OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


quinta-feira, 24 de setembro de 2020

A ACEITAÇÃO DAS RELIGIÕES

"Há várias gradações mentais. Talvez você seja racionalista, cheio de bom senso e espírito prático, e não se interesse por ritos e cerimônias. Você quer fatos intelectuais rigorosos e relevantes para convencer-se. Os puritanos e muçulmanos também não admitem imagem ou estátua no recinto de culto. Muito bem. Entretanto, outra pessoa tem um temperamento mais artístico. Deseja cercar-se de arte - a beleza de linhas e curvas, cores, flores, cerimônias; quer velas, luzes e todos os símbolos e acessórios ritualísticos para que possa ver Deus. A mente dessa pessoa apreende Deus por essas formas, enquanto a sua o apreende por meio do intelecto. Há também o homem piedoso; sua alma chora por Deus, a quem ele só pensa em adorar e glorificar. E há ainda o filósofo, que se mantém à parte e de todos zomba. Ele pensa: 'Como são absurdas as ideias que eles fazem de Deus!'

Eles podem rir uns dos outros, mas cada um tem seu lugar no mundo. A diversidade de mentalidades e a variedade de temperamentos são necessárias. Se algum dia existir uma religião ideal deverá ser bastante nobre e ampla para suprir todas essas mentes. Oferecerá ao filósofo a força da filosofia, ao adorador de Deus o coração piedoso, ao ritualista tudo o que o simbolismo mais maravilhoso pode transmitir, ao poeta tanta emoção quanto ele pode aguentar, e assim por diante. Para criar essa religião ampla, teremos de voltar aos primórdios das religiões e adotá-las todas. 

Nossa palavra de ordem será então aceitação e não exclusão. Não apenas tolerância, pois esta suposta tolerância geralmente é um insulto, e não estou de acordo com ela. Acredito em aceitação. Por que deveria eu tolerar? Tolerância significa que acho que você está errado e estou apenas permitindo que exista. Não é uma blasfêmia pensar que você e eu estamos consentindo que os outros vivam? Aceito as religiões do passado e presto culto a Deus em todas elas: juntamente com cada uma, adora a Deus na cerimônia ou rito que usarem. Entrarei na mesquita do muçulmano; entrarei na capela do cristão e ajoelhar-me-ei ante o crucifixo do altar; entrarei no templo budista onde me refugiarei em Buda e sua Lei. Entrarei na floresta e sentarei em meditação com o hindu que está tentando ver a Luz que ilumina o coração de cada ser. 

Não só farei isso, mas conservarei meu coração aberto para tudo o que vier no futuro. O livro de Deus está terminado ou é uma constante e contínua revelação? É um livro maravilhoso - as revelações espirituais do mundo. A Bíblia, os Vedas, o Alcorão e todas as escrituras sagradas são apenas algumas páginas de um número sem fim que ainda resta para folhear. Eu o deixaria aberto para todos. Vivemos no presente, porém estamos abertos para o futuro infinito. Acolhemos o passado, desfrutamos da luz do presente e abrimos todas as janelas do coração para o tempo que há de vir. Saudações aos profetas antigos, aos grandes seres da nossa época e aos que virão no futuro!"

(Swami Vivekananda - O que é Religião - Lótus do Saber Editora, Rio de Janeiro, 2004 - p. 23/24)


terça-feira, 22 de setembro de 2020

DEUS É ASSIM

É preciso deixar-se, misericordiar, por Deus – Comunidade Anuncia-Me"As enchentes devastam cidades e plantações.

As lavas do vulcão espalham morte e terror.

Mas tanto as enchentes quanto as lavas enriquecem o solo, trazendo boas colheitas.

Deus é assim.

Constrói enquanto destrói, enriquece enquanto despoja, afaga enquanto castiga...

E é assim que a felicidade pode ser-nos dada através de muito pranto.

Deus é assim.

Só aos que se dispõem a morrer Ele concede a Vida que não cessa.

Só aos que não se desesperam ou se rebelam, Ele dá a Paz, a Paz que Ele mesmo É."

(Hermógenes - Mergulho na paz - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 2005 - p. 83) 


quinta-feira, 17 de setembro de 2020

A NATUREZA HUMANA

A natureza humana | JORGE REIS SA"Há duas espécies de paixões mundanas que corrompem e ocultam a pureza da natureza de Buda.

A primeira é a paixão pela discriminação e discussão, pela qual os homens se confundem nos julgamentos. A segunda é a paixão pela experiência emocional, pela qual os méritos das pessoas se tornam confusos.

As ilusões do raciocínio e as ilusões da prática parecem ser a síntese de todas as falhas humanas, mas, na realidade, há outras duas em suas bases. A primeira é a ignorância, a segunda é o desejo.

As delusões de raciocínio baseiam-se na ignorância e as delusões da prática apoiam-se no desejo, assim, estes dois conjuntos formam, na realidade, apenas um conjunto, e juntos são a fonte de todo o infortúnio.

Se os homens são ignorantes, não podem raciocinar correta e seguramente. Quando se sujeitam ao desejo pela existência o sentimento de posse e o apego a tudo, inevitavelmente, os seguirão. É este constante apego a tudo agradável, visto ou ouvido, que leva os homens à delusão do hábito. Alguns cedem mesmo ao desejo pela morte do corpo.

Destas fontes primárias surgem todas as paixões mundanas da cobiça, ira, tolice, equívoco, ressentimento, ciúme, lisonja, fraude, orgulho, desprezo, embriaguez e egoísmo."

(A Doutrina de Buda - Bukkyo Dendo Kyokai, 3ª edição revista, 1982 - p. 161/163)


terça-feira, 15 de setembro de 2020

AMOR E BONDADE: DESCERRANDO O MANANCIAL

AMOR OU BONDADE? | Deus ainda fala!"Quando acreditamos que não existe em nós amor suficiente, há um método para descobri-lo e invocá-lo. Recue na mente e recrie, quase visualize, um amor que alguém lhe deu e que realmente o tocou, talvez na infância. Tradicionalmente, você é ensinado a pensar em sua mãe e na devoção que ela tem por você por toda a vida, mas se isso lhe parece problemático pense na sua avó, no seu avô ou ainda em alguém que tenha sido profundamente bondoso e dedicado a você em sua vida. Lembre-se de um instante particular em que você foi amado e sentiu esse amor vividamente.

Deixe agora que aquela sensação surja outra vez em seu coração, infundindo gratidão em você. À medida que faz isso, seu amor irá naturalmente para a pessoa evocada. Verá então que, embora nem sempre sinta que foi suficientemente amado, você o foi de fato. Saber disso fará com que de novo se sinta digno do amor e realmente amado, como aquela pessoa o fez sentir-se.

Permita que seu coração se abra agora, e deixe que dele flua o amor; estenda-o então a todos os seres vivos. Comece pelos que lhe estão mais próximos, e depois leve-o aos amigos e conhecidos, aos vizinhos, a estranhos, àqueles de quem não gosta ou com quem tem dificuldades, mesmo os que considera seus 'inimigos', e finalmente estenda-o a todo o universo. Deixe que esse amor se torne cada vez mais sem fronteiras. A equanimidade é, juntamente com o amor, a compaixão e a alegria, um dos quatro aspectos essenciais daquilo que, segundo os ensinamentos, constitui a aspiração da compaixão na sua totalidade. A visão todo abrangente e sem preconceito da equanimidade é o ponto de partida e o fundamento do caminho da compaixão.

Você verá que essa prática descerra uma fonte de amor e essa revelação da bondade amorosa em você inspirará o nascimento da compaixão. Como disse Maitreya num dos seus ensinamentos a Asanga: 'A água da compaixão flui pelo canal da bondade amorosa'."

(Sogyal Rinpoche - O Livro Tibetano do Viver e do Morrer - Ed. Palas Athena, São Paulo, 2000 - p. 251/252)

quinta-feira, 10 de setembro de 2020

DESCANSO PARA A MENTE (PARTE FINAL)

Férias… sua mente precisa descansar | São Marcos Online"(...) Como podemos dar às nossas mentes a oportunidade de descansar e relaxar? Inúmeras atitudes podem ajudar. Você pode nutrir e relaxar seu corpo com uma dieta saudável e exercícios, especialmente yoga. Pode criar intervalos na sua rotina diária, caminhar, ouvir música e se desconectar por um tempo do mundo tecnológico. Mas o que mais pode ajudar é a prática da meditação; apenas observar seus pensamentos e repousar sua mente prestando atenção ao ir e vir da respiração. Esse tipo de meditação é simples, pode ser praticado em qualquer lugar e tem um forte impacto sobre nosso bem-estar. Logo que ficamos confortáveis com essa técnica básica, podemos observar com mais atenção os nossos pensamentos. 

A primeira coisa que você notará é a grande quantidade de pensamentos, como eles estão sempre mudando e como a mente corre atrás deles. A prática é simplesmente perceber quando a mente se desgarra e trazê-la de volta ao presente, repetidamente. Como fazer isso? Simplesmente deixando ir o pensamento que você estava seguindo. Assim que notar que ele está aí, não se prenda. Dessa forma você corta o fluxo de pensamentos, em vez de encorajá-los. 

Há uma grande sensação de alívio quando você não está mais sendo arrastado pelos pensamentos. Não importa se eles são positivos ou negativos. Se um pensamento bom aparece, você não precisa melhorá-lo ou se alegrar com ele; apenas deixe-o como está. Se um mau pensamento surge, você não precisa se preocupar com ele, nem tentar bloqueá-lo ou mudá-lo. Você pode simplesmente deixá-lo como está.

O segredo para verdadeiramente descansar a mente na meditação é abrir mão de todos os pensamentos a respeito dos pensamentos. Podemos simplesmente relaxar à medida que eles vêm e vão. Quanto mais relaxados estivermos, mais poderemos ver a qualidade desperta da mente, que não enxergávamos antes. Quando vemos isso, estamos vendo o que Buda chamou de nosso 'potencial iluminado'.

Podemos encontrar nossa felicidade e nossa paz mental exatamente como estamos neste exato momento, porque elas estão dentro de nós. Não temos que mudar nossos pensamentos, nem nos transformar em outro alguém. Não precisamos pensar que este 'eu' não é suficientemente bom ou sortudo para ser feliz. Não precisamos ser Madre Tereza, Bill Gates nem a pessoa nos anúncios da revista. Sejamos apenas felizes."

(Dzogchen Ponlop Rinpoche - Descanso para a mente - Revista Sophia, Ano 16, nº 71 - p. 29)