OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


domingo, 27 de outubro de 2013

A IMPORTÂNCIA DE FORTALECER OS PADRÕES MORAIS

"A casta, sem caráter, nada significa - é simples rótulo vazio. A disciplina espiritual (sadhana), sem o fundamento do caráter, é como o viajar de um homem cego. Moralidade, virtude e caráter são vitais. Sobre a base formada por eles, se o sadhana for praticado de acordo com o esquema prescrito para o caminho que se elegeu, consegue-se a vitória segura. Mas você não pode esquecer de uma advertência essencial: não deve dar lugar à indolência, somente porque o nascimento (jati) não é importante. Os padrões morais (niti) são concordes com o nascimento (jati) também;¹ e assim, para fomentá-los, a consciência de jati é valiosa, é importante. Mas, se através do mérito acumulado de nascimentos anteriores, se dispõe do tesouro da bondade e da virtude, então não se precisa ligar muita importância ao jati. Só os que praticam Yoga em nascimentos prévios, e, mesmo assim, não lograram completar o processo, nascerão com esse tipo de excelência. A principal coisa é adquirir o niti (padrão moral), que é prescrito para o jati (o nascimento); melhorar o jati com o niti e tornar-se apto e pleno, com um alto status na vida. Para avançar alguma distância no caminho do sadhana e da espiritualidade, tanto o jati como o niti ajudarão. As gunas (qualidades) devem ser sublimadas através dos dois.²"

¹ Certas pessoas supõem que, porque não nasceram na casta dos brahmanas, tendo, portanto, carência de adequadas condições, podem se negar ao sadhana. É até possível que o leitor também pense nestes termos: "Quem sou eu, que não nasci hinduísta, que não sei nada desses nomes estranhos, para dedicar-me a um sadhana?!" Swamiji alerta que mais importante que o nascimento é a base moral. É claro que aqueles que, em vidas passadas, já trabalham sobre si mesmos, já adquiriram méritos vão, neste nascimento, ter facilidades maiores, segundo a lei do Karma.
² Nascemos com a predominância de um dos três gunas: tamas - ignorância, preguiça; rajas - paixão, ambição, atividade, agitação; e sathwa - equilíbrio, inteligência, bondade. Através do sadhana, o praticante, no entanto, sublima os gunas; de tamas para rajas, de rajas para sathwa. (...) Conforme a conduta moral, se alcança bom ou mau nascimento. Inversamente, a qualidade da vida moral sofre a influência das condições inatas. Se não seguimos um sadhana, estamos condenados a um círculo vicioso. O sadhana transforma-o em círculo virtuoso.

(Sathya Sai Baba - Sadhana O Caminho Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1989 - p. 21/22)


sábado, 26 de outubro de 2013

CORPO FÍSICO E EMOCIONAL


"O corpo físico se transforma sem cessar, substituindo continuamente as partículas imperceptíveis de que é composto, restaurando-se por um trabalho sem fim. Ora, o corpo sendo formado por nossa alimentação, por líquido, pelo ar atmosférico, por partículas dos seres animados e das coisas que nos cercam, aqui embaixo, é possível purificá-lo metodicamente, escolhendo com critério seus elementos constitutivos, e assim, fazendo dele um veículo, um instrumento cada vez mais puro, suscetível de vibrações mais sutis, e mais apto para responder aos desejos puros e pensamentos nobres e elevados. 

Eis porque o aspirante aos Mistérios era submetido, em alimentos, abluções, etc. a regras determinadas, e resguardo no tocante às pessoas e lugares por ele frequentados. 

O corpo de desejos se transforma igualmente e de maneira análoga, mas aqui os materiais expulsos ou absorvidos o são pela ação dos desejos, que tem sua origem nos sentimentos, paixões e emoções. Se estas forem grosseiras, o corpo dos desejos o é igualmente; se forem puras, o corpo de desejos torna-se sutil e muito mais sensível às influências do alto. O homem consegue purificar tanto mais este veículo superior da consciência, quanto mais dominar sua natureza inferior, esquecendo-se completamente de si mesmo nos seus desejos, sentimentos e emoções, amando o próximo com menos egoísmo e cálculo."

(Annie Besant - O Cristianismo Esotérico - Ed. Pensamento, São Paulo, 1995 - p. 137/138)


O VOO DO PÁSSARO (PARTE FINAL)

"(...) Conhecimento não é verdade. A verdade não vem do pensamento. Assim se dá o movimento em direção ao vão da porta, onde começo a olhar e ouvir. É assim que pode ocorrer a verdadeira mudança na percepção e na existência. Em Luz no Caminho (Ed. Teosófica), o Mestre diz que 'o ouvir aponta para um estado de existência e uma condição de receptividade para a verdadeira natureza das coisas'; então, a verdade floresce. Temos de ouvir com todo o nosso ser e com todo o coração. No livro Em Busca da Sabedoria (Ed. Teosófica), Sri Ram fala sobre a necessidade de uma condição de silêncio para se ouvir o que a vida tem a dizer. Só quado a mente está quieta é que a verdade é revelada.

Quando sentamos no vão da porta, estamos meditando. Quanto mais olhamos para a verdadeira natureza das coisas, menos olhamos para o que conhecemos, que está baseado na memória e na experiência prévia.

A sabedoria precisa de ação. Se somos um pássaro, fomos feitos para voar. 'No estado de liberdade, a ação está de acordo com a lei inata que, no indivíduo, é a lei de sua existência. É uma lei que sempre mantém um estado de harmonia', afirmou Sri Ram. Sabemos como voar. Sabemos como agir, como viver dentro da verdade, mas isso requer desprendimento, renúncia e tudo que pertence à natureza pessoal. Devemos abandonar a gaiola.

Sri Ram disse ainda: 'A vida brota do interior, da natureza pura e de expansão da consciência, cuja verdadeira natureza é sensibilidade.' Assim como as asas de um pássaro em voo ajustam-se à mais leve variação, também nós, quando em 'voo', somos receptivos, sensíveis, e não resistentes a qualquer vibração; estamos em sintonia. Faça uma profissão de fé. Intuitivamente você sabe o que fazer. Sabedoria é voar em liberdade. Voe!"

(Helen Steven - Revista Sophia, ano 11, nº 45 - Pub. da Ed. Teosófica, Brasília - p. 07)
www.revistasophia.com.br


sexta-feira, 25 de outubro de 2013

CAUSA E EFEITO

"Há uma lei material pela qual uma perturbação produzida pela queda de uma pedra em um lago não afeta somente as gotículas d’água com que a pedra tem contato direto, mas distribui-se por todo o lago afetando todas as suas gotas, preservando assim a unidade do lago. Caso contrário o lago se partiria em pedaços e perderia sua unidade, ou seja, deixaria de ser um lago. Assim, aquilo que afeta uma parte (a gota), afeta o todo (o lago) e vice-versa. Tudo está interligado nesse oceano de energia que é a essência da matéria.

Desta forma, a perturbação produzida pelo impacto da pedra no lago é distribuída em ondas concêntricas ao ponto de colisão até que essas ondas atinjam as margens do lago e retornem, por reflexo nas margens, ao ponto de colisão novamente. Essa é uma expressão da lei de ação e reação pela qual a relação entre as partes de um todo se mantém equilibrada. A terceira Lei de Newton, também conhecida como lei da ação e reação, rege a própria relação entre as partes de um todo, ou mesmo entre diferentes corpos, ao afirmar: ‘A cada ação sempre se opõe uma reação igual, ou seja, as ações mútuas de dois corpos, um sobre o outro, são sempre iguais e dirigidas por partes contrárias.’

Em uma linguagem mais simples diz o Apóstolo Paulo: ‘tudo o que o homem semear; isso também ele colherá.’ A lei do Karma ou da causa e efeito, pode assim ser compreendida mesmo pela mente de uma criancinha."

(Ricardo  Lindemann - A Ciência da Astrologia e as Escolas de Mistérios - Ed. Teosófica, Brasília, 2007 - p. 244)


O VOO DO PÁSSARO (2ª PARTE)

"(...) Eu sou um pequeno pássaro. O poleiro são as minhas crenças, as estruturas que me dão suporte, mas que não me permitem voar. O espelho são os meus relacionamentos - tudo em minha vida se relaciona a mim mesmo. Olho apenas para o que me agrada. O alimento é o meu conhecimento - durante algum tempo ele me sustenta. Não questiono de onde vem nem o que significa. Minha canção é a canção da vida - sempre uma parte de mim. Tentar voar é meu instinto e minha intuição. Faz parte de minha natureza voar livremente, mas a princípio não percebo o que isso significa. A princípio não inspeciono o que acontece ao meu redor, muito embora esteja ciente de que existe uma outra realidade; ela parece ser só para os outros e não me afeta.

Sri Ram disse: 'A preocupação consigo mesmo e com tudo que se quer desfrutar e possuir concentra-se naquele centro que é o eu, cujas energias deveriam estar fluindo em todas as direções. A periferia, onde o eu encontra o mundo, depois endurece, transformando-se numa concha de indiferença, excluindo tudo que a vida tem a transmitir em todas as formas.'

'Vivemos numa condição de isolamento, exceto para o que afeta nossos eus pessoais', afirmou ele. Isso é a gaiola. Nossas mentes criam nossas limitações. 'As nuvens de nosso céu mental nascem de nosso apego', afirma Sri Ram; 'a pessoa que não tenha tido sequer um vislumbre momentâneo da beleza e da natureza do céu não acreditará sequer na existência de tal coisa.' O apego é o que se interpõe no caminho da liberdade. 

A abertura da porta é um evento aparentemente ao acaso, mas torna-se um catalisador para o despertar da percepção. A porta abre-se para a possibilidade de mudança. O momento de inspiração - o outro pássaro que chega para fazer uma pergunta - é quando começo a questionar tudo. Entretanto, isso é apenas o olhar através do vão da porta. À medida que gradualmente me torno mais perceptivo, o meu alimento (conhecimento) não mais me sustenta, e já não me sinto mais feliz em minha 'gaiola'. Sri Ram disse ainda: 'Somente quando aquilo que é chamado verdade, ou seja, nossa percepção dela, deixa de satisfazer, é que se dá o início de uma busca ulterior. A ilusão chega inevitavelmente.' (...)"

(Helen Steven - Revista Sophia, ano 11, nº 45 - Pub. da Ed. Teosófica, Brasília - p. 06/07)