OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


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quinta-feira, 14 de janeiro de 2021

A ARTE DE CUIDAR

"A arte de cuidar é a de saber escutar. Escutar não é só ouvir; é também interpretar, capaz daquilo que chamamos de ciência e arte da hermenêutica. Como diziam os antigos rabinos, cada frase biblíca é suscetível de pelo menos 72 interpretações. Ou seja, cada sintoma, cada sonho, cada crise que vivenciamos é suscetível de pelo menos 72 interpretações. Isso nos previne contra o flagelo contemporâneo do fundamentalismo e do fanatismo; não só o religioso, também o fundamentalismo mercadológico, ideológico, pedagósico, psiquiátrico, político etc.

Fundamentalismo é superficialismo e literalismo, é tomar a parte pelo todo; é o naufrágio da intepretação, o que nos torna objeto das circunstâncias, já que nós somos livres na justa medida da nossa capacidade de interpretar. Nós não somos livres com relação àquilo que nos chega, que pode ser um tsunami, um terremoto, uma crise econômica, uma perda. A nossa liberdade consiste no que somos capazes de fazer com aquilo que nos chega, e isso demanda interpretação.

Uma pessoa que aprendeu a interpretar não vai se deixar soterrar pelas adversidades, pois a única crise intolerável é aquela para a qual não temos como dar nenhum sentido. O único sofrimento que pode nos destruir é aquele que não interpretamos. Se você é capaz de interpretar, extrairá sentido do que quer que aconteça, e conseguirá se colocar de pé e prosseguir.

'Te vejo. Estou aqui'. Essa expressão vem da tradição xamanística da África do Sul. Quando as pessoas vão saudar umas às outras, no idioma zulu, dizem sawubona, que significa te vejo; e a resposta é sikhona, que significa estou aqui. Eis o coração de uma nova educação: educar para ver, para a presença, para cuidar, para escutar, para interpretar. É atender ao telefone que toca [um celular tocou na platéia]. Toda crise é um telefone que toca e nós precisamos atender, escutar e interpretar, senão ele vai continuar tocando, às vezes com outros números.

Infelizmente, no que denominamos de normose, a patologia da normalidade, afirmamos: 'Tomou doril, a dor sumiu'. Você vai ao médico com um problema e, quando normótico, a única atitude desse técnico será eliminar o sintoma. Certa vez uma pessoa me procurou no consultório com dor nos seios, depois de ter consultado muitos médicos em vão. Ela já estava com algumas fantasias catastróficas a respeito dessa dor. Indaguei se ela podia se colocar no lugar dos seios e falar como se fosse eles. Ao entrar em contato com essa parte do corpo, ela imediatamente se conectou com algo que tinha recentemente acontecido: havia se separado do marido e abriu mão da guarda do filho. Desde então, os seios da maternidade começaram a doer. Quando ela pôde fazer a catarse, redecidindo a tua atitude, saiu do consultório sem dor. Mas imagine se não tivesse escutado o seu sintoma, se não o tivesse interpretado... Um dia, faria uma doença física. Geralmente as doenças começam num plano mais sutil e depois contagiam o plano concreto, que é o físico."

(Roberto Crema - A arte de cuidar - Revista Sophia, Ano 11, nº 41 - p. 8/9)


domingo, 8 de janeiro de 2017

AS TRÊS FERRAMENTAS DA SABEDORIA (1ª PARTE)

"O caminho para descobrir a liberdade da sabedoria da ausência do ego, segundo os mestres, passa pelos processos de ouvir e escutar, contemplar e refletir, e meditar. Eles nos aconselham a começar pelo ouvir repetidamente os ensinamentos espirituais. Ouvindo, eles nos recordarão uma e outra vez da nossa oculta natureza de sabedoria. É como se fôssemos aquela pessoa que pedi que imaginassem sofrendo de amnésia numa cama de hospital, e alguém que nos amasse e se importasse conosco estivesse nos sussurrando no ouvido o nosso verdadeiro nome, mostrando-nos fotografias de família e de velhos amigos, tentando trazer de volta o conhecimento da nossa identidade perdida. Gradualmente, ao ouvir os ensinamentos, certas passagens e visões interiores neles contidos farão vibrar um estranho acorde em nós, lembranças da nossa verdadeira natureza começarão a voltar pouco a pouco, despertando um profundo sentimento de alguma coisa despretensiosa e misteriosamente familiar. 

Ouvir é um processo muito mais difícil do que a maioria das pessoas imagina; ouvir realmente, da maneira que os mestres se referem, é abrir mão de si mesmo, de todas as informações, conceitos, ideias e preconceitos que enchem nossas cabeças. Se você de fato ouvir os ensinamentos, aqueles conceitos que são o verdadeiro obstáculo, a única coisa que se interpõe entre nós e nossa natureza real, podem lenta mas firmemente ser eliminados. (...)"

(Sogyal Rinpoche - O Livro Tibetano do Viver e do Morrer - Ed. Talento/Ed. Palas Athena, 1999 - p. 165)


domingo, 15 de março de 2015

QUEM É RESPONSÁVEL PELA CONDUTA DOS ADOLESCENTES? (PARTE FINAL)

"(...) Uma vez, um jovem se aproximou de mim e disse: 'Não consigo falar com meus pais. No momento que procuro discutir meus problemas – que para mim são profundos -, parece que não querem escutar; ou me repreendem, ou me dão ultimatos. Eles nunca me dão uma chance de me expressar; assim, em consequência, aprendi a ficar calado. Não falo com eles. Eles não conhecem os pensamentos e as dificuldades que estou tendo. Ou estão muito ocupados, ou não querem ouvir, ou são muito impacientes comigo.' 

Esse é um dos grandes erros que os pais cometem; não têm tempo para se identificar com os problemas e interesses dos filhos. Em vez disso, argumentam: 'Não é suficiente que eu lhe dê uma casa e tome providências para que tenha boas roupas, que lhe ofereça carro aos sábados, consentindo que saia com essa ou aquela pessoa, e lhe dê tantas coisas que você quer, inclusive viagem de férias todos os anos?' Não, isso não é suficiente. Essas coisas nunca tomarão o lugar de compreensão e do companheirismo.

Todo pai ou mãe deseja que os filhos algum dia digam: 'Sou grato a meus pais; eles foram firmes comigo, mas eu sempre soube que me amavam e que podia recorrer a eles por qualquer coisa, sabendo que receberia compreensão, orientação e paciência.' No entanto, para ser esse tipo de pai ou mãe, é preciso haver também disposição para disciplinar-se. Eles têm que dar bom exemplo, física, moral, intelectual e espiritualmente. Têm que cultivar sabedoria, paciência e compreensão, e têm que exercer perfeito autocontrole todas as vezes que lidarem com o filho. Desse modo, estarão aptos a cumprir a responsabilidade divina que assumiram ao dar à luz uma criança neste mundo."

(Sri Daya Mata – Só o Amor – Self-Realization Fellowship -  p. 56/57)

sábado, 30 de novembro de 2013

ESCUTAR (SRÃVANA)

"(...) vimos que o yoga é adequado para o grau menos avançado de buscadores e a inquirição para os mais avançados. (...) consideremos o caminho da inquirição, que sem esforço conduz ao Conhecimento de Brahman.

D: O que é o caminho da inquirição?

M: Dos shãstras sabe-se bem que consiste de srãvana, manama, nidhidhyasana e samãdhi, isto é, escutar a Verdade, refletir, meditar e Paz Bem-aventurada. Os próprios Vedas declaram isso: ‘Meu caro, deve-se escutar o mestre falar a respeito do Ser; refletir e meditar sobre Ele.’ Em outro lugar, diz-se que o Eu Real tem de ser percebido na Paz Beatífica. Sri Shankaracharya repete a mesma ideia no Vakyavrtti, a saber: enquanto o significado do texto sagrado ‘eu sou Brahman’ não for percebido em toda a sua verdadeira importância, deve-se praticar srãvana, etc.

No Chitra Deepika, Sri Vidyaranyaswami diz que a inquirição é o meio para a sabedoria e que consiste em escutar a Verdade, refletir meditar; que somente o estado de bem-aventurada Paz da Pura Consciência, no qual apenas Brahman existe e nada mais, é a verdadeira ‘natureza’ da Sabedoria; que seu ‘efeito’ é a não renovação do nó do ego que desfila como ‘eu’, tendo sido este perdido de uma vez por todas; que seu ‘fim’ é manter-se sempre fixo no ‘Eu sou o Ser Supremo’ de modo tão forte, inequívoco e seguro quanto era a ignorante identificação anterior, ‘eu sou o corpo’; e que seu ‘fruto’ é a libertação. Disso segue-se que só o escutar, etc., é a inquirição no Ser.

Escutar a Verdade Suprema, refletir sobre ela, meditar nela e permanecer em Samãdhi formam, juntos, a inquirição no Ser. Isso tem como causa as quatro sadhãnas, a saber: discernimento, ausência de desejos, tranquilidade e desejo pela libertação. (...)"

(Advaita Bodha Deepika – A Luz da Sabedoria Não Dualista – Ed. Teosófica, Brasília, 2006 – p. 95/96)


domingo, 20 de janeiro de 2013

A ARTE DE ESCUTAR


“É através da arte de escutar que seu espírito se enche de fé e devoção e que você se torna capaz de cultivar a alegria interior e o equilíbrio da mente.

A arte de escutar lhe permite alcançar sabedoria, superando toda ignorância. Então, é vantajoso dedicar-se a ela, mesmo que isto lhe custe a vida.

A arte de escutar é como uma luz que dissipa a escuridão da ignorância.

Se você é capaz de manter sua mente sempre rica utilizando-se da arte de escutar, não tem o que temer.

Esse tipo de riqueza jamais lhe será tomado. Esse é o maior dos bens.”

(Dalai-Lama – O Caminho da Tranquilidade – Ed. Sextante, Rio de Janeiro - p. 20)


sexta-feira, 23 de novembro de 2012

NA ORAÇÃO, ESCUTE


“Não ores, pedindo algo a Absoluta Sapiência. Ela bem sabe o de que precisas e o que te é devido.

Não pretendas ensinar à Onisciência o que deve fazer.

Quando orares, não fales.

Deixa que Deus fale.

Teu silêncio devoto é convite a que Ele fale.

Escuta-o.”

(Hermógenes – Mergulho na paz – p. 91)