OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


domingo, 1 de dezembro de 2013

A NATUREZA DO PRAZER

"O prazer é a estrutura da sociedade. Da infância à morte, secreta ou ardilosamente, ou abertamente, buscamos o prazer. Assim, qualquer que seja a nossa forma de prazer, acho que devemos vê-la muito claramente, porque será ela que irá guiar e moldar a nossa vida. Por conseguinte, o importante é que cada um de nós investigue com atenção, cautela, precisão, a questão do prazer, porque achar o prazer e depois nutri-lo e mantê-lo constitui uma necessidade básica da vida e sem ele a existência se torna monótona, estúpida, ensombrada pela solidão e sem nenhum significado.

Perguntareis: "Então por que razão não deve a vida ser guiada pelo prazer?" — Pela razão muito simples que o prazer traz necessariamente a dor, a frustração, o sofrimento, o medo, e, como resultado do medo, a violência. Se desejais viver dessa maneira, vivei; aliás, é o que a maioria faz. Mas, se desejais livrar-vos do sofrimento, deveis compreender a inteira estrutura do prazer.

Compreender o prazer não significa negá-lo. Não o estamos condenando ou dizendo que é bom ou mau, mas, se o cultivamos, façamo-lo de olhos abertos, sabendo que a mente que está sempre a buscar o prazer encontrará inevitavelmente a sua sombra — a dor. As duas coisas não podem ser separadas, embora busquemos o prazer e procuremos evitar a dor."

(J. Krishnamurti - Liberte-se do Passado - Editora Cultrix, São Paulo - p. 18)


sábado, 30 de novembro de 2013

ESCUTAR (SRÃVANA)

"(...) vimos que o yoga é adequado para o grau menos avançado de buscadores e a inquirição para os mais avançados. (...) consideremos o caminho da inquirição, que sem esforço conduz ao Conhecimento de Brahman.

D: O que é o caminho da inquirição?

M: Dos shãstras sabe-se bem que consiste de srãvana, manama, nidhidhyasana e samãdhi, isto é, escutar a Verdade, refletir, meditar e Paz Bem-aventurada. Os próprios Vedas declaram isso: ‘Meu caro, deve-se escutar o mestre falar a respeito do Ser; refletir e meditar sobre Ele.’ Em outro lugar, diz-se que o Eu Real tem de ser percebido na Paz Beatífica. Sri Shankaracharya repete a mesma ideia no Vakyavrtti, a saber: enquanto o significado do texto sagrado ‘eu sou Brahman’ não for percebido em toda a sua verdadeira importância, deve-se praticar srãvana, etc.

No Chitra Deepika, Sri Vidyaranyaswami diz que a inquirição é o meio para a sabedoria e que consiste em escutar a Verdade, refletir meditar; que somente o estado de bem-aventurada Paz da Pura Consciência, no qual apenas Brahman existe e nada mais, é a verdadeira ‘natureza’ da Sabedoria; que seu ‘efeito’ é a não renovação do nó do ego que desfila como ‘eu’, tendo sido este perdido de uma vez por todas; que seu ‘fim’ é manter-se sempre fixo no ‘Eu sou o Ser Supremo’ de modo tão forte, inequívoco e seguro quanto era a ignorante identificação anterior, ‘eu sou o corpo’; e que seu ‘fruto’ é a libertação. Disso segue-se que só o escutar, etc., é a inquirição no Ser.

Escutar a Verdade Suprema, refletir sobre ela, meditar nela e permanecer em Samãdhi formam, juntos, a inquirição no Ser. Isso tem como causa as quatro sadhãnas, a saber: discernimento, ausência de desejos, tranquilidade e desejo pela libertação. (...)"

(Advaita Bodha Deepika – A Luz da Sabedoria Não Dualista – Ed. Teosófica, Brasília, 2006 – p. 95/96)


O CONCEITO DO ABSOLUTO

"A natureza do Absoluto é o mais enigmático e também o mais fascinante problema da filosofia e da religião; embora destinado a permanecer para sempre sem solução na filosofia, ele continuará a atrair a atenção dos filósofos de todos os tempos. Por ser a Realidade suprema, denominada ‘Absoluto” ou Parabrahman, o próprio núcleo do nosso ser, bem como a causa e a base do universo do qual fazemos parte, não podemos escapar-lhe, do mesmo modo que nosso sistema solar não pode escapar do sol, em torno do qual gira e de quem tudo recebe, que o conserva vivo e em movimento.

Ainda que o Absoluto seja às vezes mencionado como Vazio, Trevas perpétuas, etc., e esteja além da nossa compreensão intelectual, ainda assim é o conceito mais profundo em todo o reino da filosofia, do ponto de vista do intelecto. O fato de ser chamado de ‘Incognoscível’ não significa que esteja além do alcance do pensamento filosófico ou religioso e seja algo sobre o qual não se deva ou seja indesejável pensar. O próprio fato de o Absoluto ser o coração e a base do universo deve torná-lo um dos mais empolgantes assuntos de investigação no domínio do intelecto.

Embora os Vedas e os Upanishads enfatizem repetidamente que este Princípio, o mais elevado e sutil em existência, está além da linguagem e do pensamento, ainda assim sua principal finalidade parece ser a de dar aos que leem os livros revelados a certeza de que tal Realidade Suprema existe no coração do universo manifestado e que torná-la progressivamente realidade é o mais elevado objetivo do esforço humano."

(I.K. Taimni - O Homem Deus e o Universo - Ed. Pensamento, São Paulo, 1989 - p. 23)


sexta-feira, 29 de novembro de 2013

ILUSÃO

"Quando o Sol desponta acima da linha do horizonte, Ravi desce do caminho estreito que leva ao riacho para se banhar e dar início às meditações do dia. Enquanto se lava ele canta os mantras que aprendeu com seu guru. O som da água da folhagem e dos pássaros se fundem com seu canto e ele está em paz.

Ao sair do riacho sua paz é subitamente quebrada. No primeiro passo fora d’água ele pisa sobre um corpo frio e roliço. Seu coração dispara e ele espera da cobra uma picada fatal. Ele retira rapidamente o pé, olha para o chão e percebe que pisara em um pedaço de corda velha e molhada. A tranquilidade volta aos poucos e ele se sente envergonhado, pois fora enganado por maya, a ilusão.

Assim como Ravi, estamos todos submetidos à ilusão. Ela está presente em toda a parte, nos envolve em níveis diversos e nos induz a variados erros. A ilusão pode ser simples, tal quando nos queimamos numa panela quente por não perceber seu estado de calor, ou sutil, como ocorre nos devaneios psicológicos mais profundos (...)."

(Guilherme Santos Silva - Relatividade e Ilusão - Revista Sophia, Ano 2, nº 5 - Pub. da Ed. Teosófica, Brasília - p. 32)


NÃO PERCAM TEMPO

"Muitos anos de nossas vidas já ficaram para trás. Apenas alguns anos, semanas, dias e horas nos restam. Não percam tempo. Em seus corações, digam a Ele noite e dia: ‘Senhor, eu Te quero.” Jamais sejam insinceros quanto a isso. Nunca raciocinem: ‘Amanhã buscarei Deus. Hoje quero gozar a vida.’ Digam sempre: ‘Hoje meu Senhor, hoje eu Te quero.’

Agora mesmo estou vendo a grande luz de Deus espalhada por toda parte – que alegria, que luz! ‘Senhor, eu Te reverencio nesta bela ocasião em que nasces em nós com nova glória. Que eu seja sempre abençoado com a consciência da Tua presença, e que cada um aqui receba a mesma bênção, para que todos nós possamos saber que estás procurando renascer em nossa consciência.’

Amem a Deus, falem com Ele todo o tempo, na atividade e no silêncio, em oração profunda, com o desejo incessante de seus corações, e verão a cortina da ilusão desvanecer-se. Ele, que brinca de esconder na beleza das flores, nas almas, nas nobres paixões, nos sonhos, apresentar-Se-á e dirá: ‘Tu e Eu estivemos separados por longo tempo, porque Eu queria que Me desses teu amor voluntariamente. És feito à Minha imagem, e Eu quis ver se usarias a liberdade para dar-Me o teu amor.’ 

Oro para que Deus lhes conceda o dom imperecível de Seu amor. Sem esforço, porém, vocês não O encontrarão. Se fizerem os 25% de esforço, o resto virá pela graça de Deus e do guru. (...) Que Suas bênçãos estejam sempre com vocês; que Sua consciência nunca os abandone. Que vocês percebam dentro e fora, a plenitude da presença Dele." 

(Paramahansa Yogananda – A Eterna Busca do Homem – Self-Realization Fellowship – p. 180/181