OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


sábado, 25 de julho de 2015

O GATILHO DA MEMÓRIA (PARTE FINAL)

"(...) Perdemos com facilidade a paciência com os filhos, com os amigos, com as pessoas que nos frustram. Infelizmente, sob um foco de tensão, psicólogos e pacientes, executivos e funcionários, pais e filhos detonam o gatilho da memória e produzem reações agressivas que os dominam, ainda que por momentos.

Ferimos a nós mesmos e não poucas vezes causamos danos às pessoas que mais amamos. Fazemos delas a lata de lixo de nossa ansiedade. Detonado o gatilho, reagimos impulsivamente, e somente minutos, horas ou dias depois adquirimos consciência do estrago que fizemos. Somos controlados pela nossa emoção. Algumas pessoas nunca mais se esquecem de um pequeno olhar de desprezo de um colega de trabalho. Outras não retornam mais a um médico se ele não lhes deu a atenção esperada. 

Se uma pessoa não aprender a administrar o gatilho da memória, viverá a pior prisão do mundo: o cárcere da emoção. Os dependentes de drogas vivem o cárcere da emoção, porque, quando detonam o gatilho, não conseguem administrar a ansiedade e o desejo compulsivo de uma nova dose. Os que possuem a síndrome do pânico vivem o medo dramático que vão morrer ou desmaiar, gerado também por esse gatilho.

Do mesmo modo, os que têm claustrofobia, transtornos obsessivos compulsivos (TOC) e outras doenças produtoras de intensa ansiedade são vítimas do gatilho da memória. Esse fenômeno é fundamental para o funcionamento normal da mente humana, mas, se produz reações doentias e pensamentos negativos inadministráveis, contribui para gerar uma masmorra interior.

Como exímio mestre da inteligência, Jesus sabia gerenciar o gatilho da memória, não deixava que ele detonasse a agressividade impulsiva, o medo súbito, a ansiedade compulsiva. Portanto, sempre pensava antes de reagir, nunca devolvia a agressividade dos outros e, como já dissemos estimulava seus agressores a repensar sua agressividade."

(Augusto Cury - O Mestre da Vida - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2012 - p. 45/46)

sexta-feira, 24 de julho de 2015

O GATILHO DA MEMÓRIA (1ª PARTE)

"O gatilho da memória é um fenômeno inconsciente que faz as leituras imediatas da memória mediante um determinado estímulo. O medo súbito, as respostas impensadas, as reações imediatas são derivados do gatilho da memória. Diante de uma ofensa, um corte na mão, uma freada brusca ou uma situação de risco qualquer, esse gatilho é acionado, gerando uma leitura rapidíssima da memória e produzindo as primeiras cadeias de pensamentos e as primeiras reações emocionais.

Somente depois de segundos ou fração de segundo é que o 'eu' (vontade consciente) inicia seu trabalho para administrar o medo, a ansiedade e a angústia que invadiram o território da emoção. Isso explica por que é difícil administrar as reações psíquicas. Grande parte de nossas reações iniciais não é determinada pelo 'eu', mas detonada pelo gatilho inconsciente da memória.

Uma pessoa agredida, ofendida, sob risco de morrer, ou seja, sob um foco de tensão, raramente conseguirá administrar seus pensamentos. Nessas situações, ela reage sem pensar. Para retomar as rédeas de sua inteligência o 'eu' terá de gerenciar os pensamentos negativos, duvidando deles e criticando-os. Assim, a pessoa sai do foco de tensão e se torna líder do seu mundo. Todavia, frequentemente somos frágeis vítimas dos processos de nossa psique.

Quem é que pensa antes de reagir antes de situações tensas? Não exija lucidez das pessoas quando elas são feridas, ameaçadas ou estão ansiosas. Seja paciente com elas, pois o gatilho da memória estará gerando medo, raiva, ódio, desespero, que por sua vez travam a liberdade de pensar. Quando nossas emoções estão exaltadas, reagimos por instinto, e não como seres pensantes.

Jesus foi ofendido diversas vezes em público. Mas não se deixava perturbar. Em algumas situações, foi expulso das sinagogas, mas mantinha sua emoção intacta. Correu risco de morte em algumas ocasiões, mas permaneceu em paz, em vez de tenso. A mesma coragem que o movia para falar o que pensava protegia sua emoção diante dos estímulos estressantes. (...)"

(Augusto Cury - O Mestre da Vida - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2012 - p. 44/45)


quinta-feira, 23 de julho de 2015

A ALVORADA DA FILOSOFIA UNIVÉRSICA E DO HOMEM CÓSMICO

"A Filosofia Univérsica, ou Cósmica, é a filosofia segundo o Universo, ou Cosmos.

Não trata apenas da amplitude extensiva da Filosofia Universal, mas da profundidade intensiva que caracteriza o próprio Universo. Não toma por ponto de partida e termo de referência alguma pessoa - Platão, Aristótoles, Tomás de Aquino, Spinoza, Kante, Descartes, Hegel, Bergson - nem se guia por uma determinada escola de pensamento - empirismo, racionalismo, idealismo - mas reflete a própria índole da Constituição do Universo, isto é a mais intensa unidade na mais extensa diversidade -  o universo em toda a sua genuinidade e integridade.

A Filosofia Univérsica aceita, naturalmente, como contribuintes, todas as correntes válidas do pensamento humano, mas não navega em nenhum desses afluentes do grande Amazonas da Filosofia perene, e sim na grande síntese do próprio Cosmos.

O Universo Integral - como causa e efeito, como essência e existência, como alma e corpo, como fonte e canais - é o único modelo válido para o pensamento e a vida do homem. O homem integral e perfeito, é plasmado à imagem e semelhança do Cosmos, uno em seu ser, múltiplo em seu agir. O homem bom é o homem cósmico, o homem mau é o homem acósmico ou anticósmico.

O uno do Universo é o Infinito - o verso (vertido, derramado) são os Finitos. O uno e único, diriam os orientais, e Brahman, que se derrama ou pluraliza no múltiplo de Maya. Nem o uno do Infinito, nem os múltiplos dos Finitos, quando tomados disjuntivamente, são o grande Todo do Universo; somente o uno e os múltiplos - a fonte e os canais - quando, tomados conjuntivamente, é que perfazem o Universo em toda a sua genuinidade e integridade. O infinito da essência se revela sem cessar nos Finitos das existências. A Transcendência do Deus do mundo aparece na Imanência dos mundos de Deus. O universo é a essência da existência, causa-efeito, alma-corpo, ser-agir, infinito-finito, eterno-temporário, imanifesto-manifesto, absoluto-relativo. A alma do Deus do mundo se revela nos corpos dos mundos de Deus. 

O homem, esse macrocosmo, reflexo do macrocosmo, não pode atingir diretamente a longínqua transcendência do Uni-Infinito da Divindade - mas pode atingir a propínqua imanência dos Diversos-Finitos de Deus, que transparecem em todas as coisas do mundo. Deus é a Divindade em sua imanência finita - a Divindade é Deus em sua transcendência infinita. A Divindade, por assim dizer, se finitiza em Deus. A Divindade 'é' - Deus 'existe'. Ninguém pode conhecer a Divindade-ente - só pode conhecer algo do Deus-existente. O grande Além-transcendente ecoa nos pequenos Aquéns-imanentes."

(Huberto Rohden - Setas para o Infinito - Ed. Martin Claret, São Paulo, 2004 - p. 19/20)


quarta-feira, 22 de julho de 2015

ENSINAMENTOS SOBRE A ORAÇÃO

"E quando orares, não sejas como os hipócritas; porque eles gostam de orar em pé nas sinagogas e nas esquinas das ruas para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo: eles já receberam sua recompensa.

Mas tu, quando orares, entra no teu aposento e, fechando a tua porta, ora a teu Pai que está em oculto; e teu Pai, que vê ocultamente, te recompensará abertamente.

Neste ponto, Cristo começa seus ensinamentos sobre a oração. Diz-nos que, se quisermos algo menor do que Deus, poderemos obtê-lo. Se a nossa felicidade estiver na reputação, poderemos dirigir-nos a algum recinto público e rezar onde todos nos possam ver. E podemos receber nossa recompensa - isto sem a menos sombra de dúvida. A oração pública recebe recompensas públicas - reconhecimento, riqueza, seguidores e poder.

Porém, a verdadeira religião não é matéria para exibições. É algo muito sagrado e, portanto, secreto. Por isso, adverte-nos Cristo para não fazermos aparato da adoração. A pureza e a espiritualidade genuínas não precisam de promoção. Se rezas a Deus por amor dele mesmo - não para fazer dele um meio para outras finalidades - então pouco importa o mundo, pouco importa se ele te condena ou te admira. Retira-te a um lugar afastado e pede-lhe, com a certeza de que ele se entregará a ti. Ele há de te recompensar com sua própria presença."

(Swami Prabhavananda - O Sermão da Montanha Segundo o Vedanta - Ed. Pensamento, São Paulo - p. 86/87


terça-feira, 21 de julho de 2015

ACEITAÇÃO E ENTREGA (PARTE FINAL)

"(...) Há situações em que nenhuma resposta ou explicação satisfaz. Nesses momentos a Vida parece perder o sentido. Ou alguém em desespero pede sua ajuda e você não sabe o que dizer ou o que fazer.

Quando você aceita plenamente que não sabe, desiste de lutar para encontrar a resposta usando o pensamento de sua mente limitada. Ao desistir, você permite que uma inteligência maior atue através de você. Até o pensamento pode se beneficiar com isso, pois a inteligência maior flui para dentro dele e o inspira. Às vezes, entregar-se significa desistir de querer entender e sentir-se bem com o que você não sabe.

Você conhece pessoas cuja maior função na vida parece ser cultivar a própria infelicidade, fazer os outros infelizes e espalhar infelicidade? Perdoe essas pessoas, pois elas também fazem parte do despertar da humanidade. O papel delas é intensificar o pesadelo da consciência autocentrada, da recusa à aceitação e à entrega. Não há uma escolha deliberada na atitude delas. Essa atitude não é o que elas são.

Pode-se dizer que a entrega é a transição interior da resistência para a aceitação, do 'não' para o ' sim'. Quando você se entrega, a noção que tem de si mesmo muda. O 'eu' deixa de se identificar com uma reação ou um julgamento mental e passa a ser um espaço em torno da reação ou do julgamento. O 'eu' não se identifica mais com a forma - o pensamento ou a emoção - e você se reconhece como algo sem forma: o espaço da consciência.

Qualquer coisa que você aceite plenamente vai levá-lo à paz, o que inclui a aceitação daquilo que você não consegue aceitar, daquilo a que você está resistindo. Deixe que a Vida seja." 

(Eckhart Tolle - O Poder do Silêncio - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2005 - p. 48/49