OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


quinta-feira, 9 de março de 2017

OS CORPOS IMORTAIS DO HOMEM (PARTE FINAL)

"(...) O corpo superespiritual (átmico) é apenas um átomo desse mundo elevado, a mais fina película de matéria, encarnação do Espírito, 'Deus feito carne', num sentido muito real, divindade mergulhando no oceano da matéria, não menos divina por estar encarnada. Aos poucos, para esse corpo superespiritual passará o resultado puro de todas as experiências armazenadas durante a eternidade, e os dois corpos imortais inferiores irão aos poucos imergindo nele, misturando-se com ele, nas gloriosas vestes de um homem conscientemente divino, que se tornou perfeito.

O corpo espiritual (búdico) pertence ao segundo mundo manifestado, o mundo da pura sabedoria espiritual, do conhecimento e do amor reunidos, às vezes chamado o 'corpo de Cristo', pois ele nasce para a atividade na primeira grande Iniciação e se desenvolve até 'a plenitude da medida da estatura do Cristo' no Caminho da Santidade. Ele é alimentado com todas as aspirações elevadas e amorosas, pela pura compaixão e pela ternura e piedade que tudo envolvem.

O corpo intelectual (causal) é a mente superior, pela qual o homem lida com abstrações, com o que é 'da natureza do conhecimento', no qual ele conhece a verdade por intuição, não pelo raciocínio, pedindo por empréstimo à sua mente inferior métodos de raciocínio, apenas para estabelecer no mundo inferior verdades que ele conhece diretamente. Nesse corpo, o homem é chamado de Ego, e começa a compreender sua própria divindade. Ele se alimenta e se desenvolve com o pensamento abstrato, pela meditação tenaz, pela serenidade, pela submissão do intelecto ao serviço. Por natureza, ele é independente, pois é um instrumento de individualização, e deve crescer forte e se bastar a si mesmo, a fim de dar a necessária estabilidade ao sutil corpo espiritual com que está mesclado.

Esses são os corpos imortais do homem, não sujeitos ao nascimento nem à morte; eles é que proporcionam a memória contínua, que é a essência da individualidade; eles são a casa do tesouro de tudo quanto merece a imortalidade. Neles não pode entrar 'nada do que macule'. Eles são o eterno lugar de morada do Espírito. Neles está realizada a promessa: 'Eu morarei neles e caminharei neles.' Eles fazem da prece do Cristo uma realidade: 'Que eles também possam ser um em Nós.' Eles confirmam o grito triunfante do hindu: 'Eu sou Tu.'"

(Annie Besant - O Enigma da Vida - Ed. Pensamento
fonte: http://universalismoesoterico.blogspot.com.br/


quarta-feira, 8 de março de 2017

OS CORPOS IMORTAIS DO HOMEM (1ª PARTE)

"'Temos uma casa de Deus, uma casa que não é feita com as mãos, e que é eterna nos céus' – disse o grande Iniciado cristão São Paulo, 'porque neste (corpo) gememos, desejando ardentemente sermos providos com a nossa morada que está no céu.' Essa casa celeste é a que se constrói com os corpos imortais do Homem, a habitação do Espírito através de eras infinitas, a morada do próprio homem, através de nascimentos e mortes, através do incomensurável período de sua vida imortal em manifestação.

O Espírito, que é 'o fruto de Deus', reside sempre no seio do Pai, como verdadeiro filho de Deus, e compartilha a Sua vida eterna. Deus fez o homem para ser 'a imagem da Sua própria eternidade'. A esse Espírito chamamos Mônada, porque é uma unidade, a verdadeira essência da Personalidade. A Mônada, quando desce para a matéria, a fim de conquistá-la e espiritualizá-la, apreende para si própria um átomo de cada um dos três mundos superiores, para deles fazer os núcleos dos seus três corpos superiores – o superespiritual, o espiritual e o intelectual. A esses corpos, com um fio de matéria espiritual (búdica), liga-se também uma partícula de cada um dos três mundos inferiores, núcleos dos seus três corpos inferiores.

Por longas, longas eras, ele paira sobre esses núcleos, enquanto seus futuros corpos mortais, apenas tocados com a sua vida, escalam vagarosamente a subida através dos reinos mineral, vegetal e animal, enquanto pequenas agregações da matéria dos três mundos superiores (a 'morada de Deus... nos céus') formam um canal para a sua vida, começando a manifestar-se naqueles mundos; e quando a forma animal atinge o ponto em que a vida que sobe faz um forte apelo ao superior, ele envia através dela, em resposta, uma pulsação de sua vida, e o corpo intelectual subitamente é completado, tal como a luz lança raios entre os carvões de um arco elétrico. O homem então está individualizado para a vida nos mundos inferiores. (...)"

(Annie Besant - O Enigma da Vida - Ed. Pensamento

terça-feira, 7 de março de 2017

OS RÓTULOS E A ESSÊNCIA (PARTE FINAL)

"(...) Numa dependência mais 'elevada', o rótulo de guru pode cair bem. Aparentemente tudo reflete a desgraça da memória. Contudo, o problema não está nela, mas sim na sede de segurança vinculada ao ego, o 'eu psicológico', do querer sempre mais. Enquanto ele se enriquece com a memória e seus agregados, a consciência se empobrece. Por isso os candidatos a ingresso nos mosteiros devem renunciar aos bens materiais e ao nome mundano.

Paradoxalmente, porém, segundo Eckart Tolle, 'há indivíduos que abrem mão de todas as posses, no entanto têm um ego maior do que alguns milionários'. Isso sucede porque 'se deixarmos de lado um tipo de identificação, o ego logo encontrará outro. No fim das contas, não importa ao que ele se apega, desde que nisso haja uma identidade' (O despertar de uma nova consciência, Ed. Sextante).

'Você quer saber como se livrar do apego às coisas?', pergunta Tolle. 'Nem tente fazer isso. É impossível. Esse vínculo desaparece por si mesmo quando paramos de tentar nos encontrar nas coisas. Nesse meio-tempo, simplesmente tenha consciência de que está ligado a elas'. Isso já faz diferença. 'Caso esteja consciente de que está identificado com algo, a identificação não é mais total'. A consciência abre caminho para a consciência.

E ego e a consciência parecem andar em pistas paralelas, sem nunca se encontrar. Às vezes, porém (como na ocorrência de uma perda) relâmpagos de comunicação se fazem entre as duas pistas. A 'ficha cai' e nos perguntamos: 'Como não percebi isso antes?' Então uma fração do eu psicológico se espiritualiza, se converte em consciência.

Dia virá em que essas duas entidades se fundirão, liberando o Cristo interno de sua cruz milenar, de sua prisão à ilusão dos títulos e posses. Ele nascerá na manjedoura de nosso corpo, que sintetiza os reinos de vida anteriores. Seremos então apenas consciência." 

(Walter Barbosa - Os rótulos e a essência - Revista Sophia, Ano 7, nº 28 - p. 18/19)

segunda-feira, 6 de março de 2017

OS RÓTULOS E A ESSÊNCIA (1ª PARTE)

"Colocar rótulos é uma especialidade da mente. Assim que nascemos nossos pais correm ao cartório e nos colocam um rótulo: 'João da Silva'. Outros virão depois: RG, CPF, títulos acadêmicos, patente militar, cargo político. Num dos símbolos de subjugação da mulher ao homem, como sua propriedade, ela - ao casar-se - adota o rótulo dele. 

A memória depende de elementos comparativos, imagens, rótulos e definições para exercer seu trabalho, mas a consciência não. Ela é a natureza do ser, algo que não pode ser definido, medido ou pesado, apesar de o chamarmos de Deus ou de Cristo interno. Uma pessoa com amnésia perde a bagagem de memória, e com ela os dados acumulados que sustentam a noção do eu, a partir do seu nome. Se alguém lhe perguntar 'Quem é você?', ele dirá: 'Não sei', mas continuará desfrutando o ser. 

Rótulos também são conferidos pela posse de bens e pelo status social. Mas quem somos nós? Parece que quanto mais rótulos nos são acrescentados ao longo da vida mais difícil fica responder a essa questão. Até na lápide funerária os rótulos estão presentes, subtraindo à morte sua posse legítima: 'Aqui jaz Fulano de Tal'. Quem é o morto? A pessoa está ali?

Tomamos a casca pela essência, a palavra pela coisa. Definições dão segurança, mas nada acrescentam quanto à realidade das coisas, aquilo que 'é'. Ao contrário, criam dependências, obscurecem. 'Existe uma insegurança muito sutil em nosso inconsciente com relação a tudo que não nos é familiar', diz Sandra Galeotti (Em Karma e Dharma, Ed. Aquariana). (...)"

(Walter Barbosa - Os rótulos e a essência - Revista Sophia, Ano 7, nº 28 - p. 18)


domingo, 5 de março de 2017

OUVINDO A CANÇÃO DA VIDA

"Cientistas cuidadosos consideram a harmonia como parte da consumação última da vida em evolução. Dizem ser uma meta evolutiva. Para a mente mundana, individualidade e unicidade parecem ser opostas à harmonia social. Um dos grandes problemas da civilização é reconciliar a ordem necessária para uma sociedade pacífica com a liberdade necessária para a expressão e o desenvolvimento individuais. Quando a ênfase na ordem é demasiada, ela se torna opressiva; quando a liberdade torna-se importante demais, frequentemente termina em anarquia. É necessário equilíbrio. Esse equilíbrio é o que a natureza realiza por meio de suas leis, que infalivelmente recompõem quaisquer desequilíbrios.

Pelo fato da harmonia ser a ordem universal, nosso progresso interior, como seres morais e espirituais, depende de readquirirmos o senso de harmonia que perdemos. Os outros filhos da natureza não têm problemas como nós, pois são inteiramente parte do todo e livres do sentido de ego. Mas nós, seres humanso, alienamo-nos da natureza, nossa mãe, e dos seus outros filhos de muitas espécies. Portanto, viver em paz é um problema para os seres humanos. Harmonia, felicidade e paz caminham juntas. Prova disso é quando nos desentendemos com alguém; sempre nos sentimos infelizes, ou pelo menos constrangidos. Assim, para seguir além na estrada que leva à felicidade, devemos recuperar a harmonia. Como diz aquele belo texto em A Voz do Silêncio: 'Antes que alma possa ver, a harmonia interior deve ser atingida, e os olhos da carne devem tornar-se cegos à ilusão.'

As tradições religiosas estimulam as pessoas a se tornarem inocentes como crianças. A inocência existe quando a mente purga o sentido do ego e as imagens ilusórias. As crianças estendem os braços espontaneamente para outras crianças e para os animais, que também são inocentes como elas. Recebemos um grande dom, o dom da autopercepção. Ele não deve ser jogado fora, mas usado para purgar de nossa consciência todas as manifestações do ego e do pseudoconhecimento que arrasta a consciência para a separatividade e a absorção de diferenças.

A mente é a grande assassina do real, porque coleta as partes e perde o todo. Está tão presa em detalhes que não ouve a grande canção da vida. Aqueles que têm discórdia interior criam desavença exterior; aqueles que experienciam a harmonia vertem paz em toda parte.

A harmonia interior se expressa espontaneamente no viver inofensivo, na preocupação ecológica, no respeito e no senso de justiça com relação a todas as formas de vida, na ausência de exploração, na recusa em ceder à ganância, no viver simples e no sentimento profundo, evitando toda forma de desperdício e de luxo desnecessário. Obediência à lei da harmonia é a grande necessidade do mundo atual."

(Radha Burnier - A lei da harmonia universal - Revista Sophia - Ano 7. nº 28 - p. 13)