OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


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quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

O CAMINHO DA DEVOÇÃO

"No caminho da devoção, o reto conhecimento não pode ser ignorado. O reto conhecimento é necessário para que se possa servir bem ao mundo. O reto conhecimento é necessário porque a união precisa ser o objetivo, embora uma união algo diferente da que é conquistada pelo conhecimento comum. Se o reto conhecimento estiver ausente, então, até mesmo o amor poderá perder-se em seu desejo de servir e poderá ferir onde poderia ajudar. Não devemos ter a devoção separada do conhecimento, pois ele é necessário ao serviço perfeito, e este serviço perfeito constitui a essência da vida do devoto. (...)

Os verdadeiros devotos têm o seu rosto voltado para cima, na direção dos que lhe são superiores, para ganharem força e energia espiritual. E isto não é para eles próprios serem libertados, pois não desejam libertação alguma até que todos compartilhem da liberdade. Não é com a finalidade de conquistar, porque eles não desejam qualquer conquista, exceto com a finalidade de doar. Não é para que eles possam reter algo para si, mas para serem canais de bênçãos aos outros. No caminho da devoção, a alma sempre está voltada para a Luz que está acima, não para ser iluminada, não para que possa brilhar, mas para que possa servir como foco e canal daquela Luz, canalizando-a em direção daqueles que estão na escuridão. Anseia pela Luz acima apenas com o objetivo de transmiti-la àqueles que estão abaixo.

Esta, então, é a primeira e suprema característica daqueles que desejam seguir o caminho da devoção. Terão de começar no amor e nele terminarão. (...)"

(Annie Besant - A Vida Espiritual – Ed. Teosófica, Brasília, 1992 - p. 59/60)


quinta-feira, 28 de novembro de 2013

BHAGAVAD GITA (PARTE FINAL)

"(...) A palavra ioga é usada extensivamente no Bhagavad Gita. Seu significado literal é união com Deus, ou união do Ser individual com o Ser Universal. Quando a mente que está bem controlada permanece fixa apenas em Deus e está livre de desejos, o ser realizou a ioga.

A meta da vida humana é a realização de Deus. Na senda do conhecimento, temos que primeiro adquirir conhecimento, para alcançar a sabedoria. Aprender sobre algo é conhecimento; praticá-lo é sabedoria.

O Bhagavad Gita considera que atitudes morais ou princípios éticos (como humildade, modéstia, pureza, integridade, autocontrole, desapego, ausência de ego, estados de devoção) devem ser conhecidos e praticados para se adquirir conhecimento, sabedoria e despertar espiritual.

De um modo geral, a mente segue os sentidos, que não permitem a concentração total num assunto ou objeto. Por isso, a meditação também é necessária para a assimilação intelectual, convertendo o conhecimento em compreensão.

Para o sucesso da meditação é preciso ter pureza na mente, obtida com a eliminação do egoísmo, ódio, ciúme, inveja, presunção, desejo, ira, ganância. Isso se faz, primeiramente, identificando essas impurezas, através de um processo de autoanálise; a partir daí, dando os passos necessários para removê-las."

(R. K. Langar - Bhagavad Gita - Revista Sophia, Ano 2, nº 5 - Pub. da Ed. Teosófica, Brasília - p. 44)

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

EM UNIÃO COM DEUS, SAIBA QUE A VIDA É UM SONHO

"Viva na consciência do Espírito, na unidade com Deus em que você sabe que a vida é um sonho. É muito fácil, se você se esforçar. Quando o sofrimento chega, é mais difícil desligar a consciência da identificação com o corpo; portanto, seja sábio e faça o esforço agora, enquanto tem força e saúde.

Desejos materiais tiram o desejo pelo Infinito. Quase todos os dias, alguém me diz que preciso disso ou daquilo. Parece-me ridículo, porque sei que milhares de pessoas não têm o que me dizem que eu 'preciso'. Se milhares não precisam, por que eu deveria precisar? A única necessidade real é Deus; não há outra necessidade. Não se apegue a bens, música, livros, alimento ou qualquer outro prazer sensório. Em Deus você tem a vida eterna. Conscientize-se desta grande verdade; do contrário, seus compromissos na vida assumirão o comando e você morrerá ainda escravizado por eles. Se estabeleceu sua unidade com Ele, não será forçado a voltar a esta terra de sonho. Estará livre para ir e vir, quando quiser,¹³ para servir a Deus em Seus filhos na terra.

Se viver na alegria de Deus, não saberá o que é a morte. Você não alcança esse estado quando reza mecanicamente. Absorva-se por inteiro em sua oração, com a fé em que Deus está ouvindo. Se orar a Deus desse modo, fervorosa e amorosamente, Ele virá a você a qualquer momento."

¹³ A doutrina da reencarnação oferece a única explicação plausível para as aparentes injustiças nas desigualdades entre os homens - todos filhos amados de Deus. A alma, toda perfeita e sempre perfeita, é compelida, pela lei da evolução, a encarnar repetidamente, em vidas progressivamente mais elevadas - retardando-se por más ações e desejos, e acelerando-se por esforços espirituais - até atingir a Autorrealização e união com Deus. Transcendida, então, a ilusão do Senhor, a alma está livre para sempre. "Com os pensamentos imersos Nisso (o Espírito), suas almas unidas ao Espírito, toda a sua lealdade e devoção oferecidas ao Espírito, purificados da venenosa ilusão do antídoto da sabedoria - tais homens alcançam o estado de não retorno" (Bhagavad Gita V:17). Na Bíblia, igualmente, está escrito: "A quem vencer, eu o farei coluna no templo de meu Deus, e dali não mais sairá" (Apocalipse 3:12). Uma alma que retorna à terra após a libertação, encarna-se por sua livre e espontânea vontade como um mestre, para ajudar a libertar outros. Esses retornos voluntários denominam-se vyutthana, regresso à vida terrena depois que maya deixou de cegar. Tais encarnações são raras em qualquer época.

(Paramahansa Yogananda - A Eterna Busca do Homem - Self-Realization Fellowship - p. 32)


quinta-feira, 3 de outubro de 2013

REENCARNAÇÃO: VIAGEM DA ALMA PARA A PERFEIÇÃO (1ª PARTE)

"Reencarnação é o progresso de uma alma ao longo de muitas vidas no plano terreno, à semelhança das muitas séries em uma escola, antes de 'diplomar-se' na perfeição imortal da união com Deus. Almas que vivem em estado imperfeito (inconscientes de sua divina identidade com o Espírito) não entram, por ocasião da morte do corpo físico, automaticamente em estado de realização divina. Somos feitos à imagem de Deus, mas pela identificação com o corpo físico, dele assumimos imperfeições e limitações. Enquanto a imperfeita consciência humana de mortalidade não for removida, não poderemos voltar a ser deuses.

Um príncipe fugiu do lar palaciano e procurou abrigo em uma favela. Embriagando-se e convivendo com pessoas de mau caráter, aos poucos perdeu a lembrança de sua verdadeira identidade. Só depois que seu pai o encontrou e levou-o de volta para o palácio, ele se recordou que era, na verdade, um príncipe.

Todos nós também somos filhos do Rei do Universo, fugidos do lar espiritual. Encerramo-nos por tanto tempo em corpos humanos que esquecemos nossa herança divina. Em numerosos regressos à terra, desenvolvemos novas imperfeições e novos desejos. Assim voltamos para cá repetidas vezes, até satisfazer todos os desejos ou eliminá-los totalmente, pelo desenvolvimento da sabedoria. Precisamos satisfazer nossos desejos ou, então, com o cultivo da sabedoria, acabar com todos definitivamente. No entanto, pouquíssimas pessoas saem da roda de nascimentos e mortes pela tentativa de satisfazer os desejos. A natureza do desejo faz com que, uma vez 'satisfeito', a vontade de repetir a experiência aumente ainda mais seu controle sobre a pessoa, a não ser que seja alguém de mente muito forte.¹ (...)"

¹ 'O iogue unido a Deus, abandonando (o apego a) frutos das ações, atinge a paz imperturbável (paz nascida da autodisciplina). O homem que não se uniu a Deus é governado pelos desejos e por tall apego permanece na escravidão' (Bhagavad Gita V:12) 

(Paramahansa Yogananda - A Eterna Busca do Homem - Self-Realization Fellowship - p. 214/215)


sexta-feira, 28 de junho de 2013

BEM-AVENTURADOS OS QUE TÊM FOME E SEDE DE JUSTIÇA, PORQUE ELES SERÃO SACIADOS

"Qual é a justiça da qual o Cristo nos quer sedentos e famintos? Trata-se da justiça que em inúmeras passagens do Antigo Testamento é praticamente sinônimo de salvação - noutras palavras, libertação do mal e união com Deus. Esta justiça, portanto, nada tem a ver com o que comumente pensamos como virtudes morais ou boas qualidade, não se relaciona com o bem em oposição ao mal, nem com a virtude em oposição ao vício; trata-se da justiça absoluta, da bondade absoluta. O faminto e sedento de justiça de que fala o Cristo é o faminto e sedento do próprio Deus. 

Já se salientou que a maioria de nós não quer de fato Deus. Se nos analisarmos, descobriremos que nossos interesses relativos a Deus quase nada têm da força do nosso interesse por todo tipo de objetos materiais. Mas até mesmo um ligeiro desejo de conhecer a realidade divina é um começo que nos pode levar mais acima. Precisamos começar com um esforço próprio. Precisamos batalhar para desenvolver o amor ao Senhor, praticando a relembrança dele, rezando, adorando e meditando. A medida que praticarmos essas disciplinas espirituais, o nosso frágil desejo de compreendê-lo há de intensificar-se, até se converter em fome violenta, em sede ardente. 

Àqueles que lhe perguntavam como compreender Deus, Sri Ramakrishna dizia: "Gritem-lhe com um coração anelante, e então vocês o verão. Após a luz rósea da aurora, surge o Sol; do mesmo modo, ao anelo segue-se a visão de Deus. Ele se revelará a vocês se vocês o amarem com a força combinada destes três apegos: o apego do avaro à sua riqueza, o da mãe à criança recém-nascida e o da esposa virtuosa a seu marido. O anelo intenso é o caminho mais seguro para a visão de Deus."

Precisamos aprender a direcionar todos os nossos pensamento e toda a nossa energia, de forma consciente, para Deus. É preciso que se erga em nossa mente uma onda gigantesca de pensamento, envolvendo todos os desejos e paixões que nos desviam da meta espiritual. Quando a mente se torna focalizada e concentrada em Deus, então seremos locupletados de Justiça. (...)"

(Swami Prabhavananda - O Sermão da Montanha Segundo o Vedanta - Ed. Pensamento, São Paulo - p. 26/27)


quarta-feira, 26 de junho de 2013

SARVA YOGA - O YOGA DE SATHYA SAI BABA (PARTE FINAL)

"Hoje, em todos os países, incontáveis pessoas, filiadas a diversas tradições religiosas (cristãos, hindus, muçulmanos, budistas, zoroastrianos, sikhis, jainas etc.), tornaram-se devotos e discípulos de Sathya Sai Baba, reverenciando-o como o Avatar de nosso tempo, principalmente por sua mensagem absolutamente universal e inclusivista, que todos podem praticar pertençam a esta ou aquela religião. Sai Baba é o protótipo do sábio hindu que está conosco para ajudar o cristão a unir-se ao Cristo, objeto de sua busca e adoração; o muçulmano a chegar a Allah; o judeu, a Jehovah; finalmente, ajudar qualquer devoto de Deus, sob uma determinado Forma e um Nome particular, a unir-se a Ele.

Em vista das citações acima pode-se, erroneamente, supor que a disciplina espiritual (sadhana) ensinada por Baba se limite aos cânticos e à repetição do santo Nome. O que Ele preceitua é uma moderna e sábia Sarva Yoga, tendo por meta transcendente tornar aquilo que agora, iludidamente, supomos ser, isto é, manava (o homem), nAquilo que, em realidade e essência, nós somos Madhava (Deus). Tal sadhana não poderia deixar de ser apropriado à presente yuga. É por isto que tem por base o amor/devoção (bhakti), principalmente através dos cânticos devocionais. Mas Sai Baba, considerando a existência de algumas poucas almas - que, embora vivendo nestes tempos de trevas densas (era de Kali), já venceram as ditas trevas, estando aptas, portanto, a se engajar na pesquisa da Verdade última (jnana), na meditação e na generosa prestação de serviços isentos de ego (karma) -, propõe um sadhana que é um perfeito Sarva Yoga, composto pela cooperação e mútua fecundação dos seguintes aspectos:

(a) O devocional, assegurado pelos bhajans (cânticos de louvor) e namasmarana (repetição do Nome e imaginação da Forma que o devoto escolheu para adorar).
(b) A prestação de serviço (seva) aos carentes, como oferenda a Deus, portanto, sem quaisquer interesses egocêntricos, que assegura a melhor prática de Karma Yoga.
(c) A busca da Verdade através do "inquérito" sobre o Ser, mediante Atma vichara, que consiste no repetido autoquestioamento "Quem sou eu?", "Quem sou eu?"... Recomenda também a reflexão sobre as "grandes afirmações" ou mahavakyas. Destas, aquelas que melhor contribuem para o progresso do aspirante, tomadas como objeto de reflexão e principalmente de meditação são: So ham (Eu sou o Ser); o OM; e o Gayatri.
(d) A educação da mente fica por conta de dhyana ou meditação. São dois os processos de meditar: a repetição de So ham, associando a pronúncia (mental) do So com a inspiração e a de ham com a expiração; e o processo chamado "meditação sobre a luz".
(e) A observância de certos procedimentos altamente reeducativos e espiritualizantes como:
- satsang ou a companhia de pessoas santas e sãs;
- "teto aos desejos" a fim de poupar tempo, energia, comida e dinheiro, para serem investidos na ajuda aos necessitados;
- nunca denunciar falhas e defeitos dos outros, mas cuidar das próprias;
- cultivar equanimidade;
- ser fiel à sua religião e jamais desvalorizar ou agredir a dos outros, amando e adorando Deus sob qualquer de seus Nomes e Formas;
- temer somente o pecado, mas amar Deus e cumprir os deveres cívicos...

Impossível dar uma síntese eloquente e fiem do caminho disciplinar ensinado por Baba visando à unificação da humanidade por intermédio da autoeducação dos "Valores Humanos", que são:

(1) sathya (verdade e veracidade);
(2) dharma (retidão, justiça, dever);
(3) santhi (paz interna e externa);
(4) prema (amor divino);
(5) ahimsa (não violência).   

Que o leitor, com estas modestas informações, possa refletir sobre qual deve ser seu caminho e como deve ser seu caminhar em Yoga, nunca esquecendo de rogar a Deus, seu Supremo Guru, que lhe dê discernimento bastante e o guie na conquista, na compreensão e no sadhana que o reconduzirá à Suprema Realidade."

(José Hermógenes - Iniciação do Yoga - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 144/146)


sexta-feira, 31 de maio de 2013

TANTRA YOGA - A ÉTICA DO TANTRA/KUNDALINI YOGA (6ª PARTE)

" (...) A indicação da orgia erótica como um caminho tântrico é um tremendo equívoco. Embora muito ao gosto dos libertinos, é coisa típica e exclusivamente dos adhikaris,* os da "mão esquerda" ou "magos negros". Os da "mão direita" ou "magos brancos", devem, ao contrário, cumprir prescrições éticas que são ainda mais rigorosas que as da própria Raja Yoga. Enquanto esta tem cinco yamas e cinco niyamas, a tantra prescreve o dobro de yamas e niyamas. O Gandarva Tantra informe que os yamas são não violência, veracidade, não roubar, continência sexual, paciência, retidão, bondade, simplicidade, moderação alimentar e pureza. Os niyamas são austeridade (jejum etc.), satisfação, fé nos vedas, caridade, culto ao Senhor, escutar o ensino da Verdade, modéstia, mente dirigida para o conhecimento e a prática preceituadas pelas escriturar, repetição do mantra e ritual védico. Que imenso o contraste entre os dois caminhos!

Kundalini Yoga - O ritual externo, conforme proposto pelos textos tântricos da "mão direita", são os mesmos da Bhakti Yoga - belos e de incalculável poder mágico. 

O ritual interno tem algo da Hatha Yoga e da Laya Yoga. As práticas interiores visam a um bem objetivo, que é interromper o sono da Deusa (Kundalini Shakti), promovendo sua ascensão gloriosa pelo canal central da medula (sushumna naddi) até o alto da cabeça, ativando, ao longo desta viagem, os diferentes centros de força e psiquismo (chakras), até alcançar sua união esplendorosa com o Supremo Senhor (Shiva), entronizado no alto da cabeça, no "chakra de mil pétalas" (sahasrara) 

(...) O que neste contexto é denominado Tantra Yoga é também conhecido como Kundalini Yoga e constitui um dos diferentes sadhanas ou métodos da Laya Yoga. (...)"

* A palavra adhikaris, quando se trata de aspirantes da "mão esquerda", não pode ser traduzida por "discípulo", pois discípulo é aquele que obedece a uma disciplina. E os permissivos detestam qualquer disciplina. Discípulo sem disciplina é uma flagrante contradição.

(José Hermógenes - Iniciação ao Yoga - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 129/130)


domingo, 28 de abril de 2013

KRIYA YOGA - OS TRÊS COMPONENTES - TAPAH (4ª PARTE - I)

"Precisamos agora compreender a natureza dos três preceitos que prometem como valiosíssimo "retorno": atenuar nossos padecimentos (os kleshas) e viabilizar a redentora união com o Ser, por intermédio do samadhi.

TAPAH

Sua tradução é problemática. Pode ser depuração, purificação, autodisciplina, penitência, autocontrole, austeridade, ascese, o que de forma alguma deve ser confundido com mortificação masoquista. Etimologicamente significando "esquentar", sugere aquele aquecimento que purifica o minério, libertando-o da ganga; em nosso caso, de nossas impurezas. Conforme o contexto, tapah é um conjunto de exercícios específicos, com o objetivo de purificar e controlar o corpo físico, robustecer a paciência e a vontade, enfim, desenvolver qualidades importantes como resistência (à doença, ao sofrimento e à fadiga), paciência, equanimidade, fortaleza, pureza, invencibilidade, endurance, persistência, coragem. Inclui jejuns, silêncios, votos diversos, pranayamas, asnas etc. com o cuidado de que não degenerem em penitências masoquistas. Esta disciplina, se bem conduzida, ao contrário, promove virya, que é um somatório de energia, determinação, saúde, coragem e vontade. Tapah contribui para a benfazeja "humildação" ou minimização do ego pessoal (asmita). Tapah, como é fácil ver, sanifica e santifica o agir humano, portanto, equivale à Karma Yoga (Yoga da ação), consequentemente, é aconselhável que você compreenda bem o capítulo sobre este sistema. (...)"

(José Hermógenes - Iniciação ao Yoga - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 52/53)