OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


terça-feira, 28 de dezembro de 2021

ATIVO, PORÉM QUIETO

"Para descobrir a nova mente, não só é necessário entendermos as reações do velho cérebro, mas também é necessário que o velho cérebro se aquiete. O velho cérebro deve estar ativo, mas quieto. Você está acompanhando o que estou dizendo? Olhe! Se você descobrisse por si mesmo que existe uma realidade, que existe um Deus - a palavra Deus não é o fato -, seu velho cérebro, que foi alimentado em uma tradição, seja ele anti-Deus ou pró-Deus durante séculos de afirmação social, deveria ficar quieto. Porque, do contrário, isso só faria projetar suas próprias imagens, seus próprios conceitos, seus próprios valores. Mas esses valores, esses conceitos, essas crenças são resultado do que lhe foi dito ou de suas reações ao que lhe foi dito. Por isso, inconscientemente, você diz: 'Esta é a minha experiência!'.

Você tem de questionar a própria validade da experiência - da sua própria experiência ou da experiência de outra pessoa, não importa quem ela seja. Ao questionar, investigar, perguntar, exigir, observar e escutar atentamente, as reações do velho cérebro se aquietam. Mas o cérebro não está dormindo; ele é muito ativo, mas está quieto. Ele chegou a essa quietude por meio da observação, da investigação. E para investigar, observar, você precisa ter luz; e a luz é sua constante vigilância."

(Krishnamurti - O Livro da Vida - Ed. Planeta do Brasil Ltda., São Paulo, 2016 - p. 331)


quinta-feira, 23 de dezembro de 2021

CORPO E ANIMA

"Nosso corpo é como se fosse um vaso vazio, ou um saco que só fica em pé porque existe uma energia que o preenche e anima; a energia divina.

Essa energia anima todas as coisas viventes. A própria palavra anima significa alma, em latim.

De fato, somos um espírito, e o corpo é nossa morada provisória. Assim como o mergulhador precisa de uma roupa especial para chegar às grandes profundezas do oceano, o espírito também precisa dessa vestimenta material para descer à Terra e viver sua jornada no mundo físico.

O propósito da vida é a evolução. Tudo evolui: os minerais, as plantas, os animais, os seres humanos... Cada um no seu nível de consciência e forma. 

Um dia chegaremos a perceber melhor tudo isso e decifraremos o enigma, quando nossos olhos espirituais estiverem mais abertos para as realidades internas.

Enquanto isso, nosso aprendizado se dá pelas experiências que a vida nos proporciona, com nossas escolhas, erros e acertos. Assim, vamos colhendo os frutos do que plantamos e aprendendo com as lições até entendermos que somos todos um só nessa majestosa aventura comum de fazer desabrochar o deus oculto que habita em cada um de nós e que somos nós. 

Isso é familiar para você? Você já se perguntou sobre o objetivo de sua existência? Acredita na continuidade da vida? Respeita a opinião dos outros? Conversa sobre isso? Tem disposição para ouvir, falar e aprender?

Dizem que: 'A busca da verdade não admite sectarismos'. 'A verdade é uma terra sem caminhos'. 'O caminho se faz ao caminhar'. 'A verdade mora no nosso coração e nos liberta'.

Paz e progresso a todos os seres, em todas as dimensões!"

(Fernando Mansur - O Catador de Histórias - Editora Teosófica, Brasília, 2018 - p. 61)


terça-feira, 21 de dezembro de 2021

CORPO E ALMA

"A história mostra que crenças ou ensinamentos mal compreendidos nos levaram a entender que somos um corpo e que o corpo tem uma Alma. Entretanto, várias tradições espirituais nos mostram que, de fato, somos uma Alma e que o corpo é seu veículo de atuação.

Além do plano físico, existem outros mundos menos densos onde a Alma atua e também se desenvolve. Mas a encarnação física é fundamental no processo evolutivo.

O apego ao corpo nos levou e nos leva a um sofrimento indizível quando chega a hora de nos separarmos dele, pois achamos que é o fim de tudo. O corpo se desintegra, seus elementos são reaproveitados pela natureza e nós continuamos nossa jornada noutro 'lugar', em outro estado de consciência. Nessa outra dimensão a consciência é expandida, e tempo e espaço são diferentes daqueles que conhecemos aqui. Quem já experimentou a sensação de quase morte diz que naquele momento passa uma espécie de filme na mente, em um breve instante, quando a pessoa revê todas as cenas de sua vida. Há então uma surpreendente compreensão de certo e errado e que tudo fica realmente registrado no HD da natureza.

Outro ensinamento que causou grandes danos à boa parte da humanidade foi o do céu e do inferno eternos. Essa crença vem sendo gradativamente revista e ampliada para algo mais compatível e coerente com a bondade divina. 

A teoria dos ciclos e o retorno periódico à manifestação, regulamentados pela lei do karma (causa e efeito), vêm se constituindo num grande lenitivo para aqueles que acreditavam que a morte é o fim.

A busca da verdade exige liberdade de pensamentos e fé nos caminhos apontados pelo coração. Confie e procure respostas para as dúvidas que sua Alma lhe apresenta. Você tem o direito de saber.

Você pode buscar.

Vamos!"

(Fernando Mansur - O Catador de Histórias - Editora Teosófica, Brasília, 2018 - p. 60)


quinta-feira, 16 de dezembro de 2021

O MISTÉRIO DO LIMIAR - 3

"Uma vez que se considera o significado desses Portais, é evidente que não há outro caminho para escapar dessa forma de existência, exceto através deles. Os Portais somente podem admitir o ser humano para o lugar em que ele se converte no fruto, cuja flor é a natureza humana. A Natureza é a mais bondosa das mães para aqueles que dela necessitem; ela nunca se cansa de seus filhos ou deseja que sejam reduzidos em números. Seus braços amistosos se abrem para a vasta multidão que deseja nascer e viver na forma; e à medida que continuam a desejá-lo, ela permanece sorrindo. Por que , então, ela fecharia as portas a alguns? Quando uma vida não esgotou uma centésima parte do anseio da alma por uma sensação como a que se tem na existência, que razão pode haver para a sua partida a qualquer outro lugar? Certamente as sementes do desejo brotam onde o semeador as semeou. Isso parece razoável; e neste fato, aparentemente evidente, a mente indiana baseou sua teoria da reencarnação, do nascimento e renascimento na matéria, que se tornou parte tão familiar do pensamento oriental que já não precisa mais de demonstração. 

O indiano sabe que para o ocidental um dia vivido é apenas um dos muitos dias que compõem o período da vida de um ser humano. Essa certeza que o Oriente possui com relação às leis naturais, que regem os grandes giros da existência da alma, é simplesmente adquirida por hábitos do pensamento. Muitos fixam suas mentes em assuntos que para o Ocidente são considerados impensáveis. Foi desta forma que o Oriente produziu as grandes flores do crescimento espiritual da humanidade. Seguindo as pegadas mentais de um milhão de seres, Buda passou pelos Portais de Ouro; e graças a uma grande multidão pressionando sobre o limiar, ele pôde deixar para trás as palavras que provam que aqueles Portais se abrirão."

(Mabel Collins - Através dos Portais de Ouro - Ed. Teosófica, Brasília, 2019 - p. 56/58)

terça-feira, 14 de dezembro de 2021

O MISTÉRIO DO LIMIAR - 2

"Não há dúvida de que o ser humano deve educar-se para perceber o que está além da matéria, assim como deve educar-se para perceber o que está na matéria. Todos sabem que o início da vida de uma criança é um longo processo de adaptação, de aprender a entender o uso dos sentidos em relação às suas áreas especiais e de praticar os exercício difíceis, complexos e de órgãos completamente imperfeitos, em referência à percepção do mundo da matéria. A criança é sincera e trabalha sem hesitação se quiser viver. 

Algumas crianças nascidas na alvorada da Terra esquivam-se e recusam-se a enfrentar a imensa tarefa que está diante delas, mas que precisa ser realizada para tornar possível a vida na matéria. Elas voltam para as fileiras dos não nascidos; nós as vemos sacrificar seu múltiplo instrumento, o corpo, e desaparecer no sono. Assim ocorre com a grande multidão da humanidade que triunfou, conquistou e desfrutou do mundo da matéria. Os indivíduos dessa multidão, que aparentemente são tão poderosos e confiantes em seu ambiente familiar, na presença do Universo imaterial são como crianças. E os vemos, de todos os lados, diariamente, e de hora em hora, recusando-se a entrar, afundando-se de novo nas fileiras dos habitantes da vida física, apegando-se às consciências que eles experimentaram e compreenderam. A rejeição intelectual de todo conhecimento puramente espiritual é a indicação mais marcante dessa indolência, da qual os pensadores de todas as posições são certamente culpados.

É evidente que o esforço inicial é pesado, e é claramente uma questão de força, bem como de atividade voluntária. Mas não há como adquirir ou usar essa força quando adquirida, exceto pelo exercício da vontade. É inútil esperar nascer com grandes posses. No reino da vida, não há hereditariedade, exceto aquele do próprio passado do ser humano. Ele precisa acumular aquilo que é dele. Isso é evidente para qualquer observador da vida que usa seus olhos sem estar cego pelo preconceito; e mesmo quando o preconceito está presente, é impossível para o indivíduo sensato não perceber o fato.

É a partir disso que obtemos a doutrina do sacrifício e da redenção, permanecendo através de grandes períodos post-mortem, ou pela eternidade. Essa doutrina é uma maneira estreita e pouco inteligente de afirmar o fato na Natureza, aquilo que um homem semeia, ele colherá. A grande inteligência de Swedenborg viu o fato tão claramente que decidiu por endurecer-se em relação à essa existência em particular; seus preconceitos criando para ele a impossibilidade de perceber a chance de uma nova ação, quando não há mais o mundo sensível para atuar. Ele era muito dogmático para a observação científica e não via que, como a primavera segue o outono, e o dia a noite, o nascimento deve seguir a morte. Ele chegou muito perto do limiar dos Portais de Ouro, e foi além do mero intelectualismo, apenas para fazer uma pausa e dar um passo adicional. O vislumbre que obteve do além da vida pareceu-lhe conter o Universo; e no fragmento de sua experiência, ele construiu uma teoria que incluía toda a vida, recusando-se a progredir além desse estado ou em qualquer possibilidade fora desse. Esta é apenas outra forma de tarefa monótona e árdua. Mas Swedenborg está em primeiro lugar diante da multidão de testemunhas para o fato de que os Portais de Ouro existem e podem ser percebidos das altas regiões do pensamento, e ele nos lançou uma leve onda de sensações a partir de seu limiar."...continua.

(Mabel Collins - Através dos Portais de Ouro - Ed. Teosófica, Brasília, 2019 - p. 52/56)