OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


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domingo, 1 de dezembro de 2013

A NATUREZA DO PRAZER

"O prazer é a estrutura da sociedade. Da infância à morte, secreta ou ardilosamente, ou abertamente, buscamos o prazer. Assim, qualquer que seja a nossa forma de prazer, acho que devemos vê-la muito claramente, porque será ela que irá guiar e moldar a nossa vida. Por conseguinte, o importante é que cada um de nós investigue com atenção, cautela, precisão, a questão do prazer, porque achar o prazer e depois nutri-lo e mantê-lo constitui uma necessidade básica da vida e sem ele a existência se torna monótona, estúpida, ensombrada pela solidão e sem nenhum significado.

Perguntareis: "Então por que razão não deve a vida ser guiada pelo prazer?" — Pela razão muito simples que o prazer traz necessariamente a dor, a frustração, o sofrimento, o medo, e, como resultado do medo, a violência. Se desejais viver dessa maneira, vivei; aliás, é o que a maioria faz. Mas, se desejais livrar-vos do sofrimento, deveis compreender a inteira estrutura do prazer.

Compreender o prazer não significa negá-lo. Não o estamos condenando ou dizendo que é bom ou mau, mas, se o cultivamos, façamo-lo de olhos abertos, sabendo que a mente que está sempre a buscar o prazer encontrará inevitavelmente a sua sombra — a dor. As duas coisas não podem ser separadas, embora busquemos o prazer e procuremos evitar a dor."

(J. Krishnamurti - Liberte-se do Passado - Editora Cultrix, São Paulo - p. 18)


sábado, 23 de novembro de 2013

O MODO CORRETO DE ENCARAR A MORTE

"Pratique estas coisas e veja se o que digo não é verdade. Você pode aumentar a dor pela sensibilidade e diminuí-la pelo desapego mental. Quando perder um ente querido, em vez de desesperar-se irracionalmente, compreenda que ele foi para um plano mais elevado, segundo a vontade divina, e que Deus sabe o que é melhor. Alegre-se por ele estar livre. Reze para que seu amor e boa vontade sejam mensageiros do estímulo que você envia para ele, em seu caminho para diante. Essa atitude ajudará muito mais. Naturalmente, não seríamos humanos se não sentíssemos falta dos entes queridos mas, ao sentirmos a solidão provocada por sua ausência, não devemos permitir que apegos egoístas prendam os outros à terra. A tristeza excessiva impede que a alma que partiu continue progredindo em direção à paz e liberdade maiores.

A maioria das pessoas que hoje vive na Terra não estava aqui há cem anos. Outras estavam aqui antes de nós. E nós, que agora caminhamos pelas ruas do mundo, não estaremos aqui dentro de cem anos. Tudo terá terminado para nós e a nova geração nem se preocupará conosco. Ela sentirá, como nós agora, que o mundo lhe pertence; mas, um por um, todos também serão levados daqui. A morte deve ser boa, ou Deus não teria ordenado que acontecesse a todos. Por que viver com medo dela?

Os que temem a morte não podem conhecer a verdadeira natureza de sua alma. ‘Os covardes morrem muitas vezes antes da morte; o valente prova seu gosto só uma vez.’ O covarde vive em sua mente, repetidas vezes, um filme de dor e morte. O valente experimenta apenas a morte final, rápida e indolor. Se alguém morre de causas naturais ou é espiritualmente avançado, o corpo das sensações simplesmente adormece e, quando a consciência volta a despertar em outro plano, tem todas as sensações do corpo sem a forma física. Toda a consciência está na mente, exatamente como nos sonhos. Não é difícil imaginar isso. Quem morre apenas se desfaz do corpo físico denso, que é apenas uma forma inferior da mente e a causa de todos os problemas para a alma."

(Paramahansa Yognanda – A Eterna Busca do Homem – Self-Realization Fellowship – p. 338/339)


sexta-feira, 18 de outubro de 2013

APRENDER A CONHECER-SE

"Se considerais importante conhecerdes a vós mesmo só porque eu ou outro disse que é importante, receio então que esteja terminada toda comunicação entre nós. Mas, se concordamos ser de vital importância compreendermos a nós mesmos, totalmente, torna-se então diferente a relação entre vós e mim e poderemos explorar juntos, fazer com agrado uma investigação cuidadosa e inteligente. 
Eu não vos exijo fé; não me estou arvorando em autoridade. Nada tenho para ensinar-vos - nenhuma filosofia nova, nenhum sistema novo, nenhum caminho novo para a realidade; não há caminho para a realidade, como não o há para a verdade. Toda autoridade, de qualquer espécie que seja, sobretudo no campo do pensamento e da compreensão, é a coisa mais destrutiva e danosa que existe. Os guias destroem os seguidores, e os seguidores destroem os guias. Tendes de ser vosso próprio instrutor e vosso próprio discípulo. Tendes de questionar tudo o que o homem aceitou como valioso e necessário. 
Se não seguis alguém, vos sentis muito solitário. Ficai solitário, pois. Porque tendes medo de ficar só? Porque vos defrontais com vós mesmos, tal como sois, e descobris que sois vazio, embotado, estúpido, repulsivo, pecador, ansioso - uma entidade insignificante, sem originalidade. Enfrentai o fato; olhai-o e não fujais dele. Tão logo começais a fugir, começa a existir o medo. Ao investigar-nos não nos estamos isolando do resto do mundo. Não se trata de um processo mórbido. O homem, em todo o mundo, se vê enredado nos mesmos problemas diários, tal como nós, e, assim, investigando a nós mesmos, não estamos de modo nenhum procedendo como neuróticos, porque não há diferença entre o individual e o coletivo. Este é um fato real. Criei o mundo tal como sou. Portanto, não nos desorientemos nesta batalha entre a parte e o todo."
(J. Krishinamurti - Liberte-se do Passado


quinta-feira, 1 de agosto de 2013

A SALVAÇÃO ESTÁ NA DIREÇÃO OPOSTA À DA FUGA

"LSD, aquisições, aplausos, divertimentos, prazeres, euforizantes, vícios, pervertidos ócios, negócios sufocantes... As portas são muitas...

Que pavor da solidão!

Todas as portas parecem válidas, mas são frustradoras.

Que pavor de escutar o silêncio!

Silêncio e solidão lhe parecem ameaças, Por isto são temidos e evitados.

Lastimável e trágico erro!

Poucos podem aceitar que a salvação está na direção oposta à da fuga.

A libertação, o remédio e a paz estão no fim da estrada do silêncio e da solidão.

Foi-nos insistentemente ensinado 'conhece-te a ti mesmo'. Têm-nos insistentemente repetido que a verdade nos salvará.

Mas até agora não aceitamos.

E o escapismo universal segue devastando o homem e tudo.

A procura de si mesmo - em silêncio e só - é a esperança.

E a minha esperança é que se voltem para ela todos os homens."

(Hermógenes - Mergulho na Paz - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 28)


sábado, 13 de julho de 2013

INTROSPECÇÃO

"De duas coisas tem horror o homem moderno - de Deus e de si mesmo.
Para fugir de Deus professa ateísmo - para fugir de si mesmo inventa barulhos sem conta.
Se não tem razão, ao menos é lógico - pois quem foge de Deus deve também fugir do próprio Eu...
Um Eu sem Deus é um Eu infernal - e quem pode habitar no inferno? 
Para voltares ao Eu - terás de voltar a Deus, ó homem moderno!
Procuras fugir de ti mesmo, enchendo de enorme estardalhaço a tua vida. 
Povoas de ruídos a tua solidão interior - com mil vacuidades queres encher o vácuo de ti mesmo.
Não sabes que vácuos não se enchem com vacuidade - mas com plenitude?
Por que evitas saber o que vai por dentro - e só te interessas pelo que vai lá fora?...
Por que és amigo de todas as periferias - e inimigo do próprio centro?
Adoras o barulho das ruas...
Delicia-te o deserto sonoro de praias e clubes, de salões elegantes, de rádio e televisão.
De delírios te enchem loucuras de carnaval e jogos profanos...
E quando vives longe do barulho querido, não sabes o que fazer de ti mesmo.
Estás sobrando em toda parte - e acabas frustrado e neurótico.
Um vácuo em face de outro vácuo...
Venha o jornal, venha o romance, venha o rádio, a televisão, um socorro ao pobre náufrago de si mesmo!
Canalizem ao menos uma parte do profano ruído para a insuportável solidão interior!
Apanha o náufrago a tábua salvadora - e julga escapar de se afogar no oceano do vácuo interno.
Pobre homem! Que será de ti após o carnaval desta vida?...
Quando amanhecer a quarta-feira de cinzas?...
O dia que a cinzas reduz as máscaras da vida?...
O dia em que da face arranca todas as fantasias - e a própria pele?...
O dia em que a matéria volta à matéria - e o espírito voltará ao Espírito?...
Constrói, ó homem, a tua vida interna - arquiteta o teu mundo eterno!
Enche de valores eternos os espaços da alma!...
Segue-se ao estonteante carnaval a silenciosa quaresma - segue-se à Semana Santa a Páscoa jubilosa...
Faze da tua vida uma Semana Santa de trabalho, estudo e meditação - e um domingo de Páscoa verás despontar...
Segue-se ao miserere de hoje - o aleluia de amanhã...
Teu mundo interno é eterno...
Imortal...
És tu mesmo..."

(Huberto Rohden - De Alma para Alma - Ed. Martin Claret, São Paulo - p. 143/144)


domingo, 2 de junho de 2013

BEM-AVENTURADOS OS QUE CHORAM: PORQUE SERÃO CONSOLADOS

"Enquanto nos julgarmos ricos de bens terrenos ou de conhecimentos, não poderemos progredir espiritualmente. Quando sentirmos que somos pobres de espírito, quando nos afligirmos por não termos percebido a verdade de Deus - somente então seremos consolados. Sem dúvida que todos nós choramos - mas por quê? Pela perda de prazeres e de posses terrenos. Mas, não é desse tipo de lamento que Cristo fala. O lamento que Cristo chama de "abençoado" é bastante raro, porquanto nasce de um sentimento de perda espiritual, de solidão espiritual. É um lamento que surge necessariamente antes que Deus nos console. A maioria de nós está inteiramente satisfeita com a vida superficial que leva. No fundo de nós, talvez tenhamos consciência de que nos falta algo, mas agarramo-nos ainda na esperança de que essa falta possa ser preenchida pelos objetos sensíveis deste mundo. 

Sri Ramakrishna costumava dizer: "As pessoas derramam rios de lágrimas porque um filho não nasceu ou porque não conseguiram ficar ricas. Quem, entretanto, verte sequer uma lágrima por não ter visto Deus?" Este falso sentido de valores é resultado de nossa ignorância. No tocante à natureza dessa ignorância, o filósofo indiano Sankara dizia que o sujeito, o cognoscente (o Eu ou o Espírito), opõe-se tanto ao objeto, o conhecido (não Eu ou matéria), como a luz se opõe às trevas. No entanto, por influência de maya - o poder inexplicável da ignorância - sujeito e objeto misturam-se a tal ponto que, em geral, o homem identifica o Eu como o não Eu. É muito fácil entender intelectualmente que o Eu verdadeiro é diferente do corpo, da mesma forma, que somos diferentes da roupa que vestimos. Todavia, quando o corpo adoece, dizemos: "Estou doente." Intelectualmente, podemos entender que o verdadeiro Eu é diferente da mente. Mas, se temos uma alegria ou um sofrimento, dizemos: "Estou feliz", ou "Sou um miserável." Além disso, identificamo-nos com os nossos parentes e amigos: algo que aconteceu a eles parece estar acontecendo a nós. Identificamo-nos com as nossas posses. Se perdemos nossas riquezas, sentimo-nos como se perdêssemos a nós mesmos. Essa ignorância é comum a toda a humanidade. Somente o conhecimento direto de Deus pode removê-la. Quando começamos a sentir uma ausência espiritual dentro de nós, quando começamos a lamentar como o Cristo queria que lamentássemos, quando vertemos pelo menos uma lágrima por Deus - então estamos preparando o caminho para o consolo daquele conhecimento divino. 

A espécie de lamento que Cristo chamava de bem-aventurado vem expresso na Imitação de Cristo:
"Ó meu Deus, quando poderei ser um contigo e fundir-me em teu amor, a ponto de me esquecer por inteiro de mim mesmo? Sê tu em mim, e eu em ti; e concede que possamos permanecer assim, sempre juntos num só."
É preciso que atinjamos esse estágio, quando sentirmos que nada mais nos dá paz, a não ser a visão de Deus. Então Deus atrai a mente do homem para si como um imã atrai a agulha - e o consolo chega." 

(Swami Prabhavananda - O Sermão da Montanha Segundo o Vedanta - Ed. Pensamento, São Paulo - p. 22/24)


segunda-feira, 27 de maio de 2013

REMOVENDO OBSTÁCULOS PARA A FELICIDADE E PARA A ALEGRIA (PARTE FINAL)

" (...) Dean Ornish, o brilhante cardiologista, pioneiro em estudos sobre os efeitos do estresse nas doenças cardíacas e no câncer da próstata, e autor do livro Amor & sobrevivência: as bases científicas do poder de cura da intimidade, diz: "Abrir o coração é fundamental não só para a qualidade de vida como também para a quantidade de vida - o tempo que viveremos... Solidão e isolamento aumentam o risco de doenças e de morte prematura, numa relação de 200 a 500 por cento em relação a outras causas... Quando estamos sozinhos, tendemos a comer demais, a trabalhar e a beber demais, a abusar das drogas ou a adotar outras práticas autodestrutivas..."

De acordo com Ornish, "Amor e intimidade estão na raiz do que nos faz doentes ou saudáveis, do que nos causa tristeza e do que nos traz felicidade, do que nos faz sofrer e do que conduz à cura... Não conheço nenhum outro fator considerado pela medicina - dieta alimentar, fumo, prática de exercícios, ou estresse, causas genéticas, drogas e procedimentos cirúrgicos - que tenha um impacto maior em nossa qualidade de vida, na incidência de doenças ou na ocorrência de morte prematura."

Numa observação pessoal, Ornish disse que conquistar sua própria saúde emocional "nada teve a ver com encontrar a pessoa certa, mas como ser a pessoa certa". 

Afastar pensamentos e emoções negativas e descobrir a paz interior, alegria e felicidade: esses são os objetivos. Você vai apreciar muito mais a vida. Avançará com mais consciência em seu caminho espiritual. E a sua alma vai se manifestar dentro de um corpo muito mais saudável e infinitamente mais resistente a doenças. Que esplêndida combinação! Mesmo que você ainda tenha resistência em relação às questões ligadas à espiritualidade, não há dúvida quanto aos benefícios físicos que pode obter das práticas e atitudes descritas aqui. Esses benefícios para a sua saúde representam fortes razões para você aceitar as sugestões contidas neste livro. Com o tempo, de alguma maneira, os efeitos físicos aparecerão. Você nada tem a perder e tem tudo a ganhar."

(Brian Weiss - A Divina Sabedoria dos Mestres - Ed. Sextante, Rio de Janeiro - p. 80/81)


domingo, 21 de abril de 2013

O VALOR ESPIRITUAL DO "SÉTIMO DIA"

"Seis dias e noites completos de uma existência maquina e parte de um dia (o domingo) para o cultivo do ser interior da pessoa não é um modo de vida equilibrado. A semana deve ser bem distribuída em termos de trabalho, entretenimento e cultivo espiritual. Cinco dias para ganhar dinheiro, um dia para o repouso e entretenimento e pelo menos um dia para a introspecção e a realização interior.

"Lembra-te do dia do sábado [sétimo dia], para o santificar." Em uma semana de sete dias, como são poucos os que dedicam pelo menos um dia a Deus! Guardar um dia para Ele é da maior importância para nosso próprio bem-estar. Domingo é o dia do Senhor - o dia do Sol luminoso da sabedoria. Muita gente jamais o utiliza para pensar em Deus, embora fazer isso seja da mais alta sabedoria. Se nesse dia você pudesse apenas ficar sozinho e em silêncio por algum tempo, desfrutando dessa quietude, veria como se sente muito melhor. Guarde a domingo desse modo; será um bálsamo para as lacerações dos seis dias precedentes. Todos precisam de um dia da semana no hospital do espírito, para curar seus ferimentos mentais. 

Não guarde o domingo como um dever forçado; tenha prazer nele. Quando o domingo se tornar para você um dia de paz, alegria e contentamento, você passará a semana toda esperando por ele. Você ficará surpreso ao ver o que os momentos em solidão com Deus farão por sua mente, seu corpo e sua alma.

Os sábios da Índia não só aconselham um dia regular de recolhimento, mas insistem na necessidade da meditação silenciosa em quatro períodos específicos, todos os dias. De manhã cedo, antes que você se levante ou esteja com qualquer pessoa, permaneça tranquilo, sentindo paz. Ao meio-dia, permaneça em silêncio algum tempo, antes de almoçar; ao fim da tarde, antes de jantar, reserve outro período de paz. Antes de ir para a cama, entre neste silêncio novamente. Aqueles que observarem fielmente o silêncio, em recolhimento, durante estes quatro períodos do dia não podem deixar de se sentir sintonizados com Deus. Quem não puder dispor de quatro períodos por dia deverá observar um período devotado a Deus todas as manhãs e todas as noites. Fazendo isto você terá uma vida diferente, mais feliz.

Quatro vezes por dia, sente-se quieto em meditação e pense com todo o amor e anseio de seu coração: "Estou agora com o Infinito. 'Pai, revela-Te, revela-Te'." Empenhe-se em sentir a paz da presença Dele. Banhe a mente e o corpo nessa paz, e terá muito mais sucesso na vida. O homem tranquilo não erra. Quando milhares de outros fracassam, ele tem êxito. Você precisa ser tranquilo para ser bem-sucedido. Aqueles que não guardam o domingo para sentir a paz divina acabam desenvolvendo uma grande suscetibilidade aos humores. Tornam-se autômatos nervosos. Através dos portais do silêncio, o sol curativo da sabedoria e da paz brilhará sobre você."

(Paramahansa Yogananda - Paz Interior - Self-Realization Fellowship - p. 63/66)


sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

SINFONIA DO SILÊNCIO

"Sabes, meu amigo, que eterno silêncio envolve as grandes alturas - e os grandes abismos?

Sabes que nos cumes supremos do Himalaia reina solidão imensa?

Sabes que nas ínfimas profundezas do oceano impera quietude integral?

Sabes que taciturnas são as grandes altitudes e as grandes profundidades da alma?

O meio-dia do amor - e a meia-noite da dor?

O zênite do querer - e o nadir do sofrer?...

Podem parentes e amigos seguir-te até ao "átrio dos gentios" ou ao "santuário dos homens" - mas no "sancta sanctorum" de Deus há de entrar sozinho...

Só com Deus e tua alma...

Nem pai nem filho, nem esposo nem esposa, nem irmão nem amigo - ninguém te pode acompanhar...

Ninguém vigiará contigo, por entre as agonias noturnas do Getsêmani...

Todos os teus ficarão a "olhar de longe" - como no Gólgota os amigos de Jesus...

Nos momentos mais humanos e mais divinos de tua vida, serás sumo sacerdote - nem levita nem acólito...

Sozinho subirás ao altar dos holocaustos...

Sozinho imolarás a vítima da expiação...

Sozinho queimarás sobre as brasas o incenso do teu coração...

Em torno de ti - deserto imenso...

Em volta de ti - solidão absoluta...

Nenhum eco responderá aos gemidos do teu coração...

Nenhuma Verônica enxugará as lágrimas dos teus olhos...

Nenhum Cirineu ajudará a carregar tua cruz...

Nenhum samaritano pensará as chagas de tua alma...

Nenhum discípulo predileto receberá a tua última vontade...

Nenhum Arimatéia acolherá o teu corpo exangue...

Maria alguma te fechará os olhos extintos...

Madalena alguma te pranteará no túmulo fechado...

É necessário que atravesses, a sós, o grande deserto...

Arma-te amigo, para o grande saara da vida... 

Quanto mais te distanciares de ti mesmo e te aproximares de Deus - tanto mais vasto será o silêncio, tanto mais profunda a solidão.

Deus habita no deserto imenso - da sua infinita plenitude.

Como suportarás o silêncio do Creador - tu, que vives do ruído das creaturas?

Como suportarás estar a sós com Deus - tu, que nem a sós contigo queres estar?

Não te iludas, amigo! - é necessário submergires nesse abismo para encontrares as alturas eternas...

O deserto da Divindade é a mais rica das plenitudes...

O silêncio de Deus - é a mais estupenda das sinfonias do Universo...

O silêncio da dor...

O silêncio do amor..."

(Huberto Rohdem - De Alma para Alma - Ed. Martin Claret, São Paulo - p. 85/86)


segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

A SOLIDÃO É O PREÇO DA GRANDEZA


“A solidão é o preço da grandeza. Esteja sozinho interiormente. Não leve a vida sem objetivo que tantas pessoas levam. Medite mais e leia mais bons livros. Há tantas coisas inspiradoras a saber e, no entanto, as pessoas passam o tempo tolamente. A felicidade nunca virá, se você não se concentrar e agir de acordo com a sabedoria dos grandes homens.  Os pensamentos deles ali estão para ajudá-lo, nas escrituras e em outros livros verdadeiros.

Portanto, não desperdice tempo na constante procura de novas emoções. De vez em quando, está certo ir ao cinema ou ter um pouco de vida social, mas isole-se e cultive sua vida interior durante a maior parte do tempo. A felicidade depende de meditação, de conhecer a mente dos grandes por meio de seus livros e de cercar-se de gente nobre e bondosa. Desfrute a solidão; mas quando buscar a companhia de pessoas, faça-o com todo amor e amizade, para que elas não consigam esquecê-lo e, sim, lembrar-se sempre de que conheceram alguém que as inspirou e fez suas mentes voltarem-se para Deus.”

(Paramahansa Yogananda – A Eterna Busca Do Homem –Ed. Self-Realization Fellowship – p. 79/80)


quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

ENCONTRO CONTIGO MESMO

"Quantas vezes te encontras com teus amigos?

E nunca te encontras contigo mesmo?

Não com o teu ego externo - sim com o teu Eu interno...

O encontro com o teu centro resolveria os problemas das tuas periferias.

O encontro com tua alma resolveria os problemas da tua mente e do teu corpo.

Marca, cada manhã cedo, um encontro com tua alma.

Longe de todos os ruídos da tua mente e do teu corpo.

Isola-se em profundo silêncio e solidão.

Esvazia-te de tudo que tens - e serás plenificado pelo que és.

Faze do teu ego uma total vacuidade - e serás plenificado pelo Eu divino.

Onde há vacuidade acontece uma plenitude - é esta a maravilhosa matemática do Universo.

Entra, cada manhã, num grande silêncio - num silêncio pleniconsciente.

No silêncio da presença.

No silêncio da plenitude.

Abre os teus canais rumo à fonte cósmica - e as águas vivas do Universo fluirão através de teus canais.

E nunca mais te sentirás frustrado, angustiado, infeliz.

Esse encontro com o teu centro de energia beneficiará todas as periferias da tua vida diária.

Até os trabalhos mais prosaicos de parecerão poéticos.

E as pessoas antipáticas te serão simpáticas.

Nenhuma injustiça te fará injusto.

Nenhuma maldade te fará mau.

Nenhuma ingratidão te fará ingrato.

Nenhuma amargura te fará amargo.

Nenhuma ofensa te fará ofensor nem ofendido.

E estenderás o arco-íris da paz sobre todos os dilúvios das tuas lágrimas.

Se te encontrares contigo mesmo...

Isola-te, numa hora de profundo silêncio e solidão.

Mais tarde, serás capaz de estar a sós contigo em plena sociedade, no meio da tua atividade profissional.

E então terás resolvido definitivamente o problema da tua vida terrestre.

O mundo de Deus não te afastará mais do Deus do mundo."

(Huberto Rohden - De Alma para Alma - Ed. Martin Claret, São Paulo - p. 166/167).


sábado, 1 de dezembro de 2012

CONHECE-TE A TI MESMO


“O homem está fugindo.

Foge dos outros.

Foge do tédio, do perigo, da ansiedade, do vazio, da fome, da guerra, da privação, da morte...

Mas a fuga principal é aquela por meio da qual procura escapar do encontro consigo mesmo.

Cada um se sente, para si mesmo, a maior ameaça, a decepção maior.

O homem tem medo de saber o que ele é. Todas as portas de escape são buscadas, contanto que se aliene do que supõe ser.

LSD, aquisições, aplausos, divertimentos, prazeres, euforizantes, vícios, pervertidos ócios, negócios sufocantes... As portas são muitas...

Que pavor da solidão!

Todas as portas parecem válidas, mas são frustradoras.

Que pavor de escutar o silêncio!

Silêncio e solidão lhe parecem ameaças. Por isto são temidos e evitados.

Lastimável e trágico erro!

 Poucos podem aceitar que a salvação está na direção oposta à da fuga.

A libertação, o remédio e a paz estão no fim da estrada do silêncio e da solidão.

Foi-nos insistentemente ensinado “conhece-te a ti mesmo”. Têm-nos insistentemente repetido que a verdade nos salvará.

Mas até agora não aceitamos.

E o escapismo universal segue devastando o homem e tudo.

A procura de si mesmo – em silêncio e só – é a esperança.

E a minha esperança é que se voltem para ela todos os homens.”

(Hermógenes – Mergulho na paz - p. 27/28)


domingo, 18 de novembro de 2012

A TRAVESSIA


“Gozava com o ritmo úmido dos remos a mergulhar, com as escamas de luz que a lua beliscava na água, com o sopro fresco e quase imaterial de aragem da noite, com o negro e infinito céu estrelado, com a solidão sedante.

Mas, nem por um instante, nem por um suspiro, desejou prolongar aquele embevecimento.

Ele sabia o que queria. Tinha um destino. Queria a outra margem.

Nela, para sempre sumiria, total e eternamente.”

(Hermógenes – Mergulho na paz – 150/151)