OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


quinta-feira, 22 de setembro de 2022

SINTONIZA A TUA ALMA COM O INFINITO (PARTE FINAL)

"De que modo pode e deve o homem aperfeiçoar a sua antena espiritual?

Pelo exercício intenso e assíduo. 

Em que consiste esse exercício?

Em abismar-se frequentemente nesse mundo espiritual, que está dentro de cada homem, mas que a maior parte dos homens ignora, por falta de introspecção, que também se chama meditação, Cristo-conscientização ou oração.

É indispensável, leitor, que te habitues a dedicar pelo menos 30 minutos - melhor ainda uma hora - diariamente a esse exercício sério de afinação e sintonização do teu receptor espiritual, até que essa sintonia se torne espontânea e permanente, mesmo no bulício das ruas e na lufa-lufa da vida profissional. O exercício continuado produz a facilidade, e essa facilidade de mergulhar no mundo espiritual cria na alma um ambiente de profunda tranquilidade, firmeza, segurança, paz e felicidade.

A história da humanidade de todos os tempos e países não nos apresenta um só homem realmente grande que não tenha praticado, assídua e intensamente, essa sintonização espiritual. A verdadeira grandeza do homem, idêntica à sua felicidade, consiste na facilidade com que ele se identifica com o mundo da Divindade.

Moisés, Elias, João Batista, Paulo de Tarso, Francisco de Assis, Sundar Singh, Buda, Lao-Tse, Gandhi, Tagore, Schweitzer e, sobretudo, Jesus de Nazaré todos eles, e milhares de outros, praticavam regularmente esse ingresso em si mesmos e esse periódico regresso à fonte de luz e força, que é Deus dentro de cada homem, o 'Deus desconhecido' que deve tornar-se o 'Deus conhecido' e o 'Deus vivido, ao ponto de cada homem poder dizer com o apóstolo Paulo: 'Já não sou eu que vivo - o Cristo é que vive em mim'; e por isto mesmo podia ele exclamar: 'Transbordo de júbilo no meio de todas as minhas tribulações.' 

É este o 'renascimento pelo espírito', a morte do 'homem velho' e a ressurreição do 'homem novo.

Mahatma Gandhi dedicava invariavelmente a primeira hora do dia à meditação espiritual; além disto, cada segunda-feira era completamente reservada a essa comunhão com Deus. Por isto conseguiu ele mais pela força do espírito do que outros conseguem pelo espírito da força..

Quando, anos atrás, Rabindranath Tagore, o exímio filósofo e poeta espiritual da Índia, passou pelo Rio de Janeiro, os repórteres dos jornais invadiram o navio para o entrevistar. Tagore, porém, não os recebeu, respondendo-lhes apenas: 'I am in meditation' (estou em meditação), porque a passagem pelo porto do Rio de Janeiro coincidia casualmente com o dia da semana em que esse homem costumava ter a sua silenciosa comunhão com Deus; e nenhum prurido de glória ou celebridade pela imprensa de um grande país foi capaz de o demover da sua concentração espiritual.

Jesus, segundo referem repetidas vezes os Evangelhos, depois de terminar os seus labores diurnos, retirava-se frequentemente às alturas dum monte ou à solidão dum ermo a fim de passar horas e horas, por vezes a noite inteira. 'em oração com Deus'.

Dessa frequente imersão no mundo divino provinha a luz e força, a paz e imperturbável serenidade que caracterizam a vida de Jesus, de maneira que até em vésperas de sua morte cruel podia ele dizer a seus discípulos: 'Dou-vos a paz, deixo vos a minha paz... para que seja perfeita a vossa alegria.'"

(Huberto Rohden - O Caminho da Felicidade - Alvorada Editora e Livraria Ltda., São Paulo, p. 77/79)
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terça-feira, 20 de setembro de 2022

SINTONIZA A TUA ALMA COM O INFINITO (1ª PARTE)

"No momento em que o leitor lê este capítulo da filosofia da felicidade, o ar está repleto de vibrações sonoras; alguma estação emissora está irradiando a 'Nona Sinfonia de Beethoven', ou talvez a 'Ave-maria' de Schubert ou de Gounod. O leitor está percebendo essa música? Não? Por que não, se ela está no ar, aí mesmo onde o leitor está neste momento? Que é que falta? Certamente, não falta a presença real dessas ondas eletrônicas... O que falta é um aparelho receptor capaz de captar essas vibrações silenciosas e transformá-las em ondas sonoras. No momento, porém, em que o leitor sintonizar o seu rádio pela frequência em que essa música foi irradiada eis que as vibrações silenciosas, já pré-existentes no espaço, se transformam em ondas sonoras...

No caso, porém, que a música seja irradiada em ondas curtas, e o leitor sintonizar o seu aparelho por ondas longas, não captará as ondas sonoras presentes, e é como se elas estivessem ausentes - objetivamente presentes, subjetivamente ausentes... 

A tua alma, leitor, é um delicado aparelho receptor dotado duma antena mais ou menos sensível. Da sensibilidade da antena e da qualidade do receptor, depende se o leitor vai perceber uma irradiação espiritual, ou não.

Deus é a grande estação emissora de todas as ondas do universo. Nele tudo está, dele tudo vem, para ele tudo vai.

Os seres infra-humanos são dotados, por assim dizer, de receptores para ondas longas - digamos, para vibrações meramente materiais, como os minerais, os vegetais, os animais. Mas o homem possui, além disto, um aparelho receptor para captar ondas curtas, ondas espirituais.

Quanto mais perfeito for esse receptor, mais facilmente captará o homem as mensagens da Divindade, e tanto mais maravilhosa será a 'música' da sua vida, que se chama felicidade.

Está, pois, no interesse vital do homem criar dentro de si um receptor de alta potência e absoluta nitidez, porque disto depende essencialmente o grau e a intensidade da felicidade da sua vida.

Esse receptor existe em cada homem, porque faz parte da própria natureza humana - mas a sua capacidade receptiva está sujeita a mil variações. A antena é a alma, mas nem toda alma possui suficiente receptividade para captar com segurança e nitidez as mensagens do Além, que sem cessar percorrem o espaço.

Afinar a sua antena, tornar o seu aparelho espiritual cada vez mais sensível - eis a tarefa máxima da vida de cada homem, aqui na terra; porque todas as outras coisas, sendo derivadas destas, virão por si mesmas. O grande Mestre de Nazaré exprimiu esta verdade básica nas conhecidas palavras: 'Procurai primeiro o reino de Deus e sua Justiça e todas as outras coisas vos serão dadas de acréscimo.'

Com uma antena altamente sensível, nenhum homem pode ser realmente infeliz, aconteça o que acontecer. Nenhuma 'interferência' de circunstâncias externas poderá destruir a música divina da sua vida. Ainda que tudo falhasse ao redor dele, esse homem sabe que dentro dele nada falhou, se ele mantiver a sua alma sintonizada com o Infinito. E, como a coisa principal está salva, o resto propriamente não está perdido, embora pareça, por que onde persiste a causa fundamental ali também perduram, embora invisíveis, os efeitos dela derivados." ... continua.

(Huberto Rohden - O Caminho da Felicidade - Alvorada Editora e Livraria Ltda., São Paulo, p. 75/77)
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quinta-feira, 15 de setembro de 2022

HIPOCRISIA

"Vivemos um tipo de comportamento estranho e contraditório?

Em primeiro lugar, deveríamos nos perguntar: será que tudo o que fazemos é por vontade própria?

Observemos por um instante nossas ações e reações. 

O mundo clama por amor e faz guerras. Religiões pregam união e perdão, mas brigamos entre nós e nos afastamos dos ensinamentos dos Mestres.

Grandes corporações criam e vendem artigos nocivos e poluentes e ao mesmo tempo patrocinam ONGs que defendem o meio ambiente. A propaganda é usada para estimular o uso de produtos prejudiciais que viciam, distraem e destroem. E são essas mesmas empresas que pregam uma vida sustentável. Vendem o veneno e depois a suposta cura. A cada momento surgem ideias novas de como salvar o planeta. A exploração, entretanto, é cada vez maior e mais equilibrada.

Há um ditado antigo que diz que somos nós que oferecemos ao agressor a arma com que ele vai nos ferir. 

É preciso muita força de vontade para escaparmos desse círculo vicioso. Nossa autonomia intelectual fica reduzida se estamos expostos 24 horas por dia a esses estímulos.

É possível que muita gente goste da maneira como vive. Outros tantos podem não saber que existem outras formas de pensar, de agir, de se conhecer e se comprometer. Não há nada de místico É só a vida se manifestando com seu leque infinito de possibilidades. Pena que tenhamos acesso a tão poucas, já que vivemos o mito da escassez bem mais do que o da abundância. 

Vivemos nesse mundo de aparentes paradoxos e contraditórios. Existe outro? O que temos de fazer para compreender?

Para saber precisamos procurar.

Podemos. 

Vamos!"

(Fernando Mansur - O Catador de Histórias - Ed. Teosófica, Brasília, 2018 - p. 96)
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terça-feira, 13 de setembro de 2022

CURATIVOS DA ALMA

"Algumas dores podem ajudar a curar feridas da alma Os véus físicos não impedem que o invisível, de alguma forma, se manifeste. 

Sábios sugerem: cure sua mente e seu corpo ficará curado. Sua alma se sentirá mais livre para atuar e servir através do veículo físico. 

Tudo no universo é regido por leis eternas e imutáveis. Mesmo que não as conheçamos, elas atuam. Conhecer é o primeiro passo para a libertação. 

Dizem-nos para ter paciência e que 'o tempo de lá (no mundo 'espiritual) é diferente do tempo daqui.' Estamos imersos no Eterno e a mão divina nos acolhe sem restrições. 

O medo é inimigo do real. 

Pode surgir a pergunta: Depois de tanto tempo convivendo com você mesmo, o que de mais importante você aprendeu a seu respeito? Podemos tentar responder, sem crítica, sem controle, sem julgamento.

Por que existem tantas cercas à nossa volta? Qual o motivo e o sentido de tanta separatividade? As vezes é preciso aparecer um palhaço ou uma criança para revelar que o rei está nu. 

Vejam essa surpreendente e reveladora história que me contaram: uma criança chega ao Rio e, depois de caminhar por algumas ruas, pergunta: 

- Vovó, por que existem tantas prisões? 

- Como assim!? Reagiu a avó.

- Eh, vovó! Por que todas essas grades na frente das casas e dos edifícios.

A avó tomou um susto, respirou fundo, apertou a mãozinha do neto e o convidou a tomar um sorvete ali perto, protegidos pelo olhar vigilante do segurança da rua.

Existem as grades internas e as externas. Como retirar o cadeado das portas de nossa alma? Parte da cura pode depender desse nosso gesto.

Podemos.

Vamos!"

(Fernando Mansur - O Catador de Histórias - Ed. Teosófica, Brasília, 2018 - p. 91)
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quinta-feira, 8 de setembro de 2022

REALIDADE INTERIOR

"O hábito religioso tende a limitar a influência dos sentidos e favorecer a sensibilidade interna, espiritual. No primeiro caso, o monge pode filtrar o que vem do ambiente e também selecionar o que buscar nele. Amorosamente sensível à necessidade do próximo e rigoroso contra seus próprios caprichos, não se deixa dominar por esses últimos. A vigilância e o discernimento são potencializados pela concentração e pela autoanálise. O tecido do hábito religioso simboliza uma camada adicional de pele, um revestimento figurado capaz de facilitar o bem e refrear o mal, em todos os sentidos.

De onde vêm os monges encapuzados? De toda parte, dessa ou daquela religião, família, etnia, país, do campo ou da cidade, todos se encontram sob as mesmas vestes e compartilham os mesmos ideais e objetivos. Eles se igualam por fora como se nivelam por dentro, já que interiormente têm os mesmos órgãos: coração, pulmões e demais vísceras, iguais em número e sob os mesmos princípios biológicos. O que está por debaixo, ou seja, as vísceras, tem sua contraparte no que está por cima, ou seja, o hábito religioso. Seja de onde for, o manto apaga as fronteiras, é símbolo de igualdade e de unidade.

O monge é a pessoa mais livre do mundo, e o hábito religioso atesta isso. Já tem uma roupa definida, simples, mas carregada de significado espiritual. Se um uniforme precisa ser funcional, como o de um socorrista, por exemplo, o do sacerdote também o é. Frugal, rústico, de cor natural, tem uma estética que ajuda a liberar a mente e o foco para voos altos. Dizem que Einstein só dispunha de um modelo de roupa, por um motivo prosaico: eximir-se da preocupação sobre o que usar. Moderando o que vem do mundo exterior, o hábito ajuda a liberar a realidade interior.

As cores do hábito religioso variam amplamente entre as religiões e ordens. Segundo C.W. Leadbeater, a cor preta, comum nas vestes monásticas, simboliza esotericamente o domínio do espírito sobre a matéria. Significa, portanto, autocontrole e plena moderação espiritual com vistas à libertação dos grilhões que nos induzem ao erro. Em física, a cor negra é o absorvedor ideal, pois não reflete as demais cores. Alegoricamente, de fato, o poder de absorção e de autodomínio se equivalem em suas respectivas dimensões. Portanto, além da forma, a diversidade de cores aponta para um rico simbolismo cromático.

Em várias culturas, os representantes do sagrado, sejam pajés, xamãs ou monges, revestem-se de formas e cores distintivas em suas vestes. O cocar de penas coloridas ou o capuz do monge são exemplos dessa diversidade. Além disso, é comum que símbolos religiosos, como as imagens de santos ou devas, sejam cobertos por mantos, constituindo uma espécie de aura visível a todos. A coroa ou auréola, para Leadbeater, representam, no misticismo oriental, centros de força situados na cabeça. Mas podem também representar o pensamento iluminado. 

Por fim, usei a expressão 'hábito religioso' para designar as vestes monásticas ou sacerdotais. Entretanto, se pensarmos sobre o outro significado da palavra 'hábito' e considerarmos o hábito religioso como a repetição de um comportamento: altivo, capaz de nos religar à divindade onipresente, teremos uma reflexão igualmente válida. Revestidos de bons hábitos poderemos aspirar a um mundo melhor, mais fraterno e mais justo. Assim, toda pessoa de bem porta um hábito religioso invisível tão digno quanto as vestes sagradas visíveis, um lembrete simbólico da aura em purificação."

(Fernando Gaspar - O Simbolismo do Hábito Religioso - Revista Sophia, Ano 19, nº 97 - p. 36/37)
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