OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


sábado, 4 de fevereiro de 2017

O QUE É PROGRESSO? (1ª PARTE)

"O quanto os seres humanos realmente ajudam a produzir o progresso com suas invenções? Existem graves temores sobre o efeito da engenharia genética. Clérigos, parlamentares, médicos e muitas outras pessoas expressaram séria preocupação a respeito da produção de 'bebês geneticamente projetados'. Justifica-se os pais acreditarem que suas escolhas melhorarão as coisas para si ou para a humanidade?

O que decide o progresso evolucionário é apenas uma questão de especulação. Alguns pensadores conjecturaram ou intuíram que havia objetivos embutidos na evolução. Vicornte de Nouy apresentou essa visão no livro Human Destiny, publicado há várias décadas. Outros lhe têm dado apoio com evidências extraídas de seus próprios estudos biológicos e evolutivos.

Edmund Sinnott, no livro Biology of the Spirit, escreveu: 'Um organismo, à medida que se desenvolve a partir de um ovo ou de uma semente, regula de tal maneira seu crescimento que se move firmemente rumo à produção de um indivíduo maduro de uma espécie definida. Um direcionamento e uma autorregulação similares são evidentes nesse comportamento, e assim nos traços mentais, Oferece-se a sugestão de que essa tendência rumo à busca do objetivo, manifesta nas atividades tanto do corpo quanto da mente, é uma característica básica de toda a vida."

Se a própria evolução tem objetivos embutidos, a não ser que se façam tentativas de entendê-los, a tecnologia que produz bebês clonados, ou mesmo porcos ou carneiros clonados, pode não ser benéfica a longo prazo. Deveriam pessoas confusas escolher o tipo de progênie que terão? Que características verão o ulterior desenvolvimento da inteligência superior, da sabedoria e da compaixão? Quem sabe? (...)"

(Radha Burnier - Onde está Deus? - Revista Sophia, Ano 8, nº 30 - p. 14/15)


sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

CONSCIÊNCIA

"Tudo que é construído perde sua força no decorrer do tempo, e o cérebro também perde sua vitalidade e coerência com a idade. Mas há mudanças que surgem não devido a qualquer causa física, mas exatamente em virtude da maneira pela qual a mente trabalha em estado de inconsciência. Estamos fazendo aqui uma distinção entre cérebro e mente, atribuindo a esta última uma condição independente. Se a vida fosse um produto da matéria, então a vida deveria secar com a deterioração do corpo, e quando o corpo morre, a vida e a consciência deveriam partir para sempre, como a chama de um pavio que foi consumido. Mas em uma visão profunda da matéria, a vida e a consciência podem ser manifestações de uma energia que é a base do universo, mas que tem de assumir uma forma, uma organização material, para a expressão de significado. De qualquer maneira podemos ver como a consciência limita a si própria. Ela forma ideias em diversas matérias. Essas ideias não são meramente formas de suas ações, mas tendem a se tornar cristalizações que permanecem na mente; a mente se apega a elas, pelo prazer que fornecem ou pelo medo da dor e, então, todo o processo de pensamento realiza-se em relação a elas, gira em torno delas. O homem é um pensador, com a derivação da palavra ‘homem’ indica. Ele está constantemente envolvido na ideação de diferentes tipos. Não pode haver nada de errado com a formação de idéias ou em desfrutar algo agradável, isto é, em registrar uma sensação agradável. Mas complicações apresentam-se quando nos tornamos apegados às sensações ou a idéias e buscamos permanência. Todo apego é um limitador. Mentalmente e emocionalmente levantamos muros ao nosso redor que constituem uma prisão dentro da qual as atividades da mente estão confinadas. Ela permanece enclausurada em seu interior e projeta diversas ideias de lá. Todas essas ideias brotam do solo dos seus condicionamentos, isto é, o terreno das experiências vividas e de suas reações a ela. O homem ambicioso projeta uma imagem de sua própria importância diante de si, a qual busca realizar. Da mesma forma, aquele que tem medo projeta sombras do que pode acontecer a ela a cada muro que lhe aparece.

Se a consciência presente abandona seus apegos, que, na verdade, são suas próprias memórias, imediatamente ocorre uma grande mudança de grande proporção. As memórias não deixam de existir, mas irão retroceder, provocando no presente um estado de completa liberdade e naturalidade. O passado se transformará em mera paisagem. Diz-se que o Buda podia se lembrar de todos os eventos de suas encarnações passadas. Certamente tais lembranças não afetavam de forma alguma sua serenidade, a liberdade que alcançou, e sua atitude benigna para com todos os seres e todas as coisas. O passado era apenas um mapa estendido à sua frente."

(N. Sri Ram - O significado de cada momento presente - Revista TheoSophia, pub. da Sociedade Teosófica no Brasil, out/nov/dez/2016 - p. 22)


quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

MEDITAÇÃO - O CAMINHO PARA ALCANÇAR DEUS

"'Quem quer ser um pianista de concerto haverá de praticar no piano doze horas por dia. Se, em vez disso, a prática dessa pessoa consiste em tocar as teclas do piano desanimadamente alguns minutos por dia, essa pessoa jamais será um bom pianista.

'O mesmo se dá com a busca de Deus. De que modo você espera encontrá-Lo se você tenta isso muito pouco?

'É muito difícil alcançar Deus. Se até mesmo um concertista deve trabalhar duro para obter êxito na sua profissão, imagine quanta aplicação deve ter o devoto na sua meditação a fim de compreender o Infinito!

'Entretanto, eis aqui um pensamento animador: todos os que se esforçam com sinceridade na senda espiritual certamente alcançarão o seu objetivo. O mesmo não se pode dizer das ambições materialistas. Não é qualquer um que pode se tornar um pianista famoso, independentemente dos seus esforços. Pois em toda área há, nos patamares mais elevados, espaço para bem poucos. Entretanto, todos os homens podem igualmente reivindicar sua qualidade de filhos diante do Pai Celestial.'"

(Paramhansa Yogananda - A Sabedoria de Yogananda, A Essência da Autorrealização - Ed. Pensamento, São Paulo, 2012 - p. 168)


quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

O SOM DOS MANTRAS

"O som dos mantras tem a virtude de transformar impulsos e tendências. O vocábulo mantra significa aquilo que protege e salva, quando repetido na mente. Vibre sempre os mantras dentro de sua mente. Isto prevenirá o mal falar, conversas sem propósito, maledicência e escândalo. Fale somente quando seu falar seja essencial e só tanto quanto necessário. Fale docemente e sem quaisquer reservas ou circunlóquios.

Não existe mentira (mithya) na verdade (sathya). Mas, no universo ilusório (mithya jagat), você tem de pesquisar a verdade (sathya) e chegar a experienciá-la. Poderá fazê-lo, se limpar sua mente de todas suas modificações e modulações. Que seja ela transmutada de sua presente confusão complexa em algo como o céu, o qual não conserva qualquer marca, não obstante através dele milhões de pássaros voem e centenas de aviões o cruzem. Torne-se isento, inatingível, desapegado. Tal é o sadhana (caminho disciplinar) que lhe des-velará a Realidade."

(Sathya Sai Baba - Sadhana, O Caminho Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1993 - p. 168/169)

terça-feira, 31 de janeiro de 2017

A NINFA OCULTA NO BLOCO DE MÁRMORE

"Sócrates é, geralmente, conhecido como um grande filósofo, mestre do divo Platão - mas poucos sabem que ele era também um exímio escultor.

Um dia recebeu Sócrates um pedido do Prefeito de Atenas para esculpir a estátua de uma ninfa a ser colocada num bosque ao pé de uma fonte.

O filósofo aceitou a encomenda. Sem tardança, mandou vir o bloco de mármore branco, de Paros, e pôs mãos à obra.

Depois de mentalizar intensamente a efígie da ninfa, empunhou o martelo e foi desbastando o bloco de mármore. Grandes lascas voaram para a direita e para a esquerda da oficina.

Depois deste trabalho rústico, o escultor pôs de parte o martelo e outros instrumentos pesados, e começou a trabalhar com ferramentas mais delicadas, como o cinzel, e, por fim, serviu-se dum finíssimo esmeril para dar acabamento à estátua.

Finalmente, estava na oficina do escultor uma efígie de imaculada alvura, uma figura de jovem esbelta, como os antigos imaginavam as divindades dos bosques e das águas. Tão leve era o aspecto da ninfa que parecia flutuar livremente no ar; parecia antes uma entidade astral do que uma estátua material.

Por quê?

Porque ele não aceitava ter esculpido a ninfa: ela já estava oculta naquele bloco de mármore, desde o início, e muito antes de ser visível. Eu, dizia Sócrates, já via a ninfa no dia em que fui buscar o bloco de mármore; apenas retirei dele o que a ocultava aos olhos dos que não a podiam ver antes disso; nada acrescentei, apenas retirei o que a encobria.

Sócrates dizia uma grande verdade. Ele era um grande intuitivo. Viu o que os outros não viam. No ser humano via ele muito mais do que o corpo material - via a alma imaterial. Mas, como nem todos podem ver o invisível, é necessário que alguém desbaste o bloco bruto e amorfo, para que apareça a ninfa que nele está oculta.

Muitas vezes é a dor esse escultor carinhosamente cruel. Parece odiar o bloco bruto, de tanto amor que lhe tem. E, se o bloco humano não se defende contra as marteladas do sofrimento, a ninfa divina da sual alma pode manifestar-se.

Mas, se o homem passa a vida em brancas nuvens, como diz o poeta, nada acontecerá.

'Quem pela via passou em brancas nuvens.
Em plácido docel adormeceu
Quem pela vida passou e não sofreu
Não foi homem, é projeto de homem.
Que passou pela vida e não viveu!'

O mundo está repleto desses projetos de homens, assim como uma jazida de mármore está repleta de projetos de ninfa.

O projeto de homem só conhece o gozo - e nada sabe da felicidade. E passa a vida toda em brancas nuvens, trocando gozos por felicidade. E, quando alguém procura mostrar-lhe o que é felicidade, o projeto de homem gozador diz que felicidade é utopia e misticismo de sonhadores que não conhecem a vida.

Para tirar de um bloco bruto de uma efígie de beleza, deve o escultor, acima de tudo, ter a intuição daquilo que ainda não existe materialmente; deve poder ver para além dos véus da matéria; deve poder conceber antes de dar à luz a sua ninfa, mesmo por entre as dores de uma longa gestação.

Toda a felicidade passa pelo sofrimento prévio. Toda a alvorada é a luz que segue às trevas da noite."

(Huberto Rohden - Porque Sofremos - Ed, Martins Claret, São Paulo, 2004 - p. 61/62)