OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

OPORTUNIDADES PARA CRESCER

"Uma das grandes características de uma pessoa madura é a habilidade para discernir o verdadeiro valor da adversidade e do sofrimento - não apenas como um consolo agradável para aliviar a dor, mas como uma genuína acuidade de percepção sobre o papel incalculável que as vicissitudes desempenham no nosso crescimento.

Não foi apenas pela poesia que Shakespeare escreveu as imortais linhas: 'Doces são os usos da adversidade, que como o sapo, feio e venenoso, usa, no entanto, uma joia preciosa na cabeça.'

O homem experiente sabe como isso é verdadeiro e aprendeu a dar as boas-vindas à adversidade como a uma amiga, não uma inimiga.

Alguns leitores podem dizer: 'É fácil para você dizer isso. Se passasse por tudo o que eu passei, talvez você não estivesse tão disposto a chamar o infortúnio de amigo.'

Pode ser que sim. Existem poucas pessoas para quem o fardo de dificuldades pode parecer imoderadamente pesado. Mas lembremos de uma sábia observação de Sócrates, repetida por Heródoto e Montaigne, entre outros: 'Se tivéssemos todos que trazer nossos infortúnios para um armazém comum, de modo que cada pessoa pudesse receber uma parte igual na distribuição, a maioria ficaria feliz de pagar sua parte e ir-se embora.'

Os anos de experiência revelam que o infortúnio é uma sina comum a todos os homens e mulheres. Algumas pessoas, no entanto, parecem jamais ser perturbadas pelos revezes, não importa o quão terríveis pareçam. Elas ainda conseguem manter a placidez e a alegria genuínas, e confiantemente buscam uma carreira de sucesso. A maior parte das pessoas, no entanto, parece estar constantemente perturbada pelas adversidades passadas e presentes, como também se preocupa com os infortúnios que ainda não chegaram.

Quando a adversidade é vista simplesmente como um acontecimento doloroso e nada mais, então a pessoa não se elevou acima do ponto de vista estreito do indivíduo médio que reclama dos problemas e que é por eles amargurado. A superfície da Terra está cheia de pessoas assim - infelizes, aflitas, defensivas e desmoralizadas.

A pessoa que viu o verdadeiro valor da adversidade é aquela que praticamente se libertou da dor aguda e destrutiva trazida pelos acontecimentos ruins. Ela ainda sente a dor, mas a utiliza para vantagem própria, e não se deixa abater."

(Vicente Hao Chin Jr - Oportunidades para crescer - Revista Sophia, Ano 7, nº 26 - p. 32)


domingo, 26 de fevereiro de 2017

O ESTADO ANORMAL DE SEPARATIVIDADE

"Dificilmente nos ocorre a ideia de refletirmos nos persistentes e excelsos esforços que todos temos de desenvolver para manter a ilusão de nossa personalidade separada. Durante todo o dia temos que nos afirmar, defender nossa adorada individualidade de todo ataque, cuidar que não seja ignorada, desrespeitada, ofendida ou, de qualquer forma, que lhe seja negado o reconhecimento que sentimos lhe é devido. Além disso, em tudo que almejamos para nós mesmos, procuramos vigorizar nossa personalidade separada pela aquisição dos objetos desejados.

É através da identificação de nosso verdadeiro Ser espiritual com os corpos temporários pelos quais se manifesta que nasce a ilusão de nosso eu separado. É como se a consciência do verdadeiro Ser ou Ego fosse esticada para dentro dos corpos, e lá fosse presa e torcida de tal maneira a formar uma esfera separada de consciência, centrada em volta dos corpos a que está aderida. Esse, porém, não é um estado normal, mas essencialmente anormal e não natural. Do mesmo modo, poderíamos dizer que seria normal e natural esticar uma faixa de borracha por uma de suas pontas e aderir a superfície assim formada a um objeto fixo. Entretanto, essa aderência seria anômala, pois o momento em que separássemos a borracha do objeto, a faixa de borracha recobraria seu formato natural e harmonioso. De maneira similar, só necessitamos liberar nossa consciência dos corpos aos quais a aderimos. Precisamos apenas renunciar à ilusão de separatividade, que tão ternamente acariciamos de contínuo, para que a porção de consciência que constitui a personalidade separada se reintegre automaticamente ao Eu Superior, ao nosso verdadeiro Ser.

Muito se fala do esforço e da força necessários para alcançar a consciência espiritual; mas que consideração é dada à tensão e ao empenho necessários para manter a ilusão de separatividade? É verdade que nós nem percebemos que a mantemos; tornou-se uma segunda natureza para nós afirmar nossa personalidade à custa do que nos rodeia, para adquirir o que desejamos e conservar o que temos. E, como consequência, não nos apercebemos do gigantesco esforço necessário para essa autoafirmação e engrandecimento de nossa personalidade. No entanto, ele está lá.

Então, nos livramos, mediante um resoluto empenho da Vontade, da potente superstição que nos mantém escravizados aos mundos da matéria e nos impede de reconhecer o que verdadeiramente somos; e reconheçamos, asseguremos e mantenhamos nossa divindade. Não há orgulho nem separatividade nessa afirmação, já que a tônica desse mundo no qual entramos dessa forma, nosso verdadeiro mundo, é a unidade; e condições como vaidade e orgulho pessoal não podem existir em tal atmosfera. O orgulho é uma planta que só pode florescer nas regiões mais grosseiras dos mundos da matéria; e tudo isso necessariamente deixa de existir desde o momento em que entramos em nosso verdadeiro Lar.

Somente libertando nossa consciência da escravidão dos corpos, reconhecendo os poderes que todos temos como Ser divino ou Ego, e finalmente nos negando a envolver de novo na teia da existência material, é que poderemos alcançar aquilo a que nos propusemos - a libertação da dolorosa e esgotante luta entre o Eu Superior e o eu inferior, que envenena a vida de tantos fervorosos aspirantes; ou seja afastando o inferior da Iniciação do Ser Superior."

(J.J. Van Der Leeuw - Deuses no Exílio - Ed. Teosófica, Brasília, 2013 - p. 20/22)


sábado, 25 de fevereiro de 2017

CORPO MENTAL

"Esse corpo, de matéria mais fina do que a do astral, como a do astral é mais fina do que a do físico, é o corpo que responde com suas vibrações às mudanças do nosso pensamento. Cada mudança no pensamento produz uma vibração em nosso corpo mental e põe em atividade a matéria nervosa do nosso cérebro. Essa atividade nas células nervosas produz nelas muitas modificações elétricas e químicas, mas é a atividade do pensamento que causa isso e não as modificações que produzem o pensamento.

O corpo mental, como o astral, varia muito de pessoa para pessoa; ele é feito de matéria mais rústica ou mais fina, de acordo com as necessidades da consciência mais ou menos desenvolvida que esteja em conexão com ele. Nas pessoas cultas, ele é ativo e bem definido; nos não desenvolvidos é nublado e incipiente. Sua matéria, obtida no plano mental, é a do mundo celeste, e está em constante atividade, pois o homem pensa em sua consciência desperta quando está fora do corpo físico, no sono e depois da morte, e vive apenas em pensamento e emoção quando deixa para trás o mundo astral e passa para o céu. Sendo esse o corpo no qual longos séculos serão passados no mundo celeste, é evidente que será racional tentar aperfeiçoá-lo tanto quanto possível aqui. Os meios são o estudo, o pensamento, o exercício de boas emoções, a aspiração (prece) e o empenho em fazer o bem. E, acima de tudo, a prática regular e persistente da meditação. O uso desses recursos significará uma rápida evolução do corpo mental e um imenso enriquecimento da vida celeste. Maus pensamentos, de todos os tipos, poluem-no, prejudicam-no, e, se forem persistentes, irão tornar-se verdadeiras doenças e mutilações do corpo mental, incuráveis durante seu período de vida.

Assim são os três corpos mortais do homem: ele descarta o físico pela morte e, o astral, quando estiver pronto para entrar no mundo celeste. Quando terminar sua vida celeste, o seu corpo mental também se desintegrará e, então, ele será um Espírito, revestido de seus corpos imortais. Na descida para o renascimento, um novo corpo mental é formado, e também um novo corpo astral, de acordo com a personalidade de cada um. E ambos ligam-se ao seu corpo físico. E o homem entra, pelo nascimento, em um novo período de vida."

(Annie Besant - O Enigma da Vida - Ed. Pensamento


sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

CORPO ASTRAL

"O desenvolvimento do corpo astral difere imensamente de acordo com a pessoa, mas em todas elas é o corpo que oferece a experiência do prazer e da dor, que é atirado à ação e à paixão, ao desejo e à emoção, e é no corpo que residem os centros de nossos órgãos do sentido — a visão, a audição, o olfato, o gosto e o tato. Se a paixão, o desejo e a emoção forem baixos e sensuais, então a matéria é densa; suas vibrações, em consequência, mostram-se relativamente lentas, e suas cores são escuras e sem atrativos — marrom, vermelho e verde escuros, e suas combinações se iluminam de vez em quando por algum rápido relâmpago escarlate, o que indica uma pessoa em estágio inferior de evolução. Marrom avermelhado indica sensualidade e avidez; cinza esverdeado indica falsidade e astúcia; marrom indica egoísmo; escarlate indica cólera; amarelo em volta da cabeça significa inteligência; o cinza azulado sobre a cabeça indica sentimentos religiosos primitivos (culto fetichista, etc.); pontos de rosa profundo indicam início de amor. À proporção que a evolução continua, a matéria faz-se mais fina, as cores mais claras, mais puras, mais brilhantes. O verde indica simpatia e adaptabilidade; o rosa indica amor; o azul fala de sentimentos religiosos; o amarelo indica inteligência; o violeta, quando acima da cabeça, indica espiritualidade.

Usamos esse corpo durante as horas em que estamos acordados; em pessoas educadas e refinadas, ele alcançou um estágio bastante alto de evolução. Sua matéria mais fina está em contato íntimo com a matéria do corpo mental, e ambos trabalham juntos, constantemente, agindo e reagindo um sobre o outro. A aparência comum do corpo astral se transforma quando outro ser humano se torna o centro do seu mundo. O egoísmo, a falsidade e a cólera desaparecem, e um aumento enorme do carmesim, cor do amor, torna-se visível. Outras modificações indesejáveis ocorrem, mas isso é uma abertura das portas de ouro para aquele que passa por essa experiência e será culpado se elas se fecharem novamente. A cólera intensa mostra seus terríveis efeitos no corpo astral; todo ele é coberto pela tonalidade sombria da malícia e dos maus desejos, que se expressa em espirais e vórtices de um sombrio tom tempestuoso, do qual partem flechas ardentes, procurando ferir a pessoa pela qual é sentida essa cólera — um espetáculo tremenda e verdadeiramente medonho.

Durante o sono, o corpo astral desprende-se do físico, e nas pessoas altamente desenvolvidas a consciência funciona nos corpos superiores e no mental. Aprendemos muito durante o nosso sono, e o conhecimento assim obtido filtra-se para o cérebro físico, e às vezes fica impresso nele, como um sonho vívido e instrutivo. No mundo astral, na maioria dos casos, a consciência pouco se preocupa com o que está acontecendo ali, já que seu interesse principal está em seu próprio exercício, em pensamento e emoção. Mas é possível levá-la a exteriorizar-se para ganhar conhecimento do mundo astral. Ali, a comunicação com amigos que perderam seu corpo físico pela morte é conseguida constantemente, e a recordação disso pode ser levada para a consciência em vigília, formando, assim, uma ponte sobre o abismo cavado pela morte.

Premonições, pressentimentos, a sensação de uma presença invisível e muitas outras experiências desse gênero são devidas à atividade do corpo astral e às suas reações sobre o físico; o aumento da frequência dessas sensações resulta da sua evolução entre pessoas cultas. Dentro de poucas gerações ele terá seu desenvolvimento tão generalizado, que irá tornar-se tão familiar como o corpo físico. Depois da morte, vivemos por algum tempo no corpo astral usado durante nossa vida na Terra, e quanto mais aprendermos a controlá-lo e a usá-lo sensatamente agora, melhor será para nós depois da morte."

(Annie Besant - O Enigma da Vida - Ed. Pensamento


quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

CORPO FÍSICO

"Este é, no momento, o corpo mais altamente desenvolvido do homem, e aquele com o qual todos estamos familiarizados. Consiste em matéria sólida, líquida, gasosa e etérica, as três primeiras primorosamente organizadas em células e tecidos, formando órgãos que permitem à percepção tornar-se consciente do mundo exterior, e a última possuindo vórtices através dos quais derramam-se forças. Como o corpo etérico separa-se do sólido, do líquido e do gasoso por ocasião da morte, o corpo físico é, com frequência, subdividido em denso e etérico; o primeiro é composto dos órgãos que recebem e atuam, e o último é o veículo das forças vitais e seu transmissor para o seu companheiro denso. Qualquer rompimento da parte etérica em relação ao corpo denso, durante a vida física, é pernicioso; esse rompimento pode ser causado por anestésicos, e ele desliza para fora, sem governo, em algumas organizações peculiares, geralmente chamadas 'mediúnicas'; separado de seu companheiro mais denso, torna-se indefeso e inconsciente, nuvem levada pelos centros de força, inútil quando não há para quem transmitir as forças que se movem nele e sujeito à manipulação de entidades exteriores, que podem usá-lo como um molde para materializações. Ele não pode afastar-se muito do corpo denso, pois este pereceria se perdesse a conexão com ele. Quando essa desconexão acontece, a parte densa 'morre', isto é, perde o fluxo de forças vitais que sustentam suas atividades. Mesmo assim, a parte etérica, ou duplo etérico, paira próximo do seu parceiro na vida, e se constitui na 'aparição' ou 'sombra', vista depois da morte, movendo-se sobre as sepulturas. O corpo físico, como um todo, é o meio que o homem tem para se comunicar com o mundo físico e, por causa disso, às vezes é chamado de 'corpo de ação'. Ele também recebe vibrações dos mundos mais sutis e, quando pode reproduzi-las, 'sente' e 'pensa', pois seu sistema nervoso é organizado para reproduzir essas vibrações na matéria física. Como o ar invisível, vibrando fortemente, increspa a superfície da água densa e, como a luz invisível, ativa os filamentos nervosos e os cones retinianos, a matéria invisível dos mundos mais sutis leva vibrações sensíveis para a matéria mais densa do nosso corpo físico, tanto etérico quanto denso. A evolução continua e o corpo físico evolui, isto é, reúne combinações cada vez mais finas de matéria retirada do mundo exterior, torna-se suscetível a ondas de vibração cada vez mais rápidas, e o homem se vai fazendo cada vez mais 'sensitivo'. A evolução racial consiste em grande parte nessa sensitividade sempre crescente do sistema nervoso aos impactos externos; para a saúde, a sensitividade deve permanecer dentro dos limites da elasticidade, isto é, o sistema deve recobrar imediatamente sua condição normal, após a distorção; se essa condição existir, a sensitividade estará na crista da onda evolucionária e torna possível a manifestação de gênios. Se não estiver presente, se o equilíbrio não for restaurado rápida e espontaneamente então a sensitividade é nociva e malévola, levando à degeneração, e, finalmente, se não for freada, à loucura." 

(Annie Besant - O Enigma da Vida - Ed. Pensamento
fonte: http://universalismoesoterico.blogspot.com.br/