OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

TANTO QUANTO EU VOS AMEI

"Jesus presenteou seus discípulos com outra gema de sabedoria espiritual a fim de ajudá-los a palmilhar o caminho do coração. Ofereceu-se a eles como exemplo de amor ao próximo, dizendo simplesmente: 'Amai-vos uns aos outros tanto quanto e vos amei'.

Jesus era sem dúvida um ser humano cheio de amor, que quase nunca encolerizava, sempre oferecia a outra face, era paciente e gentil, compassivo e compreensivo com relação aos pensamentos e sentimentos dos que o cercavam. No entanto, quando examinamos acuradamente o modo como amava as pessoas, vemos que ele não conduzia sua vida de forma a minimizar-lhes o sofrimento emocional. Evitava tomar conta dos sentimentos delas. Não era isso o que considerava amor. 

Para ele, amar era acima de tudo manter o coração aberto o tempo todo para o centro espiritual do seu próprio ser. Nesse constante estado de devoção meditativa, ele parece ter vivido, não ocupado em manipular e maquinar com sua mente lógica, mas em seguir a sabedoria e os ditames do coração a cada momento.

Para Jesus, o importante era amar a Deus de todo o coração, mente e alma, e realizar a tarefa que tinha pela frente de maneira expontânea. Por exemplo, ele ensinou aos discípulos que, quando fossem levados à presença das autoridades, não preparassem de antemão o que diriam - antes, permitissem que o Espírito falasse por intermédio deles enquanto mantinham o coração puro e harmonizado com a sabedoria, a orientação espiritual.

Em outras palavras, em vez de viver uma vida prescrita por 'deves' e 'não deves', Jesus se submetia à realidade e era sempre fiel ao chamamento interior, independentemente do que os outros pensassem de seus atos ou do grau em que estes afetassem os sentimentos alheios. Pelo que sabemos, em tudo o que fez, ele viveu o caminho amoroso da entrega absoluta ao momento espiritual.

Jesus deixou claro que não veio nem para obedecer às leis de sua cultura nem para derrogá-las. Veio para completá-las com outras novas, qualitativamente mais confiáveis - a saber, amar ao próximo como a nós mesmos, e com a mesma impávida honestidade e dedicação à verdade que ele demonstrou em tudo."

(John Selby - Sete Mestres, Um Caminho - Ed. Pensamento-Cultrix Ltda., São Paulo, 2004 - p. 122/123)

terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

A DIVINDADE DO SISTEMA SOLAR

"O estudo do oculto encara o Sistema Solar, em toda a sua vasta complexidade, como a manifestação parcial de um grande Ser vivente, e todas as suas partes como aspectos dessa manifestação. Muitos nomes Lhe têm sido dados; em nossa literatura teosófica Ele foi descrito, muitas vezes, sob o título gnóstico de Logos – o Verbo que no princípio estava com Deus e era Deus; mas agora costumamos referir-nos a Ele como a Divindade Solar. Todos os constituintes físicos do Sistema Solar – o Sol com sua magnífica coroa, todos os planetas com seus satélites, seus oceanos, suas atmosferas e os vários éteres que os envolvem – tudo isso, coletivamente, é o Seu corpo físico, a expressão d’Ele no plano físico. 

De modo idêntico, os mundos astrais coletivos – não somente os mundos astrais pertencentes a cada planeta físico, mas também os planetas puramente astrais de todas as cadeias do sistema (como, por exemplo, os planetas B e F de nossa cadeia) – formam o seu corpo astral, e os mundos coletivos do plano mental são o Seu corpo mental, o veículo por cujo intermédio Ele se manifesta nesse nível particular. Cada átomo de cada mundo é um centro através do qual Ele é consciente, e, portanto, não só é verdade que Deus é onipresente, mas também que tudo que existe, existe em Deus. 

Vemos, assim, que a antiga concepção panteísta se aproxima da verdade, ainda que apenas em parte, pois toda a Natureza, em seus diversos planos, não é senão a vestimenta daquele Ser, que existe fora e acima de tudo isso, em uma vida que transcende a toda e qualquer definição, e da qual nada podemos saber. Uma vida entre outros Regentes de outros Sistemas. Assim como todas as nossas vidas estão literalmente dentro d’Ele e são, em verdade, uma parte d’Ele, assim a Sua vida e a das Divindades Solares dos inumeráveis sistemas solares são parte de uma vida ainda maior, a da Divindade do Universo visível. E se existe, nas profundezas do espaço, outros universos, para nós invisíveis, todas as suas Divindades, por sua vez, devem fazer parte igualmente da Grande Consciência Una, que inclui a totalidade."

(C.W. Leadbeater - O Lado Oculto das Coisas - Ed. Teosófica, Brasília - p.  42/43)

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

A ORDEM CÓSMICA (PARTE FINAL)

"(...) Os olhos não veem senão um pouco, de vez em quando. Só as pessoas mais despertas veem as maravilhosas qualidades da natureza e também da consciência. H. P. Blavatsky, com seus extraordinários insights, via a bondade oculta em pessoas que pareciam grosseiras aos outros. Ela dizia que 'a combinação espiritual e psíquica do homem com a natureza' existe mesmo numa pessoa com falhas de caráter. É esse fator oculto, mas essencial, que devemos considerar, para saber qual será nosso futuro e o que a ordem cósmica nos revelará.

O físico David Bohm afirmou que ordem e unidade são parte da ordem implícita que constitui a realidade fundamental. O homem seria uma pessoa bem diferente se começasse a descobrir essa característica. Mas estamos tão preocupados com nossas ambições que não compreendemos o que verdadeiramente existe. Somente os seres iluminados compreendem isso plenamente; portanto, o mundo onde as pessoas estão destruindo tudo de acordo com seus gostos e aversões não é real. O mundo é maya.

Maya não se refere ao que compreendemos. O que percebemos não é uma ilusão total, mas uma vez que converte e dá significado a tudo, é ilusão. O que vemos não é o que existe. E, quando temos uma falsa compreensão de nós mesmos, tudo o mais que pensamos que sabemos também é falso. Tudo isso é meditação: saber que mesmo as pequeninas coisas resplandecem com um elemento de divindade que as torna iguais ao altíssimo, que a menor das coisas contém o elemento divino. A totalidade da ordem cósmica revela beleza, inteligência e amor. Cada um deve purificar e elevar sua natureza para ver isso.

Como buscadores da verdade, parte do nosso trabalho é perceber a natureza gloriosa que é onipresente. Como isso pode ser feito? Podemos discutir, mas antes de tudo devemos compreender, pelo menos intelectualmente, que em cada partícula de existência há o elemento divino."

(Radha Burnier - A ordem cósmica - Revista Sophia, Ano 15, nº 67 - p. 33)

domingo, 25 de fevereiro de 2018

A ORDEM CÓSMICA (1ª PARTE)

"Muitas pessoas, ao verem gradualmente o corpo material se deteriorar, têm medo de que isso seja o verdadeiro fim. Mas na verdade temos nos ocupado apenas de uma pequena parcela da vida. Nossos pensamentos sobre o que se passou e o que está por vir (sofrimento e dor, talvez) fazem-nos compreender o que é preciso para ter tranquilidade e paz na esfera física. Os pensamentos podem nos tornar um pouco mais perceptivos, especialmente agora que o ser humano tem mais conhecimento à disposição.

Há surpresas por todo lado na esfera natural. Ver isso, e agir de acordo face a um mundo pleno de belezas, maravilhas e possibilidades, é incrível. Existe tanto sobre o que se pensar. As coisas do dia a dia importam muito pouco: o importante é ver além do corpo físico e crescer internamente.

No Bhagavad-Gita, Krishna assinala que está no coração de todas as coisas e que não há fim para o seu ser: 'O que quer que seja glorioso, belo e poderoso procede de um fragmento de meu esplendor.' As qualidades mencionadas por Sri Krishna existem em toda parte, tanto em forma quanto em consciência. Há uma crescente perfeição e uma infinita variedade nas formas que d'Ele emanam. Os seres humanos podem conhecer parte dessa perfeição e da ordem cósmica por meio das revelações de beleza, inteligência, amor e outras qualidades divinas.

Há pessoas que não hesitam em transformar a Terra em material para promover ganhos financeiros. Esta é uma das principais razões por que tantas espécies foram dizimadas. Esse tipo de atitude não é espiritual. Espiritual é ver a beleza em toda parte. Em toda parte, no deserto e na floresta, transparecem o esplendor e a luz do divino. Mas precisamos ter olhos para ver. (...)"

(Radha Burnier - A ordem cósmica - Revista Sophia, Ano 15, nº 67 - p. 33)


sábado, 24 de fevereiro de 2018

EDUCAÇÃO E AUTODESCOBERTA (PARTE FINAL)

"(...) A descoberta nesse sentido pode também levar à autodescoberta. Considere com seriedade toda a vida à sua volta. Aprenda a considerar inteligentemente os corações das pessoas. Considere com maior seriedade seu próprio coração. Não apenas observe aquilo que está fora, também observe a si próprio, por que pensa isso ou aquilo, observe sua conduta na vida diária. Ver a si mesmo como parte do todo, ver a imensidão do universo. Isto é observação: ver sem a sombra de si mesmo. Temos aqui um paradoxo: auto-observação com autoesquecimento, talvez a maior bem-aventurança que exista.

Svadhyaya significa autoestudo. H. P. Blavatsky falou do autoestudo, no livro A Doutrina Secreta, como 'um meio de exercitar e desenvolver a mente'. É uma contínua expansão de consciência transcendendo o insignificante senso de 'eu'. Da forma como estamos hoje, ainda com o nosso insignificante sendo de eu, o que há para descobrir em nós mesmos?

A maioria das pessoas pensaria imediatamente no subconsciente, significando aquele reino um tanto sombrio para o qual banimos as experiências, pensamentos e sentimentos dos quais nos envergonhamos, que nos perturbam ou dos quais temos medo. Simplesmente nos recusamos a pensar neles. Não encarar o conteúdo de nosso subconsciente, recusá-lo ou encobri-lo é como tentar descartar um material radioativo jogando-o no oceano, ou como tentar pôr uma rolha num vulcão para evitar que entre em erupção.

Krishnamurti alegava que não há subconsciente. Pode ter sido o caso com ele, que enfrentava as coisas como elas vinham. Sua vida parece ter sido uma longa e emocionante viagem de descoberta. Mas nós, da próxima vez que experienciarmos medo, desgosto ou vergonha, também podemos enfrentar esses sentimentos corajosamente, deixar que eles contem sua história, ouvi-los atentamente, sem interferência. 

O problema é que temos uma ótima opinião sobre nós mesmos. Talvez seja melhor não ter opinião, mas empreender a autodescoberta para encontrar algo que verdadeiramente nos diz respeito. O ciúme ou o ódio são como uma casa feia que construímos, uma mancha na paisagem. Ela não desaparecerá se fecharmos os olhos. Portanto, devemos aceitá-la, mas não vamos mais construir uma casa semelhante."

(Mary Anderson - Educação e autodescoberta - Revista Sophia, Ano 15, nº 67 - p. 22/23)