"Bem sabemos quão difícil deve ser para o comum das pessoas convencer-se da realidade daquilo que não podem ver com os olhos físicos. Não menos difícil é comprovarmos a insuficiência de nossa visão corporal, que nos impede de perceber que vivemos num vasto mundo, do qual só vemos a parte menor. No entanto, a mesma ciência nos mostra esta possibilidade ao descrever-nos os microscópicos mundos infinitamente pequenos, cuja existência ignoraríamos se tivéssemos de nos valer só dos sentidos corporais. E ainda nos diz que, apesar de sua pequenez, são de grande importância os micro-organismos, pois de seu conhecimento e de sua maneira de ser e atuar depende a conservação de nossa saúde e mesmo da própria vida.
Mas também temos os sentidos limitados em outra direção, porque tampouco podemos ver o ar que nos rodeia nem perceber sua existência, exceto pelo sentido do tato quando o agita o vento. No entanto, o ar é capaz de movimentar com sua violência as mais poderosas naves e derrubar os edifícios mais sólidos. Da mesma forma, poderosas forças nos rodeiam e escapam à parcial penetração de nossos sentidos; por isto devemos evitar o erro соmum de supor que só existe o que nossos olhos veem.
Oliver Lodge disse num discurso pronunciado em Birminghan sobre o tema: Nosso lugar no universo:
'Se o céu estivesse constantemente nublado, não teríamos definidos conhecimentos do sol, e o mesmo pode acontecer com outras coisas existentes no universo, que perceberíamos se nossos sentidos fossem mais penetrantes e nada nos perturbasse a vista. O que vemos e conhecemos é, com toda a probabilidade, uma parte mínima do que podemos ver e conhecer.'
Estamos, por assim dizer, presos em uma torre cujas janelas são os sentidos, abertos apenas numa determinada direção e sem alcance algum nas demais; porém a clarividência, ou seja, a luz astral, nos abre um par de janelas adicionais que aumentam nossa visualidade e dilatam ante nós um novo e mais amplo mundo que também forma parte do outro, embora antes não pudéssemos conhecê-lo."
C. W. Leadbeater, O que há além da morte, Ed. Pensamento, São Paulo, SP, p.79.
Imagem: Pinterest
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