OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


quinta-feira, 15 de setembro de 2016

VITÓRIA PELA AUTOSSUFICIÊNCIA

"Quem pouco fala, encontra atitude certa
Em todos os acontecimentos.
Não desespera quando rugem tufões,
Porque sabe que não tardam a passar;
Sabe que um chuveiro não dura o dia todo,
É produzido pelo céu e pela terra.
Se tudo é tão inconstante,
Como não o seria o homem?
Por isto o que importa
É a atitude interna,
Isto é: adaptar-se em silêncio
A todos os acontecimentos.
Quem harmoniza os seus atos
Com o Tao da Realidade
Se torna um com ele.
Quem, no seu agir, é determinado
Por seu próprio ego,
Identifica-se com o ego.
Quem identifica o seu agir com coisa qualquer,
É identificado com esta coisa.
Quem sintoniza com a alma do Infinito,
Se assemelha em tudo ao Infinito.
E quem assim se harmoniza com o Infinito,
Recebe os benefícios do Infinito.
Tanta confiança recebe cada um, 
Quanto confiança ele der.

EXPLICAÇÃO: Aqui é enunciado o antiquíssimo princípio hermético: o homem só pode receber algo na medida em que ele dá. O receber na vertical é diretamente proporcional ao dar na horizontal. A receptividade é proporcional à datividade. O segredo de enriquecer não está no receber, mas sim no dar. As águas da Fonte Cósmica só enchem os canais humanos na medida que estes se esvaziarem."

(Lao-Tse - Tao Te King, O Livro Que Revela Deus - Tradução e Notas de Huberto Rohden - Fundação Alvorada para o Livro Educacional, Terceira Edição Ilustrada - p. 74/75)


quarta-feira, 14 de setembro de 2016

DIVISÕES DO CARMA

"Denominemos, segundo os hindus:

Carma total ou Sanchita, o mal e o bem acumulados de todas as vidas passadas.

Carma parcial ou inicial ou Prarabda, a quantidade de sofrimento e de prazer destinados a uma vida física.

Carma final ou futuro ou Agami ou Kryiamana, a relação entre o bem e o mal praticados na vida atual. É o Carma que estamos formando, para ser descontado futuramente, nesta ou em outras encarnações.

A diferença entre o Carma final e o inicial, dará um saldo a favor do indivíduo, e será descontado do Carma total.

Em cada vida física o indivíduo procura descontar certa porção de Carma.

No fim de numerosas existências, terá pago todas as suas dívidas cármicas.

Esgotado o mau Carma total, o indivíduo terminou sua evolução humana.

A vida do indivíduo é coisa por demais complexa, para poder-se descer à análise de todos os seus atos, pensamentos e sentimentos.

Muita coisa resolve-se dentro do próprio mecanismo da natureza, porém o resultado global dos atos do indivíduo tem de passar pelo controle dos Senhores do Carma.

Há ações que produzem resultados imediatos, porém outras só permitirão a colheita de frutos em novas vidas.

Então intervêm os Auxiliares Superiores, distribuindo para cada existência terrena a quantidade de bom e mau carma, criando o ambiente, as circunstâncias em que a pessoa vai viver e lutar."

(Alberto Lyra – O ensino dos mahatmas – IBRASA, São Paulo, 1977 – p. 62)


terça-feira, 13 de setembro de 2016

INDEPENDÊNCIA

"'Independência ou morte!' - foi um slogan virilmente proposto pelo Príncipe D. Pedro, Regente do Brasil, ao declarar-se pela independência dos brasileiros, sacudindo, assim, a opressão exercida pelas cortes de Lisboa.

Este lema continua válido hoje e sempre o será quando aplicado à sagrada campanha que obrigatoriamente todos temos de encetar contra todas as formas de dependência, sujeição e opressão que sobre nós se façam.

O lema contém um dilema: ou independência, ou a morte!

Por quê?

Porque quem se submete a uma dependência está morto. Dependência é sinônimo de morte, como independência é sinônimo de Vida. Nascemos e vivemos para libertar-nos de todos os tiranos, de todas as pessoas, vícios, condicionamentos, fraquezas, todos os dogmas, preconceitos, fanatismos, ilusões, limitações, erros, imperfeições, obsessões, intoxicações... que nos submetem, reduzem, escravizam, diminuem, esmagam; temos que nos libertar de todas as sujeições, submissões, esmagamentos, deturpações, subserviências... É para isto que estamos aqui, existindo.

Há uma tirana cuja existência nutre todos os outros tiranos que nos esmagam. O nome dela é ignorância. Libertemo-nos da ignorância, e então viveremos.

Só 'a Verdade vos libertará'."

(Hermógenes - Deus investe em você - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1995 - p. 62)


segunda-feira, 12 de setembro de 2016

O INDIVÍDUO SEMI-HUMANO

"A Lei do Karma traz-nos de volta ao nascimento num corpo físico - às vezes num corpo de homem, às vezes num de mulher - para ajudar a despertar a consciência e fazê-la crescer pouco a pouco. Nossa antenção foi chamada para esse fato por um feliz artigo escrito por um acadêmico da Universidade de Cambridge, que assinalou que existe todo um processo de evolução ocorrendo para içar situações variadas a um nível mais elevado. Assim, o inseto cresce até um nível mais elevado, e depois a um nível mais elevado ainda, até que surge o estágio humano e depois o super-humano, a respeito do qual muito pouco sabemos. Nesse processo de uma evolução em expansão, o homem não é ainda um ser humano pleno, mas apenas está a caminho. Ainda existe muito do animal na grande maioria das pessoas que chegaram até este estágio de possuir um corpo físico humano, mas que trazem muitos traços animais - algo mais próximos do verdadeiro ser humano e alguns ainda no nível animalesco. A maioria é uma mistura de ambos.

O ser humano médio de hoje em dia é essa mistura; a proporção varia de indivíduo para indivíduo, de modo que ninguém é exatamente como uma outra pessoa. Infelizmente, a maioria de nós não sabe que alguns desses traços que exibimos enquanto enfrentamos as circunstâncias do presente são realmente resíduos de encarnações prévias em vidas vividas no período pré-humano. Os grandes seres humanos, como o Senhor Buda, estão livres dos estorvos de vidas passadas. Eles são plenamente humanos, às vezes mais do que humanos.

Se pudéssemos compreender com maior clareza todo o processo - ou seja, o processo evolutivo - compreenderíamos melhor como alguém verdadeiramente cresce, e não apenas como a forma física se desenvolve. Se pudéssemos compreender isso, veríamos que a maioria dos seres humanos ainda não está em forma. Assim, a evolução é um tema importante que devemos entender tanto quanto possível, não apenas a condição física atual, mas também o papel que ela desempenha no despertar espiritual.

Aqueles que são descuidados para com as crianças, que estão muito voltados para si mesmos e negligenciam-nas, maltratam-nas, e mesmo as descartam por qualquer que seja a razão, demonstram imperfeição em seu próprio ser. Vai levar ainda muito tempo para que a pessoa nesse estágio torne-se plenamente humana. Se pudéssemos compreender melhor tudo isso, mais livres estaríamos das compulsões, crescendo mais em verdadeira felicidade e não apenas nos assim chamados prazeres de uma vida superficial."

(Radha Burnier - Meu karma sou eu mesmo - TheoSophia, Ano 104, Abril/Maio/Junho de 2015 - Pub. da Sociedade Teosófica no Brasil - p. 11/12)
http://www.sociedadeteosofica.org.br/


domingo, 11 de setembro de 2016

O CONCEITO DE 'DHARMA' NO GITA (PARTE FINAL)

"(...) A consciência hindu reconhece a verdade de que há momentos quando se pode opor-se ao costume. O pensamento hindu não exige submissão a cada costume. Se um costume entra em conflito com o dharma, abandonemos o costume e fiquemos com o dharma. Pensemos por um momento, se sempre nos submetermos ao costume, como poderá a sociedade progredir?

Por outro lado, existe algo chamado lei estatutária, isto é, criada por um estado. Jurisprudência é o estudo das leis de estado. Roma é a terra natal da jurisprudência clássica. É a única ciência dos romanos. Essa 'lei' trata de casos e de sua classificação. Dharma também não é lei estatutária. Existem casos de conflito entre dharma  e leis de estado. Deveriam as pessoas desobedecer a uma lei de estado? A pergunta deve ser decidida em cada caso individual, segundo seu próprio mérito. Não posso dizer-lhes em termos gerais: não obedeçam ao estado, ou obedeçam ao estado. Cada lei de estado deve ser considerada segundo seu próprio mérito. Pense em Sócrates. A equivocada democracia ateniense julga Sócrates. As acusações assacadas contra Sócrates são muitas. Sócrates está preparado para beber o copo de cicuta. Alguns discípulos arranjaram para que ele escapasse da cela e lhe pedem para fugir. Sócrates diz: 'Não!'. Ele diz que nada fará para fugir e que não irá desobedecer ou infringir a lei do estado. Pense, por outro lado, em Thoreau. Ele defende a desobediência civil. Assim, nem sempre é fácil dizer quando se deve obedecer e quando se deve desobedecer a uma lei de estado. Desejo assinalar que dharma não é uma lei estatutária. O que então, é o dharma!

Dharma é a lei interior. Nos livros budistas ele aparece como bodhi. Todo homem possui a sabedoria dentro de si; e abençoado é aquele que não confia nos costumes, mas na orientação da sua sabedoria interior. Às vezes falam do dharma como a impessoal lei de função. Nossos costumes e nossas leis de estado são leis muitas vezes preocupadas com coisas estáticas. Um homem rouba seu dinheiro e a lei o pune. Essa lei está interessada principalmente nas coisas. Mas Dharma, a Lei Interior, é verdadeiramente impessoal. Uma lei de estado é aquele que é criada por uma categoria ou partido no poder. Essa é, em grande parte, propriedade dos poderosos. Seu direito (recht) é a expressão do poder. Mirabeau disse: 'A lei das nações é a lei dos fortes cuja observância é imposta aos fracos'. Por trás dessa lei está a concepção do 'estado barraco'. Essa lei está preocupada com a 'persona', isto é, com as pessoas no plano sócioeconômico. Haverá outro plano? Dharma é a impessoal lei de função. É a verdadeira Sanatan Dharma. Somente ela vive e não muda. 

Então, meu dever é cooperar com essa Lei - a grande lei da vida no mundo. E, para cooperar assim, devemos obedecer a certas disciplinas. O Gita é um livro de disciplinas, uma escritura de sadhanas. Devemos aceitar certas disciplinas para cooperarmos com a Grande Lei."

(Sadhu Vaswani - O Conceito de 'Dharma' no Gita - TheoSophia - Ano 101, Janeiro/Fevereiro/Março de 2012 - Pub. da Sociedade Teosófica do Brasil - p. 39/40)