OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


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quinta-feira, 11 de dezembro de 2025

A RELIGIÃO NOS 'LIGA' ÀS LEIS BENEVOLENTES

"A palavra 'religião' deriva do latim religare: ligar. O que liga? Quem é ligado? E por quê? Afastando qualquer explicação ortodoxa, é lógico que 'nós' é que somos ligados. O que nos liga? Nenhuma corrente ou algema, é claro. Pode-se dizer que a religião nos liga apenas por suas regras, leis ou preceitos. E por quê? Para nos fazer escravos? Para nos privar de nosso direito inato a liberdade de pensar e agir? Isso não é razoável. Assim como a religião precisa ter um motivo suficiente, também seu motivo para 'ligar-nos' precisa ser bom. Qual é esse motivo? A única resposta racional que podemos dar é que a religião nos liga por meio de regras, leis e preceitos para não degenerarmos, para não cairmos no sofrimento seja ele físico, mental ou espiritual.

O sofrimento físico e mental já o conhecemos. Mas o que é o sofrimento espiritual? É ignorar o Espírito. O sofrimento espiritual está sempre presente em toda criatura limitada, embora muitas vezes sem ser notado, enquanto a dor física e mental vai e vem. Que outro motivo da palavra 'ligar', senão o acima mencionado, podemos atribuir à religião que não seja ilógico ou repulsivo? Obviamente, os outros motivos, se existem, precisam estar subordinados ao acima exposto.

Não é a definição de religião dada no início consistente com o motivo acima mencionado da palavra 'ligar', o significado fundamental da religião? Dissemos que a religião consiste, em parte, na erradicação definitiva da dor, da infelicidade e do sofrimento. Bem, a religião não pode consistir meramente em suprimir alguma coisa, como a dor, mas precisa consistir também na aquisição de algo mais. Não pode ser puramente negativa, mas precisa ser também positiva. Como poderemos nos livrar permanentemente da dor sem aderir a seu oposto, a Bem-aventurança? Embora a Bem-aventurança não seja exatamente o oposto da dor, é de qualquer modo um estado de consciência positivo, no qual podemos nos refugiar afim de evitar a dor. É claro que não podemos ficar para sempre suspensos na atmosfera de um sentimento neutro, que não seja dor ou seu oposto. Repito que a religião consiste não apenas em evitar o sofrimento e a infelicidade, mas também em alcançar a Bem-aventurança ou Deus (...).

Examinando, então, o motivo do significado fundamental da religião (ligar) chegamos à mesma definição de religião que havíamos alcançado antes, ao analisar a motivação das ações humanas."

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terça-feira, 4 de novembro de 2025

RIGIDEZ

"Os erros são quase que inevitáveis para quem quer avançar e crescer. São acidentes de percurso, contingências do processo evolutivo que todos estamos destinados a vivenciar.

Quando agimos erroneamente é porque não sabemos como fazer melhor. Ninguém, de forma deliberada, tem o desejo de ser infeliz; portanto, ninguém escolhe o pior. Os feitos e as atitudes peculiares de cada criatura estão intimamente ligados a seu desenvolvimento físico, mental, social e moral. Nossa maturidade espiritual é adquirida através das experiências evolutivas no decorrer de todos os tempos, seja na atualidade, seja no pretérito distante.

Tudo o que fazemos está relacionado com nossa idade astral. Inquestionavelmente, fazemos agora o que de melhor poderíamos fazer, porque estamos agindo e pensando conforme nossas convicções interiores; aliás, ela (a idade astral) é gradativa pois está vinculada às nossas percepções evolutivas.

As criaturas que agem com austeridade em determinada circunstância acreditam que aquela é a melhor opção a tomar. Porém, quando o amadurecimento conduzi-las a ter uma melhor noção a respeito dos relacionamentos humanos, elas assimilarão novas maneiras de se comportar e passarão a agir de forma coerente com seu novo entendimento. A concepção de bem se amplia de acordo com nosso desenvolvimento espiritual.

A proposta cristã 'pagar o mal com o bem' sugere: castigar por castigar não transforma a criatura para o bem, mas somente o amor é capaz de sublimar e educar as almas.

A pena de morte é uma rigidez dos costumes humanos. Propõe matar o corpo físico como punição pelas faltas cometidas, com o esquecimento, porém, de que somente transfere a problemática para outras faixas da vida e cria revolta e desarmonia no ser em correção.

A dor apenas terá função dentro dos imperativos da vida, enquanto os homens não aceitarem que somente o amor muda e renova as criaturas.

O projeto da Vida Maior é conscientizar-nos, não sentenciar.

Nosso planeta está repleto de criaturas intelectualizadas e influentes, mas nem por isso sábias e habilitadas para todas as coisas. Por mais inteligente que seja o ser humano, sempre haverá um universo de coisas que ele desconhece.

Muitas pessoas matam, roubam e mentem sem vacilação alguma, mas será que sabem perfeitamente que isso não é certo?

Estar no intelecto não é a mesma coisa que estar na profundeza da alma. Ter informações e receber orientações não é a mesma coisa que integralizar o ensinamento, ou mesmo, saber por inteiro.

"... O homem julga necessária uma coisa, sempre que não descobre outra melhor. À proporção que se instrui, vai compreendendo melhormente o que é justo e o que é injusto e repudia os excessos cometidos, nos tempos de ignorância, em nome da justiça." 

Os erros são quase que inevitáveis para quem quer avançar e crescer. São acidentes de percurso, contingências do processo evolutivo que todos estamos destinados a vivenciar.

Em vez de repelirmos nossos erros, deveríamos analisá-los atentamente como se fossem verdadeiros objetos de arte, evitando, assim, futuros comprometimentos.

Deus permite que o erro integre o nosso caminho. Aliás, ele faz parte das nossas condições evolutivas, para que possamos aprender e assimilar as experiências da vida. Os erros são ocorrências consideradas admissíveis pela legislação do Criador.

Deus não condena ou castiga ninguém, mas o oposto: instituiu leis harmoniosas e justas que nos conduzirão fatalmente à felicidade plena, apesar de nossas faltas e desacertos.

Por que então usar de rigidez perante os acontecimentos da vida?"

Extraído do livro "As dores da alma", de Francisco do Espírito Santo Neto, pelo espírito Hammed, Boa Nova editora e distribuidora de livros espíritas, Catanduvas, SP, p. 141/143.
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quinta-feira, 9 de outubro de 2025

A REALIDADE DO INVISÍVEL

"Bem sabemos quão difícil deve ser para o comum das pessoas convencer-se da realidade daquilo que não podem ver com os olhos físicos. Não menos difícil é comprovarmos a insuficiência de nossa visão corporal, que nos impede de perceber que vivemos num vasto mundo, do qual só vemos a parte menor. No entanto, a mesma ciência nos mostra esta possibilidade ao descrever-nos os microscópicos mundos infinitamente pequenos, cuja existência ignoraríamos se tivéssemos de nos valer só dos sentidos corporais. E ainda nos diz que, apesar de sua pequenez, são de grande importância os micro-organismos, pois de seu conhecimento e de sua maneira de ser e atuar depende a conservação de nossa saúde e mesmo da própria vida.

Mas também temos os sentidos limitados em outra direção, porque tampouco podemos ver o ar que nos rodeia nem perceber sua existência, exceto pelo sentido do tato quando o agita o vento. No entanto, o ar é capaz de movimentar com sua violência as mais poderosas naves e derrubar os edifícios mais sólidos. Da mesma forma, poderosas forças nos rodeiam e escapam à parcial penetração de nossos sentidos; por isto devemos evitar o erro соmum de supor que só existe o que nossos olhos veem.

Oliver Lodge disse num discurso pronunciado em Birminghan sobre o tema: Nosso lugar no universo:

'Se o céu estivesse constantemente nublado, não teríamos definidos conhecimentos do sol, e o mesmo pode acontecer com outras coisas existentes no universo, que perceberíamos se nossos sentidos fossem mais penetrantes e nada nos perturbasse a vista. O que vemos e conhecemos é, com toda a probabilidade, uma parte mínima do que podemos  ver e conhecer.'

Estamos, por assim dizer, presos em uma torre cujas janelas são os sentidos, abertos apenas numa determinada direção e sem alcance algum nas demais; porém a clarividência, ou seja, a luz astral, nos abre um par de janelas adicionais que aumentam nossa visualidade e dilatam ante nós um novo e mais amplo mundo que também forma parte do outro, embora antes não pudéssemos conhecê-lo."

C. W. Leadbeater, O que há além da morte, Ed. Pensamento, São Paulo, SP, p.79.
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quinta-feira, 10 de julho de 2025

LUXÚRIA

"(...). O tipo de Amor mais frequentemente responsável pelo sentimento de Ciúme é aquele mais bem denominado de Luxúria. Para naturezas refinadas provavelmente seria, à primeira vista, inadmissível e impróprio chamar Luxúria de um tipo de Amor. Ainda assim há algo em comum entre eles. Associações posteriores e ruins, e consequências naturais e inevitáveis, deram atualmente à Luxúria uma conotação realmente má. Que nem sempre foi assim é aparente no uso da expressão 'Lusty Youth'¹, que significa apenas vigor físico e capacidade para Amor físico, sem qualquer sentido depreciativo.

Como Amor geralmente é o desejo de união por troca e igualdade, assim Luxúria é o desejo por união por troca e igualdade apenas no eu ou corpo físico, preeminentemente.

Como casamentos baseados somente na Luxúria apenas levam invariavelmente à exaustão e saciedade da natureza física em um tempo mais ou menos curto, e, não tendo sido cultivados os eus mentais e espirituais mais elevados, as formas mais elevadas do Amor que duram por longas eras de tempo permanecem impossíveis, infelicidade é a consequência lógica de tais casamentos, e muito mais de uniões que não foram santificadas pelas formalidades do casamento formalidades que têm no mínimo uma sombra de religião e espiritualidade sobre eles.

Parece então que as consequências más da Luxúria, as resultantes saciedade, exaustão, cansaço, tristeza e infelicidade, a tornam má; de outra maneira ela não seria má; de outra maneira a sua consanguinidade com o Amor adequado seria indiscutível. É o mesmo com outros estados mentais aos quais a palavra Amor é ainda menos hesitantemente aplicada pela humanidade. Nós lemos que Romanos e outros epicuristas 'amavam' línguas e cérebros cozidos de rouxinóis e outros pássaros delicados. A presente constituição da maioria da raça humana é tal que ela alegremente sanciona o uso da palavra Amor nesta conexão, e falha inteiramente em ver o horror do assassinato indiscriminado envolvido. No senso estrito e abstrato da palavra, no entanto, até esse uso é perfeitamente correto²; são apenas as 'consequências' envolvidas que lançam essa obscuridade sobre a palavra nesta referência. Como Bhishma disse:

'Carne não cresce em gramados, nem em árvores nem em pedras: é obtida apenas pelo matar de uma criatura viva; daí o pecado de comê-la."

Pode ser percebido aqui que quanto mais o Amor é confinado ao eu físico, mais ele é Luxúria; quanto mais ele se aproxima de um 'apetite', desejo de sentir, menos ele tem da característica de Emoção adequada."

¹ A expressão foi mantida em inglês por não haver uma palavra adequada em português que mantivesse a relação com a raiz da palavra luxúria (Nota da trad.)
² Veja acima, cap. 6 desta obra.

Bhagavan Das, A Ciência das Emoções, Ed. Teosófica, Brasília, DF, 2023, p. 102/104.
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quinta-feira, 12 de junho de 2025

AUTOCURA

"É importante saber que, graças as novas pesquisas científicas, realizadas final do século XX, alguns neurocientistas desafiaram o paradigma de imutabilidade do cérebro, que esteve em vigor por muito tempo Eles declararam que os neurônios têm um impressionante poder de neuroplasticidade, e que seus circuitos podem ser alterados a cada dia

Essas descobertas levaram à compreensão científica do que afirmavam, há séculos, as filosofias espirituais: nossos pensamentos, afirmações e ações podem, literalmente, expandir ou contrair diferentes regiões do cérebro; mudar nosso DNA; mudar nossa forma de interagir com o mundo; modificar o mundo físico; e curar desequilíbrios físicos emocionais e mentais.

O livro Super cérebro (uma colaboração entre o médico endocrinologista e líder espiritual Deepak Chopra e o neurocientista e pesquisador de genética Rudolph Tanzi, da Universidade de Harvard) discorre sobre a plasticidade do cérebro, em contraponto à antiga crença de que o cérebro atinge seu ponto máximo de desenvolvimento na idade adulta. Essa crença tem sido desmistificada por pesquisas cientificas recentes, como explicam Chopra e Tanzi:

1. Os danos ao cérebro são reversíveis. O cérebro tem um poder de cura surpreendente.

2. A interação entre a estrutura física e a programação do cérebro e constante, e nossa capacidade de criar novos circuitos cerebrais permanece intacta do nascimento até a morte.

3. O cérebro pode se manter jovem e preservar a acuidade mental, pois suas células se renovam a cada dia e essa renovação pode ser estimulada por exercícios de memória e meditação, entre outros.

4. O cérebro contém células tronco que são capazes de desenvolver novas células cerebrais ao longo da vida.

As memórias genéticas que herdamos dos antepassados são armazenadas no cérebro reptiliano (irracional), e continuam gerando impulsos primitivos que nos causam mal, como o medo e a raiva. Mas, como o cérebro evolui constantemente, podemos dominar esses instintos através da liberdade de escolha, para promover reações positivas e felicidade, como nos mostra a psicologia positiva, um novo campo da ciência.

Assim, a minha cura, a sua cura, a cura da humanidade está em nossa intenção de mudar o nosso cérebro, em conexão com a luz do coração."

Jeanne Marie White, A Luz do Coração, O poder da cura, Ed. Teosófica, Brasília, DF, 2021, p. 108/109.
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