OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


quinta-feira, 31 de agosto de 2017

A BELEZA DO EGO

"No mundo do Ego, não há formas e cores como conhecemos aqui, mas há algo que pode ser traduzido em termos de cor e forma. Assim, podemos falar da aparência do Ego, ainda que não se revele a nós como os objetos no mundo fenomênico. Portanto, não deve ser mal interpretado quando dizemos que o Ego se mostra em forma humana glorificada, e que nesse aspecto nos vemos como realmente somos. A forma humana em que ali nos vemos é também representativa de nosso verdadeiro tipo ou gênio, de nossa missão na magna Obra. Desse modo, um Ego que conheço apareceu como um jovem radiante, como um Apolo grego esculpido em reluzente mármore e, não obstante, imaterial, tendo a inspiração por sua característica básica. Outro Ego tinha a aparência da escultura de Demétrio no Museu Britânico: uma figura dignificada, serena e pacífica que, por assim dizer, pairava sobre o mundo, ao qual contribuía para nutrir e proteger. Portanto, cada Ego tem seu aspecto peculiar, radiante e formoso, que expressa sua missão ou temperamento.

Quando restituímos nossa consciência ao mundo do Ego e nos reconhecemos como tal, devemos procurar ver o aspecto que temos em nosso próprio mundo, e daí em diante pensar em nós mesmos unicamente dessa forma. Uma vez visto o que realmente somos, já não mais devemos nos permitir pensar em nós mesmos como a imagem que vemos quando nos contemplamos no espelho. Desde que reconheçamos que somos o divino Ser interno, não devemos nem por um momento ceder à velha ilusão de que somos o corpo físico e temos um Ser divino em algum plano superior. Desde então, fica invertida a posição. E ao falarmos de nós, falamos do radiante Ser que verdadeiramente somos, e não dos corpos através dos quais se manifesta temporariamente parte de nossa consciência."

(J. J. Van Der Leeuw - Deuses no Exílio - Ed. Teosófica, Brasília, 2013 - p. 39/40)


quarta-feira, 30 de agosto de 2017

AMOR OU JULGAMENTO (PARTE FINAL)

"(...) Se você examinar as dores que lhe sobrevêm dia sim, dia não, logo perceberá que boa parte delas é emocional ou mental e não física. E mesmo em se tratando de for física, costumamos agravá-la com toda espécie de preocupações que nos fazem penar muito além dos efeitos de nossa condição corporal.

Buda viu tudo isso com bastante nitidez. As Quatro Nobres Verdades esclareceram o que os psicólogos só agora começam a considerar a causa do sofrimento humano: nossa fixação mental em crenças, apreensões e fantasias suscitadas pelo medo. Depois de cuidadoso exame, constatamos que o ímpeto de fugir ao sofrimento é diretamente responsável pela maior parte de nossas ansiedades e desejos. Só quando estamos sofrendo é que reagimos tentando fazer algum coisa para nos sentirmos melhor.

Depois de banir o medo subjacente, eliminamos a ansiedade. E depois de eliminar a ansiedade, modificamos nossa situação - nossa mente se aquieta, nossa percepção se apura, nosso coração se abre... e nosso espírito adeja.

Aqui, o desafio consiste em fazer pausas regulares para meditar, sintonizar a respiração... o coração... a presença no aqui e agora... e, sem julgamentos, observar-nos no instante atual, reparando nas emoções que sentimos e nos pensamentos, atitudes e crenças que as engendram. Podemos então ver claramente que essas atitudes e crenças nos estão fazendo sofrer. E, obtida essa constatação, decidimos renunciar a elas.

Tal é o processo curativo e, como Buda enfatizou repetidamente, tudo o que ele requer é uma visão direta e uma aceitação honesta do que descobrimos. Visão e aceitação por si sós geram mudança, capacitando-nos a acolher a realidade porque seria insensato combatê-la. Nessa aceitação, podemos abrir nosso coração para o mundo que nos cerca e permitir que a compaixão flua livremente..."

(John Selby - Sete Mestres, Um Caminho - Ed. Pensamento-Cultrix Ltda., São Paulo, 2004 - p. 95/96)


terça-feira, 29 de agosto de 2017

AMOR OU JULGAMENTO (1ª PARTE)

"Duas são as colunas da compreensão budista do caminho espiritual. Uma é o desafio de abrir nossa percepção pessoal à realidade da vida e desenvolver nosso senso de sabedoria ou perspectiva com relação ao que somos e ao que a vida é. Tal função cabe, em princípio, à mente.

A outra grande coluna é o desafio de aprimorar nossa capacidade de sentir compaixão e aceitação com respeito à obra divina - tarefa que cabe, sobretudo, ao coração.

A compaixão é uma qualidade que descobrimos somente quando deixamos de julgar o mundo e passamos a amá-lo. A terceira meditação, que envolve aceitar a realidade tal qual é, induz-nos naturalmente a explorar nossa capacidade de sentir amor no coração e, por fim, a amar incondicionalmente - conforme preceituram Buda, Jesus e muitos outros mestres espirituais.

O fato se resume ao seguinte: não podemos, ao mesmo tempo, criticar e amar uma coisa. Por quê? Porque o próprio processo de julgamento está radicado em uma área do nosso cérebro, a amídala, que é o centro do medo. Essa área de alerta vermelho, ligada diretamente aos nossos sentidos e funções cognitivas, obriga-nos a determinar primeiro se algo em nosso ambiente imediato constitui uma ameaça. Todo animal possui esse mecanismo de sobrevivência baseado no medo, evidentemente imprescindível para a segurança física.

O dilema humano consiste no fato de não só analisarmos o momento presente a fim de descobrir se existe algum perigo como também termos a capacidade de evocar coisas ruins que nos aconteceram no passado e temer que voltem a acontecer no futuro. Cifram-se nisso nossas preocupações.

Em última análise, boa parte do sofrimento humano vem de nossa propensão a imaginar cenários possíveis no futuro e, ou ficar ansiosos quando eles parecem negativos, ou animados quando parecem positivos. Em qualquer caso, nossas ideias a respeito do futuro tendem a criar sofrimento no presente. (...)"

(John Selby - Sete Mestres, Um Caminho - Ed. Pensamento-Cultrix Ltda., São Paulo, 2004 - p. 94/95)


segunda-feira, 28 de agosto de 2017

POSSO CONFIAR NA MINHA EXPERIÊNCIA?

"A maioria de nós está satisfeita com a autoridade porque ela nos proporciona uma continuidade, uma certeza, uma sensação de proteção. Mas aquele que entendesse as implicações dessa profunda revolução psicológica deveria estar livre da autoridade, não é? Não se pode buscar nenhuma autoridade, seja de criação própria ou imposta por outra pessoa. Isso é possível? É possível para não confiar na autoridade da própria experiência?

Mesmo tendo rejeitado todas as expressões externas da autoridade - livros, professores, sacerdotes, igrejas, crenças -, ainda tenho a sensação de que pelo menos posso confiar no meu próprio julgamento, em minhas próprias experiências, minha própria análise. Mas será que eu posso confiar na minha experiência, no meu julgamento, na minha análise? Minha experiência é o resultado do meu condicionamento, assim como o de qualquer pessoa, não é? Posso ter sido criado como muçulmano, budista ou hindu, e minha experiência vai depender dos meus antecedentes cultural, econômico, social e religioso. Eu posso confiar nisso? Posso confiar na orientação, na esperança, na visão que me dará fé no meu próprio julgamento, que mais uma vez é o resultado de lembranças acumuladas, experiências, o condicionamento do passado encontrando o presente?... Ora, quando eu coloco todas essas questões para mim mesmo e estou consciente do problema, vejo que pode haver apenas um estado em que a realidade e a novidade podem ser geradas, o que provoca uma revolução. Nesse estado a mente está completamente vazia do passado, não há analista, experiência, julgamento nem qualquer tipo de autoridade."

(Krishnamurti - O Livro da Vida - Ed. Planeta do Brasil Ltda., São Paulo, 2016 - p. 35)


domingo, 27 de agosto de 2017

A GRANDEZA ESTÁ NO SERVIÇO ESPONTÂNEO

"Ó Tao!
Tu, que tudo superas!
Em ti está o Todo.
Em ti, a vida de todos os seres!
Tu não te negas a ninguém,
Tu, que tudo realizas,
Tudo nutres,
Tudo fazes prosperar!
Tu, o eterno servidor da vida,
Jamais te vanglorias de nada.
Pequenino pareces aos que ignoram
A tua grandeza.
Grande, porém, és
Tu, de que tudo vem
E a quem tudo volta.
Nunca te arvoras em dominador.
....................................................
Assim também o sábio sempre serve,
Realizando grandes coisas,
Sem se ufanar da sua grandeza.

EXPLICAÇÃO: Esta apoteose da Divindade lembra as palavras de Santo Agostinho: 'Ó Deus! Formosura sempre antiga e sempre nova - quão tarde te amei!... Tu estavas em meu coração - e eu te buscava lá fora... Tu estavas comigo, mas eu não estava contigo... E então tu me chamaste em altas vozes... rompeste a minha surdez... relampejaste e afugentaste a minha cegueira... rescendeste suaves perfumes em torno de mim, e eu os sorvia - e agora vivo a suspirar por ti... Saboreei-te, e agora tenho fome e sede de ti... Tocaste-me de leve - eu me abrasei em tua paz.

Quanto mais te possuo, tanto mais te procuro... Que eu me conheça a mim para que te conheça a ti'.

Lembra também as palavras de Jesus a seus discípulos: 'Os reis e príncipes deste mundo são chamados grandes, porque são servidos por seus súditos. Entre vós, porém, não há de ser assim; aquele que dentre vós quiser ser grande seja o servidor de todos'."

(Lao-Tse - Tao Te King, O Livro Que Revela Deus - Tradução e Notas de Huberto Rohden - Fundação Alvorada para o Livro Educacional, Terceira Edição Ilustrada - p. 97/98)