuda a criar uma relação mais íntima com Deus. Ouvi dizer na Associação dos Alcoólicos Anônimos, que alguém precisa chegar até o fundo do poço antes de estar pronto para ser ajudado. Essa observação também vale para você. Em momentos de desespero, quando se dá conta de que seus próprios esforços já não conseguem mais ajudá-lo, você se torna receptivo para pedir socorro àquela força Suprema. E é nesses momentos que ouve a voz interior responder: ‘Estou sempre aqui ao seu lado, até o final dos tempos.’

Lembre-se dos momentos mais dolorosos, mais difíceis de sua vida. Recorde os momentos de maior sofrimento ou privação. Reflita no que aprendeu com esses acontecimentos; avalie o seu grau de crescimento. Não se considera uma pessoa mais compassiva, sábia e compreensiva em consequência do sofrimento por que passou?

Compare tudo isso com um período em que tudo andava bem, em que suas sensações de dor estavam reduzidas ao mínimo. Qual das experiências produziu mais crescimento e transformação em sua vida?

Invariavelmente, terá sido a situação ‘dolorosa’ que de fato lhe proporcionou uma bênção, abriu seu coração e fez de você um ser humano mais amoroso."

(Douglas Bloch - Palavras que Curam - Editora Cultrix, São Paulo, 1993 - p. 66)
www.pensamento-cultrix.com.br


quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

PRECONCEITOS DISFARÇADOS

"O mundo de hoje é cheio de preconceitos em nome do não preconceito. Senhoras de idade avançada são incentivadas a participar de concursos de beleza, da mesma forma e com o mesmo tipo de roupas usadas por adolescentes, em nome da valorização da terceira idade. Por trás disso existe um mito de que ser bonita é desfilar e se vestir como jovem. Isso é preconceito. Por que uma senhora de 70 anos precisa ser como uma jovem? Por que ela não pode ser valorizada de acordo com a idade que tem, com toda a sua maturidade, sabedoria e beleza, conforme os padrões da própria idade. 

Quebrar preconceitos é algo muito mais profundo do que usar biquíni fio dental e top less, ou queimar o sutiã na praça. Seria melhor dizer que é ter consciência, em cada uma de nossas atitudes, do sentido da nossa vida e de quais são os valores que elegemos para nós mesmos. Se eu tenho uma compreensão, por exemplo, de que o sentido da vida é o despertar da alma, é muito pouco relevante se uma pessoa está numa cadeira de rodas ou lê livros em braile, mas é muito relevante o seu desenvolvimento do discernimento e da percepção da realidade. E perceber a realidade envolve aceitar que o surdo não ouve, o cego não vê, e a beleza da moça de 15 anos e da mulher de 70 não são iguais. E nem por isso essas pessoas são menos dignas ou menos completas em sua humanidade.

Uma das virtudes a serem praticadas na senda do yoga é satya, ou não falsidade. A falsidade abrange tanto iludir os outros quanto iludir a si próprio. É muito fácil ver o estrago que causamos ao mentir para os outros, mas ver a autoilusão é algo muito mais sutil. Por exemplo, é bastante comum o sofrimento de algumas mulheres na hora de se vestir para um evento importante. Em primeiro lugar, não existe nada de errado em se vestir e querer se vestir bem. Mas sofrer é desnecessário. Por que sofrer por causa de roupas? Nesse caso existem várias mentiras envolvidas. A primeira é que a pessoa vale conforme a roupa que veste, a segundo é que a pessoa vele se a roupa está na moda, a terceira é que a pessoa deve ter o padrão de beleza que está na moda, a quarta é que todas as pessoas do evento prestarão atenção na roupa que ela está usando, a quinta é que se alguém falar mal da roupa que ela está usando, isso é muito importante, e ela deve sofrer e se sentir um lixo. 

Eu poderia citar outras, mas essas cinco primeiras mentiras já servem para destruir o que poderia ser a verdadeira alegria do evento. Essa mulher está sendo escrava e destrói a sua felicidade por acreditar nessas mentiras. O exemplo parece exagerado, mas não é; pense na quantidade de moças com anorexia, bulimia, rapazes viciados em anabolizantes, em busca de corpo perfeito, escravos da ilusão e que muitas vezes encontram a morte precoce. Eu penso que uma pessoa que anda em cadeira de rodas, não não tem esse tipo de limitação mental, é livre como um pássaro.

Platão falou, no mito da caverna, sobre pessoas acorrentadas e condenadas a viver vendo sombras na parede, projetadas por uma luz que vem de trás e que eles não podem ver, pois suas cabeças imóveis estão presas pelas correntes. A parábola diz respeito a nossa condição humana. Vale a pena estudar a alegoria platônica e refletir, toda vez que nos sentirmos limitados pelas circunstâncias, se isso não é algo pequeno em comparação com as correntes que prendem as nossas cabeças. Moral da história: Para as limitações físicas, os remédios físicos; para as limitações mentais, a chave do cativeiro."

(Cristiane Szynweiski - A chave do cativeiro - Revista Sophia, Ano 12, nº 47 - p. 22/23)


quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

UM DIA DE VIDA

"(...) Temos o hábito de pensar que o transcurso de uma existência é um longo período de tempo, mas, na realidade, é apenas um dia de uma vida maior. Não podemos concluir um trabalho realmente grande num dia só; ele talvez requeira muitos dias, e o trabalho de um dia, às vezes, não mostra um resultado apreciável; não obstante, o trabalho de cada dia é necessário à complementação da grande tarefa, e se o homem se entregar à preguiça, dias após dia, porque a concretização do trabalho lhe parece tão distante, não conseguirá que o trabalho seja feito.

Muitos são aqueles para os quais a Teosofia chega tarde na vida, que se sentem um tanto ou quanto desalentados pela perspectiva, julgando-se agora demasiado velhos para empreenderem alguma coisa com seriedade, ou para fazerem algum trabalho de valor, e acham que o máximo que podem fazer agora é chegar tranquilamente ao fim desta encarnação, com a esperança de ter, na próxima, uma oportunidade melhor.

Eis aí um triste erro, e por várias razões. Não sabemos que espécie de encarnação de carma se estará preparando para nós na próxima vez que voltarmos à terra. Não sabemos se, por alguma ação anterior, merecemos a oportunidade de nascer num ambiente teosófico. Seja como for, o modo que mais parece capaz de assegurar um nascimento assim consiste em utilizar a oportunidade que nos chegou agora, visto que, de tudo o que aprendemos a respeito do funcionamento da grande lei de causa e efeito, destaca-se com suma clareza o fato de que o resultado de agarrar uma oportunidade é, invariavelmente, oferecer-se outra oportunidade mais ampla. Se, portanto, descurarmos da oportunidade colocada diante de nós pelo nosso encontro com a Teosofia agora, é possível que, na próxima encarnação, a oportunidade não nos procure outra vez. 

Se o homem se puser a trabalhar com afinco e impregnar o seu espírito, o máximo possível, de ideias teosóficas, isso as construirá muito bem no ego, e lhe dará uma atração tão grande por elas que ele, com toda a certeza, mesmo que não consiga recordá-las com minúcias, as procurará instintivamente e as reconhecerá em seu nascimento seguinte. Todo homem, portanto, deve encetar o trabalho filosófico assim que ouvir falar nele, porque, seja o que for que consiga realizar, por menor que seja, será para o bem, e ele começará, no dia seguinte, do ponto em que o deixou. (...) Assim sendo, não se perde esforço algum, e nunca é tarde demais, em qualquer vida, para ingressar no longuíssimo caminho ascendente e dar início ao trabalho glorioso de ajudar os outros. (...)"

(C.W. Leadbeater - A Vida Interior - Ed. Pensamento, São Paulo, 1999 - p. 120/121)


terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

OS SETE PORTAIS PARA O CAMINHO DA VIRTUDE

"Na escola de pensamento Mahãyãna do budismo setentrional, o caminho da virtude era identificado com a verdadeira sabedoria, bem como com a ação de autossacrifício; foi concebido como sendo marcado por sete portais, cada um dos quais exigia determinado tipo de desenvolvimento, representando um aspecto da perfeição humana e tendo suas raízes em uma natureza incorrupta e incorruptível presente no âmago de cada ser humano. A chave para o primeiro portal, conforme é explicado na obra A Voz do Silêncio, de H. P. Blavatsky, é Dãna, uma palavra sânscrita, traduzida por ela como 'caridade e amor imortal'. Literalmente a palavra significa doação, mas é uma doação sem reservas, com o coração e também com as mãos. A menos que a viagem seja realizado a partir de uma motivação pura de altruísmo, do desejo de devotar-se à felicidade e à iluminação de cada ser humano e ao bem de cada criatura viva, não poderá ser empreendida de forma alguma. O coração e a mente da pessoa precisam primeiramente sintonizar-se com o coração e a mente de todos os seres vivos.

 O segundo portal representa Shila - todos eles com nomes em sânscrito ou pali - geralmente compreendido como o viver limpo e reto em todos os aspectos da vida e conduta da pessoa. H.P.B. o traduz como 'harmonia em ato e palavra', visto que a harmonia no interior da pessoa, inseparável do viver correto,manifesta-se como harmonia em ato e palavra.

O terceiro portal significa Kshanti, que ela descreve como 'doce paciência que nada pode perturbar'. O significado dicionarizado comum da palavra inclui tolerância e perdão.

As próximas duas virtudes são Vairãgya ou imparcialidade e Virya ou energia. H.P.B. traduz Vairãgya como 'indiferença ao prazer e à dor, conquista sobre a ilusão, percepção somente da verdade', e Virya como a 'energia intrépida que vence seu caminho para a verdade suprema'. Não é o tipo de energia que pertence às coisas da matéria, mas a energia da vida ou Espírito que surge de um estado puro incondicionado, e que, portanto, pode manifestar o ardor ou paixão máximos e mesmo assim permanecer desapegada, não se envolvendo nas coisas por entre as quais se movimenta.

Os dois últimos portais designados, Dhyãna, significando contemplação ou estado meditativo, e Prajnã, compreensão perfeita, realmente são condições de existência em que podem estar presentes as qualidades de qualquer uma ou de todas as virtudes. (...)"

(N. Sri Ram - Em Busca da Sabedoria - Ed. Teosófica, Brasília, 1991 - p. 41/42)


segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

SOFRIMENTO - CRÉDITO (PARTE FINAL)

"(...) O sofrimento-crédito é fator de aperfeiçoamento, ou autorrealização, quando realizado devidamente.

De maneira que nenhum sofredor tem motivo para desânimo, pessimismo ou desespero. Em hipótese alguma, pode o fenômeno objetivo do sofrimento ser prejudicial ao homem. O principal não é sofrer ou não sofrer; a principal tarefa de todo o homem, aqui na terra, é realizar-se cada vez mais.

E, por mais desagradável que seja nossa autorrealização, ela é, quase sempre, mais favorecida pelo sofrimento do que pelo gozo. Uma vida de gozo reforça o ego humano, uma vida de sofrimento fortalece o Eu divino do homem. 

A revolta habitual contra o sofrimento prova que o homem não compreendeu a verdadeira razão de ser da sua existência terrestre, que não é gozo nem sofrimento, mas autorrealização. E, como a autorrealização é impossível sem reconhecimento, deve o homem, acima de tudo, realizar o seu autoconhecimento, saindo da ilusão tradicional de se identificar com o seu ego humano, e entrar na verdade libertadora de se identificar com o seu Eu divino, com sua alma, com o Cristo interno, com o Pai imanente: 'Eu e o Pai somos um'.

A maior acerbidade do sofrimento não é o sofrimento em si mesmo, mas é a absurdidade do sofrimento. Mas essa absurdidade desaparece quando o homem sabe realmente o que ele é.

Então, todo o sofrimento é, pelo menos, tolerável. Tudo pode o homem tolerar quando ele se tolera a si mesmo."

(Huberto Rohden - Porque Sofremos - Ed. Martin Claret, São Paulo, 2004 - p. 30/31)