OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


quinta-feira, 27 de outubro de 2016

O ENVELHECIMENTO (2ª PARTE)

"(...) Podemos contemplar o seguinte poema sobre os sofrimentos do envelhecimento, escrito pelo erudito Gungtang:
Quando somos idosos, nosso cabelo se torna branco, Não porque o tenhamos lavado muito bem; Isso é um sinal de que, em breve, encontraremos o Senhor da Morte.
Temos rugas em nossa fronte, Não porque tenhamos carne demais; É um aviso do Senhor da Morte: 'Estás prestes a morrer'.
Nossos dentes caem, Não para abrir espaço para novos; É um sinal de que, em breve, perderemos a capacidade de ingerir alimentos que as pessoas normalmente desfrutam.
Nosso rosto é feio e desagradável, Não porque estejamos usando máscaras; Isso é um sinal de que perdemos a máscara da juventude.
Nossa cabeça balança de um lado para outro, Não porque estejamos discordando; É o Senhor da Morte batendo em nossa cabeça com o bastão que ele traz em sua mão direita.
Andamos curvados, fitando o chão, Não porque estejamos à procura de agulhas perdidas; Isso é um sinal de que estamos em busca da beleza e das memórias que deixamos de ter.
Levantamo-nos do chão usando os quatro membros, Não porque estejamos a imitar os animais; Isso é um sinal de que as nossas pernas estão fracas demais para suportar o nosso corpo.
Sentamo-nos como se tivéssemos sofrido uma queda repentina, Não porque estejamos zangados; Isso é um sinal de que o nosso corpo perdeu seu vigor.
Nosso corpo balança quando andamos, Não porque pensemos que somos importantes; Isso é um sinal de que as nossas pernas não podem sustentar o nosso corpo.
Nossas mãos tremem, Não porque estejam com ânsia de roubar; Isso é um sinal de que os dedos gananciosos do Senhor da Morte estão roubando as nossas posses.
Comemos pouco, Não porque somos avaros; Isso é um sinal de que não podemos digerir nossa comida.
Sibilamos com frequência, Não porque estejamos sussurrando mantras aos doentes; Isso é um sinal de que nossa respiração em breve desaparecerá. (...)"
(Geshe Kelsang Gyatso - Budismo Moderno, O Caminho de Compaixão e Sabedoria - Tharpa Brasil, São Paulo, 2016 - p. 49/51)
Fonte:
https://cienciaespiritualidadeblog.wordpress.com


quarta-feira, 26 de outubro de 2016

ENVELHECIMENTO (1ª PARTE)

"O nosso nascimento também dá origem aos sofrimentos do envelhecimento. O envelhecimento rouba a nossa beleza, a nossa saúde, a nossa boa aparência, o corado do nosso rosto, a nossa vitalidade e o nosso conforto. O envelhecimento nos transforma em objetos de desdém. Ele traz muitos sofrimentos indesejáveis e leva-nos rapidamente para a nossa morte. 

À medida que envelhecemos, perdemos toda a beleza da nossa juventude, e o nosso corpo sadio e forte torna-se fraco e oprimido por doenças. Nosso porte, outrora vigoroso e bem proporcionado, torna-se curvado e desfigurado; nossos músculos e carne encolhem tanto que os nossos membros tornam-se finos como gravetos, e nossos ossos tornam-se salientes e protuberantes. O nosso cabelo perde a cor e o brilho, e nossa pele perde a radiância. A nossa face torna-se enrugada e a nossa fisionomia fica gradualmente distorcida. Milarepa disse:
Como os velhos se levantam? Eles se levantam como se estivessem arrancando uma estaca do chão. Como os velhos andam? Uma vez que estejam em pé, eles têm que andar cuidadosamente, como fazem os caçadores de pássaros. Como os velhos se sentam? Eles se estatelam como malas pesadas cujas alças se romperam. (...)"

(Geshe Kelsang Gyatso - Budismo Moderno, O Caminho de Compaixão e Sabedoria - Tharpa Brasil, São Paulo, 2016 - p. 49)
Fonte: https://cienciaespiritualidadeblog.wordpress.com


terça-feira, 25 de outubro de 2016

SACRIFÍCIO

"(...) Há um modo de colocar a vida diária à sombra da vida do Cristo: é fazer de toda ação, de todo ato um sacrifício, executando-o não pelo que possa nos aproveitar, mas para vantagem e progresso dos outros; e nesta vida terra a terra, vida de humildes deveres, de ações mesquinhas, de interesses vulgares, procuremos mudar o motivo da nossa vida diária e, assim, transformá-la. Não é preciso variar coisa alguma da nossa vida externa. Qualquer que seja o gênero de vida, o sacrifício é possível; qualquer que seja o meio, Deus pode ser servido. O despertar da espiritualidade não é assinalado pela ação, mas pela maneira como é feita esta ação. 

Não são das circunstâncias, mas da nossa atitude diante delas que depende o nosso desenvolvimento. 'Na verdade, este símbolo da cruz pode nos servir de pedra de toque, aqui embaixo para distinguir o bem do mal, em muitos momentos difíceis. Somente aquelas ações em que a luz da cruz penetra, são dignas da vida do discípulo. Devemos entender, por isto, que o aspirante deve ter por móvel o fervor de uma bondade pronta a todos os sacrifícios. O mesmo pensamento aparece neste versículo: Quando o homem entra no caminho, põe seu coração na cruz; e quando o coração e a cruz se enlaçam estreitamente, o fim foi alcançado. Isto nos permite determinar o nosso grau de progresso, examinando se é o egoísmo ou a renúncia de nós mesmos que domina nossa vida'¹

Toda a vida, que assim começa a se formar, prepara a caverna em que o Cristo-Criança deverá nascer; ela não será senão uma redenção contínua, divinizando cada vez mais os elementos humanos. Tal vida crescerá até alcançar as proporções de um ' Filho bem-amado' e um dia irradiará a glória do Cristo.

Todo o homem pode caminhar para este fim, fazendo o sacrifício de todos os seus atos e todas as suas faculdades, até o momento em que o ouro seja separado de qualquer impureza, substituindo apenas o metal puro."

¹ Leadbeater, O Credo Cristão, p. 82.

(Annie Besant - O Cristianismo Esotérico - Ed. Pensamento, São Paulo/SP - p. 129/130)


segunda-feira, 24 de outubro de 2016

A ESTRADA PARA DEUS

"Qual é o serviço que o oceano presta, com toda sua salgada massa líquida? Ele não pode mitigar a sede de um único ser humano. Para que serve a vida de cem anos a um sovina? Eis minha mensagem a vocês - não demonstrem rancor, aflição ou dor. Estejam felizes. Espalhem felicidade em torno de vocês. A única oferenda de que Deus gosta é a doçura.

Silencie, e induzirá o silêncio aos outros. Não se dê ao hábito de gritar, falar demais e vociferar. Reduza os contatos ao mínimo. Carregue com você uma atmosfera de quieta contemplação onde quer que esteja. Há alguns que vivem em permanente tagarelice, num furacão de ruídos. Estando eles numa exposição, numa feira, num hotel ou templo mesmo em Prasanthinilayam¹, agitarão suas línguas, e não pararão. Tais pessoas não avançarão na estrada para Deus."

¹ Prasanthinilayam ou 'Morada da Paz Transcendente' - nome do principal ashram (morada) de Sai Baba.

(Sathya Sai Baba - Sadhana, O Caminho Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1993 - p. 160)


domingo, 23 de outubro de 2016

O BOM E O MAU KARMA, E OS LUGARES ONDE SÃO EFICIENTES

"O Bom e o Mau Karma operam em um ou em todos os Três Mundos da Existência.

1. O Mau Karma (Akusala-karma, literalmente karma inábil) só é colhido em Kamaloka. Kamaloka é o Mun­do dos Sentidos, e consiste na vida sobre a Terra e na vida no Hades. Geralmente, na Literatura Teosófica, essa pala­vra se limita ao 'Hades', ou Estado entre a Terra e o Devachan; mas, metafisicamente falando, refere-se a todos os Mundos ou Estados resultantes dos Desejos (Kama) e nos quais o Desejo é expresso. Refere-se, também, aos Infernos (Narakas), ou regiões de purificação (Pêtalas), que são os mais baixos subplanos do Mundo Astral. Na vasta maioria dos casos, o mau Karma é esgotado em am­bas essas partes do Kamaloka. Nas vidas terrenas poste­riores, ajustamos os males feitos ao nosso próximo e apren­demos as lições nas quais falhamos, enquanto nos Nara­kas e Pâtalas esgotamos nossas tendências passionais.

2. O Bom Karma (Kusala-karma, literalmente, 'karma hábil') é trabalhado em todos os Três Mundos — o dos Sentidos (Kamaloka), os Céus da Forma (Rupa-Loka) e os Céus Sem-Forma (Arupa-Loka). Nesse caso, até onde se refere ao Kamaloka, isso acontecerá nos níveis supe­riores, ou em seus subplanos, onde qualquer bem pode ser colhido, e essas regiões correspondem ao Paraíso da terminologia cristã, aos Campos Elísios da filosofia grega e ao Amenti da religião egípcia. Trata-se de um estado de prazer destituído de espiritualidade, e pode reter a Alma por mais tempo, adiando sua entrada no Devachan, ou Céu, mais ainda do que o fazem Narakas e Pâtalas, por causa de certas satisfações que dá à personalidade. Trata-se de uma espécie de pequeno céu, para aqueles que são simples e fazem o bem visando apenas o próprio bem-estar.

Todas as nossas punições e todas as nossas alegrias são feitas por nós mesmos e, segundo o grau de nossas aspirações, assim iremos ascender. O Senhor Krishna disse que 'aqueles que veneram os Deuses irão ter com os Deu­ses', mas 'os que me veneram, virão ter Comigo'. 'Ao fim da vida, a Alma se vai sozinha para onde apenas as nossas boas ações nos ajudam' (Fo-Sho-Hing-Tsan-King, v. 1560); e no Mulamuli podemos ler: 'Quando uma pes­soa faz o mal, acende fogo no inferno e queima-se em seu próprio fogo.' E no Chhândogya Upanishad, iii, xiv, l, há estas palavras definitivas: 'O Homem é uma criatu­ra, de Vontade. Conforme seja sua Vontade neste mundo, assim será quando tiver partido desta vida.' Tudo isso mostra nosso grande poder — potencial ou real — porque todos esses Estados de Céus e Infernos que existem, es­tão, também, dentro de nós, e é construindo dentro de nós e na nossa natureza elementos pertencentes a esses estados que nos tornamos semelhantes a eles. Ou antes, é o fato de nos desembaraçarmos de todos aqueles Véus de Ignorância e Pecado, que ocultam a Glória Interior. 'Eu próprio sou Céu e Inferno', canta Omar Khayyam."

(Irmão Atisha - A Doutrina do Karma - Editora Pensamento, São Paulo - p. 25)