OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


domingo, 8 de abril de 2018

A CRÍTICA (1ª PARTE)

"Se quisermos fazer algum progresso no Ocultismo, precisamos aprender a tratar da nossa vida e deixar as outras pessoas em paz. Elas têm suas razões e suas linhas de pensamento, que nós não compreendemos. Ficam de pé ou caem diante do próprio Mestre. Mais uma vez, temos o nosso trabalho para executar, e nos negamos a ser desviados dele. Precisamos aprender a ter caridade e tolerência, e reprimir o desejo insensato de estar sempre descobrindo defeitos nos outros. 

É um desejo insensato, e domina a vida moderna - o espírito de crítica. Cada um de nós deseja interferir na obrigação de outrem, em vez de atender à nossa; cada um de nós cuida-se capaz de fazer o trabalho de outro homem melhor do que ele o está fazendo. Isso é constatado na política, na religião, na vida social. A obrigação manifesta de um governo, por exemplo, é governar, e a do povo  ser bons cidadãos e fazer com que o trabalho do governo seja fácil e eficiente. Nos dias que correm, porém, as pessoas anseiam tanto por ensinar seus governos a governar que se esquecem do dever primordial de ser bons cidadãos. Os homens querem compreender que, se se restringirem a fazer sua obrigação, o carma se encarregará dos 'direitos' a cujo respeito vociferam tanto.

Por que carga d'água esse espírito de crítica está tão generalizado e é tão selvagem neste período da história do mundo? Como a maioria dos outros males, é o excesso de uma qualidade boa e necessária. No discorrer da evolução chegamos à quinta sub-raça da quinta raça-raiz. Quero dizer que essa raça foi a última a ser desenvolvida, que o seu espírito domina o mundo neste momento, e que até os que não pertencem a ela são, por força, muito influenciados por esse espírito.

Ora, cada raça tem suas próprias lições especiais para aprender, sua própria qualidade especial para desenvolver. A qualidade da quinta raça é a que, às vezes, se denomina manas - o tipo de intelecto que discrimina, que nota as diferenças entre as coisas. Quando ela estiver perfeitamente desenvolvida, os homens notarão as diferenças com calma, unicamente com o propósito de compreendê-las e julgar qual delas é a melhor. Mas agora, nesta fase de semidesenvolvimento, a maioria das pessoas procura as diferenças do seu próprio ponto de vista, não para compreendê-las, senão para se opor a elas - e muitas vezes para persegui-las com violência. Este é simplesmente o ponto de vista do homem ignorante e não desenvolvido, cheio de intolerência e presunção, absolutamente seguro de estar certo (talvez o esteja, até certo ponto) e de que tudo o mais, portanto, há de ser inteiramente errado - uma coisa que não se segue à outra. Lembremo-nos do que disse Oliver Cromwell ao seu conselho: 'Irmãos, eu vos imploro, pelo nome sagrado do Cristo, que julgueis possível que às vezes estais enganados!' (...)"

(C. W. Leadbeater - A Vida Interior - Ed. Pensamento, São Paulo, 1999 - p. 97)
www.pensamento-cultrix.com.br


sábado, 7 de abril de 2018

A PULSAÇÃO DA MORTE (PARTE FINAL)

"(...) Ter a impermanência no coração é tornar-se lentamente livre da ideia de apego, da nossa visão distorcida e destrutiva de permanência, da falsa paixão pela segurança que usamos como base para tudo o que construímos. Começamos a compreender, devagar, que toda dor no coração produzida pelo apego que nutrimos pelo que não podemos conservar é, no sentido mais profundo, desnecessária. No começo também isto pode ser doloroso de aceitar, porque parece muito estranho. Mas à medida que refletimos, e continuamos refletindo, nosso coração e nossa mente passam por uma transformação gradual. Soltar começa a parecer mais natural e vai se tornando cada vez mais fácil. Pode demorar um bom tempo para mergulhar nisso, conforme a extensão da nossa insensatez, mas quanto mais refletimos mais desenvolvemos nossa perspectiva de soltar; é então que ocorre uma mudança no nosso modo de olhar para tudo.

Contemplar a impermanência por si só não basta; é preciso trabalhar com isso em sua vida. Assim como os estudos médicos exigem teoria e prática, assim também a vida; e na vida o treinamento prático é aqui, é agora, no laboratório da mudança. Quando ocorrem mudanças, aprendemos a olhar para elas com nova compreensão; e embora continuem surgindo como antes, alguma coisa em nós estará diferente. A situação toda estará então mais descontraída, menos intensa e dolorosa; mesmo o impacto das mudanças que atravessamos nos parecerá menos chocante. A cada mudança sucessiva percebemos um pouco melhor, e a nossa concepção da vida torna-se mais profunda e mais ampla."

(Sogyal Rinpoche - O Livro Tibetano do Viver e do Morrer - Ed. Talento/Ed. Palas Athena, 1999 - p. 57/58)


sexta-feira, 6 de abril de 2018

A PULSAÇÃO DA MORTE (1ª PARTE)

"Não haveria nenhuma possibilidade de chegar a conhecer a morte se ela acontecesse só uma vez. Mas felizmente a vida não é mais que uma contínua dança de nascimento e morte, um bailado de mudanças. Toda vez que ouço o sussurrar de um ribeirão de montanha, ou as ondas quebrando na praia, ou ainda as batidas do meu coração, escuto o som da impermanência. Essas mudanças, essas pequenas mortes, são nossos elos vivos com a morte. Elas são o pulso da morte, o coração dela batendo, incitando-nos a largar todas as coisas a que somos apegados.

Vamos então trabalhar com essas mudanças agora, durante a vida: esse é o verdadeiro modo de nos prepararmos para a morte. A vida pode ser cheia de dor, de sofrimento e dificuldades, mas todas essas experiências são oportunidades que nos são dadas para nos ajudar a aceitar emocionalmente a morte. E só quando acreditamos que as coisas são permanentes que perdemos a oportunidade de aprender com a mudança.

Se desperdiçarmos essa possibilidade, fechamo-nos e nos deixamos dominar pelo apego. O apego é a fonte de todos os nossos problemas. Uma vez que a impermanência para nós é sinônimo de angústia, agarramo-nos desesperadamente às coisas, mesmo que todas elas mudem. Vivemos com pavor de soltar, com pavor do próprio viver, já que aprender a viver é aprender a soltar. E essa é a tragédia e a ironia da nossa luta pela permanência: ela não só é impossível, como nos traz exatamente a dor que procuramos evitar.

A intenção por trás da atitude de agarrar pode não ser ruim em si mesma; não há nada de errado com o desejo de ser feliz, mas aquilo a que tentamos nos agarrar é por natureza impossível de ser agarrado. Os tibetanos dizem que não se pode lavar a mesma mão suja duas vezes na mesma água corrente, e acrescentam: 'Não importa o quanto você esprema um punhado de areia, jamais obterá óleo dele'. (...)"


(Sogyal Rinpoche - O Livro Tibetano do Viver e do Morrer - Ed. Talento/Ed. Palas Athena, 1999 - p. 57)


quinta-feira, 5 de abril de 2018

AUTORREALIZAÇÃO PELO AMOR A DEUS

"A melhor definição de bhakti yoga, encontra-se talvez no verso: 'Que o amor sem fim, que o ignorante sente pelos efêmeros objetos dos sentidos, jamais abandone o meu coração que Te busca!'

Vemos quanto é forte o amor que os homens, por falta de discernimento, devotam aos objetos dos sentidos, dinheiro, roupas, esposa, filhos, amigos e bens. Que extraordinário apego eles têm por essas coisas! O sábio diz na prece citada: 'Terei essa afeição - esse extraordinário apego - só por Ti.'

Esse amor, quando consegrado a Deus, chama-se bhakti. Bhakti não é destrutivo. Demonstra que nenhuma de nossas faculdades nos foi dada em vão. Por meio delas encontramos o caminho natural para a libertação. Bhakti não extingue nossas tendências nem se volta contra a natureza humana, apenas a orienta de maneira mais elevada e poderosa. A mesma espécie de amor dedicado aos objetos sensoriais, quando oferecida a Deus chama-se bhakti

O essencial é querer Deus. Só quando nos fartamos de tudo nessa vida procuramos abastecimento mais além. Pare, o quanto antes, com essa brincadeira infantil que você chama de mundo, e então sentirá necessidade de algo que seja superior. Terá sido dado o primeiro passo em direção à religião.

Há uma forma de religião que está na moda. Minha amiga tem muitos móveis em sua sala de visitas, mas se é moda ter um jarrão japonês, ela terá um, mesmo que pague mil dólares por ele. Da mesma maneira, ela será um pouco religiosa e pertencerá a uma igreja.

Bhakti não é para esse tipo de pessoa. Isso não é 'querer.' Querer é não poder viver sem o que queremos. Queremos ar, alimento, roupas, sem os quais não podemos viver. Quando um homem ama uma mulher, há ocasiões em que ele tem a sensação de que não pode viver sem ela, embora isso seja um equívoco. Quando o marido morre, a esposa está convencida de que não conseguirá viver sem ele mas vive da mesma maneira.

É esse o significado da necessidade: aquilo sem o qual não podemos viver. Ou temos ou morremos. O momento virá em que experimentaremos esse sentimento por Deus ou, em outras palavras, desejaremos algo que está além desse mundo, que transcenda todas as forças materiais. Então poderemos tornar-nos bhaktas."

(Swami Vivekananda - O que é Religião - Lótus do Saber Editora, Rio de Janeiro, 2004 - p. 255/256)


quarta-feira, 4 de abril de 2018

EMPATIA

"A você que aderiu à ideia de tornar-se 'servo bom e fiel', mais um pedido:

Procure conhecer, aí na vizinhança, em seu bairro, em lugar que lhe for acessível, uma ou mais instituições que prestam caridade. Sempre existe alguma e, infalivelmente, se debatendo em crises de sobrevivência, estará dependendo de sua colaboração. Há sempre indivíduos ou casas assistenciais que dependem de você e de mim. Há sempre pessoas desamparadas na velhice, esmagadas pela solidão ou por doenças, há sempre crianças cujo futuro - feliz ou desgraçado - estão precisando de sua cooperação e da minha.

Precisamos - você e eu - poder dizer assim:

'Meu Deus, estou cumprindo meus deveres de caridade, e nisto estamos encontrando a verdadeira felicidade, a de estarmos Te ajudando nas pessoas necessitadas.'

Se trocarmos a posição de quem pede pela posição de quem dá, nos enriqueceremos.

A dor dos outros dói em mim."

(Hermógenes - Deus investe em você - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1995 - p. 80/81)